Bem-vindos a um novo Top Ten que já tem razões para ser recebido com mais boa-disposição! Parece que atinaram com um PPV que levava pouca expectativa de muitos fãs e a seguir conseguiram fazer aquela coisa que parecia impossível que era fazer um Monday Night Raw em condições. Que seja para manter. Outra coisa milagrosa na qual já parecem ter acertado finalmente foi no tratamento a Roman Reigns. Descobriram como fazer o povo gostar dele. Com mais porrada e muito menos “tater tots”!
Muito boa recepção a Roman Reigns, especialmente ao vencer o WWE World Heavyweight Championship, algo que se esperasse que fosse completamente coberto em vaias. Mas foi uma dura plateia de Philadelphia – a mesma que o enterrou no Royal Rumble que venceu – que o recebeu de bom grado e braços abertos. Grandes momentos para a sua carreira se deram nesta semana. O que já serve para recordar que ele já fez muita coisa porreira. Para um gajo tão odiado como ele era, não foi nada difícil destacar dez grandes momentos do seu percurso na WWE. Porque muitos já gostaram dele e não querem é dizer!
10 – Wyatt e porrada velha
Não foi das feuds recentes que mais usufruiu de bom booking e, tal como quase todas as feuds em que Bray Wyatt se meteu, acabour por começar um pouco sem rumo. Começou a ganhar o seu sentido, seguindo uma história simples de questões numéricas, reforços e complicações. Mas os problemas eram pessoais entre Reigns e Wyatt e não era com ajudas que iam resolver os seus verdadeiros problemas.
Daí que um dos principais momentos tenha sido um-a-um e viu Roman Reigns e Bray Wyatt a não aguentar mais. Foi a fechar o Raw com porrada velha. A lembrar aquilo que Reigns faz melhor. Poderia ter sido um fecho vulgar mas os dois rivais não conseguiam estar sem ser a tentar desfazer o outro e o ringue era demasiado pequeno para eles. Como acabar da melhor maneira? Destruição a toda a volta e corpos imóveis. Sucesso.
9 – O bom inesperado
Até sabe bem quando se tem zero expectativas para algum segmento ou combate e aquilo acaba por dar um espectáculo que vai com intenção de roubar todo o show para isso. Olhando para aqui, parece que o Big Show é propício a isso. Há menos de um punhado de semanas, destaquei alguns dos principais rivais de Sheamus e mencionei o seu combate no Hell in a Cell que sofreu deste síndrome. Se avançarmos para este ano, lembramos que a rivalidade entre Roman Reigns e Big Show era recebida de forma enfadonha e pouco povo tinha alguma paciência para levar com um ou outro, muito menos os dois juntos. Feud que jurariam ser para esquecer e ainda vinha o Extreme Rules, onde culminaria num Last Man Standing que muitos julgavam ser uma pausa para um lanche.
Entra de novo o síndrome e enganam-se porque saiu um tremendo combate que voltou a mostrar aquilo em que Reigns é bom – e Show é um veterano a quem lhe basta bom e inteligente uso que não seja abusivo e maçador. E é porrada, destruir, violência. Foi um dos combates que mais se serviu do mote “Extreme Rules” e que apresentou dos spots mais doidos que podia haver. Conseguiram levantar os traseiros de uma plateia que ia quase com intenções de se deitar durante isto. E um desempenho mais que positivo para Roman Reigns, que mostrou que se encontrava no seu ambiente. Nem assim se aperceberam logo disso e achavam que o que ele precisava mesmo era de ter um microfone nas mãos.
8 – Um passo contra a Evolution
Isto de andar à pancada com o Triple H não é novo. O maior momento dos Shield como um trio Face deu-se quando rivalizaram e derrotaram, com convicção, os Evolution – sem Flair, claro. Dois combates tremendos de ficar registados nos livros, no ano de 2014, e que foi culminar na histórica Heel Turn de Seth Rollins. Ao longo dessa rivalidade e dos combates que a compuseram, pode destacar-se o colectivo. Roman Reigns foi um semi-líder no meio disto tudo como sendo o que dava o passo em frente mais arriscado.
E qual era esse passo? Aplicar ali um Spear no Triple H e declarar guerra! Atacar Randy Orton ou Batista seria esperado e até requirido, mas para selar que aqui se estava contra todos, Reigns parecia ser o cabeça dos Shield a fazer frente ao cabeça de… Tudo, vá. Claro que isso é só na teoria e de forma muito vaga. Triple H levou de todos e são todos que aqui importam. Pronto, talvez o Rollins importe um pouquinho mais pelos saltos que ele gostava de fazer, a arriscar o corpo. Para depois juntar-se a eles. Habilidoso!
