Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, onde assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como “wrestling mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

No artigo desta semana, irei analisar o Summerslam de 2006, um PPV apresentado, pela primeira vez, por 3 Brands: Raw, SmackDown e ECW. Vou analisar este evento pois é o mais importante do Verão, no que toca ao Wrestling. Este evento construiu-se à volta de 7 combates, sendo 3 deles os mais importantes. O Main Event previsto para o programa oponha Edge, o actual campeão da WWE, a defender o seu título contra John Cena. Depois de RVD ganhar o título da WWE, Edge e Cena andaram atrás do cinturão nas semanas que se seguiram. Edge acabou por chegar lá primeiro, ao derrotar Cena e RVD num combate Triple Threat, numa edição da Raw. Cena tornou-se depois no nº1 Contender e enfureceu Edge, ao impedi-lo de passar um bom bocado com a Lita num quarto de Hotel. Edge tornaria a rivalidade pessoal, quando numa edição da Raw, mostrou a filmagem da sua ida à casa do Cena, atacando o seu pai à chapada. O combate no Summerslam seria na cidade natal de Cena e John, mas do que ganhar o título, queria vingar o pai.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

O outro combate que construiu este show, é o embate Tag Team entre os Mcmahons (Vince e Shane) e os D-Generation X. Desde o Backlash de 2006, a rivalidade entre HBK e os Mcmahons continuou e graças aos Spirit Squad, Shawn acabou por ficar lesionado num combate. Porém, o Shawn não ficou pior, pois Triple H, a mando de Vince, recusou-se a obedecer ás ordens dos Mcmahons e invés de atingir com uma marreta em HBK, ele atingiu todos os membros dos Spirit Squad. Nas 2 semanas seguintes, o Vince deu hipótese ao HHH de se redimir, com o objectivo de que este último lhe beija-se o rabo, coisa que não aconteceu. Assim, Vince marca um 5 vs 1, entre HHH e os Spirit Squad. No meio do combate, HBK regressa e ajuda Triple H. Depois de alguns segundos de hesitação, as duas lendas abraçam-se e isto marca o regresso do D-Generation X. Vince tenta manda os Spirit Squad para os eliminar, mas os DX são bem sucedidos. A particularidade disto é que desde a reunião dos DX, que os Mcmahons acabam sempre todos os eventos na mó de baixo. Fica assim marcado um Tag Team Match entre os Mcmahons e os DX para o Summerslam.

Por fim, o terceiro combate mais importante opõem o campeão Mundial, King Booker, e o nº1 contender, Batista. Após Booker ganhar o título no Great American Bash, Batista foi nomeado o nº1 Contender. A rivalidade construiu-se à volta do facto de Batista nunca ter perdido o título e que no Summerslam, à sua primeira oportunidade, ele iria vencer Booker T e regressar ao “topo da cadeia alimentar”. A personagem de rei do Booker também ajudou esta rivalidade.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

Depois de fazer uma análise ás mais importantes rivalidades, vou passar então para a análise do PPV. O primeiro combate da noite opõe Chavo Guerreiro e Rey Mysterio. Após Chavo custar o título mundial a Mysterio, tanto no Bash, como na desforra na SmackDown, este justificou-se, afirmando que o Rey mereceu o que lhe aconteceu, pois desde a morte do seu tio Eddie, que ele se tem aproveitado do nome “Guerrero” e que isso não poderia continuar. Rey, sentindo-se traído por uma pessoa que considerava como irmão e desafiou Chavo para um combate no Summerslam. Vickie Guerrero, também se intrometeu nesta storyline, mas como uma pacificadora, tentando com todas as forças com que os dois não lutassem. O combate em si é razoável. Os dois já tiveram e viriam a ter melhores combates do que este. O combate dura 11 minutos e é um Opener sólido, mas o booking deixa um pouco a desejar, pois sendo uma rivalidade pessoal, os dois deveriam ter um embate mais á base de “Street Fight” do que um “Wrestling Match”. O combate termina quando Vickie vem até ao ringue e pede para os dois pararem. Com isto, ela sem querer, faz com que Mysterio caia do topo de um dos cantos, levando a que Chavo aproveite para conseguir a vitória com um Frogsplash. Para ser sincero, nunca fui fã desta rivalidade, mas uma coisa boa que saí deste combate é que apesar da rivalidade continuar, o nome do Eddie é proferido muito menos daqui para à frente.

