Sejam bem-vindos a um novo Top Ten! O Hell in a Cell ainda está fresco e nas nossas memórias mas eu estou aqui armado em TNA a fazer as coisas com antecedência e ainda não sei nada do que se passou quando escrevi isto. Mas é normal. O que ainda pode residir aqui na mente é aquele grande momento do Monday Night Raw passado que nos deu uma quasi-reunião para ver se chama audiências a deixar-nos com aquele sabor, aquele aperitivo, de que uma coisa destas pode acontecer um dia mais tarde e mais a sério.
Refiro-me claro aos Shield que estiveram “juntos” por mais um bocado de uma noite. Foi só para o pop. Ninguém confiava que Seth Rollins fosse aguentar e servir de grande ajuda. Uma “lesão” tirou-o do combate mas aqueles três estiveram em ringue na mesma equipa por uns minutos. Como é bom recordar grandes stables que marcam a nossa história, mesmo que sejam mais recentes. É do melhor. O que também é bom? Recordar as piores. Quer fossem más, pobres, pouco notáveis, esquecíveis, mal executadas… Aqui recordo dez stables que pouco ou nada contribuíram para o wrestling, pela positiva ao menos. Porque vocês sabem que eu adoro fazer disto!
10 – Los Boricuas
Já começamos com aqueles nomes que requerem algum aprofundamento para se saber sequer quem são. E mais uma prova que nem sempre se pode lambuzar tudo o que saiu da Attitude Era e classificá-lo como ouro. Assim que Savio Vega é expulso dos Nation of Domination – uma stable notável e histórica – este pega nos ideais de discriminação e racismo de que os Nation se queixavam e puxa a brasa à sua sardinha. O povo Hispânico. Como Puerto-Riquenho, recruta três lutadores da mesma nacionalidade em Miguel Perez, Jose Estrada Jr. e Jesús Castillo, tudo estrelas de segunda geração. E “estrelas” é um termo esticado aqui porque não sei se conseguem lembrar-se bem de quem são. Adoptaram o nome “Boricuas” a partir de uma alcunha que se atribuía a cidadãos de Puerto Rico e juntos partiram para uma aventura cheia de lucro e ouro. Ou então não, tinham um par de feuds, perdiam a relevância que mal chegaram a ter, caem no card, separam-se de Vega, viram jobbers e abandonam a companhia. O seu maior feito? Vencer o prémio de “Pior Feud do Ano” da Wrestling Observer Newsletter, com os Disciples of Apocalypse – outra stable pouco lembrada mas que sempre impunha mais respeito.
9 – The Menagerie
Se houver alguma oposição, admitam que ainda se lembram deles por serem recentes. Se é que se lembram mesmo e não soltaram um involuntário “Pois é! Estes!” ao vê-los. Fundados tão recentemente como 2014, parece que se desintegraram há mais tempo que isso. Após o fim dos Aces & 8s não sabíamos o paradeiro de Knux. E este afinal andava a montar um circo e levou os seus amigos Rebel, Crazzy Steve e Freak. Tinham uma história a contar como a dificuldade em obter vitórias, que preocupava Rebel que estava ali para sair da bancarrota – filha, é a TNA, há uma grande possibilidade de ficares à rasca de qualquer maneira. Não se desenvolveu. O povo só prestava atenção à Rebel e ao Crazzy Steve sem se importar muito com o líder Knux e sem se mostrar muito impressionado com o Rob Terry de máscara e a denominar-se “The Freak”. Foi o primeiro a ir. Com poucas memórias além de combates em que a música e iluminação de circo não paravam e baixavam-se as calças ao árbitro, foi-se desintegrando o resto com a saída de Knux. Sobra Crazzy Steve como jobber da X Division e Rebel como mero “eye candy” e recente integrante das Dollhouse. Eu gosto de gimmicks mais berrantes e esta stable atraiu-me mas mal deu sequer para perceber se existia o potencial sequer…
8 – The J.O.B. Squad
Das coisas que temos que admitir: isto era excelente. Uma ideia cómica e que até traz boas recordações. É apenas uma má stable pelo seu conceito: é suposto ser uma má stable! Consiste num grupo de wrestlers frustrados por serem rebaixados para o fundo do card e colocados em combates em desvantagem e para fazer outros parecer bem. Exactamente, eram jobbers frustrados, sem tirar nem pôr. A partir do “Just Over Broke” que os definia, criaram o acrónimo “J.O.B.” com a mais básica das espertezas e criaram o hilariante e mítico “J.O.B. Squad”. A frustração partiu inicialmente de Al Snow que recrutou o seu ex-colega da ECW Blue Meanie, para juntar a Scorpio, Bob Holly e o sempre cómico e satírico Gillberg. Conseguiram alguns feitos como o Light Heavyweight Championship de Gillberg, vários títulos de Hardcore entre eles, o nascimento de Hardcore Holly e Al Snow a ter combates contra ele mesmo. De resto, eram uma equipa de jobbers que permanecia jobber e que obtia algumas significativas vitórias que funcionavam sempre como uma grande “upset”. Foi um push a jobbers sem lhes mudar o estatuto. Até que tem a sua esperteza. E dava perfeitamente para fazer um novo J.O.B. Squad no plantel actual com muito bom jobber frustrado e forte – Adam Rose para líder, já. Quem quer uma nova versão destes mitos?
