Sejam todos bem-vindos a um novo Top Ten, o raio do número de edições não pára de aumentar, ainda continua a aparecer sempre mais disto. E trago mais um tema para esta semana, este até é diferente que o comum “10 gajos que fizeram isto” que vocês costumam gostar. Mas não deixa de ser à volta disso na mesma.
O tema é pouco habitual e tive que recorrer à memória. Inspirado no polémico novo Cruiserweight Champion e no escárnio geral por ele no balneário do 205, a que assistimos no passado Monday Night Raw, vamos olhar para dez casos semelhantes. Alguém que metia tanto nojo a tanta gente que nem conseguia rivalizar com só um. E levava na boca de meio mundo.
10 – Michael Cole
Sim, é naqueles tempos. Tornaram Michael Cole numa máquina de irritação e tinham prazer em atormentar quem quisesse apreciar um combate devidamente comentado e tinha que levar com comentadores a rivalizar entre si. Melhor que isso: passou para o ringue. E todos fomos felizes a ter que ver isso a estender-se durante meses.
Mas por estranho que pareça, esta entrada não é referente a Michael Cole ser o inimigo público de todos os fãs. É que ele mesmo na história, era suficientemente irritante para ter problemas com toda a gente. Safou-se que, por essa altura, já CM Punk tinha mais que fazer e já não constava na mesa. Mas tinha a principal rivalidade com Jerry Lawler e já as tinha tramado com Jim Ross, que também já tinha sido forçado a andar ao soco também.
Quando chegou ao Over the Limit e tivemos que sofrer por um combate “Kiss My Foot” fora serviu para lembrar o elenco. Jerry Lawler era o adversário. Jim Ross auxiliava. De alguma forma e por ser tão terrível, também tinha conseguido irritar a Eve Torres, que marcou lá presença. Nesse fim, até Bret Hart foi lá atormentá-lo. E safou-se por isto, de levar do Jack Swagger que ainda o andou a aturar durante demasiado tempo e até ele já tinha sido alienado. A porradinha que levou de todos, em nada se compara ao que tivemos todos nós que sofrer. Felizmente já anda calminho e a fazer algo extraordinário para o seu posto: comentar combates. Quem diria que um comentador podia fazer isso!
9 – John Cena e Randy Orton
Para quê andar a rivalizar com outros, muitos ou poucos, se podem sempre voltar a fazê-lo entre eles? Pois, isto não foi propriamente uma rivalidade, foi um acontecimento de uma vez, um segmento, um combate. Em que nem sequer quiseram estar com muitos rodeios e selecções. Foram muito básicos. Um combate Handicap: John Cena e Randy Orton contra todo o balneário do Raw. Literalmente os dois gajos que estavam acima de todos contra todos. Até fazia sentido no papel e tudo.
“Temos que fazer algo com o Cena e o Orton, mas que não dê tanto nas vistas que os queremos colocar em maior destaque que todos os outros.”
“Faz algo interessante com os outros todos.”
“Sei! Põe os outros todos a lutar contra o Cena e o Orton!”
“?”
“Põe os outros todos a lutar contra o Cena e o Orton!”
“OK!”
8 – AJ Lee
Eles são uns ranhosos e sempre adoraram ter as mulheres mal vistas. Nos tempos em que AJ Lee dominava a divisão em tempos de obsessão com “Total Divas”… Era um bocado verdade, diga-se. O início dos tempos do wrestling feminino como os vemos hoje, após a entrada de novo talento, começou de forma bastante turbulenta. Com uma figura de destaque a mandar as restantes à fava.
AJ Lee era a Campeã e era um peixe grande num lago pequeno. Era pequenita mas danada. E vocal também. Influenciada lá pelo amigo colorido CM Punk, também pegou no microfone para lançar uma “pipebomb” e dizer umas verdades, que eram verdades tanto dentro como fora daquele pequenino universo dentro do ringue. Algo que podia ter constado num Top Ten de há duas semanas atrás. Mandou as farpas à divisão inteira para garantir que, pelo menos em ecrã, ela não tinha amigas restantes (ainda as tinha, mesmo que ainda algumas não fossem com a carinha laroca dela).
Claro que, com isso, não viria nada para lhe facilitar a vida e entrou na Wrestlemania para defender o título. Contra elas todas e o que não faltava era chicha naquele ringue. Adivinhem lá, reteve. É, se calhar ela era mesmo melhor que as outras e tinha alguma razão naquilo que dizia. Se elas não gostavam, temos pena!
7 – Bully Ray / Dixie Carter
Tempos estranhos aqueles em que vivemos. Tempos em que muitos de vós assistem ao Impact Wrestling e involuntariamente chegam a pensar: até têm saudades da Dixie Carter. Nem que fosse, pelo menos, da personagem. Que, lá vinha alguma situação ou outra, em que queria fazer a vida negra a alguém, quando não era o contrário.
