5 – Batista
Até seria fácil encher aqui o Top Ten de gajos de topo que hoje em dia já sejam respeitados pelo simples facto de que podemos assumir que o sucesso lhes subiu à cabeça, inchou-lhes o ego e já têm a mania que são os maiores. Mesmo quando não o são, a malta parte logo para isso. Mas têm que haver mais fundamentos. Por exemplo, John Cena não consta aqui e há relatos de malta a acusá-lo de usar a sua influência contra eles. No entanto parece que o prato do líder de balneário sempre teve mais peso na balança.
Por acaso, aqui o nosso Dave já não era bem assim. Igualmente babyface, co-encabeçou ali a sua era com o supracitado Cena. Os dois tansos que viraram para o exterior na Royal Rumble de 2005 eram os que dominavam a companhia. Mas Batista era bem mais marginal, esse sim constava que não andasse por lá a distribuir simpatia. Por entre envolvimentos com Divas naquilo que ele se viria a referir mesmo com um vício pelo regabofe – que pode ser sempre uma desculpa para se ser depravado apenas – e desentendimentos a dar em confrontos físicos como reza bem a lenda com Booker T… Batista não era daqueles tipos cheios de amigos. Até quando saiu, os termos estavam um pouco… Assim-assim.
O seu regresso não inspirou tanta confiança dado o seu disparar para um topo onde não o quereriam como retornado repentino que nem sabíamos se vinha a tempo inteiro ou se seria mais um part-timer. A coisa virou e afinal vimos um Batista dedicado, disposto a colocar malta over, a representar bem o seu papel de veterano e, felizmente, a sacar de mais uma nova meme ou outra para nós. Foi um início aí. Uma partida para Hollywood podia tornar as coisas bem piores, que esse não é sítio para onde se vá para uma limpeza espiritual. Mas com a sua surpreendente conquista de respeito como actor também veio uma atitude bem mais positiva e serena. Retirou-se com dignidade e até tem o seu posto no Hall of Fame em stand by a pedido. Por esta altura, já nós queremos dar-lho a todo o custo, grande Batista!
3 Comentários
Muito bom, parabéns
O Top 10 está excelente, concordo com tudo. Talvez o melhor que tenha lido e por certo, o único que li todo do início ao fim. Acrescentaria talvez a Paige e o Alberto Del Rio, mas compreendo. Importante notar que a maioria são pessoas que estiveram ali na A.Era e transição para a Ruthless Agression.
Faltou só um promenor na Melina: Também andou metida com o Batista ahahah
E outro no Orton, este mais sério: Mick Foley dava-se a tudo e foi o que melhor podia ter acontecido ao Orton, pois colocou-o over que já vinha numa onda em crescendo desde o seu destaque do S.Series. Ganhou um título mundial apenas por um mês precisamente por ser demasiado infantil. E demorou a ganhar outros. Para mim, talvez a maior lição de que não se devia dar títulos a pessoas tão jovens (mesmo que sejam uns prodígios) e daí a criação do NXT, para crescerem, ser tão importante.
Quanto à escolha do primeiro ou do segundo, acho que o Shawn teve mais destaque. Enquanto fã, o melhor Shawn é o de 97/98, mas como colega, provavelmente ia odiá-lo. Então se o meu nome fosse Vader…
Triple H podia enterrar muitos (rip Booker T), é verdade, mas estamos a falar “só” do melhor heel da história (vamos ignorar o tio Vince). E teve uma sorte desgraçada ao longo da sua carreira! Quando sai da WCW, teve olho para perceber quem mandava naquilo tudo, os Kliq. Quando saem, continua aliado ao Shawn que por sua vez lesiona-se. Com a WCW cheia de superstars (Bret Hart, NWO e tudo mais) e com um plantel tão jovem como o da WWE que tinha no Undertaker a sua estrela de topo, um aparecimento de um Steve Austin que parecia ser a “next big thing”, era necessário elevar novas superstars “à pressa” para serem main events. E quem é que eles tinham lá? HHH e The Rock. Só! HHH acaba por continuar com os DX numa promessa que ia correr bem, trás o seu amigo e revoltado com a WCW, X-Pac e ainda junta os New Age Outlaws. Já The Rock tinha andado às turras com o Austin pelo título secundário, ia tentar ser líder dos Nation of Domination e com o destaque que estava a ganhar, deram-lhe um micro para as mãos e ya…
2 anos mais tarde, uma rivalidade com o Vince, aproxima-o da Stephanie (Vince também teve sorte aqui, na fase mais importante da história, tinha ali dois filhos prontos a entrar e a criar confusões com a família que é isso é que a malta gosta) e uma paixão duma jovem sonhadora que está deslumbrada com um bodybuilder e um jovem arrogante, no topo da empresa que vê uma jovem linda, filha do patrão, pá, acontece. Tudo até aí foi merecido. Uma lesão, afasta-o (sem que a WWE o deixasse esquecido – grande jogada aqui-) dos ringues para ter o maior pop da história até então, em 2002. Tão over que ia merecer destaque para o que se seguia. De seguida, alia-se ao Ric Flair e juntos evoluem duas superstars de topo (Orton e Batista). Com tanto para dar, ainda há uma reunião dos DX lá pelo meio. Tudo isto para concluir que, sim, ele enterrou vários, mas também ele foi o maior heel totalmente justificado e numa altura onde The Rock e Austin abandonaram, sem concorrência, foi preciso um Shawn Michaels, um Triple H, um Kane, um Big Show, etc para que houvesse tempo para aparecerem os JBL, os Eddie Guerreros, os Cenas, os Batistas, os Ortons, os Edges, etc…
Algo que a WWE parece que se esqueceu hoje em dia. Em como fazer superstars, mas olha aí está algo que devíamos discutir num futuro próximo.
Mais um excelente Top Ten, parabéns!
Agora para o que se segue, acho possível aparições de JBL, CM Punk e alguns outros bem conhecidos, pensei inclusive que encontraria o nome de Kevin Nash como um dos redimidos, mas creio que seja possível o mesmo também fazer parte da próxima lista, vejamos…