Sejam bem-vindos a um novíssimo Top Ten que cá volta a marcar presença, logo depois de mais um PPV. Infelizmente, nunca conseguiria sacar de uma lista tão hilariante como o nome do dito PPV, mas nem é sobre ele que isto se foca porque nem dá, ainda não o vi. Mas dá para falar de outro PPV que aconteceu ali do outro lado da estrada e, mesmo que sempre envolto nas habituais controvérsias, agora com mudanças de nome à baila, até foi um bom espectáculo.
E uma das maiores e mais agradáveis surpresas foi a participação de DeAngelo Williams, da NFL, ao lado de Moose, para derrotar a dupla de Eli Drake e Chris Adonis. Surpreendeu todos ao mostrar dotes com apenas três dias de treino. Se calhar até tinha potencial mas parece que não vai seguir a carreira. Celebridades a entrar num ringue é, muitas das vezes, uma perda de tempo e é para dar banhada. Mas aqui junto dez casos em que os indivíduos em questão até sabiam uma coisa ou outra.
Atenção que eu não estou a dizer que todos estes são bons wrestlers. Nem sequer que tiveram bons combates. Apenas que, no mínimo, se esforçaram e até desenrascaram qualquer coisa para não ficar mal vistos. Recordem-nos então.
10 – Snooki
Pronto, sei que a lista já começa com alguém que tenho que reduzir muito o quanto sabe. É o fundo do ranking, vá. E abro com Snooki, naqueles negros tempos em que ela conseguia ser relevante porque sim. E é claro que iam capitalizar e colocá-la na Wrestlemania num desperdício de combate para talentos como John Morrison e Dolph Ziggler, que mal fizeram alguma coisa. Também a contar com Trish Stratus e as LayCool, coloca-se a culpa em quem teve a ideia e pouca na própria Snooki que até se esforçou, levou o trabalho a sério e até fez ali umas piruetas engraçadas no pouco tempo que esteve em ringue, no seu inteligentemente reduzido tempo em ringue. Ao menos tinha conhecimentos em ginástica e sacou de uma manobra engraçada. Pronto, podia ter sido pior!
9 – Dennis Rodman
Será este ex-jogador de basquetebol um wrestler? Claro que não. Mas alguém lhe vai dizer isso? O gajo é doido, faz o que quer. Se lhe der na telha de se vestir como uma matrafona do Carnaval de Torres Vedras ou ser amigo do Kim-Jong Un, ele fá-lo! Já o fez! Sem dúvida, dos atletas mais extravagantes já vistos, também seria doido suficiente para subir ao ringue e não ter medo da fisicalidade e de não colocar limites em si para roubar as atenções para si. Então a WCW foi pescá-lo e ele envolveu-se com os nWo, chegando a fazer parceria com Hulk Hogan. Podia ser um momento engraçado e passável do meio do card, mas tiveram mesmo que lhe dar foco de main event. Para acabar por não ser memorável. Com wrestling como seu hobby à parte, lá pôde executar algumas coisas aqui e ali. Levou a sua paixão secreta mais longe anos mais tarde, ao ser o vencedor do “Celebrity Championship Wrestling”, organizado pelo amigo Hulk Hogan, contando com outra malta famosa do seu tempo como os actores Dustin Diamond e Frank Stallone, ou a cantora pop Tiffany, entre muitos outros. Por acaso nessa lista… Nem sei se era mesmo o mais tolo!
8 – Mickey Rourke
Mickey Rourke derretia corações na década de 80, como um inegável galã, chamando muita atenção, por exemplo, no drama erótico “Nove Semanas e Meia”. Depois de mexer com todas as hormonas femininas que pôde, retirou-se do cinema e virou-se para o boxe. Onde acabou por se desfigurar e conquistar o ar abatido que viria a partir os corações das suas fãs. Mas tinha o aspecto perfeito para ter o papel principal no excelente drama “The Wrestler”, onde fez de um velho lutador ainda a tentar aguentar-se e a batalhar com demónios pessoais. Não, Rourke não está aqui por ter sido um convidado na WWE que participou num combate. Mas Rourke treinou para parecer um wrestler autêntico no filme e conseguiu-o. Randy “The Ram” Robinson era credível. O actor chegou a participar na WWE para promover o filme e até a rivalizar com Chris Jericho, a quem chegou a dar um bom banano. Mas aí deixou lendas do wrestling fazer o trabalho sujo em ringue. Todo o seu convincente trabalho em ringue foi no filme e ainda fez umas coisas. Incluindo uma cena com um blading, durante o seu combate com Necro Butcher na CZW, onde o actor quis fazê-lo a sério. Arrependeu-se a seguir mas foi rijo suficiente para o experenciar!
