Bem-vindos a uma nova edição do Top Ten que já traz um daqueles temas mais típicos de um Top. As listinhas de coisas que até são divertidas de se ler. E há ligação com assunto corrente. Porque parece que os Dudleys fartaram-se de uma certa coisa. Fartaram-se das próprias mesas. Heel Turn mais bizarra, por ciúme a uma peça de mobiliário. Mas resulta. É no que dá ter uma carreira associada a uma arma ou uma arma associada a um acto, um competidor. Não são os únicos.

Ao longo da história, o mais comum que já houve foi uma arma de assinatura, um objecto forasteiro ilegal que se associava a um particular lutador. Alguns globalizaram-se, outros continuaram específicos e exclusivos. Muitos. Mas aqui só cabem dez.

10 – A Shillelagh de Finlay

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

Arre. Um gajo abre isto e espera coisas básicas como “mesa”, “cadeira”, “escada”, “Braun Strowman” e outros diferentes tipos de objectos inanimados com nomes mais fáceis de escrever. Mas começa-se logo com um esquisito. “Shillelagh” é o nome correcto que se dá à muito Irlandesa maça que Finlay normalmente carregava para o ringue e com a qual maltratava os seus adversários sempre que podia. Benefício manhoso quando era Heel, a coisa só podia piorar quando ele se começou a servir também de Hornswoggle, que lhe fornecia a Shillelagh ou interferia directamente no combate. É muita coisa a seu favor. Claro que tinha que virar Face eventualmente. Uma curiosa nota pertinente sobre a folclórica arma na história Irlandesa é que era utilizada em duelos de cavalheiros. Porque é assim que os cavalheiros Irlandeses resolvem os seus problemas: à mocada com esta coisa.

9 – A Janice de Abyss

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

A do Finlay tem aquele nome esquisito mas esse é o seu nome verdadeiro e histórico. Nada impede que de vez em quando não apareça uma coisa que um gajo nem sabe o que raio é aquilo. Ao ponto de ter que lhe dar um nome. Muitas vezes nome de gente. Foi o que Abyss fez quando deu um nome tão intimidador como “Janice” à sua arma. O utensílio consiste numa tábua em paralelepípedo, com pregos colados em todas as suas faces, de modo a ficar com os bicos voltados para fora. Uma exacta réplica de um brinquedo que sempre pensei dar a filhos num futuro. O problema desta arma é que é, com certeza, a menos utilizada desta lista. Ele bem tenta, mas falha sempre. Homem, não vás a eles quando eles estão no canto, porque eles desviam-se sempre e ficas lá preso. Acontece sempre, nunca aprendes? Os mais grotescos usos foram longe das câmaras em coisas tão comuns e passageiras em wrestling como o homicídio de Rob Van Dam. Actualmente, numa altura em que não se mata ninguém na TV do Impact Wrestling a não ser a própria companhia, existem usos leves, muito controlados e suaves no torso. Se o lutador estiver com uma camisola vestida, ainda melhor. E se os pregos forem de borracha, mais à vontade podemos estar. Pronto, assim funciona uma das mais mortíferas armas a… não ser muito usada em ringue.

8 – A guitarra de Jeff Jarrett

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

Muito gosta de nos dar música, este Jarrett. Iniciando-se nos nossos familiares ringues como estrela de country que planeava utilizar a WWF como catapulta para a sua carreira na música, Jarrett vinha equipado como se fosse para o estúdio gravar um dueto com o Garth Brooks. E também levava a guitarra, não fosse haver a urgência de fazer uma serenata a alguém durante um combate. A cantiga dele com aquela guitarra era outra pois, num instante, utilizava-a na cabeça do adversário, que ele ficava a ouvir o Conway Twitty até ao dia seguinte. Objecto também associado ao lendário Honky Tonk Man, Jarrett abusou mais do instrumento de cordas. E das suas acções retiram-se duas conclusões: aquela guitarra a pulverizar na cabeça de outro gajo fazia mais barulho que a GFW consegue fazer actualmente; qualquer guitarrista interessado numa nova aquisição deve evitar a loja frequentada por Jarrett, dada a fraca qualidade do material que se desfaz com demasiada facilidade!

7 – A cana de Sandman

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

É que nem se vê um sem o outro. Aliás, até vos lanço um desafio. Quero ver quem é que consegue, em menos tempo, lembrar-se de uma manobra do seu repertório, que não seja um DDT e uma canada. Até contava as pancadas com a lata de cerveja, mas essa aí é aplicada nele próprio. De facto, Sandman nunca foi o mais técnico, abrangente e talentoso dos lutadores. Acontece que era uma perfeita personificação da ECW em atitude e levava muito carisma na sua embriaguez e violência. Conseguia ficar mais over com uma canada na cabeça de um adversário que podia, ou não, merecê-la do que muitos com algo espectacular. Hoje em dia, a “Shinai” ou “Kendo stick” é uma arma muito mais comum e até é das primeiras a que se recorre, do sub-ringue, para iniciar a pancadaria nalguma Street Fight ou algo relacionado. Mas ainda continua a ser a cara de Sandman. Ou melhor, um pedaço de bambu desfeito é mais bonito que a cara do Sandman, isso é certo.
Uma nota curiosa: O nome Sandman vem de uma gimmick antiga… De surfista. O “sand” era literalmente de areia. Em tempos, Sandman dirigia-se ao ringue ao som da “Surfin’ USA” dos Beach Boys e com o fatinho de surfista e tudo. Adivinharam, a sua arma de assinatura era a porra da prancha!

