Olá, pessoal! Hoje trago-vos um artigo baseado na notícia da saída da Vickie Guerrero, a quem irá aparecer outros caminhos profissionais fora da indústria. É desta individualidade que irei falar esta semana!
Vickie Lara, nascida a 16 de Abril de 1968, é a viúva de Eddie Guerrero, de quem herdou o apelido pelo casamento, a 24 de Abril de 1990, e com quem teve duas filhas – Shaul Marie (14 de Outubro de 1990) e Sherilyn Amber (5 anos depois).
Foi com o marido que fez a sua primeira aparição, na storyline em que o Latino Heat prometia revelar o segredo acerca do filho de Rey Mysterio (Dominic), tentando impedi-lo, a 14 de Julho de 2005.
Voltou a aparecer no SummerSlam para o convencer a parar a guerra pela custódia do seu filho biológico, custando-lhe o combate ao empurrá-lo do cimo do escadote.
A 13 de Novembro, Eddie morria de falha cardíaca num quarto de hotel, sendo encontrado pelo seu sobrinho Chavo. Esta triste ocorrência passaria para os ecrãs, levando o seu amigo Rey a ter mais tempo de antena e performances destacadas, incluindo uma vitória na Mania 22 contra Angle e Randy Orton pelo World Heavyweight Championship.
Vickie obteve proeminência nesta controversa storyline e na feud entre o “619” e Chavo, quando este acusou o mexicano mascarado de viver à custa do nome da sua família, a 4 de Agosto de 2006.
Ela agiu como pacificadora da tensão entre os dois até interferir inadvertidamente no combate no SummerSlam, custando o resultado ao “underdog”, traindo-o oficialmente ao atacá-lo com uma cadeira, tornando-se heel e declarando-se “business manager” de Chavo.
Em Maio de 2007, foi-lhe dada a posição de assistente de Theodore Long, actuando como Gerente Geral interina da brand azul aquando do “ataque cardíaco” deste.
Revelou que havia começado uma relação com Edge, tornando-o Number One Contender pelo World Heavyweight Championship, o que o levou à vitória.
Foi formada a “La Família”, com a Rated R Superstar, Chavo e os Major Brothers Zack Ryder e Curt Hawkins. O grupo ajudou o seu sobrinho a retirar o título da ECW de CM Punk e o “Derradeiro Oportunista” a reter o seu Campeonato Mundial dos Pesos Pesados durante 4 meses.
Eventualmente, o ciclo terminaria quando o cinto foi parar às mãos de Undertaker. Isto motivou uma feud entre os dois, com a namorada de Adam Copeland a entregar-lhe numerosas oportunidades e a destituir o Dead Man, decidindo que a sua nova submissão Hells’ Gate (ou Gogoplata) era demasiado perigosa e marcando um combate pelo título vago.
Devido a interferência, a “Estrela Irreverente” ganhou e o “Fenómeno” foi banido, de acordo com a estipulação.
Tornou-se face pela primeira vez desde 2006 quando Edge a enganou com Alicia Fox e não o perdoou, anunciando a reinserção do seu inimigo “morto-vivo” para uma Hell in a Cell no SummerSlam.
Tornou-se heel novamente quando se aliou a Big Show numa feud contra Undertaker e recuperando a relação com a Rated R Superstar no Survivor Series.
Foi apontada como General Manager da marca vermelha em 2009, resultando na separação de Edge. Foi coroada Miss WrestleMania, perdendo essa nomenclatura no Extreme Rules de 7 de Julho de 2009 para Santina.
Anunciou a sua resignação como GM, fazendo com que Edge revelasse que casara com ela para ter acesso ao World Heavyweight Championship e que, agora que ela era inútil para os seus objectivos, queria o divórcio, algo que lhe causou uma “quebra nervosa”, afastando-a para passar tempo com a sua família.
Regressou no episódio especial do décimo aniversário da SmackDown, a 2 de Outubro, onde introduziu o seu novo “namorado” Eric Escobar.
Falhando a captura do título Intercontinental de John Morrison, terminou a relação com ele, pondo-o em Handicap Matches como castigo por ser um perdedor.
Começou a envolver-se na rivalidade entre a Women’s Champion Mickie James e as Laycool, actuando como Special Guest Referee, custando o título à campeã contra James, a 26 de Fevereiro.