7 – Voar em direcção ao topo?
Até é um bom momento em geral na sua intenção. Mas bem sabemos que o aqui mais consta é um particular spot. Já com a Authority à perna, Reigns tem na sua identidade, uma aptidão para varrer muitas pessoas de uma vez. É desses gajos fortes e heróicos. Mas nem sempre isso lhe dá jeito. E a Authority eram umas autênticas pedras no sapato, neste particular caso, Seth Rollins, Kane e os célebres e saudosos J&J Security, Joey Mercury e Jamie Noble. Todos no exterior, Reigns no ringue. Foi rápido a fazer as contas e num instante estava a voar por cima da corda e a aterrar encima dos quatro, pronto para distribuir uns bananos por todos, agora que já tinha feito o bonito.
Um excelente spot atlético e que demonstra uma impressionante elevação. Reigns tem algumas limitações em ringue mas, sendo suficientemente sólido no geral, não se lhe pode retirar nada ao seu atletismo. Manobras difíceis para alguém do seu peso e há quem compare este mergulho, com superioridade, aos habituais dos seus primos mais habituados a isto de ter a mania que se tem asas, os Usos. Agora até o Ryback gosta de brincar aos saltinhos, mas em qualquer situação… Podem explorar mais disto – sem abusar para não perder o efeito, claro.
6 – Limpeza no Survivor Series
Se recuarmos ao Survivor Series de 2013, podemos lembrar-nos que os Sheild ainda eram uma equipa Heel. Mas já faziam umas coisas a impor respeito e a puxar reacções mais positivas dos fãs. Incluindo Roman Reigns que viria a sofrer com o contrário não muito tempo depois. Num evento ainda hoje considerado fraquíssimo na história de todo o Survivor Series, pôde destacar-se um combate tradicional de eliminação que colocou os Shield e os Real Americans contra os Usos, os irmãos Rhodes e Rey Mysterio.
Foi daqueles combates a esgotar e a levar tudo até ao fim, com praticamente todo o povo eliminado. Tudo menos um gajo. Roman Reigns, o último sobrevivente. E não só era ele o último sobrevivente como fez questão de fazer a maior parte da limpeza por si. Fora a eliminação de Jey Uso por Seth Rollins, Reigns ficou a cargo das outras quatro eliminações. E uma boa porção delas vieram seguidas, em “rampage” sem travões. No final já estava sozinho contra dois e eram logo dois veteranos com títulos no passado como Goldust e Rey Mysterio. Havia Spears para todos. Reigns sai com o apoio e respeito dos fãs. Que tenha aproveitado bem aí para compensar incidentes posteriores…
5 – Um novo recorde
Essa supremacia num combate de múltiplos integrantes só nos pode fazer lembrar uma coisa. A quantidade de corpos a dispôr para tornar a dar nas vistas que existe no Royal Rumble. E, para isso, teremos que recuar a mais um infame PPV registado na história pelos piores motivos. Royal Rumble de 2014 marcada pela reacção negativa dos fãs em relação à insípida vitória de Batista e à total ausência de um tal de Daniel Bryan que o povo até queria mesmo a ganhar aquilo. O caldo já estava entornado quando entra o último participante e é o pobre do Rey Mysterio que leva com mais heat do que se andasse lá a pegar fogo a bebés recém-nascidos. Aquele clima pesado mantém-se até que só Batista e outro homem restassem no ringue.
Já vendo o filme, a plateia apoiou a toda a força o outro homem: Roman Reigns. Ele que viria a ter exactamente a mesma reacção que Batista recebeu, no ano seguinte. Aqui era visto como um herói e todo o público torcia para que Reigns o eliminasse. Não o conseguiu. Foi o fim-do-mundo naquela arena. Mas afinal o que é tão especial em quase ganhar mas não ganhar? O que veio antes. Se é impressionante o recorde que Kane mantinha desde 2001, de 11 eliminações, 11 corpos que ele atirou para o exterior… Roman Reigns rompeu esse recorde ao eliminar 12 competidores! Era só mais um! E, se calhar de preferência… Mais nenhum no ano seguinte!
4 – Inaugura-se a Suplex City!
