Bem esse será meu último artigo no wrestling.pt durante algum tempo, então decidir escrever sobre um pouca das dificuldades de escrever e gostar de Wrestling feminino, e de como também adentrei mais esse mundo, acho que será um bom modo de conhecer um pouco sobre essa minha “paixão”.
Primeiro eu vou usar uma frase que meu colega Jorge Rebelo usa frequentemente “Não é fácil escrever sobre outra coisa que não seja WWE”, isso é a mais pura verdade, muitas pessoas pensam que somente o que vem da mesma é que presta, ou mesmo não dão chances para outra empresas, seja uma TNA, ou mesmo no circuito independente, ficam presos naquele mundo, o pior e que mesmo sem ver, veem criticam o outro produto, e tenho que dizer que não tenho nada contra a WWE, até porque também comecei a assistir Wrestling graças a companhia da família McMahon, mas não é por gostar dela, que não gostarei de uma TNA, NJPW, PWG, Shimmer ou mesmo outra companhia do circuito independente.
No meu caso que escrevo e gosto de Wrestling feminino o buraco e mais embaixo, já chegaram a dizer que eu só gosta da “modalidade” pela beleza das mulheres, inclusive já me chamaram de tarado, parece brincadeira, mas já aconteceu, muito disso se deve a várias companhias de Wrestling que desvalorizaram o wrestling feminino no meio para o final dos anos 90, mais especificadamente a WWE/F que a utilizava a mulher como um produto, isso em plena Attitude Era, o cenário só foi mudar por volta de 2001, atualmente temos as Divas, que são mais modelos do que Wrestlers, claro que temos exceções, e inclusive alguns casos de modelos que viraram grandes Wrestlers, mas são minoria, e foi algo que sempre procurei debater em meus artigos, será que concurso como o Divas Search onde modelos participam de treinamento de wrestling são o ideal? Eu sempre defendi o recrutamento de pessoas do circuito independente, Paige, Aj Lee e Emma são só alguns exemplos.
Outro comentário que eu já ouvir em relação à divisão feminina em várias companhias de wrestling foi, “agora é a luta das mulheres vamos comer alguma coisa” ou mesmo “Ta na hora de ir ao banheiro”, tudo bem que a WWE tem culpa no cartório, já que tinha transformado a divisão feminina em um desfile de “modelos”, mas não podemos generalizar com esse pensamento, as pessoas que julgaram assim o wrestling feminino, perderam na minha opinião a melhor luta do Slammiversary em 2013, ou mesmo uma das melhores do Payback do mesmo ano, ou um momento como a estreia da Paige no roster principal, a Pipebomb da Aj Lee sobre o Total Divas, fatos que aconteceram a pouco tempo e que foram tão marcantes como vários dos grandes fatos que ocorreram nas divisões principais (Masculinas).
Eu acho que já falei em outro artigo como eu comecei a gostar de Wrestling feminino? Eu acho que foi com Trish e Lita que mudaram a minha visão em relação ao Wrestling feminino, com isso também vi nomes como Victoria Jazz, Molly Holly, entre outras que também se dedicavam aquilo de modo a arriscar, “vão dar somente 10 minutos para uma luta Hardcore, vamos roubar o show”.
Com um tempo fui expandindo meu horizonte e por incrível que pareça não foi a TNA que veio depois, mas a Shimmer, quando vi uma divulgação do show delas em um show da ROH, me chamou atenção a feud entre Melissa e MsChief, fui atrás de tentar assistir, depois de muito vasculhar pela internet, ainda mais naquela época, conseguir o download de alguns shows da companhia, quem acompanha circuito independente sabe o quanto é difícil você ter uma frequência, apesar de as feuds geralmente serem rápidas, acontece de algumas prolongarem por vários meses, devido ao não frequência dos shows, mas no final valia a pena, pode ver o surgimento de grandes nomes como Brittany Knight (Paige), Jessicka Havok, Santana Garrett (Brittany), Emma, Madison Eagles, entre tantas outras que hoje são bastante prestigiadas no wrestling.
Companhias como a Shimmer, WSU, Chickfight, entre outras ajudaram a fazer com que o wrestling feminino pudesse ser respeitado dentro do circuito independente, e ser algo quase que obrigatório em boa parte das companhias do circuito independente, muitas que antigamente não abriam espaço para isso, começaram a fazer, seja por meio de parcerias com companhias exclusivas de wrestling feminino, ou mesmo criando um título feminino, o que mostra o desenvolvimento da mesma atualmente, já que o circuito independente de wrestling já é menor, então dividir mais só atrapalharia, será que não teriam muitos interessados em assistir uma luta como Mickie James vs Jessicka Havok?
