Is this the end of Sting?

“O Bound For Glory 2006 é ainda hoje e para muitos fãs da TNA recordado como um dos melhores PPVs da história da organização. O card do evento era algo digno de despertar interesse em qualquer fã de wrestling, com excelentes combates em perspectiva na X Division e em tag-team, com um Monster’s Ball Match em agenda, um especial 8 Mile Street Fight e sobretudo com um main-event que estava recheado de pontos de interesse. É importante recuar um pouco no tempo para perceber o contexto deste Bound For Glory.

A TNA estava prestes a comemorar o seu primeiro ano na Spike TV e apesar de estar bem recheada de talentos na X Division e na divisão de tag-team, o roster tinha falta de profundidade para o titulo mundial (na altura o ainda NWA World Heavyweight Championship). Jeff Jarrett encarregou-se de carregar o titulo quase sem oposição séria, onde Rhino, Christian Cage e Raven não geravam apelo junto do público.

No entanto, 2005 trouxe uma máquina destruidora para a TNA chamada Samoa Joe. Desde a sua estreia, Joe dizimou a competição na X Division e manteve-se invicto na TNA durante mais de um ano, com o público totalmente apaixonado pelo Samoan Submission Machine. O apoio foi tão forte ao ponto de a TNA pouco tempo antes deste BFG ter agendado um combate entre Jeff Jarrett e Samoa Joe, com o argumento de que Jarrett teria chegado ao titulo mundial de forma pouco honesta.

O então General Manager da TNA Jim Cornette, decidiu que Jarrett iria ter a sua lição ao defrontar Samoa Joe num lumberjack match. Joe venceu o combate e decidiu ficar com o titulo, ameaçando Cornette e Jarrett para o irem buscar se assim entenderem…Contudo, em 2006 e após semanas de expectativa Kurt Angle estreava-se na TNA e desde logo decidiu pôr as mãos na massa e tratou de marcar território junto de Joe. Joe e Angle estavam agora em rota de colisão, o que significava que Joe ainda não iria receber o title shot tão aguardado pelo público e Jarrett recuperava a posse física do NWA World Title.

Volto a sublinhar, que a TNA precisava de ter um cabeça cartaz capaz de aliciar um fã casual para o maior PPV do ano e estava desesperada por trazer alguma novidade, algum “star power” ao main-event, descartando injustamente Samoa Joe desse momento. Ora quem melhor para desempenhar o papel de herói senão aquele que sozinho fez frente à maior stable heel do wrestling profissional? Depois de 5 anos fora dos ringues, Cornette conseguiu aliciar Sting a regressar aos combates, enquanto Jarrett tentou travar o “The Icon” de ingressar na TNA ao aceitar um Career vs Title match.

O cenário estava montado. Se Sting ganhasse havia um novo campeão mundial, mas se Jarrett saísse vitorioso Sting teria de abandonar a carreira. Cornette convidou ainda Kurt Angle para ser o special enforcer, evitando que o Double J pudesse usar alguns truques sujos. A TNA conseguiu o seu objectivo de juntar no main-event os dois nomes maiores do seu roster, com a super-contratação Kurt Angle de alguma envolvido na acção. Até à data o combate é recordado com bastante emoção graças a uma construção entusiasmante, que prometia ser um ponto de viragem para a TNA.”

Texto by Jorge Rebelo (TNA Expert).

Comentários e Video by MR Perfection André Santos.

17 Comentários

  1. JoãoRkNO ®10 anos

    Por coincidência , ando a ver todos os PPV´s da TNA antes de 2009 , mas ainda não tinha chegado a este . Estou no Victory Road 2007 , no Ultimate X Match , o Jorge saberá , brutalíssimo combate . O vídeo está ótimo .

  2. Tenho aqui um DVD em português que é uma espécie de amostra da TNA e traz esse ultimate X match 😀

    • JoãoRkNO ®10 anos

      A reação do público ao ” Cutter ” do Kazarian é única .

