Bem-vindos ao Top Ten desta semana, a ver se trago algo que arrebite mais conversa esta semana. É uma questão de saber se o Monday Night Raw que passou puxa conversa e se ideias que venham de um combate “On a Pole” – ou “Pole on a Match”, vale tudo – pode dar para conversa. Sabemos nós bem que um combate “On a Pole” é dos mais infames e por muito que Vince Russo se estivesse a markar por dentro, qualquer outro torce o nariz a um combate que é quase uma corrida e onde tentam vender o acto de subir a um canto como difícil, quando normalmente costuma ser tão fácil.
Mas o que não falta são estipulações de combates parvas, esquecíveis – ou inesquecíveis pelas mesmas razões – e que nos façam pensar em que raio estavam eles a pensar. Quanto a “On a Poles”, como há tantos diferentes, apenas incluí aqui um. Tentem lá adivinhar qual é, se eu ainda não vos disse de caras. E recordem lá estas dez pérolas e brilhantes ideias.
10 – Triple Cage
http://dailymotion.com/video/x2obs7
Se acham que a ideia parece bem no papel, nem precisam da prática, têm que olhar melhor para o papel. Existem três jaulas, sobrepostas em pirâmide. Por baixo fica uma semelhante à do “Hell in a Cell”, pelo meio uma mais pequena e no topo uma mais pequena ainda. O título encontra-se acima das três jaulas. Da grande, apenas se passa para a superior por um buraco no tecto. Nessa, para a coisa ficar mais bruta, já existem armas… Mas a jaula é tão pequena que mal dá para executar moves e uma arma como uma mesa torna-se inútil. Nesta, como já tem chão devido ao tecto da jaula por baixo, já é possível sair por uma porta e escalar a jaula para subir para a terceira. Se a do meio já era pequena, imaginem esta. Ainda por cima tem lá guitarras porque… O Jeff Jarrett andava metido no combate. E temos aí o papel, que já devia denunciar tudo ao ter “WCW em 2000” em letras grandes por cima do título. Querem partir para a prática? Pronto. Todas as lacunas foram expostas no decorrer do combate. Existiram interferências sem grande razão. O melhor de tudo: foi pelo título Mundial que se encontrava na posse de… DAVID ARQUETTE! Ah WCW nos fins, as saudades que deixas!
9 – Chamber of Horrors
http://dailymotion.com/video/xkuxl
A WCW já fez muita coisa menos feliz dentro de jaulas. Um outro exemplo é esta entrada no número 9, a “Chamber of Horrors” que experimentaram no Halloween Havoc de 1991. Num PPV com esse nome, deviam procurar combates que puxassem medo e que apresentassem um lado macabro. E, para isso, decidiram resgatar um polémico tipo de execução onde ainda é permitida a pena de morte: a cadeira eléctrica. A melhor ideia de algo que se possa levar a um ringue é meter um objecto feito para matar criminosos. Mas mais levezinho porque aqui é só para aleijar e desorientar. Os seus integrantes eram El Gigante – o Giant Gonzalez, só para o caso de o combate ainda não estar suficientemente bom antes – Sting e os Steiner Brothers em equipa contra Abdullah the Butcher, Scott Hall – ou Diamond Studd – Cactus Jack e Vader. Ganhava quem puxasse a alavanca com um adversário na cadeira. E puxou-a Cactus Jack sem querer quando lá estava Abdullah, seu parceiro. Ou seja, acabou com uma equipa a derrotar-se a si própria. Melhor que um tipo de combate mau é quando o próprio combate é péssimo!
8 – Tuxedo Match
Ainda temos memórias recentes de um. Não temos memórias boas de nenhum. Enquanto que a estipulação “Bra & Panties” não era propriamente boa e apenas alimentava a perversidade dos espectadores, sem se focar em wrestling, esse tem alguma espécie de história ou pelo menos muitas ocorrências. E parecia ser a única coisa em que a Ashley Massaro era boa, a ganhar combates “Bra & Panties”. Num “Tuxedo Match”, temos dois homens adultos e muitas das vezes não wrestlers, de smoking, a batalhar entre eles a tentar despir-se. Que premissa! O mais recente foi entre Santino Marella e Ricardo Rodriguez e melhor que aquilo, só uma cirrose. O Howard Finkel tem uma carreira deles. E a gente que ature enquanto tenta explicar aos pais porque é que estão a ver dois homens a rasgar roupas de gala um ao outro!
7 – Blindfold / Tied Hands
Jogar à “cabra cega” em ringue também não me parece a melhor ideia. E a da mão atada serviu uma vez para demonstrar que o Daniel Bryan consegue ser melhor wrestler que praticamente todos, mesmo com um braço às costas. Assim está bem. Já quando é a Brie ou a Nikki que já lutam como nós sabemos com as duas mãos, imaginemos o entusiasmo de as ver só com uma. Normalmente nunca é usado de forma séria e maior parte das vezes são estipulações utilizadas para chatear algum competidor ou desfavorecê-lo. É claro que num combate em que, em teoria, não se vê o adversário ou noutro, não o pode agarrar em condições, já está aí explícito o entusiasmo causado aos fãs pelo fantástico wrestling que se vai desenrolar. Talvez se divirtam a orientar o lutador quando ele pergunta onde está o adversário, pronto.
