1 – Triple H
Eu disse que havia dificuldade em decidir qual era o primeiro classificado. É debatível, é. Muitos de vocês podem trocar, considerar que o Shawn era bem mais maldoso e arrogante do que o Triple H, que era mais de… Olhar por si, mesmo sem olhar muito aos meios. O que melhor considero para esta situação é que… Ambos partilham a primeira posição, de certa forma.
A começar pelo facto de serem amigalhaços. Já isso diz tudo. Eram os bullies populares do liceu que enfiam os pobres nerds nos cacifos e lhes puxam as cuecas até à cabeça. Mas num contexto de wrestling, em que eram um grupo muito influente e que sabia muito bem como puxar cordas e sacar das politiquices para seu proveito. Triple H tinha que ser mesmo muito bom nisso. Afinal de contas, juntou-se aos Kliq por conveniência: era um rapaz que nunca bebia ou fumava e assim se manteve sempre, logo era o ideal condutor para a vida de farra dos outros. Com o tempo virou praticamente líder. E, enquanto não se pode negar que Triple H seja uma lenda naquele ringue, com tudo o que necessitava em ringue, uma presença incontornável ao longo das várias eras que encabeçou, um contador de estórias nato, um favorito de tantos de nós e tenho bem a noção de estar a usar a primeira pessoa do plural para me incluir. Mas qual era o item mais associado a ele? A marreta? Não. A pá! Triple H era odiado por enterrar tudo o que fosse emergente e o pudesse ameaçar.
Muitos talvez ainda não o tenham perdoado por tão activamente não ter deixado outros talentos subir, quer directamente em rivalidade com ele ou não. A infame lenda do “Am I fuckin’ going over?” que ele perguntava ao escritor que lhe fazia um pitch como a única coisa que lhe interessava era credível para muitos porque era assim que viam Triple H. Quem o viu e quem o vê. Entrou na família McMahon da melhor forma e isso causava mais temores ainda… Caramba, o Hunter McMahon há-de ser jeitoso! E afinal foi a melhor coisa que podia ter acontecido. Foi um raio de luz ao fundo do túnel. Este Triple H era o contrário de tudo o que conhecíamos… Este Triple H estava preocupado com o futuro e queria elevar jovens! Este Triple H era responsável por aquela era dourada do NXT! Este Triple H abriu portas, apresentou um produto de qualidade numa companhia estagnada, lançou muita da malta que está hoje no topo e apoiou muita boa malta emergente! Este é um Triple H que todos procuram no balneário, o apaziguador, o que ouve, o que contraria as maluqueiras do sogro. Tivemos uma amostra da diferença que causa tê-lo na frente e celebrámos, mesmo que hoje nem saibamos bem o quão mistas estão as coisas para aqueles lados e ainda estejamos a desejar que ele fique a tomar conta daquilo de vez. É um booker perfeito? Claro que não. Mas parece ser o necessário e nunca diríamos isso a olhar para o Triple H de 2002 ou outras alturas…
Por aqui fica um Top Ten que espero que não seja mais delicado que o que faço parecer. Não pretende demonizar ninguém nem afirmar que algum destes dez seja agora um santo. Mas reputações são estabelecidas por fora e é isso que aqui se reporta. E até é melhor assim. Quando se muda para melhor. E aí podem intervir vocês, a comentar como quer que dê para falar disto. Nem que seja para dizer que continuam a não confiar numa única pessoa daqui e aquilo é tudo tolo para aqueles lados. Válido. Acrescentem também algum caso, que até pode falhar alguém mais flagrante!
Para a semana é que a coisa fica mais feia. Novamente a ser desagradável a rotular pessoas sem as conhecer. Mas é o que são as más famas. São famas. E alguns não se livram delas. Se neste Top Ten falámos de dez que se redimiram, na próxima semana vão ser dez que não. Estes levam mesmo a marca de bullies para sempre. Mas leva o mesmo disclaimer deste… Não é para demonizar ou alienar alguém. Meramente reportar. Dez conhecidas más atitudes do backstage e vocês próprios podem já estar a listar uns quantos assim carregados de heat que vos ocorram.