7 – West Texas Rednecks
Em 1999 na WCW. Já sabemos que se encontravam numa altura em que faltava uma pista sobre o que raio andavam a fazer e o que fazer a seguir. E sabemos que eles deram uma viragem para o derradeiro torto quando olhamos para uma equipa com esta gimmick e vemos que aquele redneck que parece muito o Mr. Perfect, é mesmo o Mr. Perfect! Fundindo as necessidades da WCW nos seus finais de juntar tudo em stables e de dar gimmicks parvas a tudo que se mexesse, foi pegar em cinco lutadores – inicialmente quatro – e formar uma banda country. Eram eles o nosso estimado Curt Hennig, os irmãos Windham, Barry e Kendall, Virgil como Curly Bill e o menos recordado Bobby Duncum Jr. Juntos porque eram todos do Sul e não havia outra opção senão torná-los todos entusiastas da bandeira dos “Estados Confederados” e de música country – é só dar um jeitinho na origem de Hennig do Minnesota para o Texas e siga. Estabeleceram-se como um confuso grupo que nem dava para perceber se eram Faces ou Heels, porque era assim que andavam as coisas. Tinham tendências racistas e algo pegado com música rap que originou o seu tema “Rap Is Crap (I Hate Rap)” que chegou a conduzi-los ao ringue. Curiosamente foi essa filosofia anti-rap que lhes conseguiu alguns fãs. E a brincar ainda conseguiram dois títulos de Tag Team. Mas existe alguém que enumere um grupo de música country como um ponto alto da carreira de Mr. Perfect?
6 – The Corre
Podemos lembrar-nos destes ainda. Podemos. Não é culpa de ninguém que também já haja quem não se recorde. O grupo era um quarteto constituído pelo líder Wade Barrett, Ezekiel Jackson e a equipa de Heath Slater e Justin Gabriel. Eram uma emancipação dos Nexus, assim que CM Punk tomou conta desse grupo. Com os próprios Nexus a atingir o seu ponto baixo, ficaram os Corre a tentar ser uns Nexus 2.0. Só que mais fracos ainda. Sem grande propósito, gimmick, ímpeto ou fãs convencidos, conquistavam títulos numa altura em que valiam tanto como moedas de cêntimo. O último prego no caixão foi a Wrestlemania XXVII onde se encontraram com Big Show, Kane, Santino Marella e Vladimir Kozlov, num combate em que foram squashados numa questão de minuto e meio. O melhor disso tudo? Na altura, Wade Barrett era Campeão Intercontinental e Slater & Gabriel eram Campeões Tag Team. E levam uma banhada daquelas. Tendo em conta que a sua desintegração consistiu em Ezekiel Jackson virar Face e conquistar o título Intercontinental para prazer e regozijo de saberá Pepe quem, ficou um amargo grupo em que nem o seu início ou o seu final se fez sentir. Ainda em dias recentes, Wade Barrett fez uma sessão de Q&A no seu Twitter e alguém lhe perguntou o seu pior/mais embaraçoso momento da sua carreira. Adivinhem o que ele respondeu…
5 – Sports Entertainment Xtreme
Este nome tem que ter algum significado especial! Tem que ter algo por trás daquele foco na palavra “Xtreme” e uma mensagem forte por trás da razão do uso do termo “Sports Entertainment”. Afinal é só para terem a sigla “S.E.X.”, deixem lá. Algo tão maduro deste calibre até parece vindo da cabeça do Vince Russo. Pois… Foi ele que criou isto. Era ele o líder disto! Começou com ele mesmo a atacar Jeff Jarrett mascarado e denominado apenas como “Mr. Wrestling III” até se revelar a si e a uma patrulha de propósito vago – queria tomar conta da TNA, algo que acontece por lá todos os anos – que acabou por sofrer o efeito “nWo 2000” ou “qualquer stable do Russo” em que toda a gente e a sua bisavó faziam parte do grupo. Perde-se a conta dos membros, chegando a lá passar Raven, Chris Sabin, Road Dogg, David Flair, Brian Lawler, Disco Inferno, os Rock ‘n’ Roll Express, formou os Triple X de Christopher Daniels, Low-Ki e Elix Skipper e ainda teve colaborações de AJ Styles sem que este se juntasse oficialmente. E não, não os enumerei todos. Para além de ser mais uma daquelas stables que se perdem e com o aparente propósito de deixar passar uma sigla sugestiva – tal como a da própria TNA – teve um final bizarro que envolveu os próprios filhos de Russo a serem ameaçados de porrada pelo próprio. OK, calma, pensei que fosse só para tomar conta da TNA, como é que as coisas foram aí parar?