6 – Kennel From Hell
http://dailymotion.com/video/x4e7bp
Duvidem quando se fala em canis no nome do combate. No Unforgiven de 1999, a WWF quis entrar na brincadeira da WCW e encher aquilo de jaulas para tornar a coisa extrema, pelo título Hardcore, entre Al Snow e Big Boss Man. Havia uma jaula regular, dentro de uma jaula de Hell in a Cell e o objectivo era escapar ambas. Parece um protótipo da “Punjabi Prison” mas em aço. O que diferenciava e que tornava a coisa mais interessante e violenta (?) foi quando encheram o exterior da primeira jaula com cães de guarda, porque todos sabemos que cães treinados atacam qualquer um ou que é boa a ideia de sugerir que treinaram cães para atacar dois wrestlers específicos. Nem isso pôde ser posto em prática. Para diversão de toda a gente, os cães não eram tão ameaçadores como deviam ser e alguns até eram dóceis. Outros estavam mais preocupados em cumprir a sua natureza de acasalamento e procriação ali mesmo. Outros não quiseram esperar pelo passeio lá fora para fazer as necessidades e foi ali mesmo. Este talvez estivesse só a expressar a sua opinião sobre o combate. Uma borga. Para quem já gosta bastante de cães, como eu, o combate só se torna extra cómico quando eles roubam o espectáculo da maneira contrária da que era suposto.
5 – King of the Road
As boas experiências que já tivemos em bulhas ao longo da arena, combates “Falls Count Anywhere” e afins mostram-nos que por vezes sair do ringue pode dar em grandes combates. Alguns levam isso longe demais e espetam com dois gajos na traseira de um camião em movimento, a lutar com o objectivo de tocar uma corneta. Brilhante. E para lá despacharam Blacktop Bully e Dustin Rhodes, que foram despedidos após o combate, por terem feito blading quando era proibido. Se calhar só queriam colocar entusiasmo no combate mas também pensaram que estavam a vender a ideia de que um combate num camião a andar devagarinho é algo muito hardcore. O combate foi fortemente editado para evitar mostrar sangue. Mas como não editaram toda a existência do combate, não fizeram que chegue.
4 – Reverse Battle Royal
http://youtu.be/mi9KP6aQmW4
http://youtu.be/k_vw0j4BZXU
Há que adorar estas boas invenções que a TNA também nos trouxe. Estava a faltar, já tivemos aqui ideias de génio de outras companhias… E o Vince Russo também trabalhou nesta! Estão a ver o entusiasmo de uma battle royal? Os spots que se podem fazer para atirar um adversário por cima da corda? Estão a ver uma battle royal, pronto? Esqueçam tudo isso e façam ao contrário, coloquem a malta toda lá fora a batalhar só para entrar lá dentro. Não há nada mais entusiasmante que ver um gajo entrar num ringue. Conseguem imaginar as coisas brutais que se podem fazer? Estão a ver as maluqueiras que o Kofi Kingston podia fazer para tentar entrar no ringue? Como seja, no próximo ano exijo uma “Reverse Royal Rumble”!
3 – Hog Pen
http://dailymotion.com/video/x9iyx8
Mais um combate que talvez a sua composição e estrutura classifique o seu valor. Não existe melhor combate para o Extreme Rules que algo que aconteça numa pocilga. Por um título de “Miss Wrestlemania”. Com a “Santina Marella” contra a Vickie Guerrero. E o Chavo Guerrero lá metido porque era assim que o utilizavam. Considere-se um nojo de se ver. E sem ser propriamente pelo “lamaçal” em que estavam metidos. Já era do combate em si. Vão lá recordar esta maravilha. Mas não houve só este porque é um combate bom demais para apenas acontecer uma vez. Porra, até o Triple H já esteve metido nisto!
2 – Viagra on a Pole
http://dailymotion.com/video/x2pxnx
Qual mais dos inúmeros “In a Pole” havia eu de escolher se não este? Mais um clássico dos negros tempos da WCW. Escolham vocês quem ficou mal visto: Torrie Wilson, a fazer o seu papel de rodada ao aparecer em “sex tapes” em TV com dois lutadores diferentes ou Shane Douglas que teve os seus problemas em, vá… Armar a tenda. Instalar a parabólica. Içar a bandeira. Vocês já perceberam. E já agora o Billy Kidman também, só por estar envolvido nisto. Mas sim, foram esses vídeozinhos que deram origem à rivalidade e decidiram culminá-la… Exactamente: pendurando uns comprimidinhos que iam ajudar Douglas na sua dificuldade. E quais são os comprimidos que a gente tem que tomar para superarmos a dificuldade de termos assistido a isto? E de preferência que estejam mais à mão!
