E começa novo ano e esta coisa volta! Para todos os três que talvez tivessem alguma saudade ou tivessem pensado, por um breve momento, durante o duche “Que é feito daquilo?”. Após não ter conseguido manter a actividade durante a época natalícia, afastando-me dos vossos ecrãs por umas poucas semanas, o Top Ten volta à carga. E é a pensar em 2016 porque é assim que isto funciona: a olhar para trás.

Numa altura em que toda a louqueira de listas de finais do ano ocupam tudo o que existe, em todas as áreas e já com a minha lista de discos do ano redigida há um tempo – e sublinho que num petardo de pouco mais de 20 minutos, os Nails não chegaram a ser superados por mais ninguém – é tempo de lembrar que ando numa área em que todos também recordam os combates do ano. Mas já vimos duzentas dessas, todos nos lembramos disso e já estamos todos fartinhos de saber que o combate do ano foi entre a Rebel e a Shelly Martinez no One Night Only: Knockouts Knockdown. Então podemos avançar para algo diferente, algo bem mais à moda deste Top Ten que continua igual a si mesmo, ano novo vida velha. Recordemos dez casos, que… Realmente precisam de recordação. Dez momentos menos memoráveis do ano. Alguns deixam-nos com pena, outros a abanar a cabeça, outros a agradecer a santos por terem sido esquecidos. Preparem-se.

10 – And we are… The Spirit Squad!

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Pronto, entra no fim porque isto não ficou de todo enterrado. E seria difícil descartar um regresso destes quando é de alguém que ainda foi minimamente notável no seu tempo. E ainda para mais inserido naquela que foi uma das feuds do ano. O que parece ter ficado esquecido são mesmo os próprios Kenny e Mikey, que se supõe que ainda façam parte do plantel do SmackDown, como eu desejei assim que os vi de volta e no ringue. “Já agora que estão a renovar a coisa, podem ficar com eles e vão servindo para a divisão tag team”. Parece que aconteceu mesmo e ainda os vimos mais umas vezes, podendo confirmar-se a sua presença no plantel do SmackDown no WWE.com. Mas é só aí que se pode manter a ideia de que estes dois restantes dos Spirit Squad ainda façam parte da WWE. Fora isso, deixámos de os ver desde que se tentaram apurar para representar a marca azul no Survivor Series. Ficou uma tentativa de estorvar, chatear, maçar e até acabar a carreira de Dolph Ziggler como tudo o que fizeram em 2016. Mas que espaço terá qualquer tag team no SmackDown, quando é lá que residem os dominantes Ascension?

9 – Raptaram o Bram!

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Não é tão mau como ser raptado por Ninjas, isso que o confirme Samoa Joe. E isso até foi bem memorável, só foi tão explicável e compreensível como um push à Dana Brooke. Já Bram, devia estar a antever que ia ter um ano complicado quando anunciou, a pulmão cheio, que 2006 ia ser o seu ano. Coitado, já devia saber que 2016 não ia guardar muito boa coisa e quis fugir para o passado. Mas até nem lhe começou assim tão mal, beneficiou de uma Face Turn e até chegou a ser King of the Mountain Champion. Outra coisa que também ficou esquecida. Nem só o reinado em si, o próprio título. As coisas começaram a descambar quando começou a cair em gracinha com a Rosemary. Não lhe chamem tolo, olhem que eu também caía e ela podia manter aquela maquilhagem e berrar como costuma. Daí saíram segmentos bizarros, mas que até gostei, em que Rosemary explica as suas origens. Posso ter-me apaixonado ligeiramente, ou não, por ela aí, não vou confirmar ou desmentir nada em relação ao assunto. Mas o pobre do Bram, como gajo, lá foi atrás, a meter-se em todo o barraco onde ela ia porque achava que ia ter, sabem… Alguma sorte. Tudo o que lhe saiu foram os Decay a raptá-lo e a levá-lo para sabe-se lá onde. E olha, ainda assim tem mais sorte que eu. Andou desaparecido e escondido até… Sei lá, devem ter-se esquecido, porque também não se tocou mais no assunto. Assumimos que foi resgatado por James Storm que o persuadiu a juntar-se a ele para andar a brincar com máscaras. Ou os seus antigos Ascension. Qualquer coisa servia. E o certo é que só com Storm e brincadeiras com hacks é que o voltámos a ver. O seu paradeiro com os Decay? Quem raio vai saber?