6 – O garfo de Abdullah the Butcher

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

Um dos lutadores mais violentos da história não podia usar uma almofada para atingir os adversários. Ou uma garrafa de água, que também já serviu de arma letal em dias recentes. Abdullah the Butcher, que chegou ainda assim a WWE Hall of Famer apesar do seu infame estilo em ringue, servia-se de um garfo e não era propriamente para ir a um bufete de self-service ali perto para petiscar. Servia-se, em vez disso, da testa do adversário ou de outra parte do corpo que lhe desse jeito. Violento e controverso ao ponto de fazer o “Superstar” Billy Graham exigir que o seu nome fosse retirado do mesmo Hall of Fame onde Abdullah estaria, é um dos lutadores mais temidos para trabalhar em conjunto. Nem vejo o porquê, quem é que não quer ter um garfo espetado na própria carne e apanhar uma hepatitezinha de vez em quando? Especialmente quando Abdullah era infame por utilizar essas armas e fazer “blade” nos adversários sem aviso e sem consentimento dos mesmos. Hoje em dia, e isto é legítimo, Abdullah é dono de dois restaurantes. E eu nem quero saber como raio ele serve a comida nem o que serve!

5 – Os escadotes dos Hardy Boyz

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

Agora é uma arma mais comum, especialmente no tipo de combate que lhe compete. Mas por um tempo era mais associado a uns certos irmãos e não, não eram os Gymini. Eram mesmo os Hardy Boyz, rapaziada que já gostava das alturas e de andar a testar se a gravidade ainda funciona, serviam-se de uns brinquedos para subir mais alto ainda. O combate já existia e já tinha feito a sua parte na história, graças a Shawn Michaels e Razor Ramon, mas Jeff e Matt Hardy conseguiram inseri-las na sua identidade para tornar a associação inevitável. Porque era, realmente o que o Jeff Hardy mais precisava. Coisas que se tornassem mais perigosas ainda porque ele já era um moço cuidadoso e com muito zelo pelo próprio corpo! A acrescentar, talvez só aquela “super-escada” a que Big Show já recorreu num Money in the Bank. Na verdade, foi tudo apenas porque já tinha acontecido antes uma escada das normais não aguentar com o seu peso. É uma associação muito diferente!

Nota: Nesta brincadeira na divisão de equipas, nasceu o TLC onde se fundiam as especialidades de cada equipa. Edge & Christian eram os especialistas das cadeiras, mas não constam nesta lista por ser uma arma demasiado comum. É a primeira delas todas e a especialidade deles era mais associada ao que se podia fazer com elas – Conchairto, por exemplo. Fica aqui uma menção honrosa. A terceira arma do combate já é bem mais sinónima dos seus portadores…

4 – As mesas dos Dudley Boyz

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

… Que são aqui os nossos amigos Dudleys. Trazendo os maus vícios da ECW, gostavam de mandar pessoas por mesas dentro. Nem vejo nada demais, aqui por casa os jantares de consoada na véspera de Natal acabam sempre da mesma maneira. É também uma arma global hoje em dia, com o seu combate já bem abordado e com já meio mundo a atravessar mesas e o outro meio a atirá-los. Mas são Bubba Ray e D-Von os senhores do “Get the tables!”, que encorajaram os “We want tables!” e que têm o icónico 3D – e uma Powerbomb também de alto estatuto – para dar mais entusiasmo e assinatura à coisa. Ou era. Acabou-se a brincadeira. Parece que as mesas eram mais populares que eles e não gostam disso, têm ciúmes. Logo, arrumem-se as mesas. E é assim que se vê a associação do utensílio aos homens. A Heel Turn pode consistir, muito simplesmente, na ausência de mesas. MALVADOS!

Nota: Quem também se pode associar a mobília destruída deste calibre é Sabu, responsável por trazer esse agora comum bump do Japão, com a tradição de que não podia acabar um combate sem mandar alguém por uma mesa. Se não conseguisse mandar ninguém, ia ele, é assim mesmo. Mas Sabu é sinónimo de demasiada arma. Delas todas. Bem sabemos que ele era gajo de recorrer a tudo menos a bom senso…

