Em meus artigos sempre ressaltei a grande qualidade da divisão feminina da TNA, mas nem sempre foi assim, a mesma teve muito altos e baixos desde do seu inicio em 2002, alguns até falam que o surgimento da divisão feminina da TNA começa em 2007, com a criação das Knockout Division,  mas bem antes disso já havia wrestling feminino na TNA, apesar de que o jeito de que a mesma era tratada de modo totalmente diferente do que é hoje em dia.

No dia 19 de Junho de 2002, tido como a data de estreia da TNA já tivemos participação feminina, quando foi decidido a primeira Miss TNA em uma Lingerie Battle Royal envolvendo  Wrestler como Taylor Vaughn, Francine, Elektra, Shannon e Alexis Laree (Mickie James), Taylor ganhou e se tornou a primeira Miss TNA, após ganhar o “titulo” teve uma feud com Francine, logo depois vindo a perder o titulo para um homem de nome Bruce, que disse ter o direito de lutar pelo titulo por ser gay, nesse momento dar para se ter uma ideia de como era a divisão, as lutas em si eram bastante fracas, diferente, por exemplo, da WWE que na época a divisão Feminina vivia o seu melhor momento.

Devido às péssimas histórias e lutas piores ainda envolvendo o titulo Miss TNA, não atraiu o publico e fez com que o mesmo acabasse ainda em 2002, tendo como ultima ganhadora April Pennington, a divisão continuo agora com o titulo próprio o NWA World Women´s Championship, mas tinha dois grandes problemas para que o mesmo fosse valorizado, o primeiro era que a maioria das Wrestler não possuíam contrato com a TNA e trabalhavam mais como valets lutando ocasionalmente, e qualidade das lutas que eram bastante baixas com a TNA valorizando mais a questão da aparência do que propriamente o Wrestling, o caso marcante disso foi quando em 2003 uma luta entre Lollipop e Molly Hood, com Molly a tirar o sutiã de Lollipop que ficou de topless no meio do ringue.

Além dos problemas descritos a divisão possuia uma grande rotatividade de lutadoras, fazendo com que as feuds não fossem construídas, só para se ter ideia durante o ano de 2003 chegaram a lutar mais de 20 wrestlers diferentes, lembrando que a TNA na época era feito como se fosse PPV e para piorar o titulo era defendido em Dark Matchs antes dos próprios PPV´s, inclusive teve até Leiliani Kai como campeã, a mesma participou da primeira luta feminina na Wrestlemania 1.

Em 2004 a coisa não mudou muito de figura com o titulo a ser extinto e a praticamente não termos lutas femininas durantes os PPV´s da TNA, a se destacar somente algumas lutas entre Trinity, Jacqueline e Traci Brooks, em 2005 com a estreia do Impact a TNA sentiu a necessidade de voltar a ter uma divisão mais solida no sentido de possuir mais algumas lutas e contratou a ex-WWE´s Gail Kim, Jackie Gayda e Christy Hemme e a lutadora independente Sirelda, com Traci Brooks a permanecer na divisão, mas ainda assim a divisão continuava sendo desvalorizado com um roster feminino bastante pequeno e raras aparições em Shows, em 2006 não foi diferente tendo como grande destaque a ultima aparição de TV da ex-WWE Sherri Martel que alguns meses depois morreria.

Em 2007 teríamos a grande revolução da divisão feminina da TNA com a criação da Knockout Division durante uma rivalidade entre Gail Kim e Jacqueline que começou no Final Resolution daquele ano, a primeira Campeã seria coroada no Bound For Glory de 2007 em uma 10 Knockouts Gauntlet Match no qual Gail Kim saiu vitoriosa, querendo valorizar essa divisão a TNA preparou varias contratações de Wrestler que se destacavam no circuito independente, chegaram nomes como: Awesome Kong, Angelina Love, ODB, Salinas e Velvet Sky, algumas managers também foram contratadas como, Karren Angle entre outros.

Durante os primeiros anos a TNA preferia valorizar a questão da beleza das lutadoras, ao invés do Wrestling, mas com a criação da Knockout Division tinha intenção de promover o Wrestling Feminino, dando uma importância maior ao titulo e criando feuds bastante interessantes, a de se destacar a grande feud entre Gail Kim e Awesome Kong, considerado por muitos a melhor feud de Wrestling Feminino da história da TNA, Kong chegou na divisão  destruindo todas as outras Knockouts devido a seu porte físico e logo ganhou a oportunidade de lutar pelo titulo em uma luta sem desqualificação, o que falar dessa luta, simplesmente incrível e mostrava que a Total Nonstop Action estava disposta a investir na divisão.

