10 Coisas que aprendemos com o SummerSlam 2025 – Top Ten #554

6 – Queremos “dumb fun” assim também!

Até o Meltzer ficou encantado com isto, portanto aí os puristas, ou lá o que seja que se queiram chamar, de cara cerrada, também podem relaxar um bocadinho. O main event entre John Cena e Cody Rhodes foi pura e bruta diversão e a plateia estava totalmente rendidinha. A da arena e as de casa.

De notar que foram dois main events muito diferentes, o de cada noite. Ambos fantásticos. Ambos guardaram surpresas depois do combate, com recepções mistas. Mas já vamos a esses. Ambos de estilos diferentes mas com o à-vontade para ultrapassar a barreira dos 30 minutos e não se arrastar em nenhum momento. O embate pelo World Heavyweight Championship entre CM Punk e Gunther foi mais à procura da montagem da clínica, de progressão lenta, começando com testes de força e técnica, até se começar a intensificar. Fantástico storytelling com um Gunther a manter-se arrogante até ver o próprio sangue, a sua própria vulnerabilidade e entrar imediatamente em pânico ao ver essa desvantagem. E a forma como Punk capitalizou. Tudo óptimo.

No dia seguinte, já não foi nada disso. Dois tipos que andaram há meses a fazer que se odiavam quando, na verdade, não tinham perdido o respeito um pelo outro e, no fundo, ainda se adoravam, a andar à bulha… Precisamente por respeito um ao outro. Um Cena reconvertido a ser o verdadeiro Cena e Cody… A ser outro Cena. O que se deu aí, mais do que um espectáculo de violência, foi uma sequência de spots criativos e “near falls” acumuladas que acabaram por parecer uma paródia dos combates cheios de “kick outs.” Quase ali na linha, no limite de deixar os finishers de ambos completamente obsoletos, tantas foram as vezes que os usaram em vão.

Mas com a plateia em fogo, a capacidade de ambos de vender spots mais extravagantes, um hilariante momento como o uso do elevador da entrada dramática de Cody e… Um Piledriver?! Estavam todos malucos! Não foi um espectáculo de wrestling como o da noite anterior. Ficou-se pela parte do espectáculo e ainda bem que foi perfeito para constar na tour de despedida de Cena. Especialmente após a tão “underwhelming” exibição da Wrestlemania. E sem Travis Scott por perto. Wrestling é fixe variado, com um pouco de tudo. E um main event over-the-top apenas para diversão mas também capaz de manter a importância das suas implicações e brincar com as emoções do público… Também precisamos disso.

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