Portanto venham cá ver se o besta fui eu ao deixá-los todos de fora e a colocar gente que nunca fez mal a ninguém. Tipo a Aliyah. Diz que foi despedida por ameaçar toda a gente de os assassinar e às suas avós. Ou então o escriba ficou louco de vez. Marquem presença que é para realmente isso não acontecer. Fiquem bem e até à próxima!
3 Comentários
Muito bom, parabéns
O Top 10 está excelente, concordo com tudo. Talvez o melhor que tenha lido e por certo, o único que li todo do início ao fim. Acrescentaria talvez a Paige e o Alberto Del Rio, mas compreendo. Importante notar que a maioria são pessoas que estiveram ali na A.Era e transição para a Ruthless Agression.
Faltou só um promenor na Melina: Também andou metida com o Batista ahahah
E outro no Orton, este mais sério: Mick Foley dava-se a tudo e foi o que melhor podia ter acontecido ao Orton, pois colocou-o over que já vinha numa onda em crescendo desde o seu destaque do S.Series. Ganhou um título mundial apenas por um mês precisamente por ser demasiado infantil. E demorou a ganhar outros. Para mim, talvez a maior lição de que não se devia dar títulos a pessoas tão jovens (mesmo que sejam uns prodígios) e daí a criação do NXT, para crescerem, ser tão importante.
Quanto à escolha do primeiro ou do segundo, acho que o Shawn teve mais destaque. Enquanto fã, o melhor Shawn é o de 97/98, mas como colega, provavelmente ia odiá-lo. Então se o meu nome fosse Vader…
Triple H podia enterrar muitos (rip Booker T), é verdade, mas estamos a falar “só” do melhor heel da história (vamos ignorar o tio Vince). E teve uma sorte desgraçada ao longo da sua carreira! Quando sai da WCW, teve olho para perceber quem mandava naquilo tudo, os Kliq. Quando saem, continua aliado ao Shawn que por sua vez lesiona-se. Com a WCW cheia de superstars (Bret Hart, NWO e tudo mais) e com um plantel tão jovem como o da WWE que tinha no Undertaker a sua estrela de topo, um aparecimento de um Steve Austin que parecia ser a “next big thing”, era necessário elevar novas superstars “à pressa” para serem main events. E quem é que eles tinham lá? HHH e The Rock. Só! HHH acaba por continuar com os DX numa promessa que ia correr bem, trás o seu amigo e revoltado com a WCW, X-Pac e ainda junta os New Age Outlaws. Já The Rock tinha andado às turras com o Austin pelo título secundário, ia tentar ser líder dos Nation of Domination e com o destaque que estava a ganhar, deram-lhe um micro para as mãos e ya…
2 anos mais tarde, uma rivalidade com o Vince, aproxima-o da Stephanie (Vince também teve sorte aqui, na fase mais importante da história, tinha ali dois filhos prontos a entrar e a criar confusões com a família que é isso é que a malta gosta) e uma paixão duma jovem sonhadora que está deslumbrada com um bodybuilder e um jovem arrogante, no topo da empresa que vê uma jovem linda, filha do patrão, pá, acontece. Tudo até aí foi merecido. Uma lesão, afasta-o (sem que a WWE o deixasse esquecido – grande jogada aqui-) dos ringues para ter o maior pop da história até então, em 2002. Tão over que ia merecer destaque para o que se seguia. De seguida, alia-se ao Ric Flair e juntos evoluem duas superstars de topo (Orton e Batista). Com tanto para dar, ainda há uma reunião dos DX lá pelo meio. Tudo isto para concluir que, sim, ele enterrou vários, mas também ele foi o maior heel totalmente justificado e numa altura onde The Rock e Austin abandonaram, sem concorrência, foi preciso um Shawn Michaels, um Triple H, um Kane, um Big Show, etc para que houvesse tempo para aparecerem os JBL, os Eddie Guerreros, os Cenas, os Batistas, os Ortons, os Edges, etc…
Algo que a WWE parece que se esqueceu hoje em dia. Em como fazer superstars, mas olha aí está algo que devíamos discutir num futuro próximo.
Mais um excelente Top Ten, parabéns!
Agora para o que se segue, acho possível aparições de JBL, CM Punk e alguns outros bem conhecidos, pensei inclusive que encontraria o nome de Kevin Nash como um dos redimidos, mas creio que seja possível o mesmo também fazer parte da próxima lista, vejamos…