4 – The Hillbillies
Estes são uns bons passos à frente dos West Texas Rednecks, estes são mesmo campónios que nem temos a certeza que sabem ler. Foi na década de 80 e basta esclarecer que Hilbilly Jim era o líder para sabermos do que se tratava. Os outros membros eram outros Hillbilly Jims sem o impacto e carisma deste; Uncle Elmer, Cousin Junior e Cousin Luke eram os completamente esquecidos lutadores. Para justificar a sua inclusão aqui basta uma descrição da gimmick. Simples e ignorantes homens do campo que faziam muitas danças no ringue. Acredito que já estejam conquistados. Mas ainda tenho que aprofundar a coisa e falar desse tremendo lutador que era Uncle Elmer – paz à sua alma. Tal talento em ringue valeu-lhe o prémio de “pior Wrestler” da WON e um infame combate com Adrian Adonis na Wrestlemania II que o viu a perder o equilíbrio e a cair, abanando o ringue todo, com um soco. E o soco era seu. Exactamente. Não fazem falta umas estrelas assim actualmente?
3 – X-Factor
E o que dizer de tão atroz que possa ter havido com este grupo que até teve a sua notoriedade e até tem a sua recordação mediana hoje em dia? Em termos de conceito, não tinham nada de extraordinário e caíam mais depressa no genérico apenas. Em termos de talento, estava normalmente servido. Em termos de sucesso, existem dois títulos Light Heavyweight, um título Cruiserweight e um título Intercontinental no círculo. O problema dos X-Factor? Toda a gente detestava estes gajos. E nem era um heat positivo de Heel, era um heat de “vão embora”. Lembram-se de eu já ter feito um Top Ten referente a esse tipo de heat? E talvez tenha mencionado que existe um nome atribuído a esse heat: X-Pac Heat. E adivinhem quem era o líder desta stable, só de olhar para o nome e para a imagem! Na altura do mais alto do seu heat, eis que ele se junta a Justin Credible, lutador que pode não ser muito recordado nos dias de hoje – sempre vai sendo recordado por ter pais Portugueses – mas quando é destacado é como um dos piores Campeões da ECW nos seus dias finais. No trio, quem saía mais limpo daqui até era o Albert. Porque de resto, isso de ter uma stable Heel é muito bom se for bem feito, mas ter uma equipa que ninguém quer ver e que faz pessoas querer mudar de canal por dar destaque a um indivíduo que muito povo já não aguentava e às suas não muito mais agradáveis companhias é que já é mais trabalhoso. Deve ser bom para as audiências. Se calhar até obtinham melhor que o Raw agora!
2 – Immortal
Pronto, este caso recente talvez possa receber algumas defesas. É um caso recente e com certeza muito bom fã da TNA poderá recordar bons momentos com eles. Como tudo, também os tiveram. O principal problema é que, mesmo sendo um caso tardio, pode muito bem ser utilizado como exemplo e representação de todo o síndrome das stables que Vince Russo acha que devem obrigatoriamente existir. Teve uma bagunça de formação, o seu desenvolvimento passou por todo o tipo de solavancos e confusões e teve mais membros que o Parlamento. Verifiquem bem e tentem lembrar-se do que andavam vocês a fazer há quatro ou cinco anos. Ainda é possível que tenham feito parte dos Immortal. Começou mal como uma mera emenda para substituir um outro grupo de retornados que pretendiam contratar mas que já por lá não andavam. Jarrett, Hogan e Bischoff revelaram-se como os “They” de que Abyss já andava a falar há algum tempo no Bound for Glory ao ajudar Jeff Hardy a vencer o main event e o TNA World Heavyweight Championship. Sim, tal como os Fourtune tinham o AJ Styles, também aqui se recorria a um babyface de topo natural e automático que é Jeff Hardy para Heel de topo. Juntos revelam que o seu plano fora sempre tomar conta da TNA – lembram-se de eu ter falado que isso já é uma tradição recorrente? – e conseguiram-no ao enganar Dixie Carter e fazê-la assinar papéis que cediam a companhia, convencendo-a de que eram referentes a Abyss. Um plano infalível… Tendo em conta que Jeff Hardy vencesse um torneio inteiro sozinho e sem ajuda e que Dixie assinasse um contrato sem o ler. É seguro e não tem