10 – Campeões Part-Time
Pronto, este até nem é dos tais que “não querem que recorde” porque está sempre a acontecer e, danadas sejam as coisas, temos um actualmente, assim se transitou de uma década para a outra. Mas é um dos factores muito mal recebidos pelos fãs e que, de forma muito objectiva, pode dizer-se que mostra uma fragilidade naquela estrutura. E não digo que seja difícil criar estrelas, porque vejo aquele plantel cheio delas, é mesmo o medo que têm e nem sempre os métodos certos. E, saída fácil, lá vai o título para um que não está a tempo inteiro porque o nome dele calha ser quase maior que aquilo.
A brincadeira começou a sentir-se dessa forma com a atribuição do WWE Championship a The Rock, já ele uma gigante estrela de Hollywood e sem os ringues como seu usual habitat. Regressou para ser anfitrião da Wrestlemania XXVII e o mediatismo pegou. Talvez um reinado rendesse e assim aconteceu menos de um ano depois, quando interrompeu o longo reinado histórico de CM Punk para perder o título já na Wrestlemania, no main event, um ano depois de ter interferido noutro. Ainda nem podíamos bem adivinhar o que viria daí. Pouco depois desse grande regresso de Rock, deu-se outro. Brock Lesnar, já um astro da UFC, decidiu voltar. E para partir tudo! Numa era mais “mole,” a violência amplificava-se nas descargas de porrada velha que eram os combates de Lesnar. Não estava lá a tempo inteiro, mas fazia umas cenas fixes.
Foi em 2014 que conquistou o seu primeiro WWE Championship desde o seu regresso, já com uma streak histórica de outra lenda no bolso. E se calhar aí nem sonhávamos como a coisa ia ser. Foi Universal Champion por três vezes e WWE Champion por mais uma. O seu reinado como WWE Champion perdura até hoje – quer-se dizer, esta coisa sai depois da Royal Rumble, ele aí está em apuros – e um dos reinados como Universal Champion durou por mais de um ano, mais de quinhentos dias. De 2014 até agora. O que nos leva a reparar que por mais de metade da década, houve muito tempo em que não havia título principal porque o seu detentor andava desaparecido e só defendia nos PPVs grandes. Assim pode causar alguma frustração, muito especialmente para aquele balneário sempre ali a trabalhar no duro para ser recompensado com aquilo…
Quando nem o tem disponível por estar nas mãos de um que vai aparecendo de vez em quando e deve ganhar o triplo deles. No geral, isso descontenta os fãs. Mesmo que compreendam o ponto de vista do negócio e que seja um nome que puxe dinheiro para os main events ou que sejam mesmo fãs de Brock Lesnar e achem que ele merece o título, – e porque não? – acho lógico que por isso o queiram ver mais vezes ou que achem que devia então render mais se ele estivesse lá mais vezes a defender o título. Pelo meio também um envelhecido e a arfar Goldberg foi Universal Champion por um mês ou dois – reinado interrompido, claro, por Brock Lesnar. E parece uma prática demasiado comum e, por este andar, não vemos quando possa parar. É suposto os dois títulos não poderem ser sempre itens valiosos activos ao mesmo tempo?
3 Comentários
Parabéns por todas as edições deste teu artigo apesar de ser muito raro comentar, leio sempre o que escreves e dou-te os parabéns por o empenho e o trabalho aqui apresentado, acredito que não seja nada fácil fazer um artigo destes todas as semanas. Parabéns uma vez mais. És peça fundamental neste site
Pela primeira vez concordo com um artigo neste site! Parabéns!
Uma coisa abordada que sinto falta é a ausência do GM nos shows, acho que dar um dinamismo melhor