Uma boa semana a todos e sejam bem-vindos a mais um Top Ten. Que seja um tema tão bem-recebido como o anterior ou lá perto. Este já trata de gente que já se enfrentou em ringue. Por várias vezes. E com muito azedume!

Actualmente a rivalidade mais pessoal a marcar a WWE é a que se dá entre Kevin Owens e Sami Zayn. E salientam bem um factor importante. Estes dois eram amigalhaços, parceiros, quase irmãos. E agora, são inseparáveis mas é agarrados às grenhas um do outro. Um triste acontecimento da vida. Mas recorrente no wrestling. Por vezes os melhores parceiros de equipas dão enormes rivais. Por vezes os melhores parceiros dão rivais ainda maiores. Neste Top Ten destaco casos de pares que tanto marcaram em equipa mas que quase se podia considerar que marcaram mais ainda como inimigos. Não quis preencher isto com qualquer rompimento de tag team. Vejam quais se lembram melhor e quais os vosso favoritos.

10 – Triple H & Shawn Michaels

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

O caso dos melhores amigos que actualmente são… Melhores amigos. Pode não coincidir totalmente com a ideia que transmiti na introdução – a quebrar regras logo ao início? – mas achei que podia incluir uma. Rompimentos azedos existiram entre os Dudley Boyz ou até mesmo Edge e Christian e já todos esses são amiguinhos do coração outra vez. Com Triple H e Shawn Michaels dá-se o mesmo, mas foi o seleccionado para abrir esta contagem porque foi muito feio, bruto e ruim. Lá se reuniram em 2006 para reformar uma nova versão dos DX que abençoavam a TV de muitos de nós na flor da nossa juvenilidade, mas tiveram que enterrar muita coisa. É que a coisa estava feia entre eles. Desde o regresso de Shawn Michaels em 2002, com uma reunião celebratória com Triple H, que as coisas deram para o torto. É que o “The Game” não estava para aí virado e atacou o amigo, originando uma tremenda feud que, no total, quase durou por dois anos. Pelo meio enfrentaram-se e tentaram desmembrar-se em Street Fights, Elimination Chambers, Hells in Cells e uns bem feios 3 Stages of Hell. Com muito sangue e ódio à mistura. Agora parece estar tudo bem mas ninguém diria naquela altura. Mas pronto, há casamentos assim!

9 – Sami Zayn & Kevin Owens

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

O caso actual e que dá a ideia para esta brincadeira. Actual mas também estranho e peculiar. É que pelo que se vê na TV da WWE, para quem não os conhecia anteriormente, só vê dois inimigos desde sempre. Sabe que eram amigos de longa data porque o dizem e falam muito no assunto. É um caso de continuidade – aqui continua-se uma história que já vem de antes e que talvez fosse demasiado grande para não se ver culminada num gigante palco da WWE. Porque esta entrada podia muito bem estar intitulada “El Generico & Kevin Steen” por já vir desses tempos. E porque já era assim nesse tempo também. Os desgraçados tanto partilham belas memórias como ROH World Tag Team Champions como são premiados com o prémio “Feud do Ano” em 2010. Tanto é aos abraços como é a tentar estrangular-se. Tanto apadrinham casamentos, como se arremessam por escadas suspensas dentro, de cabeça, com Package Piledrivers. Mas é malta da boa com quem também vocês gostariam de sair para uns copos. Mesmo com o risco de acabar com alguém atirado, de coluna, para a beira do balcão do bar.

