Olá, rapaziada! Estamos de novo numa Terça-Feira e isso equivale a mais uma edição do vosso People’s Elbow. Desta vez, o assunto do dia é o nosso amigo Dolph Ziggler. Pois é, eu sei que é impossível alguém ficar indiferente ao trabalho que este loiro tem feito ao longo de todos estes anos, por isso é dele que vou falar neste artigo. Vou passar em retrospectiva alguns momentos essenciais da sua carreira e tentar imaginar o que mais poderá acontecer-lhe dentro da WWE. Com isto dito, apresento-vos o artigo desta semana!
Nicholas Theodore Nemeth (Cleveland-Ohio, 27 de Julho de 1980), mais conhecido como Dolph Ziggler, foi contratado pela WWE em 2004, lutando no território de desenvolvimento até 2005. Nesse ano, ele foi promovido ao plantel principal da Raw, como ajudante de Chavo Guerrero, a quem tinha sido transmitida uma nova personagem que, motivada pela morte do tio, durou pouco. Com isso, Dolph retornou aos territórios de desenvolvimento, onde se uniu ao grupo Spirit Squad, que se estreou na Raw em Janeiro de 2006, conquistando o campeonato mundial de duplas. Em Novembro, foi para a OVW, e em Setembro de 2007, foi transferido para a FCW. Ele voltou à Raw como Dolph Ziggler um ano depois e, em Abril do ano seguinte, mudou-se para a SmackDown onde, em Julho, ganhou o título intercontinental e perdeu-o em Janeiro de 2011.
A 15 de Fevereiro de 2011, esteve com o campeonato mundial de pesos pesados durante 10 minutos! Ele regressou à Raw em Março, vencendo o campeonato dos EUA. No inicio de 2013, ele ganhou o seu segundo (para muitos de nós fãs o primeiro) campeonato mundial dos pesos pesados. Colocados os dados na mesa, vou expandir todas estas situações da vida desportiva de Dolph com as minhas opiniões e, de seguida, observar quão pavimentado está o caminho que ele ainda irá percorrer na empresa que representa.
Dolph foi contratado pela World Wrestling Entertainment em 2004 e mandado para o território de desenvolvimento OVW, estreando-se como Nick Nemeth. Ele manteve uma rivalidade com Paul Burchill e desafiou, sem sucesso, o campeão, perdendo uma luta pelo título, a 12 de Agosto de 2005. Logo depois, foi promovido para o elenco da Raw, fazendo a sua estreia televisiva no Heat, a 19 de Setembro de 2005, como caddy do golfista Chavo Guerrero (ou Kerwin White). Após a morte de Eddie Guerrero, Chavo abandonou a personagem e Nemeth, após alguns meses em combates fora da TV, voltou para a OVW. É essa parceria ao lado de Chavo que vou explorar um pouco mais.
O surgimento no main roster deste jovem lutador deu-se junto de Chavo Guerrero, que tem 10 anos a mais que Dolph e que, por esses tempos, tinha a chance de se desligar um pouco do sobrenome que carrega (e do seu tio, claro está). Kerwin White, golfista cheio de dinheiro, era o desafio que esperava Chavo e, como qualquer praticante desse desporto, precisava dum caddy que lhe preparasse e organizasse o saco de jogo com os tacos. Dolph, nessa altura com o seu nome verdadeiro, foi designado para essa função e, para além de empregado, competia ao lado do patrão quando era preciso. O triste acontecimento ocorrido em Novembro de 2005 ditou um final abrupto de gimnick e storyline para Chavo e Dolph.
Logicamente, Chavo não estaria nas melhores condições psíquicas após perder o tio de quem era tão próximo e Dolph foi levado pela corrente. Mesmo que o objectivo tenha sido dar a oportunidade a Chavo de se distanciar da sombra do seu familiar e começar uma nova etapa da sua carreira, Dolph podia ter desenvolvido as suas capacidades ao longo dessa experiência com um profissional experiente e competente e, quem sabe, teria demonstrado logo por essa altura toda a sua valia, ainda que num papel secundário. Por outro lado, com as ideias iniciais a serem deixadas para trás, Dolph, na casa dos 20 anos, ganhava tempo e espaço para se reinventar e melhorar o que quer que tivesse de fazê-lo.
Não sabemos como poderia ter terminado a ligação a Chavo se este não tivesse posto de lado a nova personagem por causa do infortúnio de Eddie. A WWE apostava nele para acompanhar o membro duma das maiores famílias da luta livre e esse investimento tinha de correr bem. Se Dolph falhasse, ele e Chavo podiam ser rejeitados para sempre. Já imaginaram este mundo do wrestling sem Dolph? Tanto podia ter corrido bem como mal, não saberemos. Do meu ponto de vista, teria sido interessante que essa história se prolongasse e que a equipa pudesse ter dado os seus frutos, mas os desígnios da vida foram mais fortes.