Na sua última run como Heel, acabou tendo Bully Ray como alvo – começou com AJ Styles – outro gajo que lá deixa saudades mas que lá vamos vendo, com o mesmo nome, por outros lados. Dixie e os seus lacaios tinham Bully como alvo, fazendo do gajo que liderou os Aces & Eights para linchar todos os que lhe aparecessem, tornando-o um alvo em desvantagem para com a família Carter e amigos. Mas nem eram assim tantos. A coisa era pior para o lado de Dixie. É que Bully tinha uma promessa. E todos os empregados de Dixie eram suficientemente amáveis para querer que ela se concretizasse.
Bully Ray queria, simplesmente, arremessá-la por uma mesa dentro, tão simples quanto isso. Uma mesinha com o nome dela. Diz que o gajo que tinha feito o mesmo à Mae Young quando esta já caminhava empenada queria fazê-lo, vá-se lá perceber. Quem apoiava? Toda a alma que lá trabalhava tinha pó a Dixie Carter. E quando finalmente aconteceu, todos rodearam o ringue e celebraram o voo de uma mulher a aproximar a meia-idade, não atlética e não treinada para lutar, por uma mesa dentro. É tudo tolo. E aqui a malta, que até se divertiu com o segmento, não lhes fica atrás.
6 – Chris Jericho
Julgam que, com a sua famosa lista, ele tem o maior número de inimigos imaginável. Mas admitamos, já será uma honra tremenda fazer parte da lista de Jericho. E nos tempos da lista, ele preocupa-se com um alvo de cada vez. Já foi mais tolo antes de precisar de uma lista. Quando irritou uma data de lendas do wrestling, após irritar uma lenda do cinema.
Por alturas do aclamado “The Wrestler”, fantástico filme com uma estupenda participação do actor Mickey Rourke, este afirmou a sua presença na Wrestlemania. Inicialmente planeava competir, mas em seguida retirou essa parte. O seu alvo era Chris Jericho e o nosso Y2J caiu-lhe logo encima. E como pretexto, começou também a cair encima de outros wrestlers antigos. Ouviu de Ric Flair. Ouviu de Roddy Piper. Ouviu de Ricky Steamboat. Ouviu de Jimmy Snuka. Atacou-os a todos.
Ficou marcado para a Wrestlemania um combate que nem era de dimensões pequenas. Jericho, sozinho, enfrentaria Piper, Steamboat e Snuka, num Handicap de eliminação, com Flair a apoiar os seus contemporâneos. O sacana do mais novo e fresco era, de facto, mais novo e fresco, e venceu. Mas Mickey Rourke andava por perto e lá pôde concretizar algo: dar na boca de Y2J. Um bom uso de participação de celebridade, um combate entretido, Jericho a mostrar ser tão bom storyteller como as lendas que enfrentava, foi um bom momento. E Randy “The Ram” Robinson… You just made the list!
5 – Sting
Não é por ter sido praticamente o único homem a não transitar, fugir ou saltar logo para o outro barco quando o seu afundou. Ninguém se virou contra ele por isso. Foi durante os seus altos tempos em vários barcos por onde passou que ele tinha um certo hábito a juntar a um aspecto esquisito: era um solitário.
Não propriamente conhecido por ser um gajo cheio de inimigos no balneário ou envolvido em alguma história em que alienasse todos com quem trabalhasse, Sting sempre foi dos gajos mais atinados naqueles ringues em tempos antigos. Era só a maneira como ele gostava de lidar com as coisas. Sozinho. Primeiro na WCW, inspirou-se no Corvo e andou a varrer tudo o que era nWo. Conseguiu os seus aliados, mas sempre foi gajo de alimentar a ideia de Sting, sozinho, contra o grupo de mauzões. Ou Sting e um taco de basebol contra o grupo de mauzões. Mesmo que o alvo fosse Hulk Hogan mais especificamente. Tudo com inspiração cinematográfica.
Anos mais tarde, quiseram espalhar essa brincadeira na companhia que se construiu à volta de espelhar de tudo um pouco. Na TNA, inspirou-se no Joker e andou a varrer tudo o que era Immortal. Conseguiu os seus aliados, mas sempre foi gajo de alimentar a ideia de Sting, sozinho, contra o grupo de mauzões. Ou Sting, um taco de basebol e uma risada de doido contra o grupo de mauzões. Mesmo que o alvo fosse Hulk Hogan mais especificamente. Tudo com inspiração cinematográfica. Alguém aqui acredita em déjà-vus?