De seguida, temos o combate pelo título da ECW, entre Big Show e Sabu. Big Show, numa edição da ECW, derrotou RVD e tornou-se no campeão da ECW, depois de Paul Heyman ter traído toda a ECW e aliado-se a Show. Heyman, sendo um GM heel, tentou fazer de tudo para que não fosse encontrado um novo nº1 Contender ao Título, tentando sabotar um Ladder Match entre Sabu e RVD. Porém, Sabu conseguiu sair vencedor e tornou-se no novo º1 Contender. Penso que o plano original sempre foi fazer o RVD perder o título no Summerslam, mas sendo ele apanhado com droga no carro, a WWE comprimiu um plano de várias semanas numa semana apenas. O Build up para este combate acabou por sofrer bastante, sendo quase inexistente. O combate em si piorou a cada minuto. Este era um Extreme Rules Match, mas o Big Show tinha pouca mobilidade nesta altura e por isso, o Sabu tinha que ser aquele a destacar-se mais neste combate. O problema é que o Sabu, 1 em cada 2 manobras, fazia um botch. Ele parecia nem se interessar pelo combate. O melhor foi mesmo o final, com o Show a aplicar um Chokeslam atravessando uma mesa, para conseguir a vitória e manter o título. Em 2 meses, a ECW tornou-se no segundo combate do Midcard no segundo maior evento do ano. E o combate em si, foi mau.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

Temos 2 segmentos de Backstage. Um envolve uma conversa interessante entre Edge e King Booker. A personagem do Booker era muito boa mesmo. O outro segmento envolve a Layla, a vencedora do Diva Search a ser recebida pelas Divas no balneário. Nada de mais nestes dois segmentos, visto que o que aconteceu em ambos não levou a nada.

O terceiro combate da noite é entre Hulk Hogan e Randy Orton. O Hulk Hogan nesta altura tinha que ter o seu único combate do ano e após rumores que seriam contra John Cena, parece que os planos mudaram e acabou por ser contra Hogan. Tal vez pelo facto de eles saberem que o Cena nunca na vida conseguiria carregar o Hogan para um bom combate. Mas a WWE viria a descobrir com este combate que o Orton também não o consegue. A rivalidade deste combate era promissora, mas rapidamente tornou-se num genérico: Estrela de agora vs Lenda. Orton no Saturday Nights Main Event pediu á filha do Hogan, Brooke, se ela queria ir a um encontro com ele. Isto era interessante, pois poderia-se construir uma espécie de jovem atleta que se está a aproveitar da filha do Hogan para se aproximar dele e ataca-lo quando menos se espera. E isto poderia levar algumas semanas, alías, a WWE tinha tempo. Mas na mesma noite após o pedido para o encontro, a WWE estranha qualquer interesse na Storyline, quando Orton ataca Hulk. E isto torna-se na rivalidade: Legend Killer wants to kill the Legend. A entrada do Hogan leva os fãs ao delírio, sendo um dos pontos altos da noite. Este combate é estranho pois não me recordo de nada relevante a não ser o final do mesmo. E quando isso acontece, é mau sinal. O final do combate acontece, quando Orton aplica um RKO em Hogan e faz o Pin. Porém, o Hogan põe o pé na corda, mas o arbitro não vê e faz a contagem completa. Orton pensa que ganhou, mas o árbitro após ver o pé do Hulk na corda, reverte a sua decisão e o combate recomeça. E assim, logo de seguida, o Hogan faz as suas Moves of Doom e vence o combate. Eu não sei como classificar isto. A pessoa errada ganhou, mas com o Hogan já se estava à espera, num combate que não teve motivos de interesse. Numa rivalidade que era suposto ajudar o Randy, apenas piorou a sua situação.

Entramos na segunda hora do PPV com aquele que foi, na minha opinião, o combate da noite. Mick Foley vs Ric Flair num I Quit Match. Após o One Night Stand. Foley entrou em rivalidade com Flair. Tudo pois Ric, no seu livro, tinha dito que Foley não passava de um glorificado Stuntman. Foley não gostou das palavras e ele também atacou Flair. As promos nesta rivalidade foram brutais o ponto alto desta rivalidade. Na vida real, os dois não gostavam lá muito um do outro e isso era visível. Um 2 out of 3 Falls Match é marcado para o Vengeance e Foley promete vencer o Flair num combate de wrestling, coisa que não veio a acontecer, pois Foley farta-se de lutar wrestling (pois Flair estava a humilha-lo) e usa uma arma para terminar o combate e dar a vitória a Flair. É marcado um I Quit Match entre os dois. Foley agora irá lutar no seu tipo de combate, mas Flair garante que consegue vencer o Mick no seu próprio jogo. Este combate é fantasticamente violento. É usado arame farpado, cadeiras, baldes do lixo, taco de basebol, entre outras coisas. Os dois sangram bastante, especialmente o Flair. Os dois contam uma bela história e fizeram-nos crer que se queriam matar no ringue. O final do combate acontece quando Melina, que andava envolvida com Foley (nada de sexual), vem até ao ringue e implora para que Flair pare. Ric pega no microfone e diz a fantástica frase: “diz a essa pega para sair do ringue, porque senão ela também leva!”. E quando parecia que Flair ia dar com o taco de basebol na Melina, Foley diz que desiste, e Flair pará antes de cometer algo de que se viria a arrepender. Combate muito bom e storytelling tremendo. Adorei rever esta “gema” esquecida.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

Agora temos o combate pelo Título Mundial. Uma das coisas menos boas desta Gimmick do Booker é a sua entrada para o ringue, pois é estupidamente longa. Este combate foi bastante básico para um embate pelo título. E foi curto, durando apenas 10 minutos. De realçar o final, pois acaba num DQ, quando o Batista se preparava para aplicar o seu finisher. Não gosto mesmo nada de DQs num combate pelo título em PPV. Este final completa um combate que apesar de ter sido decente, deixou muito a desejar.