como falhar. Já com a TNA em sua posse e uma confissão da ilegalidade de Hogan em TV sem qualquer represália, passaram por muitas peripécias e ainda mais membros. Aliaram-se aos Fortune contra os EV 2.0 para depois entrar em feud com eles. Isto até Ric Flair virar-se contra o grupo que fundou e juntar-se aos Immortal. Devia ser para haver mais sangue novo. Passou de tudo por lá: Bully Ray, Scott Steiner, Matt Hardy, Gunner, Tommy Dreamer… Se não se lembram das passagens de Rob Terry e Hernandez, não são de culpar. O Mr. Anderson aguentou um mês lá sem se dar com ninguém. Diz que o Chris Harris fez parte por um punhado de dias. E até Kurt Angle foi aliar-se ao seu grande amigo Jeff Jarrett, com quem acabava de ter uma das suas feuds mais pessoais e violentas por questões familiares. E nem foi pouco depois, foi imediatamente a seguir. O vosso bisavô, duas primas que tenham na Suíça, a chefe da patrulha de limpeza do vosso prédio e o peixeiro ambulante da vossa freguesia também devem ter ido lá parar. Bem repleto de bookings confusos que desintegrou o grupo antes de o desintegrar realmente e aí temos os Immortal, grupo que até pode ter dado algum entretenimento e serve para recordar a TNA de uns tempos em que ainda respirava melhor. Mas que representa tudo que há de errado com stables por obrigação e obsessão em tentar recriar os nWo…
1 – Spirit Squad
Ah que se lixe, adoro estes gajos! Talvez não pela razão que normalmente se adore alguém aqui pelos mundos do wrestling mas conta. Nos seus tempos, que correspondem aos meus bons e velhos tempos de jovem mark principiante, eram dos que eu mais gostava de odiar. Ou seja, até queria que eles viessem para levar uma sova dos D-Generation X – cuja versão de 2006 equivale ao meu “eu” de 13 anos aos saltos. Mas temos que olhar bem para o conceito do grupo e perceber porque é que eles não eram assim tão apreciados, de modo geral, como eram por mim. Cinco cheerleaders masculinos com cânticos e coreografias antes dos combates. Pronto, não se prolonga muito além disso nem precisa. Nada a apontar aos rapazes, estupendos atletas – ali o Nicky já é um bom amigo nosso e dos predilectos – uns com mais notoriedade que outros. E há bons combates a lembrar deles. Mas fica registado na história que, um dia, uma stable Heel dominante, conquistadora de títulos, que rivalizou com lendas… Eram cinco cheerleaders masculinos vestidos de verde. Pronto, eu sou um gajo que consegue dizer isso com gosto e entusiasmo, mas nem todos!
E com estes dez equivalentes a uns D-Generation X ou a uns Four Horseman me retiro. Espero que tenha sido um Top Ten a gosto, divertido de recordar. É claro que este é um tema bastante abrangente e encorajo a que acrescentem outros casos que se recordem ou que retirem algum que defendam. E podem sempre discutir um pouco isto das stables, se é algo a que vale a pena recorrer com frequência ou se é algo que se deve fazer com cuidado, para evitar casos como estes. Fiquem então a tomar conta disto que eu por aqui fico até à próxima semana, quando tenciono voltar. Fiquem bem, que tenha sido um bom Hell in a Cell e que ninguém esteja aqui a ler isto com amargura e um bom Halloween para todos!
10 Comentários
Daquelas que pude acompanhar enquanto fã, os Corre foram de longe a stable mais “pão sem sal” em todos os aspetos, seguidos claramente dos Menagerie.
”último prego no caixão foi a Wrestlemania XXVII onde se encontraram com Big Show, Kane, Santino Marella e Vladimir Kozlov.” O Kozlov foi substituído pelo Kofi.
Tão memorável que já nem me lembrava! :O
3MB <3
E os 3mb
E THE APPLE? Um grupo da WWE que durou uma luta só. Patético!
Spirit Squad que bons tempos. desse Top Ten o que tem mais defesa como disseste sim sao os Immortals
Faltam os Right to Censor.
A TNA sempre erra o seguinte, ela vai juntando pessoas , Main event até que não percebe que não tem faces para ir de contra o grupo. E ai acaba se perdendo na história, fszendo um turn em um dos membros.
Excelente top. O próximo poderia ser eventos que aconteceram no Halloween (Smackdown especial, lutas, etc)