Mais uma Segunda-Feira e cá estou para novo artigo, o qual hoje versará sobre os cortes feitos pela World Wrestling Entertainment no seu orçamento.
Os detalhes surgidos dão conta da perda dos empregos de 60 trabalhadores, o que contabiliza 7% da equipa que constituí esta potência mundial dos Desportos de Entretenimento.
A crise ou o prejuízo retirado do canal televisivo não foi meigo e não olhou a hierarquias ou longevidades: entre os dispensados, encontra-se desde o Vice Presidente do Departamento Criativo ao responsável pelo ringue, o que causou alarme nos bastidores.
Apesar de rentável e geradora de lucro, a Magazine chegou ao final, estando a WWE disposta a criar parcerias que continue a publicação da revista.
De igual modo, está-se a considerar gravar o Superstars, Main Event e o show da brand azul às Segundas, poupando dinheiro mas colocando pressão na produção e não se sabendo o efeito na audiência.
No que toca aos talentos, a Ricardo Rodriguez juntou-se o seu antigo aliado, o “Aristocrata Mexicano”. Alberto Rodriguez (nascido a 25 de Maio de 1977), mais conhecido sob o ring name Alberto del Rio, usou o nome “Dos Caras” no México e Japão, onde foi “luchador” e “Mixed Martial Artist”.
Graduado em Arquitectura pela Universidade Autónoma da sua cidade (San Luís Potosí), foi a sua família de lutadores que o fez decidir-se pelo Wrestling, treinando para merecer lugar na Selecção Nacional de lutas amadoras, atingindo o sucesso e obtendo diversos triunfos.
Treinado pelo seu pai para se tornar Pro-Wrestler, teve a sua estreia a 9 de Maio de 2000.
A 17 de Junho de 2010, confirmou que havia assinado contrato pela WWE, aceitando-o desde que não fosse para o território de desenvolvimento, tendo entrada directa no “main roster”, exigências não aceites pela entidade patronal. Ele viria a odiar a estadia na Florida, reconhecendo, no entanto, ter aprendido bastante. Foi muito criticado pelo povo mexicano quando revelou a sua face e identidade.
A partir de 25 de Junho de 2010, vídeos promocionais revelavam o seu carácter arrogante, expondo a sua riqueza e as suas virtudes, como a honestidade, integridade e faculdades mentais.
Depois de 2 meses, debutou no house show na Austrália, fazendo a sua primeira aparição televisiva a 20 de Agosto, ao derrotar Rey Mysterio, usando a sua submissão “Cross Armbreaker”.
Como parte da sua actuação, a sua entrada era feita ao volante de carros dispendiosos, enquanto era introduzido pelo seu “personal ring announcer” Ricardo Rodriguez.
Continuou a sua storyline contra Rey, “lesionando-o” ao recusar largar a sua “Armbar”. Seria Christian a desafiá-lo para o Night of Champions, declinando e atacando-o de igual forma que fizera ao “619”. Isto foi feito para riscar o “Capitão Carisma” após ter sofrido uma torção do músculo peitoral.
O “pequeno mascarado” retornou e deu a Alberto a sua primeira derrota. No Survivor Series, no tradicional 5 para 5, capitaneou uma equipa contra a do compatriota.
A 7 de Janeiro de 2011, derrotou-o numa 2 Out of 3 Falls para terminar a longa feud. No dia 30, ultrapassou 29 participantes para vencer o Royal Rumble e o subsequente direito a competir na Mania 27, escolhendo como objectivo o World Heavyweight Championship da “Rated R Superstar”.
A 25 de Abril, foi transferido da marca azul para a encarnada. A 17 de Julho, obteve o direito a desafiar o possuidor do título maioritário por via da mala Money in the Bank.
A 14 de Agosto, cobrá-la-ia contra CM Punk, tendo retido contra Rey Mysterio e perdido para John Cena, recuperando a 2 de Outubro no Hell in a Cell.
No Vengeance, defendeu contra o “Cenation” numa Last Man Standing e, a 20 de Novembro, no Survivor Series, ver-se-ia despido do cinto para o “Go to Sleep”.
Sofreria a torção do músculo da virilha, requerendo cirurgia e afastando-o por várias semanas.
A 11 de Fevereiro de 2012, faria o seu retorno no house show de San Francisco. A 2 de Abril, confrontou Sheamus, querendo ser o próximo World Heavyweight Champion.
Para se tornar candidato, venceu-o por desqualificação, porém, a 20 de Maio, no Over the Limit, falhou a captura numa “Quadrilha Fatal” envolvendo Chris Jericho e Randy Orton.
Seria “Number One Contender” de novo ao sair vencedor duma Triple Threat contra a “Viper” e a “Big Red Machine”, sofrendo uma concussão a 5 de Junho, removendo-o do compromisso agendado para o No Way Out.