7 – Maria Menounos
Antes de mais, as melhoras à rapariga que lá se vai livrando de um tumor cerebral. Toda a força para ela. E chega aqui a ser listada, sem querer dizer que ela é uma lutadora extraordinária. Mas quando subiu ao ringue, especialmente na Wrestlemania, até se empenhou e desenrascou-se bem. Mesmo que num combate pobre, quase a servir de intervalo no espectáculo, a belíssima apresentadora podia ser um mero “eye candy” de ficar à espera de uma “hot tag” o combate todo para entrar, fazer duas clotheslinas, um arm drag tosco e depois alguma cena atlética qualquer. Mas não, ela até passou uma boa parte do combate dentro do ringue, soube como levar uma sova, vendia suficientemente bem, aguentava uns bumps básicos, ganhou o combate e ainda acima disso tudo… Fê-lo com uma costela partida! Mais respeito para ela ainda. Combate pobre por si, e ao qual não dá para lhe apontar dedos para atribuir a culpa. Nem a ela nem a ninguém, até a Kelly Kelly se esforçou para fazer umas cenas nesse! A vistosa apresentadora é uma garantia quase certa na “celebrity wing” do Hall of Fame do futuro, como fã que até marca lá presença assiduamente. E a quem não me que consigo virar contra ou desgostar, por acaso.
6 – Stephen Amell
Outro caso recente e a tirar partido da era moderna em que uma feud pode começar pelas redes sociais. Não esperem muito ver Connor McGregor a dar na boca do Enzo Amore, mas pensem em casos mais acessíveis. Stephen Amell, actor da série Arrow, na qual interpreta a personagem principal do Universo DC, entrou em bate-boca com Stardust, chegando a aparecer na WWE em TV. Tudo podia ser promoção para que Cody aparecesse na série e realmente aconteceu. Mas não ia bastar isso, tinham que lucrar com mais. E lá fizeram o actor subir ao ringue, com Neville como parceiro, contra a parceria improvável de Stardust e “King” Wade Barrett. Em pleno SummerSlam. Podia ter sido uma boa banhada, mesmo que houvesse bastante talento de compensação em ringue. Mas o próprio Stephen Amell não se acanhou e deu o seu melhor. Favoreceu-o o treino de actor de acção que já requer força e atletismo para a sua personagem e para desempenhar um super-heróis com imensas cenas de luta. Não fez má figura no ringue. Ainda lhe pode dar na telha de ir à Ring of Honor, reclamar o título e reencontrar um velho amigo.
5 – Tom Lister Jr.
Bom, com o tempo talvez já dê para se considerar este um wrestler. Foi lá parar como um mas não era um. Ainda era só um actor a interpretar um wrestler. Que não é bem o que os outros fazem, lembrem-se. Refiro-me, claro, a Zeus. Tom Lister Jr. é o actor que interpretou o vilão Zeus nesse tesouro de filme, clássico do cinema, que foi o “No Holds Barred”, protagonizado por Hulk Hogan. Lá está, interpretou um wrestler, era só um actor. Mais curioso foi quando levaram a personagem para a “realidade”. E era o Zeus mesmo, nem era o actor, num confuso angle em que a personagem do filme era real. Ou não sabia que não era. Mas a base da rivalidade era ciúme pela sua personagem ter perdido no filme. Muito bem então. Ainda teve alguns combates, de tag team, contra Hulk Hogan e, como se não bastasse, retomaria a feud na WCW, já como Z-Gangsta. Fica recordado como uma espécie de semi-wrestler.
4 – Floyd Mayweather Jr.
Antes de turras com o Connor McGregor, tivemos com o Big Show. A partir narizes e tudo. Nenhum estranho a ringues e violência, o famosíssimo lutador de boxe já passou pela WWE, para alimentar a obsessão de colocar star power, interior ou exterior, naquele ringue, naquela arena. E não se ficaram por pouco. Vá-se lá saber o cachê que lhe deram, mas Mayweather colaborou. E muito bem até. Muitos talvez esperassem arrogância e um combate totalmente despachado por parte de um lutador já polémico de si e que vem das lutas “a sério”, a trazer aquela azeda moral de que o wrestling é inferior. Mas não. Mayweather levou o seu papel muito a sério e, num No Holds Barred, esforçou-se para se adaptar ao estilo daquele ringue, mesmo que mais à bruta. E o raio do combate até nem saiu mau, portanto coisas foram minimamente bem feitas aqui. Talvez Big Show não seja aquele saca-dólares que é Connor McGregor e o duelo não tenha sido desse mesmo nível… Mas não foi uma má preview!