No final de 2005, tornou-se parte da facção Spirit Squad, cinco cheer leaders masculinos, adoptando o nome Nicky. Em Janeiro de 2006, o grupo estreou-se na WWE, aparecendo na Raw e envolvendo-se na rivalidade de Vince McMahon com HBK e lutando na divisão de duplas, onde ganharam o campeonato mundial. Separaram-se na Raw de 27 de Novembro e voltaram para o território de desenvolvimento.
Quanto a mim, apesar do contacto com o boss Vince McMahon e os DX, nenhum dos elementos da claque saiu credibilizado passados esses meses. Vince contratou os Spirit Squad para atacar HBK com o intuito de retomar os DX e não para promover qualquer desses novos rostos. HBK não era já nenhum garoto com a vitalidade necessária para meter no bolso 5 rapazes joviais mas com a ajuda do seu companheiro de equipa HHH a coisa podia mudar de rumo.
A partir daí, foi um enxoval de pancadaria e humilhação para os lacaios de Vince em lutas e segmentos de bastidores. Os Spirit Squad passaram dum 5 para 1 em que conseguiam mostrar domínio sobre ninguém menos que HBK para um 5 para 2 em que os DX sobressaíram. Os SS serviam para divertir a equipa adversária e acabavam sempre embaraçados e vencidos em combates desiguais. Isso não ajudou a catapultar nenhum deles e se hoje conhecemos Dolph e Mike Mondo não foi graças a esta equipa (já de si com gimnick patética), pelo menos não pelas melhores razões.
Regressou à Raw a 15 de Setembro de 2008, apresentando-se nos bastidores como Dolph Ziggler. A 10 de Outubro, foi suspenso por um mês após violar a política anti-drogas da WWE pela primeira vez. A 15 de Abril de 2009, foi transferido para a SmackDown, onde começou um relacionamento com a diva Maria. Simultaneamente, ele começou uma rivalidade com o campeão intercontinental Rey Misteryo. Foi nessa feud que começou a mostrar todo o seu potencial e devia ter saído campeão.
Dolph começava a conquistar o público com os seus maneirismos e com a tremenda habilidade em ringue, evidenciando-se pelo seu sell e permitindo bons combates a lutadores que geralmente não são tão bons quanto o desejável. O que faltava era umas promos melhor construídos e nisso nem Maria por perto conseguia ajudá-lo. Em Junho, Vickie passou a acompanhá-lo nas suas lutas e ela sim fez muito por Dolph e prestou-lhe o apoio necessário à conquista do campeonato intercontinental pela primeira vez. Nas gravações da SmackDown de 4 de Janeiro, perdeu o Campeonato Intercontinental para Kofi Kingston após um reinado de cinco meses. Na mesma noite, tornou-se desafiante pelo campeonato mundial dos pesos pesados. Com Vickie, ao se fechar uma porta abria-se uma janela ou, neste caso, o contrário, dada a disparidade de valor e dimensão que é concedida aos títulos mundiais e aos restantes.
Dolph parecia lançado para o passo seguinte, daí ter perdido o título intercontinental e logo depois tido a oportunidade de ser candidato a um título maior. Com a general manager da SD do seu lado, Dolph estava traçado para destinos grandiosos. A 4 de Fevereiro, Vickie baniu o spear, movimento de finalização do campeão Edge, e se este o usasse, o título seria dado a Dolph. Na Raw de 14 de Fevereiro, Vickie anunciou que Edge havia perdido o título por ter usado esse movimento ilegal e que Dolph Ziggler seria o novo campeão, dando-lhe o título mais tarde na SmackDown. Naquela noite, Edge derrotou Dolph Ziggler numa desforra e o primeiro reinado deste último durou 11 minutos. Para mim, Dolph não chegou a deter o título. Prefiro pensar assim:
Vickie era a general manager da SmackDown e a responsável por Dolph, logo, com tanto poder, criou regras e lançou suspeitas contra Edge com o único propósito do campeonato mundial de pesos pesados ir directo para Dolph. Foi mais um roubo do cinturão e entrega nos ombros de Dolph do que uma vitória deste sobre Edge e isso caiu mal em muita gente. Não que Edge tenha sido dos superstars mais beneficiados no que a qualidade de reinados diz respeito, mas isto foi um ultraje para a imagem de Dolph e beliscou Vickie enquanto heel que faz batota para proveito dos seus. Teria tido muito mais graça terem ido com isso avante e que Edge prosseguisse no sentido contra a injustiça do que aquilo que aconteceu em 11 minutos. Dolph desenvolveria um ódio na plateia e Vickie potenciaria um estatuto de intocável dentro da brand. Até Edge seria mais apoiado, pois as pessoas identificam-no melhor como heel, e podia ter subido mais uns degraus como face.