Receberia outra “shot” a 15 de Julho, no Money in the Bank, onde foi vencido pelo Mister “Celtic Cross”
No dia 27, através duma Fatal 4 Way, colocar-se-ia na “pole position” para “Number One Contender” ao World Heavyweight Championship, falhando a tentativa, a 19 de Agosto.
Via submissão, derrotaria Randy Orton para uma vez mais andar na busca do pertence do irlandês. Com a rivalidade contra Sheamus posta para trás das costas, seguiu para o “Assassino de Lendas”, com o antigo elemento da “Evolution” a emergir vitorioso na Hell in a Cell.
A feud foi concluída sem registo de qualquer vitória para o “Mexican Greatest Export”.
A 16 de Dezembro, virou face quando salvou Ricardo Rodriguez e os comentadores espanhóis dos 3MB. Com a sua caracterização transmutada para “herói latino”, derrotou o “Maior Atleta do Mundo” numa Last Man Standing para vencer o World Heavyweight Championship, a 11 de Janeiro do ano passado.
A sua primeira defesa foi no Royal Rumble, noutra Last Man Standing contra o gigante, a 27 de Janeiro. Então, iniciou uma feud contra o “Real American” Jack Swagger, baseada nas suas visões opostas sobre as políticas de emigração na América.
A 7 de Abril, na Mania 29, reteve o Campeonato Mundial de Pesos Pesados via submissão, perdendo-o para Dolph Ziggler e sua cobrança da mala Money in the Bank.
Dolph sofreria uma concussão, adiando o combate combinado para o Extreme Rules e, como resultado da lesão, Alberto bater-se-ia contra Jack numa “Number One Contender I Quit Match”, a 19 de Maio, a qual venceria, passando a defrontar o enforcer de Dolph – Big E Langston – numa série de lutas nas semanas seguintes. Receberia a sua “title shot” a 16 de Junho e, durante o combate, teria lugar um “Double Turn”: alvejando a cabeça do loiro para alcançar o World Heavyweight Championship, tornar-se-ia heel.
A 14 de Julho, no Money in the Bank, reteve via desqualificação, reentrando na feud contra o “Captain Charisma” a 29 de Julho, contra o qual defenderia no SummerSlam.
Ricardo Rodriguez aliar-se-ia a RVD, ajudando-o a receber a chance pelo World Heavyweight Championship do antigo patrão no Night of Champions.
A 6 de Outubro, Alberto vencê-lo-ia numa luta Hardcore via submissão. A 27 de Outubro, no Hell in a Cell, perderia para o oponente anunciado John Cena, recebendo a desforra a 24 de Novembro, no Survivor Series, sendo derrotado.
Pelo final do ano passado e início de 2014, andaria perdido no card, sofrendo derrotas preocupantes contra Sin Cara a 2 e 9 de Dezembro, derrotando-o a 6 de Janeiro.
Na Elimination Chamber, foi vencido pelo “Animal” Batista, alterando o rumo na desforra da noite seguinte. A 4 de Julho, desafiou Sheamus pelo USA Title, derrotando Dolph a 7 para conquistar outra oportunidade, desperdiçada numa Last Man Standing no programa Main Event.
No episódio de 5 de Agosto do mesmo show, teria a sua última luta, rescindindo dia 7 por falta de conduta profissional e desavença com um empregado.
Best Gimnick 2010 pela Wrestling Observer e sexto melhor lutador de 2011 pela Pro Wrestling Illustrated, a “Essência da Excelência” foi vítima do desleixo terrível dos guionistas.
Aquando da sua chegada, foi tendo muito por onde se pegar: a sua entrada em tons dourados, a sua música de realeza, o facto de não ser anunciado pelo ring announcer geral a todos os outros, o piscar de olho…
O seu primeiro adversário ter sido o “Mexicano Mascarado” foi jogada de mestre para abraçar a chave “o orgulho do México”. Trouxe um método diferente de finalizar as disputas, usado de forma inteligente para retirar de cena os lesionados e vender a ideia de veracidade do finishing move.
Logo usufruiria das regalias de estreante na tentativa de o tornar relevante na rota dos títulos. A sua vitória na luta de eliminação Royal Rumble deveria ter garantido resultado positivo contra o “Derradeiro Oportunista”, ainda para mais sabendo-se o que se seguiria na carreira de Adam Copeland e o futuro do ouro que ostentava.
Nunca perdendo o fio condutor, uns meses depois lá estava ele de mala na mão, avançando para o título principal contra o Straight Edge e sendo bola de ténis na corrida pelo “share” televisivo.
