Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, onde assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como “wrestling mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.
Queria começar por pedir desculpa pela minha falta de artigos nas últimas semanas, mas por motivos escolares o meu tempo tem sido limitado. Mas aqui estou pois o pior já passou. No artigo desta semana, irei analisar o Armageddon de 2006, um PPV apresentado pela SmackDown. Vou analisar este PPV, pois é o último evento deste ano e que possui um card interessante, onde muitas rivalidades encontram o seu fim, mesmo antes do final do ano. O Main Event é um Tag Team Match, onde John Cena, o campeão da WWE e da Raw, vem até a um PPV da SmackDown, ajudar Batista, o campeão Mundial, a defrontar King Booker, o ex-campeão, e Finlay. Os outros combates relevantes é o Last Ride Match, entre Undertaker e Mr.Kennedy e o Inferno Match entre MVP e Kane. Estes dois combates foram marcados com o propósito de terminar estas 2 storylines que já existiam à algum tempo. Uma coisa interessante, é que este PPV foi promovido como tendo um Triple Main Event (com estes 3 combates).
Mas claro que essa conversa caí por terra, pois o Opener da noite é o Inferno Match entre o MVP e Kane. Montel Vontavios Porter estreou-se na WWE no No Mercy deste mesmo ano. Ele falava demais e auto promovia-se demasiado, mas enfrentava jobbers. Numa certa altura, MVP pediu ao GM da SmackDown, Teddy Long, que lhe desse competição a sério. Kane foi a sentença de MVP. Contudo, o recém chegado surpreendeu tudo e todos ao vencer o Kane em combates Street Fight e Jaula, mas tendo ajuda de Mr.Kennedy para o fazer. Assim, Teddy Long marca um combate Inferno para que MVP pare de receber ajudas e mostre realmente o que vale. Para ser sincero, nunca gostei deste tipo de combate. Os lutadores estão mais preocupados em não se queimar até ao fim do combate, que se esquecem que estão num. Ainda bem que este combate não demorou demasiado tempo. A história do combate, é que MVP fugia praticamente o tempo todo, enquanto que Kane o atacava violentamente. MVP teve ofensiva, mas acho que ninguém acreditava que ele pudesse vencer aqui. O Kane vence após 8 minutos de combate, quando faz com que o fato de ringue do MVP pegue fogo. O rookie fica ainda 10 segundos a arder até que o fogo é apagado com extintores. Combate medíocre, mas já era de esperar. O público estava entusiasmado, ao menos isso. O JBL foi ouro neste combate nos comentários, mas ele praticamente o era durante esta altura na SmackDown.
No Backstage, Teddy Long fala com as suas Divas e diz que mais tarde no PPV teremos um concurso de lingerie promovido pelo Pai Natal. Sim, tinha-me esquecido que a WWE nesta altura ainda fazia destas coisas. Mas já lá vamos.
O próximo combate é pelos títulos de Tag Team da WWE. Londo & Kendrick são campeões desde Maio e enfrentam William Regal e Dave Taylor. Este combate, no papel, tem tudo para ser muito bom. Porém, Teddy Long aparece e diz que está com o espírito natalício e anuncia que o combate vai passar a ser um 4-Way Ladder Match. As duas equipas que são adicionadas ao combate são os Hardy Boys e os MNM, que se encontravam em feud na altura. Este combate tem muito que se lhe diga. Primeiro que tudo, porque raio é que este combate não foi anunciado semanas antes do PPV? A WWE poderia ter vendido mais PPVs se este combate tivesse sido promovido. Mas não, a WWE decide inventar à última da hora. Boa decisão, mas zero promoção. O combate em si foi muito bom, tendo bastante violência á mistura. Demasiada violência, pois uma das piores lesões que eu já vi ocorreu neste combate. Este é o famoso combate onde Joey Mercury parte o seu nariz de forma feia, depois de levar com um escadote na cara, depois de uma manobra dos Hardys. Assim, Nitro fica a maior parte do combate como o único membro da sua equipa. Os Hardys e os campeões foram as estrelas do combate, com manobras de alto risco durante quase todos os momentos. Os britânicos adicionaram ao combate com as suas manobras mais técnicas e de maior impacto. No final, London & Kendrick mantêm os títulos.
Agora temos um combate que, vai-se lá saber porquê, encontrou o seu caminho para este card. The Miz vs The Boogeyman. O senhor Boogey já tinha aparecido em PPVs deste ano, como a Wrestlemania, e a sua personagem é muito simples: ele come minhocas, é super estranho e medonho e se ele te vencer, partilha as minhocas que tem contigo. Tipo simpático. Já The Miz todos conhecemos, mas nesta altura, ele ainda era muito “verde” e ninguém queria saber dele. Ele era quase como um jobber. Este combate é curto, uma valente porcaria e o Boogeyman ganha.
O próximo combate é pelo título dos EUA. Chris Benoit defende novamente contra Chavo Guerrero. Deste o embate dos dois no Survivor Series, Vickie acusou Benoit de a magoar de propósito no anterior embate. A história para este combate é que Vickie estava mais determinada que nunca em fazer com que Benoit perde-se o título. Este combate foi basicamente o mesmo do Survivor Series, mas com a vantagem de ter mais tempo. Assim, os dois puderam fazer um combate bastante bom e competitivo. Vickie tenta interferir, mas Benoit assusta-a e nada acaba por acontecer. O campeão vence Chavo por submissão, depois de um Sharpshooter.