8 – League of Nations vs Wyatt Family

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Se estão a pensar no assunto, sim, eram duas stables Heel. Se estão a pensar que por acaso até se lembram bem de ter acontecido mas não se lembram no que deu, tudo bem, era uma feud supostamente de alto calibre e se andam bem a par de tudo o que a WWE faz lembram-se. Pois, e não deu em nada, é verdade. E se estão a pensar na força que os dois grupos tinham, é simples: a Wyatt Family ainda estava a ressacar de um útil segmento/combate com The Rock na Wrestlemania e a League of Nations… Era a League of Nations, alguém se lembra de algo grandioso deles além do grandioso desperdício de potencial que era? Pronto, aconteceu a rivalidade. Isto é, a Wyatt Family atacou a League of Nations e nunca foi explicado o porquê. Até ao Bray Wyatt lhe devia fazer confusão uma ideia boa a ser tão desperdiçada. Ou era-lhe familiar, que ele só fez parte de grupos assim. Avancemos para a concretização. Que foi ao ar, uma lesão de Bray Wyatt cancelou o combate, chutou a rivalidade para debaixo do tapete e viu apenas a dissolução tardia da League of Nations. Do melhor que se fez por 2016!

7 – A Brand, as viagens, a comédia… Nossa!

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Demasiada coisa a passar-se. E tudo a não passar de um bom monte de nada. Enumerando e agrupando tudo, recordo que os Golden Truth de Goldust e R-Truth formaram-se como equipa. E o seu propósito era ser um mero “comic relief”, aproveitando os dotes cómicos naturais de ambos – o Goldust ainda é dos melhores de sempre – para segmentos de fazer ranger os dentes. Ficaram como uma dupla… Para isso. Os Shining Stars eram a vigésima encarnação de Primo e Epico que desistiram de ser toureiros para louvar o seu país/província-Natal, Puerto Rico. Convidavam todos a visitar aquele lindo sítio, o que até era muito simpático da sua parte, para supostos vilões. Lá devem ter notado isso e arranjaram a gimmick para fazer deles uns vigaristas com candongas de falsas agências de viagens. Titus O’Neil também viu nova gimmick na forma da “Titus Brand” que, não me perguntem que raio é suposto ser. Duvido que ele também saiba. E os Shining Stars e Titus juntaram-se porque… Claro que se juntaram, ora essa. E tinham os Golden Truth como alvo porque são assim meios tantãs. E eles contaram com a ajuda de Mark Henry, porque… Ele estava lá e ainda faz parte do plantel. O certo é que se deu uma feud de três contra três, como perfeito representativo do chouriço que se atafulha em 3 horas de Raw. E foi muito memorável. Até existiram desentendimentos entre os Shining Stars e Titus O’Neil que acabaram por dar em nada. Tudo o que aconteceu deu em nada. Tudo serviu para nada. E terei que repetir algum substantivo em relação ao quanto o público também queria ver isso? Tenho? Era nada!

6 – Make it great again!