3 – A “Barbie” de Mick Foley

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

Não, o Foley não tinha o hábito esquisito de bater em pessoas com bonecas. Nem é uma referência à bela da Noelle, sua linda filha, que até pode lembrar uma Barbie, ele não vai andar a bater em pessoas com ela também, isso não se faz. Lá porque a Brie Bella acusou a Charlotte de LITERALMENTE atirar-lhe a Nikki e o Bryan à cara, isso não acontece. Mas esta Barbie também é uma velha conhecida nossa e é um brinquedo que todos nós queremos no Natal. Um taco de baseball… Bem embrulhadinho em arame farpado. Para fazer asneiras. Asneiras dolorosas. Também já foi utilizado por outros mas ainda é ferramenta associada a outro senhor inovador do wrestling violento. Porque não pode ser só ele a rebentar-se todo num combate, o adversário que também leve com qualquer coisa. É um adereço ao qual não lhe retiro importância. Mas bem sabemos que a sua arma mais letal é, na verdade, o Mr. Socko…

2 – O taco de Sting

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

Mas também não precisa de arame farpado para ser perigoso, o Foley é que é tolo. Aquilo já faz bastantes estragos por si e o Sting bem o sabia quando recorria a ele. O arame farpado realmente é mais perigoso ainda, então porquê colocar o Sting à frente? Porque o seu negro taco de baseball foi muito importante e indispensável na constituição da imagem de Sting, assim que este se remodelou para uma personagem mais sinistra e inspirada no “Crow”. Sting tinha intenções loucas e aquele taco era sempre indispensável, intimidava sempre o adversário, bastava encostá-lo ao queixo da pessoa, que ela perdia qualquer mobilidade ou capacidade de raciocínio. Uma bruxaria qualquer. Teve sempre os nWo como seu principal alvo e Hulk Hogan foi uma das principais vítimas do taco que lhe causava quase tantos danos como os próprios bookings ou a reunião dos nWo alguma vez lhe fez. Muitos problemas tem ele com aquele taco. Dados eventos recentes, só esperemos que não seja por causa da cor!
Mas aqui o taco encontrou um rival à altura, com quem teve o direito a um confronto…

1 – A marreta de Triple H

Top Ten #136 - Armas de Assinatura

… Que é este bebé aqui! Eterna ferramenta de bricolage e saída de Triple H das suas maiores alhadas, é uma das armas mais míticas de todas as que já passaram por baixo daquele tão inseguro ringue. Achei que era merecedor da primeira posição e acho que o The Game concordaria com esta privilegiada posição para a sua “Equalizer” que já tantas alegrias lhe trouxe. Muitos caíram vítima da boa e velha marretada, incluindo Ric Flair, Big Show, Shawn Michaels, Undertaker, Kevin Nash ou a maior vítima de todas: a própria mão. Tanta cacetada que ela leva que ainda nem sei como se mantém inteira. Só se viu mais à rasca ali com o amigo do Sting que já a partiu a meio, mas ele ainda pôde usufruir dela na mesma. Quem não tem memórias com a marreta? E falo de Triple H e das suas acções, espero que não andem vocês às marretadas às pessoas!

E com estes brinquedos todos já apresentados, fecho mais uma edição deste Top Ten, que espero que tenha sido interessante e entretida de se ler. Sei que existem muito mais além de dez e, de cabeça até me consigo lembrar logo da tábua de Jim Duggan, da corrente de John Cena de antigamente, da ocasional urna de Undertaker e, com certeza que o Al Snow recorria à “Head” sempre que podia. Vocês com certeza que se lembram de mais e cedo-vos a oportunidade de enriquecer isto na caixa de comentários, como já o costumam fazer. É para voltar na próxima semana e, com um Fastlane já passado e uma Wrestlemania cada vez mais próxima, espero que tenha material de interesse! Até lá fiquem bem e não façam asneiras, guardem lá o guarda-chuva com agulhas na tela ou a mesa coberta de legos, ou o que quer que fossem inventar para ser a vossa arma de assinatura. Juízo!

9 Comentários

  1. Vitor Oliveira8 anos

    Ótima edição, grandes nomes na lista

  2. tinder8 anos

    cade as cadeiras de edge?

  3. Rich and Negan8 anos

    muito bom Top Ten

  4. Vitor Reis8 anos

    Faltou a pá do John Cena

  5. Frederico_WWE8 anos

    Adoro o teu trabalho e mereces mais comentários!

    És o tipo de pessoa que tem piada e dá gosto ler o que escreves… não és de dar piadas estúpidas ou infantis e nem tentas ser engraçado e fazer comédia só porque atiras umas coisas para o ar… ao contrário de outras pessoas.

    Falas em armas e acrescento outros pormenores que são quase únicos de determinados lutadores.
    – Al Snow e a cabeça
    – Boogeyman e as minhocas
    – Jim Duggan e o pedaço de madeira
    – Jake The Snake e as cobras
    – Jim Cornette e a Raquete de ténis
    – Jimmy Hart e o Megaphone
    – Paul Bearer e a Urna
    – Raven e o carrinho de compras

  6. Gomes8 anos

    Undertaker é o Caixão

  7. Raphael8 anos

    Seringas de Thumbtack Jack… haha

    Faltou só o pedaço de madeira do Hacksaw Jim Duggan mesmo. O resto, muito bem escrito

  8. Mateus8 anos

    Faz um com os combates que se associam com cada superstars
    Como Undertaker na Hell in a Cell

  9. Bom artigo.