Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, onde assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como “wrestling mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.
No artigo desta semana vou analisar o PPV One Night Stand de 2007. Decidi não analisar o Judgment Day, pois muitos dos combates repetem-se neste card (os mais importantes) e o card num todo não me interessava muito. As duas anteriores edições do One Night Stand tinham um clima de ECW dos anos 90 e revelaram ser um sucesso. Na edição deste ano, ocorreram várias mudanças. Realizado agora fora do Hammerstein Ballroom, todos os combates têm uma estipulação e é considerado apenas mais um PPV, com lutadores da Raw e SmackDown a terem o maior destaque. A única coisa que é mantida é mesmo o nome do evento.
Este PPV construi-se à volta de 3 combates. O Main Event é um Falls Count Anywhere Match entre John Cena e The Great Khali. Após o Backlash, o GM da Raw tenta decider-se sobre quem irá ser o novo nº1 Contender pelo título da WWE. Edge, HBK e Orton são os nomes que se chegam à frente mas, misteriosamente, são todos atacados por um desconhecido. Acaba-se por descobrir que Khali era o responsável e o gigante vence Michaels num combate para se tornar no nº1 Contender. No Judgment Day, Cena vence o Khali com um STFU, fazendo-o desistir. Porém, nas repetições, é possível de se ver que o pé do Khali estava debaixo de uma das cordas e que a vitória era “ilegal”. É então marcado um rematch no One Night Stand, agora num Falls Count Anywhere.
Na SmackDown, muita coisa aconteceu desde o Backlash. Após o Last Man Standing, é marcado um combate de jaula entre Batista e Undertaker pelo título mundial. Não existe vencedor, pois ambos escaparam da jaula ao mesmo tempo. Após o combate, Mark Henry faz um regresso surpresa e ataca o Undertaker, deixando-o lesionado e a sangrar. Mas se isto não era suficiente, Edge aparece logo de seguida com a mala Money in the Bank. Mas como é isto possível? Bem, voltemos um pouco atrás. Mr. Kennedy foi incentivado pelo Edge para apostar a sua mala num combate contra ele. Edge ganha a mala de Kennedy depois de o atacar antes do combate. Agora com a mala e vendo uma oportunidade, Edge faz o cash in, aplica um Spear no Taker e ganha o título Mundial e muda-se para a SmackDown. No Judgment Day, Edge vence um Batista que não se encontrava a 100% para manter o título. Batista torna-se no nº1 Contender novamente ao vencer um Fatal Four Way. É marcado um combate de jaula entre os dois para o PPV.
Por fim, temos um Extreme Rules pelo título da ECW. Após ganhar o título, Vince Mcmahon continuava a ir à Raw e principalmente à ECW, gozar com toda a tradição da companhia extreme. Lashley usa a sua cláusula de rematch e é marcado novamente um Handicap 1 vs 3 no Jugdment Day. Lashley vence rapidamente esse combate, fazendo o pin no Shane Mcmahon. Todos pensam que Bobby recuperou o título, até que Vince revela que que o Lashley ganhou o combate, mas não o título, pois não foi ele que sofreu o Pinfall. Após o Jugdment Day, Vince faz com que Lashley entre num combate Gauntlet de 4 combates. Se ele ganha-se todos, ele voltaria a tornar-se no nº1 Contender, com a diferença de que seria apenas ele contra o Vince. O combate torna-se num Extreme Rules para que Vince tenha a certeza de que Shane e Umaga ainda possam interferir. Vamos então á análise do PPV!
Após o promo package inicial, o Pay Per View começa. O primeiro combate da noite é entre Randy Orton e Rob Van Dam. Após o Backlash, os Rated RKO acabaram. Randy, ainda na Raw, começou a mudar a sua personagem lentamente. Após sofrer uma tareia do Great Khali, Shawn Michaels encontrava-se bastante lesionado. Randy sabendo disto, desafia Michaels para um combate no Judgment Day. HBK aceita e no evento, antes do combate, Orton ataca Shawn, lesionando-o ainda mais. Mesmo assim, HBK queria prosseguir com a realização do combate. Quando o tal combate começa, Michaels ainda se aguenta, mas a sua lesão é tão grande que o árbitro põe fim ao combate. Orton ataca Shawn violentamente após o combate. HBK, com a sua mulher em lágrimas é levado numa maca e um Orton sem remorsos olhava com ar de louco. Aqui começava a personagem de “Viper” do Randy.
