Cá estou eu para mais uma edição do The People’s Elbow. Saúdo-vos, caros leitores, e deixo-vos com o seguimento do artigo iniciado na semana passada. Seguindo o traço que delineei há uma semana, desta vez falarei sobre os cards secundários da WWE.

No mid card, sabemos que há atletas com potencialidade para, a qualquer instante ou quando o panorama assim o exige, subir ao main event, sendo um reforço temporário ou podendo permanecer entre a elite. Temos a consciência, também, de que nem todos os representantes do mid card possuem a qualidade necessária para figurar entre as grandes caras da WWE, estando condenados ao papel de co-protagonistas. O que não tem de ser mau, porque pior está quem pertence ao low card.

O low card contém aqueles lutadores usados para perder contra outros de escalões superiores. Têm pouco tempo de antena na programação televisionada e os seus combates duram pouco tempo (1-2 minutos). Não podem mostrar as suas potencialidades pois o objectivo é serem dominados pelos adversários e rapidamente vencidos. No entanto, há sempre uns que podem aspirar a uma entrada no card acima e os restantes ficarão confinados às habituais tarefas, até serem despedidos. Irei agora, por ordem alfabética, dizer de minha justiça sobre alguns profissionais da WWE que se encontram nestas circunstâncias.

The People’s Elbow #7 – Para lá do Main Event

Alex Riley começou a sua carreira na WWE ao lado de Miz, protegendo-o e garantindo-lhe vitórias sujas. Quando o esforço de Alex Riley por encobrir o seu patrão começou a não surtir efeito, Miz voltou-se contra ele, proporcionando o face turn do seu discípulo. Essa mudança funcionou bem, o mal esteve na sua superioridade física em confrontos com o Miz, pois começou a levar a melhor em todos e isso produziu o efeito contrário ao esperado. Essa rápida amostra de poderio facilmente foi esquecida pelos oficiais da WWE e a partir daí Alex Riley não desenvolveu rivalidades nem teve combates de qualquer relevância.

O seu destino voltou-se para o NXT e Superstars onde, mal soava a sua música, o público reagia com entusiasmo. Alex Riley resulta enquanto face carismático, com aquele visual de rapaz popular do liceu ou de desportista universitário. As suas qualidades em ringue também são bastante satisfatórias e consegue apresentar-nos combates bem elaborados. No entanto, dentro do balneário e nos bastidores da empresa, as coisas complicaram-se para ele, designadamente por conflitos com John Cena, apenas o maior nome que por lá anda.

Para sobreviver numa companhia de wrestling, é necessário saber lidar com provocações constantes, quer vindas dos grandes egos desse desporto quer da própria instituição.Alex Riley caiu no erro de responder a mesquinhices e tramou-se. O seu futuro está complicado, mas se fosse eu a decidir, tornava-o um dos mais renomados mid carders da WWE e um dos bons faces do plantel. Aproveitaria o apego que a audiência tem por ele e a boa recepção que recebe mal entra a sua música.

The People’s Elbow #7 – Para lá do Main Event

António Cesaro é um caso aparte. Tem as ring skills dum main eventer e as mic skills dum jobber. O que se passou com ele desde a sua estreia foi a personagem genérica que lhe deram e a teimosia em não lhe arranjar um manager. Um lutador desses deveria ter um certo favorecimento de se concentrar em lutar e permitir que um manager fizesse o resto e o colocasse lá em cima. Algo do género que Paul Heyman fez com Brock Lesnar, uma besta com voz de menina que de certeza estragaria todo o seu trabalho se pensasse em abrir a boca.

Se foram buscar aquele gajo que anda com Jack Swagger não sei onde, porque não pegar em alguém para elevar António Cesaro? Os seus tempos com o título foram miseráveis, visto que as rivalidades que teve apareciam assim como desapareciam. É verdade que o seu reinado durou meses suficientes para se considerar um bom reinado, mas a meu ver nem chegou a ser razoável. O máximo que se lembraram para ele foi pô-lo a aplicar o seu finisher nos atletas mais altos e corpulentos que para lá tinham. Isso demonstrou a destreza e poderio físico de Cesaro, mas não bastou para que ganhasse um acompanhamento sério da plateia, algo que poderia ser resolvido com uma música digna desse nome e uma entrada sem bandeiras ou cantigas tradicionais.

