Wrestling, Diz Ele #5 – Sperare

Devido ao sucesso da edição passada, eis que mais uma vez vos apresento a análise de um artigo internacional, com pensamentos do autor e claro, impressões minhas acerca do tema e dos próprios argumentos utilizados. Esta semana, no Wrestling, Diz Ele! e aliada à semana passada e à proximidade do evento, o tema será a Wrestlemania; neste caso debatendo algumas categorias sobre o que esperar por agora.

A Wrestlemania 29 está apenas a duas semanas de distância e o burburinho começa a levantar poeira e a antecipação começa a tentar instalar-se no seio da comunidade. Quer seja pelo bom, ou mau motivo, a WWE impressiona sempre no maior evento da companhia de Stanford, mas este ano, como jé é de conhecimento mais que debatido, falado, comentado, apreciado e outros adjectivos semelhantes, a construção para o evento foi, e é débil, fraca, pouco criativa e estruturalmente deficiente. Enquanto que existem, sem sobra dúvida, combates que os fãs querem sem sombra de dúvida assistir, existem outros que apenas interessam a um leigo qualquer cujo conhecimento sobre o wrestling se resuma ao próprio conhecimento sobre a fórmula química de uma bomba nuclear por qualquer não-especialista.

Existe tempo para tal efeito? Sem sombra de dúvida, mas para a dimensão do evento, e o que é expectável, o que transparece é uma grave crise criativa, instabilidade que os próprios fãs acabam por sentir. Mudanças de combates, repetições, fracas storylines, performances débeis e executadas em cima do joelho; mudanças de roteiro, de opiniões. Enfim… O facto é que, dentro de 15 dias a Wrestlemania já terá sido realizada.

Como tal, para uma primeira abordagem apresento-vos a categoria: “Combate Acerca do Qual Estamos Incertos…”

E o Slammy vai para… Não, estou a brincar, mas sem dúvida que Triple H vs. Brock Lesnar preenche a categoria. Por muito bom que tenha sido o combate entre Hunter e Brock no Summerslam do ano passado, e por muito que era esperado o confronto daqui a 2 semanas, as estipulações adicionadas esta semana levam à interrogação. Quanto mais não seja porque todos sabemos o problema de gimmick matches. Exemplo, em termos práticos: temos um atleta que volta de vez em quando (não, o Rock não é único e exclusivo) a combater contra alguém que está a sair da sua “quase-reforma” apenas para se perder o combate, voltar a entrar na reforma desta vez, de forma permanente num ringue da WWE. Intriga quanto mais não seja por ser “Vale Tudo”.

Não espero mudanças em termos da forma como foi construído e levado o combate no Summerslam, talvez se esquecermos o facto de que provavelmente será o Paul Levesque a sair por cima, para variar numa Wrestlemania (sem ironia). Outro problema? Repetição! Ainda assim, tem de ser necessariamente reconhecido o facto de que o embate entre Lesnar e os New Age Outlaws foi de génio.

Não é o combate melhor criado, não é o combate mais esperado, mas é o combate que causa instabilidade e sem dúvida mais incerteza nos fãs.

Outra categoria seria certamente “Combate Que Nos Vai Decepcionar” em que vejo-me eu próprio inseguro sobre qual o mais critico. Sem dúvida que Alberto Del Rio vs Jack Swagger poderia ser algo muito bom, mas que por algum motivo não “cola” na comunidade, falta algo; não o talento, não a construção, mas apenas seja a altura errada, a hora errada, o local errado para conseguir ser uma storyline de mestre. A ideia está lá, o assunto tabu também, apenas não está a colar. Tudo se trata do facto de que Del Rio como babyface é excelente, demonstra muito mais habilidade mas por algum motivo falta algo; assim como Swagger está imparável a mostrar aquilo que vale em termos técnicos, mas por algum motivo falta algo. Por outro lado, a história vale o que vale quando pensamos em Ricardo Rodriguez e em Zeb Colter; caso para dizer, que o combate seria muito mais interessante, arrisco-me a dizer, se fosse entre Zeb Colter vs. Ricardo Rodriguez.

Por último, o “Combate Que Toda a Gente Quer Ver” traduz-se em Undertaker vs. CM Punk sem qualquer sombra de dúvida. Cena vs Rock já foi visto, já se sabe o que esperar, já sabemos o que cada um vale, o que cada um defende, o embate de gerações; tudo assuntos que já foram discutidos, batidos, e trabalhados há 365 dias atrás. Não há nada de novo a não ser o facto de o Título da WWE estar envolvido mas até aí o panorama muda, com, neste momento, Cena estar a ser o preferido a ganhar quanto mais não seja para vermos o campeão semanalmente e não por satélite ou omitido da programação.

Mas bem, Undertaker vs Punk tem tudo para dar certo. Não adianta trazer a conversa cliché do talento dos dois, ou de quem ganhará, mas uma coisa é certa, no panorama actual do wrestling profissional na WWE existe apenas dois homens a meu ver que podem tirar o trono a Mark Callway: Chris Jericho e CM Punk sem dúvida.

O facto é que por muito transtornável que tenha sido a morte de Bearer, toda a história construída À volta da urna é sem dúvida memorável. Quem viveu a Attitude Era, reconhece certamente toda a história a ser reconstruida. Por essa razão é que este combate tem tudo e mais alguma coisa para dar certo, é tudo o que o Universo da WWE quis ter. Bem certo, foi decidido há poucas semanas mas o enfoque está aqui, o main-event verdadeiro está aqui não num combate Parte 2, e muito menos num embate xenófobo.

Tudo pode ser dito acerca deste combate, o Punk é o maior heel do wrestling profissional neste momento; os olhos estão voltados para este combate à semelhança do que acontecia no embate entre Undertaker e Shawn Michaels. E não me admirava nada que este seja o combate que todos nós nos relembremos durante anos.

O facto é que esta Wrestlemania foi mal trabalhada, executada, publicitada e sem sombra de dúvida a par da Wrestlemania 23 a que menos êxtase me provoca. Mas ainda assim, teve os seus momentos; e por muito que esta Wrestlemania tenha um card que mais parece um autêntico Backlash pós-Wrestlemania 22 (ou pior), o facto é que , é o produto que temos, este está em mudança, terá de se tornar mais criativo com o tempo; mas terá, sem dúvida, os seus momentos.

Até para a semana 😉