Na Raw de 30 de Maio, Dolph Ziggler derrotou o campeão dos EUA Kofi Kingston, o que os levou a uma luta com o título em jogo no Capitol Punishment, da qual Dolph saiu vencedor. Perdeu o seu título para Zack Ryder, no TLC. No MITB 2012, conquistou a mala com um contrato que lhe garantia uma luta pelo campeonato mundial de pesos pesados. Com a mala na sua posse, Dolph não se revelou ameaçador e todas as suas tentativas de cobrar a sua oportunidade saíam furadas. Julgou-se até que Dolph perderia a mala em algum combate com estipulação ou que não conquistasse o ouro quando o cash in fosse realizado, isto é, as expectativas não eram abonatórias. Apesar de ter nas suas mãos uma arma pronta a ser usada, não saiu nada galvanizado da situação nem credibilizado. Ter uma mala na mão ou não ter era a mesma coisa, nada mudou quanto ao modo de tratamento que recebia dos guionistas. Em vez de o libertarem e deixarem o homem brilhar, juntaram-no a AJ e a Big E Langston. Não sou contra esse casal e respectivo guarda costas, mas ao menos que isso não interferisse no desenrolar da história da mala pelo cinto de pesos pesados.
Na Wrestlemania 29, Dolph e Langston receberam uma disputa pelo campeonato de duplas, sendo derrotados. Onde é que já se viu um lutador com um objecto que lhe entrega o main event nas mãos ser desperdiçado e colocado num embate que se sabia de antemão que ia perder? É que o mantiveram ocupado duma maneira que não tem nada a ver com um mr MITB. Porém, esta história cheia de sobressaltos e atalhos dispensáveis teve o final há muito esperado. Na Raw, usou o seu contrato contra Alberto del Rio, conquistando o campeonato mundial dos pesos pesados. Infelizmente, sofreu uma concussão nas gravações duma SD e foi retirado de lutas pela defesa do cinturão.
Aqui entrou o azar depois de tamanha alegria com a recente vitória. São situações que a WWE não pode controlar por muito que se esforce na protecção física dos seus empregados, contudo, lidou bem com ela. Digo isto mesmo sabendo que no Payback Dolph perdeu o título para Alberto del Rio. A incrédula mudança de título permitiu um double turn ocasionado durante o combate e que, para os mais cépticos, se concretizou na Raw seguinte. Alberto del Rio atacou bastante a cabeça de Dolph e acabou por ganhar o combate sem usar o seu tradicional golpe de submissão, tirando vantagem dum Dolph muito desgastado e dorido. Alberto saiu do ringue sob vaias e Dolph com aplausos e cânticos ao seu nome.
Pareceu-me uma boa medida por parte da companhia, embora eu goste de Alberto a face esta foi a ocasião encontrada para fazer o turn no Dolph, que a audiência pedia há dois anos. Creio que a alteração em Alberto foi precipitada mas necessária para que Dolph virasse face. Tudo ocorreu naturalmente e eu gostei, não se inventou nada mais que um confronto em que o face se disfarçou para aproveitar a fraqueza do heel e o heel massacrado virou a vítima e adensou a ligação emocional com o público. Após este turn, Dolph terminou o relacionamento com AJ.
Aposto que foi o melhor a fazer, porque AJ está num magnífico momento como vilã e como campeã das divas e Langston, embora tenha perfil para face, não podia abandonar AJ. Ainda bem que a WWE não cometeu a estupidez de deixá-lo com Dolph, a altura deste seguir a solo vem sendo pedida desde os tempos com Vickie. Dolph nunca esteve sozinho, pois quando deixou a viúva de Eddie fê-lo por troca com a AJ, quando o que deveria ter acontecido era Vickie focar-se só em Jack Swagger e permitir que Dolph seguisse a sua vida. No combate que determinou quem ficaria com Vickie do seu lado, Jack deveria ter ganho porque precisava mais e Dolph estava pronto a abandonar o ninho.
Com 33 anos, Dolph tem de parar de ser mal tratado pelo booking antes que seja tarde. Eu não sei qual é o divertimento em empurrarem-no constantemente para trás de outros e nunca o deixarem agarrar o main event como deve ser e que é onde ele pertence. Dolph dá tudo o que tem rodeado por aquelas cordas, será preciso ficar um farrapo para que lhe deêm um lugar de destaque? Ele vende incrivelmente as manobras, transforma um wrestler medíocre num “king for a day”, trabalha com qualquer um, magoa-se para tornar tudo mais realista etc.