Se acham que têm managers a mais, então partirá de Cesaro a vontade de querer crescer e aumentar a qualidade das suas promos, porque como está ao microfone, neste momento, não pode ambicionar chegar ao main event que as suas capacidades no ringue tanto reclamam.

The People’s Elbow #7 – Para lá do Main Event

Curt Hawkins é um wrestler muito mal aproveitado na empresa. Dos tempos de Edgehead até agora, a sua carreira decresceu até níveis muito abaixo do seu real valor. Tem sido um lutador habituado a desempenhar o seu papel na divisão de equipas, mas somente os Major Brothers, com Zack Ryder, tiveram alguma confiança para brilhar, nomeadamente quando se juntaram a Edge e a Chavo Guerrero. A separação do seu parceiro foi mal calculada e ainda hoje se espera que os dois possam ficar juntos como equipa novamente. A seguir a isso, esperou-o nova equipa.

Desta vez, o colega seria Vance Archer, desfrutando dum contrato de 30 dias em que teriam de obter impacto. Conseguiram contratos normais depois de ataques a alguns lutadores do mid card em SmackDowns consecutivas. A dupla acabou a 7 de Outubro de 2010, no Superstars. Vance Archer foi demitido e Curt Hawkins passou a lutar individualmente, derrotando Trent Beretta na semana seguinte, começando uma rivalidade entre os dois.

Voltou a envolver-se com Zack Ryder, em 2011, mas por pouco tempo. O seu próximo companheiro viria a ser Tyler Rex. Quando estavam a ter espaço no roster e aparições regulares em TV, Tyler Rex deixou a WWE para passar mais tempo com a família, encerrando a dupla. Em Outubro de 2012, Curt Hawkins anunciou que havia realizado uma cirurgia após romper um ligamento no menisco.

Uma carreira com mais baixos que altos, com algum azar à mistura, mas que poderia ser muito melhor se a WWE o quisesse. Fica a dica: façam o heel turn a Zack Ryder e metam-nos juntos de novo. Salvam-se dois bons wrestlers e anima-se a divisão de equipas, é matar dois coelhos com uma só cajadada.

The People’s Elbow #7 – Para lá do Main Event

Sobre David Otunga, só perspectivo duas soluções: ou vai gravando cenas para promos, como aquelas em que é o advogado ou conselheiro de X ou Y, e leva uns açoites dos main eventers, ou resigna do seu sonho de ser wrestler e exerce advocacia. Porque ter combates e desperdiçar o nosso tempo é que não pode ser. O homem é muito mau em ringue.

Eu acho-lhe graça com aquilo de ser o único com um curso de direito tirado em Oxford ou sei lá onde e quando está em ringue numa promo e sabemos que vai ser ele a pagar as favas em histórias que nada têm a ver com ele. O homem serve para isso, algo mais está fora de questão. Ou o utilizam para comer com finishers e em segmentos, em que ele até é bom e se sai bem no micro, ou lhe rescindem o contrato.

The People’s Elbow #7 – Para lá do Main Event

O outrora chosen one Drew McIntire esteve demasiado tempo a ser mal tratado por causa de problemas no casamento com a diva Tiffany. Duma boa temporada com o título intercontinental e do seu favorecimento por parte de Vince McMahon, que lhe permitiu humilhar Teddy Long durante uma série de SmackDowns, a uma onda de derrotas e posterior união a uma stable patética, vai uma enorme diferença. Se é verdade que os 3 Man Band têm melhorado e tido mais destaque de há uns meses para cá, é igualmente verdade que Drew deveria ser um dos heels de topo e que estaria na posse ou na discussão dum dos títulos de mid card. Espero que, aquando do desmantelamento dos 3MB, ele não volte para a fossa em que esteve antes e que seja bem puxado e considerado para outro tipo de ambições e alcances.

Ainda faltam alguns nomes a acrescentar a esta lista, mas isso deixo para a próxima semana porque não quero alongar mais este artigo e maçar-vos com a sua leitura.

Fiquem atentos e esperem uma semana pela publicação do artigo que contará com os wrestlers em falta. Comentem, se quiserem, os lutadores aqui abordados, deixando a vossa opinião acerca do que poderá ser feito deles dentro da empresa de Stamford. Um muito obrigado a todos e até depois!