Com um tempo o preconceito foi diminuindo no circuito independente, quem pensa que não existia, pode está enganado, já ouvi comentários em sites estrangeiros de pessoas que falavam que a mulher só servia para ser manager ou ajudar uma feud a se desenvolver, como por exemplo, um triangulo amoroso, coisa mais clichê impossível, eu falo isso a nível de Estados Unidos, o Japão sempre teve tradição com o wrestling feminino.
A TNA como já falei algumas vezes, só comecei a acompanhar no final de 2010 com a chegada de Mickie James na mesma, por falta de informação mesmo, mas me arrepende quando vi o modo que tratavam a divisão feminina e fui indo atrás de feud e lutas do passado, para me inteira da tal Knockout division e sempre parabenizo a companhia, eles chegaram a fazer um PPV só com wrestling feminino, e o resultado provou o que estou falando aqui, o One Night Only: Knockout Knockdown foi um dos melhores desse estilo, e espero que nesse anos podemos ter outro, vi Dixie falando que o mesmo acontecerá de novo, eu como fã da Knockout Division e de wrestling feminino estarei acompanhando de perto.
Se me perguntassem antigamente se acreditaria que hoje viríamos tantos bons nomes no circuito independente Americano, Europeu e inclusive Japonês, já que cada vez mais temos esse intercambio de atletas, seja com Alpha Female na TNA, Paige na WWE, ou mesmo alguma atleta Japonesa que lute com frequência no circuito independente Americano, como por exemplo, a Misaki Ohata.
No nível de Brasil / Portugal, isso parece está um pouco mais distante, falo mais especialmente em nível de Brasil, ainda vejo o desrespeito com o wrestling feminino, quando você bota uma foto de uma luta ou mesmo o vídeo, não me surpreendo de ler um “tal pessoa é muito gostosa”, serio que e somente isso que algumas pessoas veem? Eu também acho a Kelly Kelly, Alicia Fox, Eva Marie, Aksana, Maria, as Bellas, entre tantas outras muito bonita (gostosas), mas para mim os lugares delas é bem longe de um ringue, podia ser em uma passarela ou mesmo em um ensaio, podem ter a carreira de uma verdadeira “Diva”.
Ainda me surpreendo quando vejo alguns falarem de que esse é o estereótipo correto de ser uma divisão feminina, desculpe, mas para mim o principal é o Wrestling e não a beleza ou estou enganado? Claro que a graciosidade e beleza também são importante no wrestling feminino, e acrescentam carisma a lutadora, mas você imaginaria que nomes como Bull Nakano, Awesome Kong, Alpha Female entre tantas outras seriam? Imaginem se só tivéssemos um estereótipo no wrestling? Como tudo seria chato, que bom que não é assim.
E com isso acabo a minhas últimas linhas no Wrestling.pt, eu gostaria de agradecer a todos que me apoiaram durante essas 50 edições, foram mais de 1 ano escrevendo esse quadro e chegar a esse número falando somente de wrestling feminino é uma realização para mim e sem o apoio dos leitores nunca teria continuado. Então muito obrigado a todos vocês, talvez não seja um adeus, mas um até logo, e sempre levarei o carinho de alguns leitores que tratavam a leitura desse espaço como ponto obrigatório, espero que tenham gostado de ler como eu gostei de escrever.
Então gostaria de também agradecer a todo a equipe do Wrestling.pt, especialmente ao Luis Salvador e ao Kapitas que confiaram no meu trabalho, e a muitos outros que me apoiaram como Andre Santos, Jorge Rebelo, Mario Magalhães, José Souza, Daniel Leite , Daniel Fernando, Andre Raimundo, e todos os cronistas, me desculpe se esqueci alguém.
Mais uma última coisa, vida longa ao Wrestling feminino!
13 Comentários
Nunca comentei um artigo seu mas fazê-lo-ei pela 1ª vez.
Para mim o menor sucesso dele deve-se não ao facto de falar sobretudo de wrestling feminino mas sim à alguma falta de requinte do mesmo,tanto na escrita como na dinâmica da mesma.
Contudo,não deixo de admirar essa sua paixão pelo wrestling feminino e o seu esforço em materializá-lo semanalmente cá para nós.