8 – The Hardy Boyz

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Também irmãos se pegam. É natural, lei da vida. Mas se os irmãos fizerem vida dentro de um ringue, é capaz de ser pior. Tudo o que seja Steiners ou Harlem Heats já se pegou. Mas os manos Hardy souberam dar um passo maior. Nada que tenham feito como inimigos ultrapassa o legado como uma equipa, mas quando romperam, romperam com amargura e até abanaram bem o panorama. Matt Hardy tinha ciúmes, Jeff era tolo, Matt sabotava-lhe a entrada com pirotecnia, o Jeff lá aguentava ao ser tolo, Hardy atacava, confessava, Jeff continuava tolo, enfrentavam-se no enorme palco da Wrestlemania, onde Matt venceu e voltaria a vencer num Stretcher Match, pelo Jeff ser meio tolo e não atinar bem com capitalizar. Acabou por vencer num “I Quit” e acredito que ser tolo o ajudou bastante. Desculpem a redundância, mas ele fez uma bela carreira disso. Curiosamente, já se reuniram e já andam à bulha outra vez. De maneira diferente e a causar falatório e a tornar-se relevante pelas razões menos certas. E a deixar a questão sobre quem é realmente tolo agora. É uma feud diferente, é uma feud entre o Brother Nero e o John Travolta no Battlefield Earth. Mas os combates e os bumps estão lá. E o heat, tratam-na como a feud mais pessoal e irreversível possível. Baseando-se muito de Jeff Hardy a atirar-se de coisas e do Matt Hardy a tocar piano. Engraçado que o Jeff a atirar-se de coisas enquanto o Matt relata com um sotaque esquisito e toca piano soa a algo que, mesmo assim, vendia bem.

7 – The Rockers

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Antiguinhos estes, ainda daqueles tempos primordiais em que o wrestling de tag team como o conhecemos começava a marcar o seu território com mais imposição. Espantavam o povo com dois indivíduos de tamanho médio, no meio de um oceano de músculos oleados em corpos grotescos. Eram eles Marty Janetty e um outro mancebo que dizem que se chamava Shawn Michaels ou lá o que era. Eram uma equipa excelente e aparentemente inseparável. Que o diga o Brutus Beefcake, quando os levou à sua “Barbershop” num segmento que viu a sua conclusão em Janetty a entrar por um vidro dentro, por cortesia daquele outro Michaels. Shawn Michaels seguiria a ter a sua carreira a solo – dizem que sim, não me lembro de o ver – e Marty Janetty para sempre ficaria como o Janetty da equipa. Pioneiro. Ao contrário do inevitável, nunca se chegaram a reunir, mas o ódio pairou sempre no ar e chegaram a rivalizar com ódio, especialmente no ano de 1993, já tardio. Tentaram reuni-los… Já em 2005 quando não havia lá muita vivalma que tivesse interesse na reunião. Mas não compreendo, acho que aquele tal Michaels precisava disso para arrebitar, andava a passar tão despercebido…

6 – Beer Money

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Chamem-lhe peixes grandes num lago pequeno mas faço todas as vénias a esta dupla. É debatível que seja a melhor tag team na história da TNA. Também é debatível que seja a melhor rivalidade na sua história, só não o debatam comigo porque vou afirmá-lo de punho fechado que o é, com todo o respeito e sem desvalorizar todas as grandes feuds que por lá se deram. Combates bem violentos tiveram e aquela Street Fight no Bound for Glory de 2012 também está bem posicionada nalguma lista pessoal de combates favoritos desse calibre que ainda não me dei ao trabalho de organizar. Não estico aqui corda nenhuma, não se fez menos que grandeza com Bobby Roode e James Storm para mim. E para a história da TNA. Se há um Hall of Fame com malta nova e activa, Roode e Storm merecem entradas individuais, como equipa e ainda uma entrada à parte para a longa rivalidade em si. É o que tenho a dizer sobre o historial em conjunto e separado destas duas estrelas que procuram os seus novos caminhos. Caminhos esses onde, curiosamente, se incluiu uma curta reunião dos galardoados Beer Money…