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Não, a referência não é à campanha eleitoral de loucos que decorreu nos Estados Unidos em 2016. Essa ninguém mais esquecerá. É a partir daí que sai a frase que viu incontáveis reconstruções, referências e paródias. Também Darren Young a aproveitou. “Let’s make Darren Young great again!” Recorreu a Bob Backlund para o ajudar e até podia sair alguma coisa daqui. Ao início até parecia, os segmentos eram apatetados mas tinham o seu certo charme, o público reagiu muito bem quando Darren Young voltou ao ringue e até teve uma chance ao título Intercontinental em PPV! Mas a morte do artista seria imediata, até porque lhe deram algo que fazer… Algo que todos morriam por ver: nova aliança/feud com Titus O’Neil, ex-parceiro nos Prime Time Players. Portanto, arrumem-se Ascension, agora é o Titus O’Neil que está a tomar conta disto! Sem grande paciência para ver os Prime Time Players de novo, ninguém papou da reunião. Mas a reunião era pretexto para nova rivalidade e o povo papou ainda menos. Mais depressa deitou fora qualquer coisa que tivesse papado antes. Feud esquecível e esquecida foi a morte do artista e lá permanece como última storyline concreta de Darren Young em 2016, antes de ser reduzido ao Superstars e ao Main Event. “How do you make Darren Young great again if he was never great to begin with?” Detesto ter que recorrer a uma citação de Titus, retirada dessa mesma memorável rivalidade para chegar a um ponto…

5 – FINAL DELET… Não?

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Não, o título que ia sair daí não é algo esquecível. Os segmentos surreais de outro mundo dos manos Hardy fritinhos da mona constam entre o mais memorável do ano. O que talvez precise de notificação é a tentativa de recriação que a WWE experimentou ali pelo meio do ano. WWE e TNA a alimentar-se um do outro já é tão velhinho quanto a sua coexistência e nunca saem da variante do “original é sempre melhor” quando o segundo procura a essência do primeiro. Enquanto estava tudo ainda encantado, surpreendido e, na sua maioria, divertidíssimo e às gargalhadas com as macacadas protagonizadas pelos irmãos veteranos, ninguém conseguiu forçar sequer o interesse no momento em que os New Day visitaram a Wyatt Family ao seu pantanoso lar para uma briga ao ar livre, com ângulos de câmara cinematográficos, drama exagerado e um lado obscuro patente. Os Hardys continuaram a sua brincadeira e a encantar com elas. Do outro lado, voltaram às suas vidas habituais sem tentar outra parecida. Não valia a pena, também.

4 – Golden Truth vs Breezango

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É, os Golden Truth não são estreantes por aqui. Incompreensível, foi uma dupla que tanto marcou o ano. Aqui falo já mesmo dos pormenores da sua formação. Para além dos maus segmentos com um a tentar convencer o outro, com troca de papéis, houve um papel demasiado essencial de Tyler Breeze e Fandango na concretização da equipa de sonho. Fandango era o parceiro de Goldust enquanto este renegava R-Truth. Breeze era o adversário enquanto Truth e Goldust resolviam o seu romance. Os dois modelos lá se encontraram e viraram-se à dupla que se oficializou ali mesmo, instalando uma feud que não terá desapontado todos os cinco que queriam ver isto. Outro momento realmente inesquecível: o combate em pleno Kickoff de PPV em que Breeze e Fandango tiveram que combater com queimaduras no corpo todo porque Truth e Goldust são uns brincalhões. Nem toda a plateia tinha apanhado a piada que antecedia logo nem sabia o que se estava a passar e as suas origens. Falem-me em lutadores underrated da actualidade e eu grito os nomes de Fandango e Tyler Breeze, tanto individualmente como em conjunto. Mas foram passando o ano a fazer coisas assim…

3 – A bela Raquel

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De modo geral, até se pode dizer que Raquel ficou esquecida para o vistosa que a Brasileira sempre foi. O pouco que ficou retido na nossa memória – pronto, para além dela mesmo, não é – foi o seu trabalho a acompanhar os Bro Mans e a sua reunião que, por si, já não foi do que causou mais impacto no ano. Criou ali uma pequena crise de ciúmes entre a dupla ex-Tag Team Champion e, assim de quando em vez, até era espiada por um deles no vestiário. Passou pelo ringue algumas poucas vezes. No geral, não memorável. Mas nem vou por aí, vou mesmo especificar um momento. É que nada do que ela fez era o plano inicial. Antes de tudo isso, ela andava a tentar seduzir Lashley ou a aprontar alguma com ele. Uma ou outra semana em que a víamos no backstage com falas mansas ao multi-Campeão. Nada saiu daí, nunca mais se cruzaram. Tudo bem Lashley, também já tive desgostos assim. Momento completamente esquecido e até apagado de uma linda competidora que deixa, como aquilo que melhor me lembro, o Pope a pronunciar o “u” do seu nome…

2 – O novo Swagger!