5 Comentários

  1. Muito bom artigo, excelente mesmo!

    Gosto do Alex Riley. Tem carisma, é bem recebido pelos fãs, é bom em ringue, não tem más mic-skills, parece-me ser interessante tanto com uma personagem heel como com uma personagem face… Enfim, ainda acho que um dia pode ter a sua oportunidade, mas a situação está cada vez mais difícil.

    O Antonio Cesaro é, de acordo com os parâmetros de uma Superstar da WWE, medíocre. Simplesmente medíocre. Muito bom em ringue, horrível no resto. E o resto é o mais importante ( mic-skills, carisma, expressões faciais…). Que o digam o Cena, o Miz e outros tantos!

    Adoro o Curt Hawkins. Sempre gostei dele, talvez, até, por ter feito parte da “Família” do Edge naquela rivalidade épica com o Undertaker. Tanto nos Major Brothers como com a personagem de Curt Hawkins, sempre gostei muito dele. Gostava de um dia voltar a vê-lo em equipa com o Zack Ryder, mas é muito difícil, até porque a WWE parece querer apostar, de uma forma ou de outra, na personagem actual do Ryder.

    Por fim, o Drew Mclntyre. Não me passa pela cabeça que ele um dia não seja main-eventer. Ou eu sou muito teimoso e estou redondamente enganado, ou o Drew vai ter a sua oportunidade para brilhar. Ele foi brilhante em 2009/2010, nem sei como acabou por parar onde está hoje…

  2. Desses nomes falados destaco o Riley, o Drew e o Cesaro!!! Três wrestlers fantasticos que mereciam bem mais do que este triste tratamento por parte da wwe!!!

    Sinceramente ainda perspectivo que Cesaro possa vir a ter sucesso e ainda vai a tempo de se redimir!! Já no caso do Drew e do Riley sinceramente ja nem tenho esperanças pois desceram tão baixo que me parece impensavel sequer que voltem a ter prestigio na wwe algum dia!!! O riley pelo que se sabe e o drew se virmos bem nem o destaque é nos 3MB!!!

    Já agora que se fala neste assuntou que me preocupa bastante penso que também é justo referir nomes como Dibiase (muito talento mal aproveitado!!!) e o Hunico que enquanto teve tempo de antena gostei bastante de o ver em acção!!

    • rocha11 anos

      “Ainda faltam alguns nomes a acrescentar a esta lista, mas isso deixo para a próxima semana porque não quero alongar mais este artigo e maçar-vos com a sua leitura. Fiquem atentos e esperem uma semana pela publicação do artigo que contará com os wrestlers em falta.”

      Terminei a continuação do “Para lá do main event” há pouco e tens lá o Ted Dibiase, é só esperares mais uma semana.
      O Húnico falei no anterior “Para lá do main event”, que era sobre tag teams, que te convido a ler. Falei mais propriamente de quando fazia parelha com o Camacho.
      Continua a ler e a comentar porque é isso que faz falta ao Universo.
      Da minha parte, agradeço a consideração pelo meu espaço. Muito obrigado

  3. Um tema que já foi muito falado e discutido, e estou só a falar aqui no site. Qualquer das formas, de todos esses talvez aquele que mostrou menos no ringue, que é apesar de tudo o Riley, é aquele que percebo menos como não resultou. Ele tem tudo, tem literalmente tudo aquilo que a WWE gosta. Tem um carisma que arrisco-me a dizer é raríssimo dadas as circunstâncias e o percurso dele. Imaginem se o pusessem em feuds e títulos, mesmo que do mid-card. Tenho pena porque como disse é exactamente o que a WWE gosta nos seus atletas e isto é como dizer que ou resulta na WWE ou dificilmente pode ter sucesso noutro lado qualquer. Os restantes, tirando o Otunga que nem vou comentar, são todos bastantes bons no ringue e se não der na WWE podem ter sucesso onde quiserem, apesar de achar que o Drew não tarda nada vai ter a sua oportunidade.

  4. don_ricardo_corleone11 anos

    História veridifca: Quando vi o Alex Riley como face pela primeira vez, pensei que seria o próximo John Cena, em termos de posição na empresa. Irónico, não?!