Bem-vindos a um novo Top Ten, ao qual podem anexar um calduço pela minha ausência na anterior semana. Semana estranha na qual não consegui fazer muita coisa que queria, acontece. Cá estou de novo e trago um tema que, como já tem vindo a tornar-se costume, até é recorrente. Foi há duas semanas atrás que Big Cass nos partiu o coração a todos, incluindo daqueles que já estavam à espera, ao romper a irmandade com o barulhento Enzo Amore. Eh pá, se calhar nós também não aturávamos um gajo assim e ele é mais divertido de ver do que de conviver. Se calhar. Mas o rapaz bem chorou!

É algo a que recorrem muito e que tem sempre efeito. Romper tag teams, irmandades fortes, por vezes mesmo irmandades de sangue. Adequa-se ao ambiente competitivo do wrestling e brinca com as emoções do pobre espectador que só queria ver porrada e entretanto já está triste. Aqui ficam dez casos notáveis desses frios parte-corações insensíveis.

10 – Edge & Christian

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Estes já estão bem recompostos, são os melhores amigos outra vez e já nos deram bastantes risadas, tanto em segmentos pós-reforma como no seu hilariante programa – o melhor programa original da WWE Network? Inicialmente falsos irmãos de sangue, tanto quando eram bons ou vilões, a energia de ambos era contagiante, fosse com poses ou kazoos ou qualquer coisa. Mas acontece que eram bom competidores. Singulares, até. Especialmente Edge, que era quem dava passos maiores. Tornou-se King of the Ring e parecia encaminhado para uma brilhante carreira a solo com títulos cimeiros à vista. E o seu orgulhoso “irmão” partilhava a alegria com ele. Ou então não. O ciúme apoderou-se e de forma violenta. Christian ataca Edge, assenta-lhe um Conchairto e ainda o atinge com a taça conquistada. Desgosto geral, mas vá… Bastou esperar uns anitos e está tudo bem!

9 – #DIY

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Pronto, inserir aqui mais um caso recente só para torcer um pouquinho a faca. Que ela ainda lá está enterrada. E doeu bem, esta. E nem sequer era uma dupla assim com muita história juntos. Johnny Gargano e Tommaso Ciampa vieram do circuito independente para o NXT como uma equipa. Mas foi lá que se tornaram uma equipa, não tinham background juntos nas independentes. Entenderam-se muito bem. Desenvolveram uma tremenda irmandade, atravessaram todo o tipo de obstáculos juntos, foram premiados, ganharam a adoração dos fãs. Até competiram um contra o outro no Cruiserweight Classic e nem isso abalou a união. Por aí parecia que eram irmãos inseparáveis. Até à mais recente tentativa falhada de recuperar os NXT Tag Team Championships aos Authors of Pain, num tremendo combate, que não lhes deu os títulos. Ciampa passou-se e resolveu descarregar a sua frustração no pobre Gargano, deixando o coitado do povo de mãos na cabeça sem perceber as suas acções. Ele já as explicou. Ainda não percebemos!

8 – Beer Money

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Agora até estão bem separados. Um mantém-se no lar que ajudou a construir e onde passou muitos anos enquanto o outro anda a ser glorioso por outros lados. E por acaso da última vez que estiveram juntos, até estavam reconciliados. Mas antes disso… Nadinha azedo! Quem diria que aquela fantástica tag team, uma das maiores da história da companhia, composta pelos inseparáveis James Storm e Bobby Roode, viria a ter aquele fim? Pronto, qualquer um que via o potencial a solo de qualquer um dos dois a transbordar até não dar mais. Umas Bound for Glory Series vencidas por Bobby Roode colocou-o no evento principal do Bound for Glory, pelo TNA World Heavyweight Championship de Kurt Angle, na oportunidade de uma vida. Falhou. No meio da confusão, o seu amigo James Storm meteu-se ao barulho a defendê-lo e até obteve o seu próprio combate ao título… Que por acaso, com o factor surpresa, ganhou em meros minutos! Mas tudo bem, Roode estava orgulhoso e felicíssimo pelo parceiro. Essa irmandade traria um combate de respeito entre os dois, pelo título, onde o desportivismo e a amizade reinariam para um combate de respeito. Ou então não e Roode não estava tão contente assim. Só se deu por contente após partir uma garrafa na cabeça do agora ex-parceiro e posar sobre ele, com o título e a cuspir-lhe encima. Começou uma das grandes rivalidades eternas de toda a companhia. Da qual saíram alguns dos combates mais violentos e melhores da sua história. Males que vêm por muito bem!