O seguinte embate é pelo título Cruiseweight. Gregory Helms, o campeão, contra Jimmy Wang Yang. Acho que ainda não tive oportunidade de falar da personagem do Sr. Yang. Ele era um texano cowboy, mas de descendência asiática. E é basicamente isto. Gregory Helms não ganhou nada em termos de personagem desde que ganhou o título em Janeiro, sendo apenas mais um Heel. Porém, acho que estes dois wrestlers sempre tiveram alguma química. Mas, o público não se interessou muito por este combate. No final, este combate foi razoável, com Helms a manter o título através de batota.
Agora temos o Semi-Main Event, o Last Ride Match. Mr.Kennedy tinha sido encostado a um canto, depois de Teddy Long ter anunciado este combate. Ao contrário de MVP, Kennedy foi construído como não tendo medo do Taker, e fazia acreditar que este combate não eram favas contadas. O combate Last Ride é uma estipulação que foi criada em 2004, onde o objectivo é por o oponente dentro de um carro de funerária e depois conduzir o carro até uma linha no chão. É basicamente um Ambulance Match, mais coisa menos coisa. Este foi o último combate deste tipo, já que a ideia foi tão boa. Este é o típico combate do Taker contra um heel. No principio, o Deadman leva a melhor, mas com o passar do tempo o heel controla até aos momentos finais. O ponto alto deste combate, é quando Taker e Kennedy sobem até ao topo do Set do PPV e Kennedy atira o Deadman do topo para o chão. Grande spot, mas as repetições estragam tudo ao mostrar que o Taker caiu num colchão. E ainda mais estranho é que o Taker recupera e numa reviravolta vence Kennedy, dando por encerrado a feud entre os dois. Foi um bom combate, mas a Gimmick é uma péssima ideia, na minha opinião, e o Kennedy merecia mais neste final de feud.
Antes do Main Event, temos o concurso entre as Divas. Vou ser muito curto pois este segmento não merece tirar tanto tempo de mim. O Pai Natal aparece, com um sotaque estranho, apresenta as Divas (Kristal, Jillian Hall, Layla e Ashley), elas tiram a roupa e dançam uns segundos (algumas dançam, outras nem sei), o público escolhe a Ashley como vencedora e as Faces dançam com o Pai Natal para terminar o segmento. Momento que não interessa nem ao menino Jesus. A WWE tinha este problema de fazer isto com as Divas e desperdiçava o talento delas e o nosso tempo. E se vamos analisar isto de maneira séria, a vencedora nunca poderia ser a Ashley. A única razão da sua vitória é o facto de no ano seguinte pousar para a Playboy. Ela foi a pior das 4. Pointless
Agora temos o último combate da noite, ou seja, o Tag Team Match. O tipo mais popular dos 4 é o Cena, e ele nem faz parte da SmackDown. Outra coisa interessante é o facto de o Cena ter o apoio de grande parte do público neste noite. Este combate tinha 4 wrestlers over e capazes, mas acho que não foi dado tempo suficiente. Este Main Event nem teve 12 minutos. Se tivessem eliminado o segmento das Divas, este combate podia ter ido até aos 20 e poderíamos estar a falar num grande embate. Os 4 esforçaram-se e pareciam em forma, mas para o que eles queriam mostrar, o tempo dado nunca era o suficiente. Assim, tudo o que eles queriam fazer parecia apressado. A equipa dos campeões ganha sem grande espanto e os dois terminam celebrando para terminar o PPV.
Concluindo, este PPV acaba por ser bom, mas não tendo nada de realmente especial, excepto o Ladder Match. Este foi claramente o combate da noite. O combate entre o Benoit vs Chavo foi bastante bom e dois dos Main Events foram bons, sendo que um deles devia ter tido mais tempo. Os pontos mais negativos do evento é o Inferno Match e o Concurso das Divas. Se tivesse que dar uma classificação de 1 a 10, daria um 6.5. Da minha parte é tudo, até uma próxima que todos entrem com o pé direito em 2016. Boas Entradas!
6 Comentários
O The Bottom Line é o meu artigo favorito do site, pena que agora tens feito poucos, mas adoro sempre ler estes artigos, espero que agora faças mais é sempre interessante saber o que outras pessoas pensavam sobre a WWE quase na mesma altura em que eu comecei a ver.
Obrigado pelas palavras. Realmente outros assuntos mais importantes têm ocupado o meu tempo, mas penso que Janeiro será pacífico e poderei trazer a regularidade de outros tempos
Excelente artigo, na minha opinião, esse foi um PPV com nota 5 de 1 a 10, valeu mais pelo combate de Escadote e pelo combate entre o Benoit e o Chavo, Mr. Kennedy vs. Taker foi bom, mas, a eu ver podia ter sido melhor. O main-event não foi nada de mais, assim como o combate pelo título de Pesos-Leves. De resto, o Inferno Match desiludiu e o concurso de Divas era o que a WWE nos oferecia na altura.
Adoro esse artigo, é bom para ver que antigamente aconteciam várias coisas ruins e parvas e não eram como “As 7 maravilhas” que tanto falam.
Lembro-me de ter visto este PPV na Sic Radical, quando o Teddy disse que ia haver um ladder match fiquei em extase, London e Kendrick das melhores equipas da WWE
Na minha opinião, uma das melhores dos últimos 10 anos de WWE