E acredita,há de ser mesmo um até logo.
Amigo não estou deixando de fazer o artigo por ter pouco comentário, mas sim por causa da falta de tempo, o meu trabalho está puxando muito o meu tempo.
Eu não concordo em relação ao tema não atrapalhar, o Jorge faz artigos espetaculares sobre a TNA e geralmente tem poucos comentários, inclusive o artigo que teve mais comentários foi quando falei sobre WWE, isso explica muita coisa não é?
Muitos parabéns pelo teu trabalho aqui que gostei muito. Este espaço permitiu-me conhecer o wrestling feminino fora da Knockout division. E também a sua história. Fui leitor assíduo do teu trabalho e espero que voltes para nos “educares” sobre o mundo do wrestling feminino.
Como já te tinha dito antes, obrigado pelos teus artigos e pelo que me deste a conhecer no que toca ao Wrestling Feminino. Volta sempre Roberto!
Excelente artigo, com um tema verdadeiro e realista, Parabéns! Roberto Barros. 🙂
Começo por dizer que tenho pena que seja o teu último artigo pois gosto de ler os teus artigos e, como tu, também gosto de WRESTLING Feminino.
Quanto ao tema, concordo a 100% contigo, algumas pessoas passam os combates das Divas à frente ou então só falam na beleza delas e com conversas parvas e não olham para o que realmente interessa, o combate em si, se querem ver mulheres bonitas (gostosas, como disseste), então vejam concursos de modelos ou vejam “outros” sites, o que não falta é disso, mas o que queremos na WWE são lutadoras com talento e passado de Wrestling, que saibam o que estão a fazer dentro de ringue, se forem bonitas e gostosas, é um bónus, mas isso é o menos importante numa companhia de Wrestling.
Eu quando comecei a ver Wrestling também gostava da divisão e via a 100%, depois com a saída das melhores que culminou com a saída da Michelle Mccool e outras, desleixei-me um bocado, mas a AJ voltou a despertar em mim o gosto pela divisão e comecei a ver a 100% novamente, ainda por cima com a Paige que é uma “Diva” muito talentosa, mas também bonita e que acompanho há algum tempo, é a minha “Diva” preferida e a própria Emma que mostram que o Wrestling Feminino pode juntar talento e beleza e não tem que ser só um deles (Trish, Mickie James, Lita e agora AJ, Paige e Emma, entre outras são exemplos disso), mas se for só um que seja o talento, a Mickie James é a minha “Diva” preferida de sempre, se eu só gostasse de beleza na WWE, se calhar seria a Trish, mas também não é o mais importante para mim, mas sim o Wrestling e gosto do talento da Mickie, concordo contigo.
Só há uma parte em que discordo, nas “Divas” que disseste que são bonitas, mas que deviam estar numa agência de modelos ou algo do género, discordo de um nome, Alicia Fox, eu lembro-me bem de quando ela começou, tinha um aspecto assustador e era agressiva, com um cabelo meio loiro que parecia uma vassoura, tinha uma theme fixe e tinha talento em ringue, não era uma “Diva”, mas a WWE estragou-a e aproveitou-a mal, até acho que faria uma dupla excelente com a Kharma, a Alicia Fox de 2008/2009, mas não concordo nada que tenha falta de talento, é bonita, mas tem talento, a WWE é que não a aproveita, o resto dos nomes concordo.
VOLTA SEMPRE!!!. 🙂
Bom artigo concordo com a tua opinião sobre a secsão Feminina. É uma que te vás embora fico com saudades. Comprimentos Alexandre.
Gostei do artigo e apesar de nunca ter comentado muito aqui venho acompanhando a algum tempo os teus artigos e aprendi aqui muita coisa sobre o wrestling feminine obrigado e volta sempre.
Fiz esse desenho da Paige sem compromisso, o que acharam? (Desculpa pelos 2 desenhos não consegui remover)
Excelente Artigo Roberto o seu artigo hoje falou muitas verdades uma pena que seja seu ultimo artigo
Até já Roberto! 🙂
Obrigado por tudo Roberto…seu tarado…estou a brincar! Obrigado por mostrares combates que fiquei de boca aberta e ficaram nos meus favoritos especialmente conheci a Cheerlead Melisa que é fantástica em ringue!
Até já e espero ver-te voltar em breve, pois o WPT tem sempre a ganhar com a tua presença. Obrigado pelas 50 semanas.
Muito obrigado por tudo. Até breve.