7 – The Road Warriors

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Até estes. Até uns dos primeiros nomes a ser atirados ao ar quando se pergunta qual a melhor tag team de todos os tempos. Até eles tiveram os seus atritos. Não durante os tempos em que ganhavam cintos em tudo o que era ringue. Depois de velhos é que se lembraram. Quando foram inseridos na Attitude Era, com uma mãozinha da Sunny – e que seja a última vez que eu coloque as palavras “inserir”, “mãozinha” ou “Sunny” na mesma frase por aqui – e renovaram-se com o nome “Legion of Doom 2000”. Bem-vindos aos 90s, quando querem fazer uma coisa parecer bué futurista e de outro mundo, é só colocar “2000” à frente. E as coisas não corriam tão bem entre eles porque Animal não estava contente com o parceiro Hawk… E até lhe apresentou um parceiro substituto, para desgosto de Hawk, que ainda foi atacado pelo velho parceiro. No entanto, a história brincou com assuntos sérios reais, como os problemas com drogas e álcool de Hawk. Chegaram mesmo a recorrer a um angle de tentativa de suicídio. Ninguém gostou da história, ambos Warriors reclamaram e lá desistiram da estapafúrdia ideia e até os reuniram por mais um breve momento. Ficaria tudo bem. Especialmente quando, já sem Hawk entre nós, se reformaria a equipa com Heidenreich! Ah não? Isso foi pior? Pronto, então.

6 – Steiner Brothers

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Lá está, até irmãos de sangue. Rivalizaram por mais que uma vez, lá pela WCW, e uma vez até envolveu o Chucky, porque sim, porque a WCW existiu. Mas tiveram um rompimento bastante azedo e claro que só podia ser desencadeado pelos que mais gostavam de destabilizar, os nWo. Era contra eles que os irmãos, tag team favorita de muitos, inseparáveis irmãos, lutavam. Até que Scott choca o mundo e vira-se ao irmão, atacando-o, custando-lhe o combate e juntando-se aos nWo. Para iniciar uma nova era. Jamais tornaríamos a ver o Scott Steiner que conhecíamos. Viria a nascer o “Big Poppa Pump” que hoje conhecemos, inchado e disparatado. Muitos vêem isso como um mal, dado a sua deterioração física consequente da nova imagem. Outros, como este escriba de opiniões loucas, olha para as suas promos sem pés nem cabeça, em que não diz coisa com coisa… E não consegue não adorar o Steiner a solo, doido e de sanidade duvidosa!

5 – The Shield

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Outro caso ainda bem presente. Já não tão recente aí, já tudo deu muitas voltas depois disto. O histórico trio composto por Seth Rollins, Roman Reigns e Dean Ambrose sempre pareceu uma oleadíssima máquina que nunca viria a ter problemas e rupturas. Tirando aquela rivalidade com o CM Punk, pronto. E eram tão adorados que, na altura do seu trágico fim, partiram-se corações de tal forma que já ninguém se lembrava que inicialmente, e durante maior parte do seu percurso, eram uns mauzões desagradáveis que só faziam asneiras. Eram bons rapazes quando Triple H puxou as cordas certas e poluiu Seth Rollins. E levou-o a atacar os seus irmãos de colete com uma cadeirada nas costas. Uma facada menos literal, mas foi nas costas na mesma. Caiu-nos tudo. Ficámos com a cara do Ambrose e a contorcer-nos no chão como o Reigns. Rollins virou besta e rivalizou com os ex-irmãos por várias longas vezes. Até atinar. Hoje é um bom rapazinho outra vez e agradece a segunda chance. Até estão todos do mesmo lado, se quiserem mesmo fazer aquela reuniãozinha… Só se destrói com algo extremo como o Rollins ser sensível e vender-se outra vez, o Ambrose ser demasiado lunático para ser funcional ou o Reigns abrir a boca para falar!