No backstage, os DX estão a falar com alguém que não dá para perceber. Eles afirmam que o Umaga está do lado dos Mcmahons e que eles o consideram o verdadeiro monstro da WWE, e isto deixa o desconhecido irritado. Pergunto se isto terá influência no combate? (sarcasmo)

O Semi-Main Event é o combate Tag Team entre os DX e os Mcmahons. Os DX são os primeiros a entrar com uma grande ovação. Os Mcmahons entram mas não vão até ao ringue. Invés disso, eles mandam os seus lacaios atacar os DX antes do combate. A primeira “onda” de “inimigos” são os Spirit Squad e estes são pouco eficazes. A segunda “onda” são Regal, Finlay e Mr.Kennedy e estes já são bem sucedidos. A última pessoa a aparecer é Big Show e arruma a questão quando aplica um Chokeslam em HHH através da mesa de comentadores. Depois do estrago feito, os Mcmahons entram no ringue e os primeiros minutos do combate é basicamente um handicap match entre HBK e os dois heels. O interessante é que os Mcmahons fazem manobras de Tag Teams antigas, como os Hart Foundation, Legion of Doom e Demolition. Porém, após largos minutos, HBK consegue fazer o Tag e o público vai ao rubro. O Triple H limpa a casa, mas o Umaga aparece e ataca os dois membros dos DX. Para salvar os DX, aparece o Kane, o desconhecido do backstage, e afugenta Umaga. Com a distracção, os DX atacam os Mcmahons com os seus finishers e vencem o combate. Foi um embate bastante divertido e acabou por ser um bom combate e mais um capitulo nesta rivalidade.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

Agora temos o Main Event: combate pelo título da WWE entre Edge e John Cena. Apesar de Cena estar na sua terra natal, os fãs apoiam mais o Edge. Este combate tem a particularidade de o Edge não poder ser desqualificado, pois se o fizer, o título troca de mãos. O combate construí-se à volta do facto de em vários momentos, o Edge encontrar-se em situações em que podia ser desqualificado, mas isso não acaba por acontecer. O final do combate acontece quando a Lita tenta interferir, mas o árbitro não deixa. Isto leva a que Edge use uma soqueira na nuca de Cena e deixa-o inconsciente e consegue a vitória. Assim, o Edge ganha e escapa ao Cena, vencendo-o na sua terra natal. Este foi um combate bastante bom, melhor do que aquele que eles tiveram no Royal Rumble e uma bela maneira de terminar o PPV.

The Bottom Line #89 – Wrestling Nostalgia (17)

Concluído, acho que este show acaba por ser razoável. A primeira hora foi pobre e medíocre, mas a segunda foi decente e a terceira foi boa. O I Quit Match é muito bom e o Main Event é bastante bom e recomendo. Vejam o combate de Tag Team apenas se tiverem mesmo curiosidade. O resto do PPV não vale muito a pena, na minha opinião. Numa escala de 1 a 10, diria que este PPV é um 6. E este é o meu artigo por hoje. Muito obrigado por terem lido o artigo. O que acham desta análise? Concordam? Deixem também as vossas opiniões. Até uma próxima!

9 Comentários

  1. Bom artigo, na minha opinião de 1 a 10, também daria um 6, houveram combates bastante bons como no caso do Foley vs. Flair e o main-event, mas também pontos negativos como a vitória do Hogan sobre o Orton e o combate nada bom pelo título da ECW. O embate entre o Chavo e o Mysterio foi razoável, assim como o combate pelo título Mundial poderia ter tido outro resultado. Eu diria que o Tag Team match foi…divertido.

  2. O hogan nao lutou contra o cena, porque assim a wwe nao saberia a qual dos dois meninis bonitos dar a vitoria, assim sacrificaram uma jovem estrela para dar a vitoria ao hogan

  3. Ótimo artigo.

    Pelo que relataste(eu não vi o PPV)daria um 6,teve momentos bons e teve outros menos bons.
    Cheguei a ver esse Flair vs Foley,foi um combate brutal.

  4. Saudades dos DX e do Edge

  5. Excelente artigo, este espaço é o meu favorito. Vou ver o combate de duplas pois me deu curiosidade.

  6. Neste PPV gostei muito do I Quit e do ME. O quanto eu “markei” quando os DX venceram os McMahons 😀 O Chavo/Mysterio e o Booker/Batista foram decentes, o Hogan/Orton foi o que se esperava e o Extreme Rules teve muitos “botches”.

    Foi um bom PPV. Tal como tu disseste 6/10

  7. Marques9 anos

    “Os dois sangram bastante, especialmente o Flair.”- Não me acredito… Não estava nada à espera…

  8. you cant see me9 anos

    Excelente artigo Rúben.
    Eu ainda não via wrestling em 2006 mas pelo que já disseste até agora foi um ano e pêras. Eu também não vi o ppv mas pelo que disseste foi muito bom.

  9. hhh9 anos

    Ruben podes fazer em video de novo?