3 – Lawrence Taylor
NFL e WWE. Sempre com uma relação muito próxima, mesmo com uma coisa como a XFL a ter acontecido. Mais ou menos, vá. Lawrence Taylor é mais um ex-jogador de futebol Americano que até pode ter tido algumas polémicas na sua vida pessoal ou profissional pós-reforma. Mas que na WWE até deixou uma boa marca. A competir com Bam Bam Bigelow na Wrestlemania IX – e bem acompanhado de alguns vários colegas de profissão – esforçou-se para o combate e até nem correu mal. Também viram que, com treino, até podia ter dado nalguma coisa. Não desagradou e apenas pecou por um excesso. Esse seu combate com Bam Bam Bigelow foi mesmo o main event da Wrestlemania, mesmo a afiambrar-se à presença da celebridade. Mas pronto. O ano era 1995. A WWE não estava nos seus dias…
2 – DeAngelo Williams
O recente caso surpreendente que fez virar algumas cabeças. Mais um já acostumado a actividade física bruta e a uns bons encontrões. No futebol Americano. Foi ajudar o seu amigo e velho colega de modalidade, agora Impact Grand Champion, Moose, a aturar os chatos do Eli Drake e do Chris Adonis. E com três dias de treino, saiu-se lindamente, agradou os fãs e surpreendeu muitos críticos. Podia sair daqui um wrestler se ele quisesse levar a coisa para a frente e treinar mais do que apenas três dias. Mas parece que se quer ficar por aqui. E até é pena que já se lançaram muitos piores que ele. Boa intensidade, moves bem executados, sells ainda em desenvolvimento. Pronto, perdeu uma batalha com uma mesa, mas quem não? Dave Meltzer disse que tinha o potencial para ser dos melhores wrestlers que já viu e até é aí que mando o homem ter calma porque ele já viu mais wrestlers que todos nós juntos. Mas o gajo era bom, sim, não se negue isso.
1 – Mr. T
Para a primeira posição fica um caso notável. Famosíssimo e marcante na sua passagem. Hoje Hall of Famer, Mr. T é extremamente popular em tudo que se mete. Um dos mais míticos personagens de televisão e com vários clássicos, tanto cinematográficos como televisivos, no seu currículo, Mr. T também encontrou sucesso nos ringues de wrestling, participando e fazendo história nas duas primeiras Wrestlemanias na história do evento. Na segunda foi um combate de boxe, sim. Um bizarro combate de boxe planeado, coisas que acontecem na WWE. Foi wrestler na primeira e foi dando uns toques no ringue sempre que podia. Era algo de extraordinário? Não que pareça. Mas é uma figura que além de carismática, tem tanto o factor de wrestler, como fez tanta história dentro daquele ringue que hoje pode ser tão recordado como um wrestler. Sem que o tenha sido. Adaptando aos termos modernos, Superstar era com certeza!
Pronto, é aqui que acaba um Top Ten de wrestling que não lista ninguém do wrestling. É uma arte abrangente esta coisa que tanto nos mexe com os nervos e de que tanto falamos mal. Enquanto adoramos. E lá porque torcemos o nariz às presenças das celebridades, ainda para mais a combater mesmo em ringue, de vez em quando até podem sair algumas coisas mais ou menos ou até mesmo boas. Agora recordem vocês estes momentos, o que acharam deles, o que acham da presença de malta de fora nos ringues e acrescentem algum que se lembrem que tenham gostado. De preferência combates em vez de segmentos porque também há esses. Fico por aqui até à próxima semana, quando espero voltar a encontrar-vos. Até lá tudo de bom para vocês, continuem a disfrutar do Verão e das férias para quem as estiver a gozar e pronto, já passou, abrandem as piadas à volta do nome do “Great Balls of Fire”.
7 Comentários
Da lista as únicas que eu assiste foi a do Mr T, a do Floyd Mayweather e a do Amell, e na minha opinião o Floyd Mayweather foi o que teve a melhor performasse.
Bom Top Ten.
Destaco pela negativa o Lawrence Taylor, mais por culpa da WWF, que foi colocar um jogador de NFL contra um midcarder em pleno main-event da WrestleMania (o pior main-event de sempre da Mania se não contarmos com “aquilo” da WM9) e pela positiva o DeAngelo Williams que até dá pena que aquele tenha sido o seu último combate. Para quem teve apenas 3 dias de treino teve uma excelente performance.
Acho que falta o Shane McMahon.
Esse é da casa! 😛
Sim, compreendo a tua decisão, só referenciei o Shane porque, tal como o Vince e a Stephanie, mesmo não lutadores, sempre que vão para o ringue até se safam bem. Continua o teu bom trabalho 😉 até acho que às vezes este espaço não recebe os elogios que merece 🙂
Sei que não foi um combate e foi apenas um segmento mas adoro quando me lembro do banano que o Rooney deu ao Wade Barret e do Snoop Dogg todo em ácidos a fazer um “spear” ao Chavo
Mas como assim sem Shaq O’neil?