4 – Enzo Amore & Big Cass

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Pronto, está bem esticadinho para os colocar aqui numa posição cimeira quando é um caso recente de uma equipa que não era tão antiga assim e que, no futuro, se mantiverem Cass como um Heel destrutivo a solo, até pode nem vir a ser um marco assim tão contornável na história dos rompimentos de equipas. Mas está aqui porque a ferida ainda arde. E chorámos quase tanto como o Enzo! Após semanas de ataques misteriosos a Enzo e a Cass, levantavam-se as questões sobre quem o teria feito. Pronto, vamos lá directos ao assunto: muitos de vós (nós) foram rápidos a apontar o dedo e dizer logo que era o Cass, é verdade. Parecia a coisa feita para aí se encaminhar, nem o ataque (falso) de Cass convenceu totalmente da sua inocência. Nem as ameaças a Corey Graves, tão céptico quanto nós. Mas Graves lá descobriu algo que provava que tinha razão. E vimos Cass a preparar o seu falso ataque e o grandalhão lá foi obrigado a confessar. Uma patada na tromba de Enzo selou mas não lhe terá doído tanto como o que lhe dissera antes, que lhe fez correr a desgraçada da lágrima. Dois tipos divertidos agora separados. Mais trágico que isso… Talvez Cass agora vá aprender a escrever “soft” como deve ser, mas nem quero pensar numa coisa dessas!

3 – Hardy Boyz

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Lá está, também irmãos de sangue. E alguns deles bem se pegam, à bruta, muitas vezes. Da última vez nem se sentiu a melancolia, já parecia algo casual e até acabou por evoluir para algo que… É história. História inesquecível que estará para sempre guardada nas nossas memórias e nos cofres dos “Seven Deities”. Antes disso já existiram mais que uma ocasião, na mesma. A primeira por ciúmes e a segunda, mais forte… Por ciúmes. Matt Hardy sempre a sofrer por ser o menos popular dos irmãos virou-se a ele e custou-lhe uma oportunidade ao título, com um bruto ataque que trazia pior no bico: a revelação de que coisas horríveis que andavam a acontecer a Jeff eram da sua autoria. Como bons irmãos, reconciliam-se sempre, quer seja com pazes normais, quer seja com um a ficar tão “Broken” como o outro. Actualmente já estamos feitos parvos à espera da próxima vez em que isto se repita. Vá, nos queremos ver o Matt a fritar, não queremos?

2 – The Rockers

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Isto já é antigo. Porque os Rockers não são a vossa típica tag team da última década. Muitos aninhos têm eles. A dupla também parecia inseparável, talvez porque ainda não se imaginasse muitas equipas a produzir competidores a solo. E eles eram os Rockers, tinham as vestimentas, os cabelos, os visuais… Enfim. Reinavam na foleirice. Mas estávamos na década de 80 e eu adoro os Motley Crue: muito bom era o foleiro. E os Rockers dominavam a divisão tag team até serem convidados à barbearia de Brutus Beefcake. Muitas histórias pode contar aquele cantinho. A sua favorita será com certeza quando o mundo do wrestling em tag team parou e um deles arremessou o outro, de cabeço, pelo vidro dentro. Como não é normal os parceiros e amigos tratar-se assim, é fácil de assumir que a dupla acabava aí. Um deles viria a ter uma excelente carreira de sucesso a solo e tornar-se um Superstar inesquecível. O outro, um tal de Shawn Michaels, nunca mais ouvi falar dele sequer. Alguém sabe o que lhe aconteceu?