Ligado ao ponto anterior. Não à Rumble em questão mas sim à outra mencionada, a sua infame vitória. Já estava tudo nas horas do caraças por ter Roman Reigns no main event da Wrestlemania contra Brock Lesnar, pelo WWE World Heavyweight Championship. Ninguém o queria lá. Ninguém esperava grande coisa do combate. Não estavam para o receber bem na arena. Tinha muito a provar naquele combate e ninguém estava propriamente à espera que ele o fizesse com flips e submissões fantásticas. Superar Brock Lesnar na porrada era uma ideia mas era elevá-lo demais para o gosto de todos, torná-lo demasiado heróico.
Tinha que saber levar uma sova mas sem ser à velha maneira Hogan/Cena em que leva o tempo todo para um “no sell” final milagroso que lhe dá a vitória. Isso seria o cúmulo. Mas como é que Reigns se impõe? Com resistência. Resistência de aplaudir. Na noite em que Brock Lesnar introduziu o célebre “Suplex City, bitch!”, Reigns levou porrada pela carreira toda. E lá no meio disso, só se ria e pedia mais. Isso já era outra atitude. Quando, claramente abatido e com pouca força, não se deixava ficar caído perante Lesnar e começava a preocupar, chatear e surpreender o Campeão, sabíamos que estávamos perante um outro Reigns. Um Reigns mais interessante. Que conseguia levar a porrada a Lesnar e que conseguia levar também. Mas sem ser da forma parva e super-heróica. Até estava perto de vencer de forma convincente… Se um outro velho amigo dele não estivesse preparado com uma mala que representava asneiras…
3 – Justice!
É mais um momento de colectivo mas que não podia deixar de aqui estar por ser dos maiores momentos em história recente. Ainda permanece como um dos meus momentos favoritos. No Survivor Series de 2012, CM Punk via-se à rasca para defender o WWE Championship contra John Cena e Ryback. Mas teve uma ajudinha de uns amigos que achavam aquele combate uma injustiça. Sublinho que Roman Reigns até ficou um pouco por baixo neste momento. Completamente ofuscado pelos seus parceiros, cuja identidade já levava muito mais peso. Seth Rollins era o NXT Champion e o favorito naquela brand, visto como um perfeito babyface e um futuro CM Punk aos olhos de alguns mais dependentes de comparações.
Dean Ambrose constava no plantel do NXT mas não competia lá, já andava longe de qualquer ecrã em todo o lado, na FCW ou no main roster, onde já era prometido e esperado há demasiado tempo. E depois tinha o Roman Reigns. Sim, também era familiar. Mas confesso que até a minha própria reacção foi uma quebra de histerismo ao exclamar “Olha ele! E ele! Este também é conhecido.” Contestado por muitos que viam um Kassius Ohno a completar aquele trio com mais sucesso, rapidamente deu para perceber que aquele trio era perfeito com aquela estrutura e precisava de um “músculo do grupo”. A tarefa coube a Reigns. E tínhamos um grande grupo a estrear num segmento histórico. Aqui destacado porque eram necessários três para ser um trio histórico. E Roman Reigns completava esse número.
2 – Vingança no patrão!
Um momento de conquista. De uma plateia de ideia bem definida e difícil de mudar de ideias. Sheamus, um WWE World Heavyweight Champion que agradava tanta ao público como trabalhar ao Domingo, defendia o título contra outro de quem o povo queria o menos possível, Roman Reigns. Deram um bom combate no passado Domingo no TLC mas a plateia já ia com ideias de não lhe dar assim tanto mérito. Alcançaram-se cúmulos como cânticos de “We want Cena!”. Sheamus vence e reinava a apatia. Foi aí que se acendeu a lâmpada sobre a cabeça de quem está a cargo disto tudo… E se aproveitarem aquilo que realmente vale a pena ver em Reigns? Porrada velha? Vingar-se em Sheamus, em Del Rio, em Rusev… Tudo bem.
Triple H vem acalmar as coisas. Ou será que vem piorar? Piorar não foi porque foi a partir daí que as coisas aqueceram quando Reigns decide também atacar o COO da companhia! Numa sova contínua, calculada, agressiva… Linda de se ver. Ia-se conquistando um povo que lhe agradecia. Reigns não parava. Exclamava que sabia que ia ser despedido mas não parava. Powerbomb para a mesa de comentários, que nem partiu a sacana. Só deu para ele arremessar-se para cima dele para a deitar abaixo. A plateia aplaudia. Triple H era carregado para sair e Reigns ausentava-se. Até achar que já que estava queimado, mais valia levar a sova até ao fim e, ganhando lanço desde o local onde parara na rampa, apanhou Triple H ao pé do ringue com um letal Spear que rebentou o telhado da arena. Um fantástico fecho de PPV. E está aqui um Reigns que já dá gosto ver!