Devido à boa repercussão que a divisão estava tendo em 2008 chegaram mais alguns nomes para completar o roster Feminino, vieram Alexa Jade, Raisha Saed, Rhaka Khan e Sharmell, a divisão também teve uma grande perda com Gail Kim a voltar para a WWE, para não perder o folego aconteceu um desafio imposto por Kong onde ela colocou o titulo e 25.000 dólares para qualquer fã da arena que a derrotasse, acabou que Taylor Wilde foi a vencedora, nesse desafio Kong teve partidas Try-out contra Daffney, Soujourn Bolt, Serena Deeb, Melissa Wolfram, Leva Bates e Danielle.

No Lockdown de 2008 também teríamos a “estreia” das Beautiful People como Stable, elas participaram da primeira “Queen of The Cage”, eram oito lutadoras que ficavam fora da jaula e as duas primeiras que entrassem no ringue, lutavam para conseguir o 1° Contender pelo Knockouts Championship, nesse ano a vencedora foi Roxxi que derrotou Angelina Love, essa era uma estipulação que gostaria que voltasse a acontecer durante o lockdown.

Em 2009 chegariam mais reforços para divisão como Madison Rayne que se juntaria a Beatifual People, além dela Tara (Victoria) que vinha da WWE, Sarita, Alissa Flash, Hamada e Jenna Morasca, nesse ano ainda teriamos a saída de Angelina Love que foi substituído por Lacey Von Erich e também em 2009 a TNA criaria o TNA Knockout Tag Team Champions que foi vencido por Sarita e Taylor Wilde, na época foi uma boa ideia já que o roster da divisão Feminina da companhia era grande, nesse ano também a TNA promoveu um especial de quatro horas intitulado New Year’s Knockout Eve, que contou com um torneio para a nova N #1 Contender para o Women’s Knockout Championship, mostrando o investimento feito na divisão.

O ano de 2010 foi marcado por varias saídas, há de se destacar a saída de Awesome Kong, Alissa Flash, Nikki Roxx, Lacey, Tara, ODB,Taylor Wilde, Hamada e Traci Brooks que já estava na empresa há 8 anos, Angelina Love retornou, Rosita, Mickie James, Tess e Winter chegaram e muitas ida e vindas dentro da companhia atrapalharam a criação das feuds, de destaque Madison Rayne conseguiu obter pela primeira vez na história da Divisão o Women’s Knockout Championship e o Knockout Tag Team Championship ao mesmo tempo.

Durante o ano de 2011 varios retornos como Tara, Gail Kim, Traci Brooks, ODB, Roxxi, Alissa Flash, Jacqueline Moore, mas varios problemas de booking atrapalharam a divisão com titulos sendo perdidos em questão de dias (Vince Russo), apesar de algumas boas lutas e feuds como Mickie James e Gail Kim, Mickie James e Tara.

As coisas só iriam se regularizar em 2012 quando o roster foi ficando enxuto e as feuds sendo mais bem construidas tivemos Gail Kim a fazer o papel de Heel e ser o maior destaque, conseguindo ter o maior reinado da Divisão durando 210 dias, tendo retido o titulo contra nomes como Velvet Sky, Tara, Mickie James e Miss Tessmacher, em 2012 teriamos o primeiro GutCheck feminino com Taeler Hendrix a conseguir um contrato com a TNA e em Agosto Taryn Terrell se tornaria arbitra da divisão, atualmente também e uma Knockout.

Atualmente a divisão feminina da TNA tem como principal problema o n° de Wrestlers, possuindo no roster 8 Wrestlers, precisando urgentemente contratar alguns nomes ou subir algumas Wrestlers que estão atuando na OVW como as Blosson Twins, Taylor Hendrix e torcendo para que a Shanna consiga essa oportunidade através do GutCheck, a atual campeã e Velvet Sky , torço para que a mesma tenha uma feud com Mickie James, com James se tornando Heel, algo que acredito que não aconteça com ela desde da feud com Trish na WWE e conseguindo conquistar o titulo no Slammiversary.

Outro avanço que mostra como a TNA investe na divisão foi à criação de um site somente para as Knockouts, http://www.wrestlingknockouts.com/, de começo ele tem algumas fotos das Wreslters e vídeos, gostaria que no futuro fosse alimentado com vídeos de lutas e história sobre feuds que marcaram a divisão acho que enriqueceria o conteúdo do site, mas esse espaço já e uma grande vitória para a divisão.
Na próxima semana pretendo fazer um artigo especial sobre a era de ouro do Wrestling Feminino na WWE, e sobre algumas das principais competidoras daquela época, segue alguns vídeos de lutas da divisão feminina em diversos períodos.

Vídeos

– Lingerie Battle Royal for Miss TNA 2002:
– Gail Kim Vs Awesome Kong Final Resolution 2008:
– Lockdown Queen of The Cage Match 2008: http://youtu.be/qI-BxVvHT1Y
– Mickie James vs Tara in Steel Cage Match 2011:

11 Comentários

  1. Excelente artigo Roberto! E parece que hoje é dia de Wrestling Feminino aqui no Universo, visto que há dois artigos a falarem sobre a KO’s Division.