Tem sido acompanhado por músicas de entrada muito a par da sua personalidade, tem o look (pois é, vai ter de continuar a pintar o cabelo hehehe), tem uma entrada brutal em cena, apresenta um carisma fora do vulgar, tem taunts regulares (como aquela de passar as mãos pelo cabelo e sacudir para cima dos adversários) etc. Tem, sobretudo, um enorme espírito de sacrifício e uma grande vontade de progredir e subir até lá acima. Basta que o deixem e que ponham fim a esses joguetes que têm feito com ele.
Dolph não pode ser a bitch dos main eventers consolidados, pois assim não terá o build up necessário quando chegar ao seu destino. Não se credibiliza ninguém com sucessões de derrotas ou feuds perdidas. Dolph oferece grandes combates para no final do dia não ver esse esforço recompensado. Depois duma união que não foi para a frente, duma claque pouco convincente e dum piscar de olhos de 11 minutos ao campeonato mundial de pesos pesados, Dolph merece ser durante os próximos tempos um grande face e andar envolvido pelos títulos máximos, ele que foi um soberbo representando dos títulos de mid card.
Deêm-lhe também a confiança que lhe falta e não o lancem para histórias menores para empatar tempo se porventura não vier a ser um campeão à altura das exigências, o que eu duvido. É que para isso bastou o tempo que passou no mid card-main event, em que saía por baixo duma feud main event e ganhava, em compensação, uma mid card, ostentando campeonatos mid card de forma satisfatória mas nunca tendo o mesmo desígnio com os títulos superiores. Se a desculpa para isso são as promos fracas, parece-me que quem passa anos junto a managers aprende qualquer coisa e desenvolve atributos.
Dolph melhorou o suficiente nesses termos para que passe a andar sozinho e de preferência na contenda pelo ouro. Em relação ao finisher, considerado o ponto fraco do arsenal de técnicas in ring, eu sou apreciador dele, desde que quem o sofre o venda razoavelmente. Quando assim é, a queda de costas parece ser eficaz para o pin. Se tiver de mudar, tem signature moves que podem ascender a finishing moves, como o super kick e o leg drop bulldog. Bem pessoal, longo texto este! Quero-me despedir com alguns factos da sua vida pessoal e carreira na luta amadora. O meu obrigado a quem ler tudo, espero que esteja do vosso agrado!
Até para a semana!
É fã de pro-wrestling desde os cinco anos de idade, decidindo ser um lutador aos 12 anos. Formou-se na universidade de Kent, em Ciências Políticas. Antes de ser testado na WWE, ele morava em Phoenix, Arizona, e havia sido aceite na faculdade de direito da Universidade do Estado do Arizona, onde começaria seu primeiro semestre. Ele escolheu o nome Dolph por ser de seu bisavô e o sobrenome Ziggler foi sugerido por um amigo.
Relacionou-se com a comediante Amy Schumer que revelou no The Howard Stern Show que ele é atlético demais sexualmente. Praticou luta greco-romana no liceu St Edward, Ohio, sendo o recordista de pins na escola e venceu os campeonatos nacionais em duas ocasiões. Na Universidade de Kent, tornou-se o recordista de vitórias na história da universidade e, até 2010, era o único atleta da Universidade de Kent a vencer três campeonatos de luta amadora. Na OVW e FCW, foi treinado por Tom Prichard e Lance Storm e a estreia foi em Novembro de 2004.
Finishers:
Zig Zag (jumping reverse bulldog), desde 2009
Sleeper Hold, às vezes com bodyscissors, 2010-2012, usado regularmente em sequência
Secundários: Dropkick, Leg drop bulldog, Fireman’s carry takeover, Headlock, Jumping DDT, Jumping elbow drop, Neckbreaker, Scoop slam, Shoulder jawbreaker, Sitout facebuster, Stinger splash, Superkick
I am perfection
So take your best shot
Give me all you got
Bring it on
4 Comentários
Um grande artigo Miguel. Muito bom 😉
Esperemos que o Ziggler não perca muito tempo com o Big E e rapidamente vá para onde já deveria estar há muito tempo.
Concordo com tudo aquilo que disseste.
Bom artigo! De facto, já é tempo de termos o Ziggler no main-event, em vez de o colocarem em feuds com Big E´s e outros…
Bom artigo, apesar do tema e do wrestler em questão estar um pouco batido, o artigo foi interessante e inovador.
Realmente o Ziggler já devia estar no Main-Event mas parece que isso só vai acontecer pro fim do ano …
Excelente artigo.
Disseste tudo o que havia a dizer sobre o Dolph Ziggler neste momento, e agora é esperar que ele se fixe no main-event. Este face-turn pode ser o passo decisivo para que ele chegue ao estatuto que merece.
Julgo que lá para 2014 o Dolph Ziggler pode consolidar-se “lá em cima”.