Bem-vindos a um novo Top Ten! Sinto que tenho mantido uma boa streak de semanas seguidas a publicar sem interrupções. Cá estou eu a achar que estou a fazer uma grande coisa. Ainda para mais quando rabisco sobre um ramo que até tem umas “streaks” bastante impressionantes e notáveis. Tirando a parte em que é tudo a fazer de conta, ninguém ganha mesmo alguma coisa, vocês são todos uns parvos e nem sei como é que ainda vêem isso.
Se já vos fiz lembrar alguém, fico por aqui e avanço para o tema. Que, lá está, são as streaks. Após um fraquíssimo Fastlane, ficámos sem três delas e de uma forma tão casual e sem cerimónias que até ficou com um sabor azedo, como se não tivessem grande valor. Apenas mais um factor a contribuir para a tal qualidade do Fastlane que deixou os fãs aos pinchos nas suas cadeiras, talvez com vontade de ir à casa-de-banho, com tanta água que vertia ali naquele evento. Recordemos antes algumas streaks notáveis que tornaram carreiras marcantes.
10 – Asuka
Para abrir a contagem, uma actual, recente, que ainda se fale. Até porque ainda é activa. Asuka é a actual NXT Women’s Champion, já marcou o nome bem carregado para que já não dê para apagar e domina toda a divisão feminina do NXT, olhando para cima para um plantel principal onde também parece difícil encontrar quem a detenha. Asuka está invicta, não só desde que se tornou Campeã, mas desde que chegou ao NXT. Algo que nem precisa de ser muito trabalhado, é apenas algo muito natural e credível. A sua atitude e estilo em ringue intimidam verdadeiramente e o tal varrer da competição é de esperar e, para já, de louvar também. Apenas se vê em Ember Moon o travão e talvez seja para lá que pendam. Até lá, ainda temos uma Asuka praticamente intocável…
9 – Crimson
Até se pode considerar que o ex-TNA não seja assim tão exclusivo aqui e que tenha a sua entrada como um representante de muitos. Não é incomum apresentar um lutador fortíssimo e dar-lhe uma streak invicta desde a sua estreia até bastante tarde, para que a sua derrota seja um grande acontecimento. Contam-se entre esses, vários como Tatanka, Samoa Joe, Umaga, Ryback, Rusev, Brock Lesnar, até mesmo CM Punk, entre muitos outros, todos de eras diferentes e a maioria bem mais importantes que este Crimson. Escolhi-o a ele como “representante”, porquê? Perguntem a qualquer um que me conheça, que saberá que é o meu wrestler favorito de todos os tempos. Adoração descomunal, assistiria de novo aos seus combates com o Matt Morgan durante horas em loop. Com pregadeiras nos mamilos, uma gota de água a cair-me no topo da cabeça a cada certo intervalo de tempo e enquanto ouço a Kelly Clarkson. Mas fora de brincadeiras, selecciono Crimson por duas razões: a semelhança e paralelismo a uma outra streak semelhante – até o seu estilo em ringue era semelhante – o que demonstra uma tentativa perfeitamente consciente de o lançar como um “gajo da streak”, que era bastante falada. A segunda razão é o cúmulo: assim que perdeu a streak, muito rapidamente, virou jobber e desapareceu. Assim é que dá mesmo para ter algo como garantido!
8 – Ethan Carter III
Mesma companhia, alguém muito melhor, ouso eu dizer. E feito também de maneira melhor. EC3 chegava à TNA como um convencido menino de nome grande, que achava que mandava naquilo e que arranjava uns quantos atalhos para sair sempre vitorioso daquele ringue. Manhas mas que não escondiam o certo: o moço que se tentou lançar ao mundo como Derrick Bateman – lembram-se? – irradiava potencial em ringue e em carisma, era mesmo o tipo certo para encabeçar o show e não era só pela sua associação familiar fictícia – que, na actualidade, também lhe adiantaria um chifre. A sua streak invicta prolongou-se por tempo suficiente para passar da “streak do convencido para irritar toda a gente” para aquela por que todos torciam. Especificavam que ele nunca tinha sofrido um pin ou uma submissão, para realçar que ele perdera de outras formas diferentes, como em combates First Blood ou Last Man Standing. Após quase três anos, sofreu o seu primeiro pin para Mike Bennett, num grande momento que cimentaria Bennett como outro nome de topo a ter em conta para o futuro. Ou para ir embora no ano seguinte após se embebedar num casamento, qualquer coisa assim. Mas olha, melhor que o Crimson!