Competiu numa 10 Diva Tag Team Match na Mania 26, saindo vitoriosa quando subiu à corda superior e aplicou um Frog Splash.
A 10 de Maio, foi admitida pela segunda vez como Gerente Geral permanente da Raw, resignando nessa noite ao ser intimidada pelo Randy Orton.
Começou um romance em Junho com Dolph Ziggler, acompanhando-o ao ringue e, em Janeiro de 2011, voltou a ser GM da SmackDown, depois de Long ter sido encontrado “inconsciente” nos bastidores.
Anunciou um combate de Dolph pelo título de Edge com ela sendo a Special Guest Referee e banindo o Spear, com o qual o “Derradeiro Oportunista” venceu para reter o ouro, decisão não aceite e apenas resolvida pelo regressado Long, devolvendo-lhe o World Heavyweight Championship.
Foi “despedida” assim que o “playa” retomou o seu posto, retornando à Raw a 7 de Março de 2011. Desafiou John Morrison, Trish Stratus e a Guest Star Snooki para uma Mixed Tag Team Match contra as Laycool e Dolph na Mania 27, sendo vencidos.
A 19 de Setembro, após semanas de apelo aos seus serviços, foi convencida a assinar um contrato como representante do All American Jack Swagger. 9 meses depois, o acordo era finalizado e o romance com Dolph renovado.
A 29 de Outubro de 2012, foi colocada no lugar de “Managing Supervisor” da “Board of Directors”, com o Game, Vince e Stephanie a pressioná-la para que aumentasse o nível da sua autoridade.
Foi feita uma avaliação do seu trabalho, resultando no “despedimento” e na contratação para General Manager da outra brand, a 19 de Julho do ano passado.
Em 2014, pouco se viu e foi reportado que sairia a seguir à Mania para estudar administração médica.
Durante a sua carreira, foi figura de autoridade como General Manager, “amante” e acompanhante de vários lutadores e lutadora ocasional da divisão de Divas.
A sua personagem vilã foi muito influenciada pela sua catchprase “Excuse Me”, extraindo reacções negativas das audiências.
Não são todos os que conseguem suprir a falta duma música de entrada como ela, pois bastava começar a descer a rampa de acesso ao ringue para ser vaiada.
A sua presença era o suficiente para ser uma das melhores criadoras de heat, usufruindo dum fenomenal controlo de tempos para falar e para deixar o público manifestar-se.
Primeiro, pronunciava “Excuse Me”, esperando o silêncio e respeito que depressa verificava não receber.
Então, exigindo ser ouvida, retribuía com um “I said excuse me”, com o qual iniciava o seu motivo de conversa. Muitas vezes era quase inaudível o que dizia, tal era o “desprezo” da plateia.
Na sua estreia, auxiliou a que o seu marido não cometesse a injustiça de reaver o seu direito à paternidade de Dominic e, a seguir ao seu falecimento, andou metida no esquema que pouco honrou o homem que até hoje deixa saudade, na disputa acerca de quem defenderia melhor os interesses e o legado de tão soberano apelido – se alguém da família se os amigos do defunto.
Como apreciador de Chavo, não gostei que este se tivesse agarrado tanto às suas saias e não ter aproveitado tanto quanto outros o facto de tê-la por perto.
As parcerias melhoraram quando a qualidade dos associados assim o decretaram, daí que as coisas com Edge tenham dado bastante certo.
Ele pode ter mudado de cavalo para burro no que respeita à fisionomia de Lita e de Vickie, porém, foi esta que fez mais por ele e que acentuou o vinco de derradeiro oportunista.
Até fazer evoluir outro loiro, meteu Eric Escobar uns quantos meses a respirar o mesmo ar que verdadeiras superstars, num golpe pouco acertado e indecifrável por parte da WWE.
A sua reputação podia ter ficado manchada com este lançamento falhado que parece que teve como ideal o alívio de frustrações dela em cima dum coitado que não conseguiu ganhar o título Intercontinental!
Farta de ser usada como ponte para conquistas, juntou-se a Dolph, alguém que precisava de ajuda externa urgente em termos da comunicação ao microfone.
Ela foi uma aliada de peso para que ele se revigorasse e não é de todo por culpa dela que ele não está onde devia, até porque na altura entre escolhê-lo a ele ou a Jack todos preferiam que o loiro voasse a solo e que fosse o Real American o favorecido com os ensinamentos da manager.