5 – Eddie Guerrero & Rey Mysterio

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Tão amigos que um ganhou um push à custa do desaparecimento do outro. Mas isso é o lado negro com brilho que vem depois. O que interessa aqui é que se abordou uma forte amizade e conexão entre Eddie Guerrero e Rey Mysterio quando o primeiro faleceu porque tal existia. Fora de ecrã e também nele se explorava essa química, essa cumplicidade. Todos adoravam Eddie. Rey era mais um, mas era especial, era mais próximo. Melhores amigos. E parceiros. Mas depois o Eddie, como o génio que é em virar-se da galhofa para o lado sombrio com rapidez, vira-se ao seu amigo pequenote mascarado. Meteu filhos e custódias ao barulho e estava o caldo entornado. Também se debate como uma das melhores execuções e resultado de uma das piores rivalidades – em conceito e ideia e não no par – ao colocar Eddie e Rey a lutar pela custódia de Dominick, filho de Rey, de quem Eddie clamava ser o verdadeiro pai. Cenas de tribunal num ringue com um escadote, para evitar papelada e chatices. Resultou graças ao bem que funcionavam juntos e como rivais, funcionou porque Eddie faria resultar até o Adam Rose, funcionou porque o combate foi impecável, independentemente do que estava pendurado sobre o ringue. Fosse até viagra ou a mãe do Buff Bagwell ou mais algum objecto pelo qual já existiu disputa. Funcionaria. Mas são eternos amigos. Com uma rivalidade daquelas…

4 – The Shield

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Este é actual, pão nosso de cada dia ainda. Os Shield ainda são recordados entre as melhores coisas a acontecer na WWE nos últimos anos. E já todos devemos ter visto a cadeirada da traição de Seth Rollins mais vezes que já vimos os corpos despidos da pessoa amada. Isto no caso de haver tal. E até há um main event todo jeitoso para o Battleground com os três cavalheiros em questão. Logo não venho para aqui acrescentar muito ou dar-vos novidades em relação ao caso. Mas resumindo, eram como irmãos mas agora fazem vida de tentar desmembrar-se. Ainda resta ali alguma irmandade entre Dean Ambrose e Roman Reigns mas já o Seth Rollins… Tentar decapitá-lo é costume regular dos seus dois “irmãos”. Ainda pode muito bem ser a maior rivalidade de cada um deles, juntando-se à Wellness Policy ali do nosso amigo jeitoso Samoano. Como os preferem? Amiguinhos ou à cabeçada?

3 – Bret & Owen Hart

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Falei ali dos desentendidos manos Hardy, mas já existiram na história mais irmãos a desentender-se com azedume. Os lendários Harts são bastantes mas há dois que se destacam bem mais. Bret e Owen. Para os mais distraídos, serão os dois irmãos Hart. Já formaram equipa – há mais história com Bret a fazer parceria com o cunhado Jim, sim – mas é uma irmandade de sangue que sempre os ligou mais. As coisas foram abaixo em 1994, num combate de equipas em que Bret não fez o tag para sair quando devia. Owen chateu-se e “kicked the leg out of his leg”. Não liguemos muito ao facto de Owen ter a sua razão, mas a Heel Turn foi dele. Longa feud ao longo do ano com duas importantes culminações na Wrestlemania e no SummerSlam desse ano. Do melhor que se fez nesses pobres anos e marcou bem a primeira metade da década. Infelizmente, Owen não viveu para a reconciliação on screen mas ficará bem recordada a rivalidade. Entre dois adorados irmãos.

2 – The Mega Powers

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Até deixo este a vosso critério. Como se lembram melhor deles? Como a dominante equipa de nome genérico como “Mega Powers” ou como rivais a colidir no gigante palco da Wrestlemania? Como os preferem? Como a equipa heróica ou em acção com uma péssima atitude de Randy Savage? Passaram pelos dois. Eram a dupla favorita de todos e pareciam dar-se lindamente, juntamente com Miss Elizabeth, mulher de Savage. Mas aqui o “Macho Man” era um ciumento. E esses ciúmes levaram à má atitude de Savage, que levou à separação da equipa, que levou à feud amarga. Na vida real? Davam-se ainda pior do que à frente das câmaras. E foi Hogan que introduziu o seu ex-parceiro no Hall of Fame, em tom de recordação de ambas as fases das suas carreiras. Conta como reconciliação?