4 – John Cena
John Cena contra os fãs em Chicago ou em Philadelphia? John Cena contra os fãs em geral? Já sei, John Cena contra todos os gajos que o acusam de os terem enterrado. Como o Alex Riley, que o Roman Reigns até mencionou. Promo que só imagino tê-lo feito perder pontos perante Vince McMahon. Não por ter ido longe demais, mas por ter obrigado o Vince a procurar no Google quem era o Alex Riley. Mas voltando ao assunto, não, também não é isso.
John Cena contra os Nexus. É, afinal é só isso. Tanto em relação à entrada como aos Nexus em si. Grupo promissor, parecia que teríamos aí uma stable de respeito. E afinal era só para o Cena dar cabo deles. Estrearam-se com estrondo atacando Cena e toda a gente à volta, não se safando ninguém. Como se devem fazer as coisas. E deram cabo do canastro a todos só tendo o Cena como alvo? Por favor! Eu até alinhava num programa em que eles estrangulassem o Justin Roberts todas as semanas mas, aparentemente, esse tipo de cenas causa despedimentos.
Os Nexus fizeram todo aquele alarido com Cena como alvo. E eles ainda eram bastantes, contando que chegaram lá a ter Daniel Bryan (mais ou menos), Skip Sheffield, Darren Young e o meu amigo para a vida, Michael Tarver. Não se fizeram recordar mas depois ainda lá entraram o Michael McGillicutty e o Husky Harris, lá quem quer que viesse a ser esse gajo. Era um grupo numeroso liderado por Wade Barrett. Logo Cena não tinha muitas hipóteses. Não só pela desvantagem numérica mas porque já se sabe que temos sarilhos com um grupo que tenha o David Otunga como integrante. E lá teve até que se juntar a eles e chegou até a ser “despedido”. Tudo para que ele conseguisse dar cabo deles todos. Um grupo daqueles… Só para o Cena e para falhar. Mas ao menos, olhemos para as carreiras de cada um deles. OK, não olhemos para as carreiras de cada um deles.
3 – Heath Slater
Vá lá, admitam. Esta é das melhores e mais divertidas storylines desta última meia dúzia de anos e das coisas que nos fez adorar – ainda mais – o Heath Slater. Calha a entrada anterior ser referente aos Nexus, onde ele constava, mas esses que se danem. Queremos é ver Slater na patetice e a lever na boca de lendas diferentes todas as semanas. Em construção para o especial episódio 1000 do Monday Night Raw, todas as semanas Slater levava de uma lenda diferente. Era um festival do markanço garantido.
Enumeremos: Vader, Sycho Sid, Roddy Piper, Cyndi Lauper, – a que mais o tramou e que o fez derramar sangue – Doink the Clown, – o único que ele realmente derrotou – Diamond Dallas Page, Bob Backlund, Scotty 2 Hotty, Rikishi ou Road Warrior Animal. Um belo “who’s who” que foi culminar em mais um desafio no Raw 1000, respondido por Lita, que sacou do maior pop da turma toda. E ainda veio acompanhada pelos APA.
Dá-se o hilariante. O nosso jobber favorito que queremos sempre ver singrar tentou a sua fuga. E levou com toda a malta que já lhe tinha feito a vida negra nas semanas anteriores num hilariante segmento para o markanço de qualquer um – que ainda não estivesse cansado de o fazer, dada a natureza daquele episódio do Raw. Ainda tivemos um Moonsault, uma Clothesline from Hell e um “Damn!” para ficar tudo ainda melhor. Não gostaram disto? Saiam daqui, não são do tipo de gente com quem me quero dar e devem gostar de banana na pizza!
2 – Enzo Amore
O caso recente e que até é um caso bastante notável que acho mesmo que se destaca entre todos estes exemplos, não só por estar recente e presente nas nossas memórias. Foi um angle surpreendente, até porque colocou os Cruiserweights, os desgraçados do queimado-de-início 205 Live, a fechar o Raw em vez do Roman Reigns a dar na beiça do Miz. Jogada interessante. Já para não falar no impacto que teve em tudo e na forma de ver as coisas.
Admitamos, todos nos contorcemos em horror ao assistir ao No Mercy e ao vermos Enzo Amore derrotar Neville para se tornar Cruiserweight Champion e representante de uma divisão de gajos com trinta vezes mais atletismo e talento em ringue do que ele, um manager com alguns passos em ringue. Mesmo aqueles de nós que sabíamos que ele não era uma má adição dado o seu carisma, domínio do microfone e capacidade de contar histórias. Em ringue, está pouquíssimo acima do zero e bem sabemos que não foram os dotes em ringue que lhe deram contrato. Portanto compreende-se o nossos choque e escárnio por vê-lo a segurar o cinto.