Ela fez com que as pessoas olhassem para Dolph e reparassem nele como alguém capaz de se libertar e continuar sozinho, enquanto Jack precisava de alguém que falasse por ele.
Ela foi a “mãe” de que muitos necessitavam lá dentro e desfez um bocado a ideia de que uma mulher era valet e nunca manager.
Mesmo com as histórias podendo promovê-la um bocado como a “slut” que se enrola com todos os clientes, isso era sempre tido como aproveitamento da influência que podia exercer e da mais valia que esse “sacrifício” traria aos seus namorados.
Não sabendo lutar mais do que um Michael Cole, a sua presença em TV estava limitada a estas trocas de representados e nos pulos que dava na direcção quer da Raw quer da concorrente azul, onde foi uma candidata óbvia e verosímil para não se afastar das câmaras e crescer como uma das mais odiadas figuras exteriores ao ringue.
Não é por acaso que é por alguns de nós considerada a nossa celebridade favorita entre aquelas que não lutam. Tudo o que proporcionou a superstars mais ou menos consolidadas, os segmentos, as promos, os gritos e as gargalhadas de troça para com os adversários, tudo era gerido com acerto e convicção por esta mulher que merece ser reconhecida muito além de ser a viúva dum dos nossos adorados.
Por isso, quando se referir o apelido Guerrero, vai-se pensar no Gory, no Eddie e no Chavo mas também nela e no valor que impôs na função que desempenhou.
A sua saída pode abalar mais ainda quando Alberto del Rio ameaça uma aposentadoria ou retorno ao México e Christian perde tempo insatisfeito com o rumo que lhe dão e com um bebé em casa para cuidar.
É sabido que o pós-Mania areja regularmente o balneário com dispensas e só espero que não fique enfraquecido com mais perdas de vulto (o último campeão da ECW, a quem expirou o contrato, não entra neste lote).
É esta a minha opinião sobre esta mulher extraordinária que superou dificuldades da vida e fixou o seu nome nos anos recentes da empresa e que há-de perdurar ainda mais tempo.
É a vossa vez de se exprimirem sobre esta retirada surpresa e o trajecto da senhora em questão. Como habitual, na próxima Segunda estarei à vossa espera!
6 Comentários
Artigo muito bom, Miguel.
Sempre gostei bastante da Vickie e acho que desempenha o seu papel de forma exemplar. Não é qualquer pessoa que consegue distanciar-se da ligação a alguém tão conhecido no Mundo do Wrestling (Eddie Guerrero) e fazer o seu próprio caminho como se não existisse essa associação. Ou seja, ninguém vai dizer que ela teve tanto sucesso porque foi casada com o Eddie Guerrero.
Os tempos dela com o Edge, aquando da rivalidade com o Undertaker, foram os que mais gostei de ver. O par Edge/Vickie era daqueles que até o mais “smark” não aguentava sem criar algum “ódio”. Também gostei do par Ziggler/Vickie, mas não tanto como o primeiro…
Enfim, espero bem que fique mais uns anos na companhia, apesar de as últimas notícias mostrarem o contrário…
Bom Artigo Excelente Trabalho. A Vickie Sempre Foi Uma Boa Manager Agora Quase Não Aparece E Eu Tenho Pena Disso.
Excelente artigo Miguel.
Felizmente, parece que não se vai confirmar esta saída por parte da Vickie Guerrero. Pelo menos, não agora.
Seja como for, fizeste aqui um belo resumo da sua carreira e concordo com as tuas opiniões sobre esta grande senhora. Quem diria que a mulher (ou viúva) do Eddie Guerrero iria ter um trajecto destes?
Bom artigo
A Vickie é uma pessoa que faz o seu papel dentro da companhia de uma forma bem feita
Os tempos dela com o Edge foram fantásticos, eles faziam um par muito bom e ela foi decisiva aquando a rivalidade com o Taker
Espero que ela continue mais tempo na WWE
Excelente artigo Miguel.
Eu sempre gostei bastante do trabalho dela. E fico feliz que ela não irá deixar a WWE.
Bom artigo. Felizmente acompanhei o percurso desta grande senhora. Adoro as reações que ela consegue do público, como já li algures aqui no site, tem mais reação do que muitos wrestlers 😀
A parceria de que mais gostei foi com o Edge.
Espero que a Vickie se mantenha mais algum tempo na companhia e que ajude mais talentos como fez até hoje.