1 – Judy Bagwell on a Forklift
http://dailymotion.com/video/x2zof6
Meu Deus! Tinha que ficar um insólito para a primeira posição, obviamente. Aceitam-se rivalidades em que se utilizem jogos psicológicos para desnivelar o adversário. Também se aceita que se utilize a família para heat, por mexer no intocável. Mas talvez Kanyon se andasse a meter demais com a mãe do seu rival Buff Bagwell. E a Sra. Judy Bagwell a ficar famosa. Mas dê-se-lhe uma oportunidade, pode culminar em algo intenso, afinal Buff tem a mãe, a preciosa mãe, a defender, pode sair algo mais violento. Nada disso. Vamos mas é colocar a velha no alto de uma empilhadeira e fazê-los combater por pin, numa fantástica variação de um “On a Pole” para um “On a Forklift”. Porquê? Porque… Sei lá, porque era a WCW em 2000! E adivinhem quem aparece por lá a interferir, qual personagem mítica da história da WCW! Imaginem uma reunião de criativos a sugerir e a aprovar isto. Se não fizer sentido, imaginem então o Vince Russo a rir-se que nem um desalmado sem precisar da aprovação de ninguém, por não haver propriamente alguém que aprovasse ou não. Já faz mais sentido.
E pronto, com estes clássicos combates dignos de Wrestlemania preencho eu o Top Ten desta semana. Não sei se estou em erro mas até acho que alguém já pediu isto ou algo semelhante a alguma altura. Se não concretizei nenhum desejo, espero que tenham gostado na mesma, afinal queria trazer-vos algo entretido e curioso. Como já devem conhecer estes e muitos mais, estão à vontade de acrescentar outros combates disparatados, dignos de aqui estar, que vos ocorram. Pretendo estar cá na próxima semana com algo que, espero que não necessite de uma invenção tão “sem pés nem cabeça” como foram todas estas ideias para combates! Até lá fiquem bem e sequem das boas molhas que esta semana chuvosa fez sentir!
9 Comentários
Boa lista.
Por acaso há algumas estipulações que eu detesto, algumas em combates históricos e tradicionais no wrestling em geral e na WWE em especial.
Detesto as Battle Royals por se vencerem por atirar o adversário para fora do ringue por cima das cordas, o que nada tem a ver com wrestling. Só suporto a Royal Rumble pelos regressos surpresa, porque de resto detesto. Geralmente salto logo para o fim para saber quem vence, à excepção da Royal Rumble por causa das surpresas.
Também não gosto que se possa vencer uma Steel Cage por se sair da jaula, porque muita vezes a maior parte do combate são os wrestlers a tentar fugir do ringue, pendurados nas jaulas como macacos e os outros a tentar puxá-los, em vez de lutarem como deve ser para ganhar por assentamento ou submissão. Ainda suporto os combates porque apesar de tudo ainda acontecem bons momentos.
A estipulação mais ridicula é o Tuxedo. O Bra and Panties sempre eram agradaveis de ver mas claro que de wrestling não tinham nada e no fundo é estupido. Mas antes ver as Bellas ou a Eva Marie num combate desses do que num combate de Wrestling, ao menos não davam mau nome ao Wrestling. AJ Lee contra Paige também seria agradavel mas elas são demasiado boas para isso, até seria um insulto.
Prefiro combates qua acabem em assentamento, submissão ou KO, como um Last Man Standing, por exemplo. Gostava de uma Battle Royal com vitória por assentamento ou submissão e gostei muito de uma estipulação que se chamava Championship Scramble que acabou tão depressa como começou e gosto da Elimination Chamber, são os meus favoritos.
Ainda mais estúpido, as Battle Royals de Divas. Acham que as moças não são capazes de atirar as suas adversários por cima da terceira corda?
Por acaso é mais difícil para elas. São mais baixas e as cordas estão mais perto do nível delas. E como têm todas constituições físicas semelhantes, torna-se difícil terem que pegar umas nas noutras por cima da cabeça para as atirar por cima da corda. Só ia dar para umas mais fortes, tipo Beth Phoenix…
Esqueci a pior de todas: Lumberjack!
Muito tesourinho deprimente.
Esta também é engraçada: http://www.youtube.com/watch?v=KOXGNSc2CMk
Jasus… Olha, foi da forma que finalmente pus olhos na infame “Reverse Battle Royal”, de que já tinha ouvido tantas maravilhas. É realmente um conceito de merda.
Surpreendeu-me a quantidade de lugares ocupados pela WCW, não fazia a menor ideia que tinham um historial tão grande no assunto.
Ótima materia
A 6 e 5… Pahahahah! Credo…
Eu acho muito legal as battles royal , ainda mais quando eliminam alguém com o Hunricarana. Muito legal. E as lutas “calcinhas e sutiãs ” eram Boas para divas como Torrie Wilson , Stacy Keibler , Dawn Marie e Miss Jackie.