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Jack Swagger, o homem que dizemos que é um ex-World Champion seguido de uma risada abafada mesmo que isso seja totalmente real. Carreira impecável que teve depois desse reinado. Um tremendo esquecimento todos os anos. Este ano foi melhor. Foi para o Raw no draft apenas para fazer má figura lá e fugir para o SmackDown. Lá é que vinha o verdadeiramente revolucionário. O novo Swagger! Ele mandava piadolas, virava o boné para trás! Mais “cool” que ele só o vosso pai quando entra na carreirada de piadas para impressionar a juventude. Com uma gimmick que ninguém identificou mas que eu arrisco dizer que é aquele gajo que vai para o engate a todas as festas de liceu mas só deixa toda a gente desconfortável porque ele já muito velho para estar ali. Com isso disse-nos para esquecer tudo o que conhecemos dele em ringue. Em ringue! Também aí se renovava. Competiu igual a sempre, teve uma feud mínima com Baron Corbin em que lhe roubou uma vitória com um “tap out” falso e perdeu a seguir. And that was all she wrote. Voltou à base e ao seu objectivo com a mudança: lutar no Main Event. Um novíssimo Swagger!

1 – Tudo se arranja!

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Até se tem um gajo que arranja tudo. E arranja tudo. Menos ele próprio, parece. Depois de (mais) uma temporada a servir de guarda-costas dos maus-da-fita, Tyrus voltou a remodelar-se com uma Face Turn – acho eu – e apresentou uma nova personagem que se apresentava como “The Fixer”. Com anúncios a introduzi-lo, ao estilo televendas, resolvia tudo. O seu anúncio até podia estar nos classificados do jornal, na secção das ciências ocultas. Arranjou muita coisa, como… Serviu de parceiro de equipa uma vez e outras vezes era visto a falar com alguém no backstage, como se desse uma consulta. Alguém se lembra de mais alguma coisa? Eu não, ajudem-me. Uma boa segunda metade de 2016 em que temos que ser lembrados que Tyrus ainda está empregado. Como “The Fixer”. Ainda bem que se acabaram os dias do Funkasaurus!

E é a recordar estes momentos que precisavam disso mesmo, de ser recordados – OK, muitos nem por isso – que regresso ao Top Ten e por aqui o fecho. O resto fica convosco, podem já malhar nisto a dizer “Eu lembro-me de tudo isto e foi do melhor que 2016 nos deu” e mandar-me bugiar. Tudo bem, é o vosso direito. Que tenham vontade de comentar, é o que interessa. Até acrescentar alguma coisa que não lembram nem a mim nem ao Diabo. Isto está de volta e é tudo vosso. Para a semana trago mais qualquer coisa. Nem que tenha que recorrer ao ano passado outra vez, agarrar ao passado é que é fixe. Fiquem bem e um espectacular 2017 para todos vós!

4 Comentários

  1. Bom artigo. O que é que eu ia dizer? Ah pois … ainda bem que os teus artigos voltaram (pouco memorável)

  2. Anónimo7 anos

    Bom artigo acrescentava também o Aron Rex.

  3. Bom artigo como sempre. Serviu para me fazer lembrar de momentos que já nem fazia ideia que ocorreram em 2016 e também para me lembrar que o Jack Swagger já foi Campeão Mundial. Meh…

  4. Confesso que aproveitei parte das minhas férias para reler top tens antigos e se não comento tanto é por falta do que acrescentar.

    Em tempo, esse ano foram tantas as pataquadas que dava para fazer um top com muito mais posições, mas realmente, o regresso do Spirit Squad não esquecerei tão cedo. Preferia ver o HHH a ajudar o Kevin Owens porque bom, motivos, ou mesmo o Zack Ryder a sair campeão da WM…