Nas edições seguintes da Raw, Orton continuou o seu percurso, tendo feito outra vítima, neste caso o Rob Van Dam. RVD desafia então Randy para um combate de maca no One Night Stand. A história é que o RVD tem um traumatismo e mesmo assim vai lutar no combate. Gosto do storytelling do combate, pois o Orton concentra-se na lesão de RVD, enquanto este ganha vantagem devido ao facto de o Randy achar que já ganhou. No final, RVD ganha o combate, ao conseguir levar o Orton na maca até à linha na rampa, no que foi um bom combate. Após o combate, Orton ataca RVD, aplicando talvez o primeiro Punt Kick de sempre e um grande DDT fora do ringue. Isto foi escrito para RVD sair da WWE, visto que o contrato dele estava a terminar. Boa maneira de começar o evento, continuando o build up de uma das melhores personagens deste ano.
No backstage, o campeão da ECW, Vince Mcmahon fala com o seu filho Shane. Ele diz que tem um pressentimento de que algo de mal lhe vai acontecer. Para vocês leitores, ele não se refere só ao seu combate com o Lashley. Mais sobre isso num artigo futuro.
O próximo combate é um 6-man Tag Team de mesas. The New Breed, composto por Elijah Burke, Matt Striker e Marcus Cor Von enfrentavam CM Punk, Tommy Dreamer e o Sandman. CM Punk faz um heel turn falso quando decide juntar-se aos New Breed. Porém, na semana seguinte é dado a entender que o Punk só se juntou para destruir a Stable por dentro. Assim que Burke, o líder, se apercebe disso, um combate entre os dois é marcado para o Judgement Day. Punk vence e junta-se à causa dos ECW Originals de se livrarem da New Breed, com este combate de mesas a ser marcado. Este combate começa com os lutadores a comportarem-se como se fosse um combate normal. Mas que raio? É um combate de mesas! O final do combate acontece quando Punk aplica um superplex em Striker que atravessa uma mesa com o Burke já lá deitado. Combate decente onde nada de relevante aconteceu. Os New Breed já não iriam durar muitas mais semanas.
No Backstage, Orton encontra Edge, o campeão Mundial. Randy avisa Edge para ter cuidado, pois no draft ele poderá ir parar à SmackDown. Está é aquela altura do ano onde o draft acontecia. Segmento sem grande importância.
Os títulos mundiais de Tag Team estão em jogo de seguida: Hardy Boys defendem contra The World’s Greatest Tag Team (Shelton Benjamin e Charlie Hass) num Ladder Match. Não existe grande build up aqui. A equipa do Shelton e do Hass são nomeados nº1 contenders, com Trevor e Murdoch a acharem que deviam ter sido eles os nomeados. O combate é bastante bom, o que já se esperava. Mas podia ter sido melhor, pois alguns botches aconteceram. Os Hardys mantém os títulos depois de Matt deixar cair Shelton do escadote e Jeff aplicar um Swanton Bomb no Hass.
No backstage, o Khali dá uma entrevista (ou tenta) e afirma que o Cena não sabe o que o espera mais logo. Nem eu queria acreditar que isto foi um Main Event, 2 PPVs de seguida.
O nosso próximo embate é o combate Lumberjack entre Mark Henry e Kane. Não sou fã do Henry nesta altura. Aliás, só me tornei fã dele em 2011, depois da sua construção para o World Title. Não sou fã dele na Nation of Domination, nem do Sexual Chocolate, nem do World Strongest Man de 2006, nem agora como o Silverback (isto não quer dizer que lhe estão a chamar gorila?). Apesar de uma nova alcunha, a sua personagem não mudou. E ele só está a combater com o Kane para encher chouriço. Fazia mais sentido um Henry vs Benoit, pois se não me engano, os dois até estavam às torras no SmackDown por volta desta altura. O Benoit simplesmente é um dos Lumberjacks, tal como o atual campeão intercontinental, Santino Marella. O combate é o que se esperava, ou seja, é mau. O Henry vence com um Bearhug (wait, what?) e o árbitro manda soar a campainha.