1 – Renascido e Campeão
Para a primeira posição fica o episódio derradeiro que deu o mote para este tema e que definiu o Roman Reigns que eles queriam. Surpresa das surpresas, não era um Reigns orador com piadas fracas sobre “tater tots”. O culminar e conclusão do que começou na posição anterior. O Raw a seguir ao TLC. O último Raw a que assistimos e que nos deixou a pensar onde raio está a dificuldade em construir Raws ao nível deste com maior frequência. Viu Roman Reigns numa posição delicada e que já deixou todos os convencidos na noite anterior de pé atrás. Segmentos, humilhação por Stephanie McMahon, uma bela biqueirada nos “tater tots”.
O que conseguia alguma atenção era a presença de Vince McMahon – o velho fenómeno de “a gente normalmente detesta-te e fala mal de ti, não podemos com as tuas ideias actuais mas se apareces, a gente vai aos arames”. Ponto positivo a retirar daí: Reigns falou pouco. E parecia levar nos olhos uma vontade de continuar a sova em Triple H noutro corpo qualquer. Teve a chance e foi logo com Sheamus e, de novo, com o WWE World Heavyweight Championship em jogo… Com a condição de que seria despedido caso perdesse. Aqui consegue algum apoio. E o combate foi mais uma boa amostra da mistura do Reigns brigão e um Reigns underdog que consegue simpatia do público através da acção. A ter que lidar com Sheamus, a League of Nations… E até Vince, senhor com poder para interromper pins.
Mas havia Superman Punches para todos… Até para Vince que ali ficou a dormir um sono enquanto Reigns vencia o combate e o título… Perante uma plateia em festa, algo impensável há uns meses atrás. Caramba, há umas semanas atrás! Há dias atrás! Main event emocionante e que finalmente fez um Reigns à maneira de (quase) todos. Falta manter isto. O pormenor importante é que isto aconteceu em frente a um público de Philadelphia. Os velhos fãs da ECW. E os que começaram as fortes vaias a Reigns quando este venceu a Royal Rumble nessa mesma terra. Até deu para uma promo do novo Campeão em que falou disso mesmo e da qual obteve simpatia. Sê bem-vindo ao topo Reigns, agora a ver se ficas aí a agradar ou a amargar.
E com estes dez grandes momentos fecho um Top Ten referente a um Superstar tão polarizador como é Roman Reigns. Celebre-se, que o gajo nunca foi mau. Para quem não for fã dele e teve que levar com isto… Que se vai fazer, qual é o problema afinal? Ninguém é obrigado a gostar de toda a gente que os outros gostam ou passaram a gostar, siga-se em frente! Os únicos que eu vou perseguir durante o sono são aqueles que o adoravam nos Shield mas que depois passaram a fazer de conta que nunca foram fãs dele.
Relaxem, deixem-se lá disso, até do Adam Rose podem gostar! – eu adoro o gajo! Manifestem-se lá em relação a esta remodelação de Roman Reigns, ao que esperam agora do seu reinado, se acreditam que ele pode ser uma boa estrela de topo, todos os episódios aqui destacados e o impacto que teve em vocês, outros momentos em que markaram para algo que ele fez. O que quiserem. Que seja a dizer “Reigns sucks”, ninguém vos tira o direito. Na próxima semana, vejo se trago outro tema que não seja a destacar os momentos desapontantes de Reigns por já terem feito borrada com ele. Sejamos positivos.
Até à próxima e um feliz Natal a todos, que seja uma época de paz, sossego e barriga cheia para todos! Boas Festas!
5 Comentários
é tao sem logica oque fazem o Roman reigns fazer o cara chega do nada bate nos nego tudo que era campeao de tudo com uma mao nas costas por favor né dez Superman Punch seguidos é um pouco repetitivo
Bom artigo.
Belo artigo!
Reigns nunca convenceu como underdog. Como é que alguém de 1,90m e 120kg que surra tudo e todos vai ser considerado um underdog? Daniel Bryan era um underdog e a diferença é gritante.
Doa a quem doer, para me ROMAN, é o melhor