  3. Uma das maiores críticas a este combate está relacionada com o trabalho de ringue do Sting, que se mostrou algo desleixado. Na minha opinião é natural que assim fosse, dada a falta de rotina. Seja como for, este foi um final feliz para um excelente PPV e prometia ser um inicio de um novo capitulo da TNA, com Jarrett a ausentar-se dos combates por quase dois anos e com a TNA a ter um campeão reconhecível pelos fãs casuais e capaz de assegurar um reinado interessante (o que acabou por não acontecer, mas isso são outras histórias).

    Eu tenho sentimentos muito díspares em relação a este combate, se gostei da acção no ringue, na forma como o Angle foi usado e no final, lamento que a TNA não tenha apresentado um muito aguardado Samoa Joe vs Jeff Jarrett neste main-event, que para mim faria todo o sentido. Ainda assim, como disseste e bem André este terá sido o melhor periodo do Sting na TNA (não sei se do Jarrett) e se olharmos para o quadro completo, ter o Kurt Angle a estreiar na organização, o Jarrett como lider, o Jim Cornette enquanto General Manager e o Sting como campeão mundial, numa TNA forte na X Division e na Tag-team Division…este era uma óptima época para se acreditar no potencial da TNA.

    • Sem duvida! Ter estes 3 homens em ringue e o outros “aperitivos” que referes dava uma imagem de uma TNA muito combativa e qui cá temível pela concorrência, apesar de nunca ter sido(a meu ver) o principal motivo da TNA.

      Mais uma vez obrigado pelo texto perfeito que escreveste 😉

  4. Este combate foi de boa qualidade com 3 intervenientes de gabarito! Ainda bem que gostaste do video 😉

  5. Bom trabalho a ambos! Eu comecei a acompanhar TNA recentemente (mais precisamente no ano de 2012) e o primeiro pay-per-view que vi da empresa talvez tenha sido o melhor que já vi: O LockDown daquele ano.

    O vídeo está bem bom e apetitoso, vou arranjar tempo para ver por completo o Bound for Glory 2006.

    • 😀 Obrigado pelo elogio!O Jorge foi um bacano ! Quando falamos ou escrevemos acerca da TNA parece que não cativa muito os leitores mas, vale bem a pena estudar, escrever acerca desta companhia que luta dia-a-dia para fazer bom wrestling e boas histórias!

      • Infelizmente sempre que vejo que tu ou o José (que costumam ser os mais atentos à TNA de entre os colaboradores) decidem dedicar algum artigo a conteúdos TNA sinto a frustração de saber à partida que não vão ser recompensados pelo vosso esforço. Qualquer conteúdo que não faça parte do universo WWE infelizmente gera pouquissimos comentários ou debate.

        Da minha parte só posso agradecer o teu empenho André, que continues a inovar e sou um sério apoiante dos “underdogs” por isso cá estarei para ajudar sempre que for preciso.

        • Obrigado. A partida sabia que ía acontecer a escassez de comentários mas, o wrestling não é só WWE e, sou um grande apaixonado da mesma , mas sinceramente as coisas não estão lá muito famosas para os lados de stamford. Isto não é um mar de rosas, altos e baixos acontecem, mesmo na forma de vermos o wrestling, por isso também eu vou dedicar-me não só a TNA mas também a outras organizações, porque todas elas tiveram momentos…Vintage 😀

  6. Excelente artigo meus caros. Nada mais a dizer excelente combate e momentos entre dois ícones da industria.

  7. Quiçá a primeira vez que vejo o Sting aplicar de forma credível a porra do Scorpion Deathlock…! Excelente trabalho, André. Se eu fosse a ti pensava seriamente em enviar um excerto disto para a SportTV, ou quem quer que passe shows de wrestling, para ires fazer os comentários. Fica a sugestão!

  8. Só comecei a ver TNA a partir de 2007, combate bom na minha opinião… Continuem 🙂

  9. Foi excelente ver um Vintage finalmente dedicado à TNA. Fizeste um excelente trabalho, mas n gosto dos comentários. xD Prefiro sempre o produto original e sou contra qualquer tipo de dobragens, mas isso sou eu. xD Keep up the good work.