7 – Monday Night Raw
Bem, isto não é um Superstar com muitas vitórias em ringue, que aconteceu aqui? Apesar de ser muito possível contar uma streak bem longa de semanas seguidas em que fazem alguma parvoíce de levar a mão à testa no ringue deste mesmo programa, por acaso não é nada disso. Para entrar o Monday Night Raw tem que ter uma streak de vitórias, logo tem que estar a competir. E competiu e até rompeu uma outra streak. Para falar do Raw em competição temos que recuar aos tempos das Monday Night Wars. Faço-o porque alguém tem que o fazer, eles nunca o fazem, até se podiam gabar um bocadinho. Em tempos foi a WCW e o seu Monday Nitro que tinha uma streak impressionante: por 83 semanas, o Nitro estava invicto a liderar as audiências. Mas depois elas aconteceram. Os vizinhos acordaram e estes adormeceram e ainda bateram com a cabeça antes e o Raw tomou o domínio. Definitivo. 124 semanas foi o novo recorde estabelecido e apenas parou quando deixou de haver WCW, isto é, deixou de haver competição. Não é feito assim alcançado por outras programações concorrentes e nunca mais o Raw teve concorrência que andasse lá perto. E é bem capaz de nunca mais vir a ter.
6 – Charlotte
Não que ela seja propriamente uma Superstar invicta. Façam-na defender o título em TV, nem que seja contra a Rosa Mendes – alguém que chegou a estar no primeiro “draft” que fiz deste Top Ten com uma carreira que conta com uma vitória em singulares… arranjem streak de derrotas melhor que a dela – ela arranja maneira de o perder. Mas em PPV, está em casa. Desde que estreou até este fim-de-semana no Fastlane, que nunca nenhuma menina tinha conseguido a proeza de sair vencedora perante Charlotte – até diria que não teria conseguido um pin ou uma submissão sobre ela, mas houve aquele “Iron Woman”. Streak impressionante, com 16 vitórias em PPV sem derrotas. Definiu PPV como a derradeira casa da filha do bi-Hall of Famer e onde era garantia que ela recuperava os seus cintos. Para este Fastlane talvez se esperasse um “no contest” para mantê-la na corrida ao título para a Wrestlemania e com porta aberta para uma esperada Heel Turn de Sasha Banks. Em vez disso, Charlotte perdeu a streak muito casual e vulgarmente, após a babyface ter contado com ajuda exterior após ter pedido à Heel que não levasse ajuda exterior, ao que esta cedeu. Pois… Já disse hoje que o Fastlane foi assim um bocadinho para o mau, não já?
5 – “Dr. Death” Steve Williams
Qualquer um que leve uma “streak”, que tenha a famosa série de vitórias vira gabarolas e tem justificação para se tornar tão convencido, afinal é um feito impressionante. Ali o nosso EC3, mais de dois anos desta brincadeira? Obra. Mas são todos uns meninos comparados aqui com o “Dr. Death”, Steve Williams, que já nos deixou em 2009. Era um lutador duro e com a típica constituição de alguém com backgrounds em futebol Americano e wrestling amador. E ninguém conseguiu a proeza do 1,2,3 aqui sobre ese cavalheiro durante… Uma década. Iniciando-se em 1987, com a sua Heel Turn, o Dr. Death não foi derrotado até 1997, quando foi à ECW e teve a sua primeira derrota em território Norte-Americano às mãos de Raven. Sublinho o “Norte-Americano” porque á uma streak batoteira e daquela às quais tem que se dar um jeito. Os dez anos invictos foram, de facto, na América do Norte, onde contam a streak e como ela é oficial. Nas suas aventuras pelo Japão, foi derrotado. Malta mais rija para aqueles lados orientais que saiba lidar com este indivíduo. Mas o feito é menos impressionante? Claro que não. Eu acho que não conseguia ser invicto durante uma semana, no território da minha rua!