1 – The Mega Powers

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Hoje até podem ser tão bem recordados como parceiros como o são como rivais. E olhando para a realidade, lembrámo-nos bem melhor destes dois às cabeçadas e a desprezar-se um ao outro. Mas aqui entra o wrestling antigo em efeito. Não só na parte dos Superstars se odiarem todos uns ao outros, refiro-me à parte das coisas serem mais “reais” aos olhos do povo e acreditar-se mais nos laços de cada aliança. Hulk Hogan e Randy Savage, ainda por cima. Dois dos lutadores mais populares do seu tempo. De sempre, aliás. Juntos. Era perfeito e nada quebraria algo tão perfeito. Mentira e o que causou confusão foi algo tão simples e que já deve ter causado bastante confusão nas vidas de muito gajo por aí. O ciúme possessivo de Randy Savage pela atenção que Hulk Hogan dava à sua Miss Elizabeth, mesmo que fosse apenas de amigo. Eu vou ser sincero. Eu também não confiava no Hogan. Mas Savage ficou bastante… “savage” e atacou o Hulkster, acabando com os Mega Powers e partindo os corações dos pobres fãs que lá tiveram que limpar as lágrimas para assistir com atenção ao tremendo main event que protagonizaram na Wrestlemania!

Dez tristes momentos mas que acabam por ser essenciais para a história do wrestling. É uma boa moral que transmite: todas as amizades são passageiras, uma facadinha nas costas é só a ordem natural das coisas! Contando que vocês são boa gente, aguardo os vossos comentários em relação a estes casos, o impact que vos causaram e acrescentem mais algum que se lembrem e vos tenha marcado. Que isto aconteceu bem mais do que apenas dez vezes. Penso voltar na próxima semana, a ver se não tenho o mesmo tropeção da anterior e marco cá presença. Fiquem bem, boas férias, bom Verão e divirtam-se imenso com as Great Balls of Fire! Tinha que dizer isso um dia!

7 Comentários

  1. El Merenguero7 anos

    Que insanidade o que você escreveu sobre Scott Steiner. O “Big Poppa Pump” foi uma das melhores coisas da WCW em seus últimos anos. O carisma, a intensidade, a agressividade, a dominância, a imprevisibilidade e a energia do “Genetic Freak” na televisão foi realmente incrível. Você não vê nada parecido nos dias atuais. Além de suas boas lutas com DDP, Goldberg, Booker T e Jeff Jarrett.

    Eu adoraria ter visto esta versão do Scott Steiner na Attitude Era. Em Outubro de 1998, quando o contrato de Steiner estava acabando na WCW, Vince McMahon teve interesse em trazê-lo para a WWF. Caso tivesse conseguido, seria sensacional assistir as rivalidades/promos/lutas com The Rock, Stone Cold, Mankind, Triple H, Kurt Angle e Ken Shamrock.

  2. Estava esperando alguma piada sobre desaparecer do site após um top ten sobre desaparecidos, mas pronto.

    O rompimento recente do Drago junto ao Fênix e o Aerostar não teve grande impacto, mas a forma que foi feita foi sensacional, no meu ver.

  3. Ri F7 anos

    Este angle do Enzo e Cass foi feito com a WWE a “cagar” oficialmente no Enzo e a fazer quase all in no Cass. Com isto o Cass quase que fez tudo bem(falta mais um bocado de agressividade e explosão a heel monstro) e o Enzo tornou-se uma estrela, então nesta última promo mostrou uma versatilidade e um lado como nunca se tinha visto antes dele. Façam a feud e ele que vá para o 205 como uma personagem mesmo. Ele não consegue fazer as “macacadas” no ringue que os outros fazem mas consegue contar uma história, coisa que mais de metade da divisão não consegue.

  4. Podia jurar que já tinha feito esse tema antes, mas enfim, mais um excelente Top 10.

    A do Ciampa ainda está doendo mesmo nos nossos corações e a dos Beer Money é uma das minhas favoritas, quem sabe um dia o Storm não vem para a WWE e continue essa história que merece ainda alguns capítulos.

    Só tenho uma reclamação… Cabia o Steenerico aí…

  5. El Merenguero7 anos

    Eu senti falta de Owen Hart e Bret Hart em 1994. Quando Owen chutou a perna de Bret por não ter conseguido conquistar o título de duplas no Royal Rumble. No decorrer do ano, eles se enfrentaram na Wrestlemania e no Summerslam.

  6. El Merenguero7 anos

    Sobre a Legion of Doom: o parceiro substituto era Droz.

  7. One More Peep7 anos

    Só acho q E&C mereciam estar mais no topo… uma das maiores se nao a maior dupla da historia da wwe…