Num dos balneários, médicos estão a fazer um check up nas duas equipas que participaram no Ladder Match. The WGTT queixam-se que teriam ganho num combate de wrestling, o que irrita os Hardys, e as equipas começam a discutir. Pena que não tenham continuado esta rivalidade.
Agora temos o combate pelo título mundial da ECW. O Umaga devia de ter sido o campeão nesta storyline. A única coisa boa disto tudo foram os segmentos do Vince, mas isso ele conseguia fazer sem precisar de ser o campeão. Isto é um combate Extreme Rules e graças a isso Shane e Umaga interferem à vontade. O combate comça, e Lashley consegue atacar Umaga de surpresa com um dive para fora do ringue. Os números eventualmente ajudam o Vince a ganhar vantagem. O Lashley consegue ofensiva com base nos erros do adversário. O final do combate acontece quando Shane falha o Coast to Coast, atingindo o Umaga, e Lashley aplica o Spear no Shane e no Vince para conquistar o título da ECW. Para ser sincero, este combate foi aborrecido. Foi uma repetição dos outros dois combates e não trouxe nada de novo. E a vitória do Lashley já se esperava.
Agora temos um Pudding Match entre Candice Michelle e Melina? Sim, é verdade. Um combate de Pudim, pelo menos é assim que eu quero traduzir isto. Eu nem vou tentar explicar o que acontece aqui. São duas mulheres, super atraentes, a lutarem numa piscina de pudim. Quem ganha? Não interessa. É bonito de se ver? Talvez, mas não pertence aqui. Next!
De seguida temos o combate Steel Cage pelo título mundial: Edge vs Batista. Quando o combate começa, Edge tenta logo desesperadamente escapar da jaula, mesmo à heel. Durante algum tempo é isto que temos, o Batista a atacar o Edge e este a tentar fugir desesperadamente. Bom storytelling de início. O problema é o resto do combate, que parece um pouco perdido. O final do combate ocorre quando Edge e Batista se encontram no meio do ringue depois de o Edge atingir a genitália de Batista por duas vezes. Edge sobe a jaula e Batista rasteja para a porta. Batista ainda chega primeiro, mas são as suas mãos que tocam no chão e não os pés. Edge consegue sair primeiro da jaula e ganha o combate, escapando de boa. Este combate foi um pouco desapontante. Não foi mau, mas também não se pode dizer que tenha sido bom. Parecia que os dois não estavam nos seus dias. Foi decente e o Edge mantém, o que é a escolha certa.
Chega então a altura do Main Event. John Cena defende o título da WWE contra The Great Khali num Falls Count Anywhere. A credibilidade do Khali já não é a mesma depois de desistir no Judgment Day. O combate é o que se esperava. O Cena leva porrada o combate todo, conseguindo só um pouco de ofensiva quando o combate muda-se para fora do ringue. O final acontece quando o Cena aplica o FU ao Khali em cima de um dos camiões que estão ao pé da rampa e o gigante atinge o chão de uma grande altura. Depois de 10 minutos de combate, isto é o suficiente para o Cena vencer e manter o título. Quem é que achou que isto era uma boa ideia? Apesar de tudo, o Cena salvou um combate que podia ter sido pior. Não foi melhor que o combate de jaula, mas mesmo assim foi decente. Final de PPV que sabe a pouco.
Concluindo, acho que este PPV não é lá muito bom. O único combate bom e que recomendo é o ladder match. Os verdadeiros combates principais não foram maus, mas também não foram nada de especial. Evitem a todo o custo o Henry vs Kane e o combate do pudim. Se tivesse que atribuir uma classificação de 1 a 10, daria um 5. Esperemos que o próximo seja melhor. Da minha parte é tudo, espero que tenham gostado. Até uma próxima oportunidade!
1 Comentário
Esse ano de 2007 foi bem negro para a WWE na minha opinião. A única coisa que se salvou nesse PPV foi a construção do Orton, porém teria feito ele vencer o combate. Essas Storylines mais sérias seriam muito bem vindas hoje em dia, apesar de eu prefirir o produto de hoje ao de 10 anos atrás.