4 – Bruno Sammartino
Pronto, esta é uma streak diferente até porque não é propriamente de alguém completamente invicto. Na década de 60 é difícil ter um registo preciso e oficial sobre o que se passava nos ringues e na acção esporádica da WWWF, sem que houvesse propriamente um Monday Night Raw semanal a fazer esta brincadeira abundar. E até posso adiantar, há registo bem conhecido: no período aqui destacado, Sammartino sofreu um pin às mãos de Buddy Rogers num combate tag team. E afinal que streak é essa? Relacionada com o combate que aqui listei como a sua derrota: foi a Buddy Rogers que conquistou o WWWF Championship pela primeira vez, em 1963. E apenas o perderia em 1971. Sim, esse mesmo reinado. Esteve totalmente invicto? Não. Esteve invicto em combates pelo título durante todo esse tempo, sendo o Campeão com o mais longo reinado. E para que raio estou eu aqui com tecnicalidades? Foi Campeão durante quase oito anos, vão lá fazer melhor! Aqui até me estou a direccionar e a desafiar o Cena!
3 – Goldberg
173-0. Uma aldrabice. Mas era o que nos vendiam. Era uma streak falsa. Sim, ele estava invicto em TV. Não, ele não tinha somado tantas vitórias. E também é verdade que essa gimmick, chamemos-lhe assim, deixou-o bastante over e o povo reagia bem a aderia, com cartazes a sinalizar o número em que já ia a streak, também chegou ao ponto de perder credibilidade e os fãs já não conseguirem levar aquilo a sério. Goldberg esteve invicto durante mais do que um ano, somando… Pronto, muitas vitórias. Foi já como World Heavyweight Champion e foi às mãos de Kevin Nash, que teve que recorrer à ajuda de… um taser. Não é clorofórmio, mas…
Curiosamente, no seu tempo na WWE teve poucas derrotas mas não conseguiu manter uma streak. Foi dominante e venceu quase sempre, sofrendo as suas derrotas em combates Elimination Chamber, Handicaps ou com interferência. Posso estar em erro mas, se não me engano, acho que o único Superstar que conseguiu o pin sobre Goldberg na WWE foi Triple H, todas as poucas vezes. Na sua segunda volta, continua invicto após todas aquelas horas que já dispensou em ringue. O último adversário que derrotou na sua primeira ronda na WWE foi Brock Lesnar, num infame combate altamente apupado e criticado. E que castigo aplicar a dois lutadores que abandonaram a companhia e, como seu último feito, marimbaram no seu combate e deram um pobre espectáculo que virou os fãs contra eles? Ora, o mais duro: trazê-los de volta, a ganhar bem mais por fazer bem menos e deixá-los repetir a proeza na Wrestlemania, agora num main event com um título em jogo. Toma, que é para aprenderes!