1 – Brothers of Destruction

Top Ten #149 – Bons Amigos, Melhores Inimigos

Podem muito bem ser o melhor parceiro do outro. E olha que também podem bem ser o melhor rival do outro. Depende do que vos apetecer lembrar no momento. Foram muitas as parcerias ao longo das duas décadas. Muitas as turras ao longo das mesmas. E nem eram seguidas, era algo que vinha à baila sempre. Algo com que poderíamos sempre contar. E marcos importantíssimos na carreira de ambos. É comum que se reconheça Kane e Undertaker como os Brothers of Destruction, nome que funciona de ambas as maneiras: a equipa dominante monstruosa capaz de intimidar os mais duros; os irmãos em constante batalha com diferentes graus de obscuridade e com a razão a variar de lado. Com estes é que nem sei como são preferíveis. Pode considerar-se o todo, em que são os melhores dos dois mundos?

É isto que há para vos apresentar em relação ao assunto que espero que consiga ser aprofundado por vocês com uma adesão tão boa como na semana anterior. É que ainda acho que podem acrecentar outros casos de que se recordem e que ainda existe algo a dizer em relação a estes mesmos casos. Isto é tudo vosso. E é para ver se continuo a brincadeira na próxima semana. Algo que a selecção Portuguesa tem vindo a dizer todos os jogos. Até é uma boa nota de despedida com continuação de boa sorte para Portugal no Euro2016 e desejos de uma continuação de boas férias para todos vós. Então agora que o tempo está quente!

12 Comentários

  1. Bom artigo. Talvez não haja melhores exemplos para o título deste Top Ten do que aqueles que citas-te. Mas talvez acrescenta-se o Nakamura e o Tanahashi, sei que nunca foram muito unidos, mas ainda assim, considerava esta opção.

  2. Mais um grande artigo!

  3. NXT Fan8 anos

    Sem Sasha Banks e Bayley, sem credibilidade.

    Brincadeira, grande artigo ?

  4. LegendkIller8 anos

    Sinceramente ja achei um crime nao aparecerem The Rock e Stone Cold na lista e muita mais o fato de nao estarem em primeiro lugar disparados!

  5. Apenas eu acho que a WWE é capaz de juntar o Zayn e o Owens numa Tag Team eventualmente ? Tal como decerto o farão com o Enzo e o Cass ? :s

    • Chris JRM8 anos

      Nem são uns a quem ligue muito mas já vi esta malta ao vivo! xD

  6. Excelente artigo Chris, apenas desconhecia o Beer Money por nunca ter acompanhado TNA.

  7. Miakuda8 anos

    “Do melhor que se fez nesses pobres anos e marcou bem a primeira metade da década. Uma rivalidade bíblica (Caim e Abel) Infelizmente, Owen não viveu para a reconciliação on screen mas ficará bem recordada a rivalidade. Entre dois adorados irmãos.”

    Na minha opinião, foi a melhor rivalidade produzida pela WWF na metade dos anos noventa. No entanto, não entendi o que você quis dizer sobre Owen não ter se reconciliado. Mas ele não se reconciliou com Bret Hart na televisão? Em 1997, quando Bret Hart formou a Hart Foundation (Team Canada), ao lado de Owen, Bulldog, Jim Neidhart e Brian Pillman.

    • Chris JRM8 anos

      Justifico isso com… Mera distracção! :O Tanto me esqueço, às vezes, do período do Bret como Heel como avancei directamente desta fase de Owen para a Nation of Domination. Apaguei ali um momento grande! Erro meu, obrigado pelo reparo! 😀

      • Miakuda8 anos

        Você sempre se esquece da Hart Foundation versão 1997. É a segunda que chamo a atenção. xD

        De boas.

  8. Excelente tema, não sei se John Morrison e The Miz se enquadram perfeitamente no tema mas mal vi o título do artigo, foram os primeiros nomes que pensei, a par de Owens e Zayn claro