Culpado pelos balanços percentuais dos espectadores e pior colocado nas sondagens como “cara de campeão”, foi vencendo e perdendo ao sabor do vento para os dois mais competentes desta geração.
Se houvesse mais lutas temáticas, ele ganha-las-ia só para não ficar fora dos eleitos a qualquer cinturão… Não havendo, lá foi tirando partido de lutas individuais, triplas ou quádruplas para se manter “Number One Contender” ao que quer que ia aparecendo…
O cúmulo seria os sucessos repetidos para se pôr frente a Sheamus e perder de modo consecutivo quase uma mão cheia de vezes, para depois respirar da fadiga que a caça aos títulos provoca e não ter qualquer sinal positivo no somatório de encontros contra Randy Orton…
No sentido contrário, concordei e aplaudi o seu face turn, feito sem soar forçado ou pretensioso, o que o fez abraçar mais calorosamente a base fiel de fãs latinos.
Igual ponto de vista tive no aclamado “Double Turn”, onde teve justificação para aproveitar as debilidades de Dolph, que havia tirado partido das suas na hora do cash-in.
O que havia sido algo natural ou até uma retribuição daquilo que o “Show Off” havia feito, modificou-se derivado do apoio e da expectativa que o público tinha para Dolph, tratando-o quase como face antes de o ser e reagindo a favor do desfavorecido.
No reatamento das feuds anteriores ou na boa vontade do Mister “5 Star Frog Splash” na sua elevação, não se verificou grande coisa e pouca ou nada se viu de novo.
A queda acentuada era difícil de ocultar, tendo-se chateado durante a sua rivalidade contra Batista, onde não estava planeado sair por cima e sim ser o “cesto do pão” antes do “Animal” devorar o prato.
Tendo expressado vontade de sair, a organização terá fico desagrada, ainda mais ao saber que, cuidadoso como é com as finanças, não teria problemas de se reformar.
A razão que levou ao seu despedimento foi um incidente nos bastidores, envolvendo o Social Media Manager (responsável pelas redes sociais), numa conversa azeda regada à estalada.
Como planeava voltar para o México, terá sido isto propositado ou terá perdido a cabeça de verdade? Não o vejo na tolice de querer sair pela porta dos fundos e arruinar a hipótese de voltar ou de preservar uma relação respeitável.
O indivíduo que agrediu estaria a fazer piadas insultuosas e discriminatórias à sua nacionalidade, recusando pedir desculpas quando Alberto o confrontou.
Infeliz que estava, foi anunciado, a 11 de Agosto, o seu regresso à promoção AAA, correndo rumores da reunião com Ricardo Rodriguez quando a cláusula de 90 dias dele terminar.
Aos 37 anos e considerando a retirada, poderá estar a caminho de novas aventuras ou não…
Não sendo a violência resposta para nada, creio pouco ético o que o outro interveniente fez, aproveitando-se do estado das coisas para prejudicar aquele que, dos dois, Vince menos confia.
Acho injusto que só Alberto pague por se ter defendido de comentários xenófobos e aquele que esbofeteou guarde o seu posto.
O ambiente está de cortar à faca e qualquer coisa serve para gerar falatório que comprometa a continuidade de atletas ou representantes dos órgãos internos de Stanford.
Qualquer deslize poderá acabar mal, daí que as contas dos lutadores nas redes sociais estão a ser monitorizadas para controlo e tratamento de desabafos indesejados.
Comece-se a pintar bigodes à Hitler nas fotos do patriarca dos McMahon e separe-se os adultos como que de crianças à briga no recreio se tratasse…
O nome dele é Alberto del Rio… mas isso vocês já sabem! Seja qual for o seu destino, cá tiraremos conhecimento… Larguem o vosso comentário e façam favor de ter uma óptima semana!
3 Comentários
São maus momentos para a WWE. Esperemos que passe o mais rápido possivel
Não sei até que ponto o Del Rio está certo ou errado, uma vez que choveram rumores após a sua saída.
Mas acho que a WWE poderia ter feito algo, colocando ambos para contar suas versões frente aos oficiais e não já o ter demitido, uma vez que ele defendeu o seu ideal, tal como você disse violência não é a melhor resposta, mas eu imagino que deve ter sido algo bem grave para chegar a este ponto.
Excelente artigo, muito bom Miguel Rocha, disseste tudo.
A WWE vive uma má fase e não faz sentido as decisões que têm tomada e são claramente exageradas em alguns casos e até ridículas noutros, espero que melhores dias venham.
Quanto ao Del Rio, tinha talento, mas foi perdendo fulgor na WWE e a sua “gimmick” foi perdendo o interesse e foi arrumado, mas vou sentir saudades dos seus kicks que se ouvia do outro lado do Mundo e do “but you already know that”.
Bom trabalho. 🙂