    Também gostava que a Mickie James fizesse o heel-turn. Veremos se isso se confirma. Acredito que seja desta…

    • Roberto Barros12 anos

      Obrigado pelo comentario Daniel, lhe garanto que não foi combinado tinha até falado para o Jorge que iria fazer sobre esse assunto na transmissão da TNA, e me esquecir de acrescentar a pergunta, se todos acreditam que Mickie James fará o heel turn nessa feud? Eu espero que sim, apesar de gostar dela como Face, seria bom para mudar.

  2. GJD12 anos

    Acredito que o problema da divisão feminina da Tna sempre foi a rotação , sempre um monte lutadoras chegando ou regressando e um monte de lutadoras saindo, isso é ruim pois acaba não criando heat com o público luta por um tempo , sai um tempo, volta por um tempo e sai de novo.

    • Roberto Barros12 anos

      Sim GJD, há alguns anos atrás esse era o principal problema, mas acredito que agora a divisão se estabilizou um pouco mais, claro que não me supreenderia se Angelina Love, por exemplo, voltasse algum dia, até por toda a história que ela tem dentro da companhia e por ser junto com a Tara a que mais conquistou o titulo feminino.

  3. Li Wei12 anos

    Ótimo artigo! ^^
    Aguardo o heel-turn da Mickie, acho que seira interessante pra divisão. E como um pedido pessoal, queria muito voltar a ver a Daffney na TNA. Você acha que ela volta???

    • Roberto Barros12 anos

      Sinto decepciona-lo, acho isso meio impossivel, até porque a relação da Daffney com a TNA não e das melhores e também nunca mais vi ela lutando (ela teve uma lesão seria), atualmente ela fica nos comentarios da Shine.

  4. Excelente artigo e excelente tema! De facto o roster feminino da TNA é muito curto, acho incrível que nem isso seja desculpa para uma menor aposta na divisão e tenhamos, por exemplo, dois combates femininos num só Impact. Mas relativamente a isso penso que podemos estar tranquilos visto que não tarda nada será emitido o Knockouts Knockdown após o qual acredito que a divisão seja reforçada.

    Relativamente à Mickie, sou um grande fã e sinceramente gosto dela a Face mas percebo que tornando-se heel irá dar mais dinâmica à luta pelo título. Acho que está para muito breve, o próprio comportamento dela no combate contra a Velvet, em que mal esta última se lesiona a Mickie começa logo a atacar-lhe a lesão, é indicativo disso mesmo.

    • Esqueci-me de fazer log in, sorry!

      • Roberto Barros12 anos

        Obrigado pelo comentario Francisco, concordo que alguns nomes devem chegar apos o Knockouts Knockdown, apesar do mesmo já ter sido gravado. Também gosto muito da Mickie como face ela fica bem nesse papel, mas acho que um heel turn seria bom para a divisão e para o titulo que possivelmente acredito que ela iria ganha-lo.

  5. Roberto excelente edição do Wrestling for All a abrir uma janela para a história do wrestling feminino na TNA.

    Como fã de wrestling, não tenho qualquer memória na minha infância e mesmo adolescência de alguma vez me ter importado com aquilo que se passava no feminino. Aliás, confesso que nem me lembro de ver combates de lutadoras a não ser já em meados da primeira década de 2000 na WWE e mesmo assim, nada que hoje me tenha ficado na memória.

    Onde aprendi a ver e valorizar as atletas nesta indústria foi na TNA e não digo isto para ser um elogio fácil. Foi sobretudo com a Gail Kim e muito por culpa da sua feud com a Awesome Kong que percebi o quanto potencial e talento a divisão feminina pode ter e que elas podem ser também main-event. Aliás, a TNA tem mostrado ao longo dos anos esse respeito pelo wrestling feminino e como já referiu aqui o Francisco, ainda na semana passada tivemos 2 combates muito bons no Impact Wrestling.

    Por diferentes razões, a divisão está com menos nomes do que é habitual, mas nem por isso perde qualidade e acreditem que é uma situação temporária. Apesar de hoje a divisão ser curta, é ainda muito forte e tem merecido todo o destaque. Esse destaque não é só mérito da TNA, mas também das atletas que conseguem provar no ringue que são mais que caras e corpos bonitos e a TNA continua acreditar nestes talentos.

    É verdade que hoje em dia temos acesso a videos de combates de promoções indy exclusivamente femininas (EVE, Shimmer…) e a outras promoções que tratam muito bem as suas atletas, mas continuo a considerar a TNA uma referência nesta divisão.

    • Roberto Barros12 anos

      O ultimo Impact demonstrou que a TNA ainda esta disposta a investir na divisão, tivemos 2 boas lutas, inclusive com a do titulo sendo “Main Event” sendo a ultima luta e tendo um grande pop por parte do público que acompanhou bem a luta.

      O roster e pequeno, mas possui qualidade e também considero a TNA uma referencia, só acho que pode fazer boas contratações nas Indys, tem varios nomes que merecem oportunidades do tipo.