6 – O dom da palavra
O milagre natalício. Quando a suspensão da descrença tem que estar mesmo lá encima. Para quem já se nem se lembra que a personagem do Hornswoggle podia ser mais irritante ainda, – para detractores, pode muito bem ter fãs da sua era inicial – é verdade que ele não falava e a sua comunicação era feita com gibberish repetitivo e sons. Porque ele era um duende, pois.
Mas a verdade é que o que podia ser uma piada unidimensional passageira já estava lá fixa. Já tinha passado o “Little Bastard” do Finlay, já tinha passado a cena do filho ilegítimo do Vince, já tinha passado o reinado como Cruiserweight Champion. Essas cenas todas. Já era uma parte integral do plantel e começava a tornar-se veterano. Tinha que começar a dizer uma coisa ou outra.
Pediu à pessoa certa. O S. Nicolau. Que utilizou as suas capacidades milagrosas para presentear Hornswoggle com o dom da palavra e o “duende” começou mesmo a falar. Como uma pessoa adulta e essas cenas que afinal era.
Acabando com a detracção, com certeza que se terá divertido com o seu papel inicial, mas já devia estar a pedir isto há muito tempo. Não ao Pai Natal, mas talvez ao Vince. E já não era sem tempo. A personagem manteve o mesmo tom cómico e assim ficou até à sua saída da companhia. É um performer de valor nostálgico e puxa um pop com uma nova aparição, sem dúvida, e puxa a risadas de outros tempos. Mas talvez já não seja Superstar para os dias de hoje, especialmente para um lugar de tanto destaque no plantel. O certo é que, se fosse a ele, já tinha recorrido ao Pai Natal ou a outro santo qualquer para ser presenteado com aquele fantástico “Wee LC” que teve mais tarde. Pedir logo um clássico!
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