Muito mudou no passado Raw. Vimos um segmento com um Enzo odiado a tratar mal todos os Cruiserweights que, liderados por Neville, protestavam aquilo a que assistiam. Um barulhento com o cinto deles. Raw fora do ar e todos caíram à pancada ao gajo. Aliaram-se inimigos. Tudo ganhou novo interesse. O mau representamento da divisão por Enzo é reconhecido e é utilizado como história para unir todos os Cruiserweights a reclamar a sua posição. E muita atenção que traz ao pobre programa cujo destaque tem vindo muito a ser os Powerpoints de Gulak – porque são geniais – e ao título no próprio Monday Night Raw. Não dá até uma certa vontade de dar umas espreitadelas ao programa, nem que seja para ver se o Enzo leva mais de todos?
1 – Vince McMahon
E não é que aconteceu mesmo? Juro aqui. Não foi de propósito. Eu recordo a semana de wrestling e noto algo de relevante que possa dar ideia para listar dez acontecimentos e depois começo a lembrar-me e a pesquisar para preencher dez ou mais para depois começar a ordenar e escrever. Em nenhum momento fiz algo de propósito para fazer este segmento voltar a aparecer e, claro, incontornavelmente, na primeira posição. Ainda há dúvidas de que este é o melhor segmento de sempre? Volto a dizê-lo, não foi de propósito. Este momento é mesmo omnipresente por si!
Tenho que o recontar outra vez? Pronto, resuma-se. Vince McMahon é o patrão, isso por si já coloca todos, que não queiram instalar cirurgicamente os lábios nas suas nalgas, contra ele. E ainda por cima, Vince não é propriamente um patrão convencional. E arranjava sempre inimigos. Normalmente uns de cada vez. Mas lá se deu uma altura bizarra em que ele tinha mesmo conseguido alienar toda a gente e não havia ali alguém que não lhe quisesse fazer a folha.
Corta para o segmento como prova disso. McMahon caminha, embaraçado, por todo o backstage, e passa por todo o plantel. Todo. Todos os Superstars a observá-lo. O Paul London risonho. Todos os agentes. Todos os da equipa técnica. Todos os da limpeza, das bancas do merchandise e dos comes e bebes. Quiçá, todos os que tenham tido contacto com Vince por mais de dois minutos. Todos aqueles tinham ar de quem lhe tinha tramado alguma. Lá tenho eu que concluir a história recordando o fantástico climax: Vince, limusina, faz “pum!”, ficamos a pensar. Cancelaram tudo, desperdiçaram a história, desperdiçaram a aparição de toda aquela gente, desperdiçaram uma feud entre Vince e London, desperdiçaram um veículo para o rebentar. Mas ficará para sempre na nossa memória, Vince a ser assassinado na mente de todos os seus empregados que já o matavam com o olhar…
Por aqui fica este Top Ten. Mais uma vez baseado em memória, sempre com aquele receio de ter faltado um segmento-chave. Aí o protagonismo será vosso, ao primeiro que disser “E então aquele momento com aquele gajo e aqueles todos?” Eu sentir-me-ei estúpido, vocês todos viram-se contra mim e temos momentos constrangedores semelhantes a estes dez. Portanto espero que não me tenha falhado nada muito essencial. E espero que tenham gostado e que isto vos puxe a comentar e a falar sobre os segmentos em questão.
A não ser que a coisa corra mesmo muito mal e também quiserem todos fazer-me a folha, como se eu fosse o Vince e queiram rebentar comigo, estou cá para a próxima semana. E tinham que o fazer num autocarro e olhem lá, não façam nada às outras pessoas. Mas estou cá na próxima semana, estou. Até lá fiquem bem, bom Hell in a Cell a todos e portem-se bem, não acumulem inimigos simultâneos como esta malta!
8 Comentários
Não te terás esquecido de um Mohammed Hassan?
Sabes uma coisa? Esqueci mesmo! Tinha-o em mente quando decidi o tema e depois, quando comecei a listar para o primeiro draft, nunca mais me apareceu! xD E eu sempre com aquela sensação. Acontece!
bom artigo, como sempre 🙂 apenas quero fazer uma pequena correcção: no ponto número 4, há um homem que fez parte dos nexus e teve sucesso, o Daniel Bryan
Bom artigo.
Os Nexus foram dos maiores desperdícios de todos os tempos. Estrearam-se com todo o hype do mundo e no fim só foram carne para canhão para o Super Cena.
É impressionante como a explosão da limusine do Vince encaixa em tantos contextos ahah
Acho que o Walk out contra o HHH cabia bem aqui. Divas, superastros, juízes, todo mundo pegando a bike e indo embora… Maldito Kevin Nash, é o que eu digo.
LayCool eram muito mais odiadas pelo locker room do q a AJ Lee
precisamos de um topten de quem precisa de push
Devias fazer uma parte 2 sobre esse tema, sao tantos os momentos que da pra fazer varios Tops.