2 – Andre the Giant
Andre the Giant foi um gigante no seu tempo e não me refiro apenas à sua óbvia estatura. Era gigante de todas as formas. Mas a sua estatura ajudava nisso. Quem ia parar um monstro daqueles? Ninguém parou, era credível que ninguém o conseguisse. Por quanto tempo? 15 anos. Querem saber o que já tinha eu vivido em 15 anos de existência? OK, não muito. Mas o que outro qualquer já tenha vivido em 15 anos de existência, foi o tempo que Andre the Giant se manteve invicto na WWF, até à famosíssima Wrestlemania III em que Hulk Hogan aplicou o bodyslam ouvido pelo mundo fora e que lhe deu a vitória, rompendo talvez a streak das streaks no que a anos de carreira diz respeito. Mas querem saber a verdade, através de relatos de outros lutadores do tempo ou pessoas simplesmente conhecedoras? Também é uma treta, em house shows ou noutras companhias, Andre the Giant já tinha sofrido algumas derrotas aqui e ali, só que “não contavam”. Era o que eles vendiam, é o que escrevem nos livros de história, é ao que recorremos. Afinal, se é suposto acreditarmos na do Goldberg, para quê tirar crédito a Andre the Giant? Ainda mais interessante: o bodyslam de Hogan nem sequer foi o primeiro que ele lhe aplicou! Muito antes, em 1980, um Hulk Hogan pré-Hulkamania, pré-fama e ainda Heel – what?! – conseguiu a proeza sobre um Andre the Giant babyface. Pois é, as nossas vidas são umas mentiras!
1 – The Undertaker
Pode não ser uma streak de anos seguidos, e ele já pode ter levado na boca de meio mundo e já ter até perdido para o Vladimir Kozlov, mas é uma streak diferente. E é aquela que conhecemos simplesmente como “A streak”. Esta é que é a tal, as outras são outras. E é o fenómeno de ter um Superstar a vencer todos os seus encontros na Wrestlemania, chegando ao recorde de 21-0, até Brock Lesnar fazer os seus estragos. Ainda tem um recorde impressionante de 23-1, mas a streak durou mais de vinte anos e o seu fim foi dos momentos mais chocantes em todo o wrestling e é bem capaz de ser o mais chocante a que nós assistimos. É a streak que sabemos que ninguém alcançará. Sim, pode não vir a haver mais nenhum que ande 10 ou 15 anos sem perder, mas para esses são precisos distorções. Este é especificamente na Wrestlemania, o povo viu-as todas e viu ele a ganhar todas – e ali qualquer coisa estranha a acontecer com o Giant González que, como já disse, se for muito difícil considerar aquele “no finish” como uma vitória de Undertaker, é bem mais fácil considerar que o combate nunca aconteceu. Clorofórmio! Não conseguirão atribuir este recorde a mais nenhum, não têm a garantia de que tenham um Superstar apto para tal nos próximos vinte anos ou mais. E com Undertaker aconteceu naturalmente, apenas começaram a reconhecer a tal “streak” mais tarde quando se aperceberam. Uma nova teria que ser de propósito, toda a gente ia topar, iam fartar-se do dito indivíduo, ele ia embora e ia apresentar um podcast. É o mais certinho. Undertaker não teve uma streak, teve a streak. Mais nenhum conseguirá. Foi rompida? Pronto, apenas serviu para termos mais um momento escrito na história, que não esperávamos, para estarmos atentos… Não tomar nada como garantido!
Assim concluo este Top Ten que continua a minha streak de lançamentos. A mais importante de todas, aquela que mais apoiam, tenho eu a certeza absoluta. Agora o resto é vosso para comentarem de vossa livre vontade, cada um destes casos, os que acham merecidos e que valem a pena destacar e os que acham exagerados e que nem são assim tão significativos. Até podem falar sobre a importância que uma “clean sheet” possa ter num repertório e no lançamento de um Superstar no ramo. E acrescentem alguma que acham que não devia faltar aqui e que consideram importante. É a conversa do costume, também já tenho uma tremenda streak em conversa de chacha repetitiva. A ver se a continuo na próxima semana, também. É o plano. Até lá fiquem bem e toca tudo a rever o Fastlane, que vale a pena!
4 Comentários
Faltou comentar a Streak da Salgado frente ao Opinião Feminina….
Faltou falar da streak do John Cena como cara da empresa durante anos
Bom Top Ten.
Será que o público aceitaria uma nova Streak a ser construída por outro Wrestler sem ser o Undertaker