6 – Final da longa escalada
Depois de recuar tanto no tempo, para a primeira de sempre, fazemos uma viagem bem mais curta, para a última e muito estranha que tivemos no ano passado. O que também acabou por ser um factor prejudicial: a própria WrestleMania e as suas circunstâncias impediram um grande momento de ser ainda maior. O jeitaço que dava um público ali!
Para calcular, podemos ver a reacção que Drew McIntyre teve quando eliminou Brock Lesnar da Royal Rumble, apenas uns meses antes, mas ainda com um público disponível, que nós ainda estávamos a dar como garantidos sem saber que íamos ficar sem ele passado um mês e pouco. Junte-se ainda o quão over ficou Drew após a sua Face Turn e aquele bom feeling de ver uma longa viagem, iniciada mais de uma década antes, com descidas ao fundo do poço, saídas, regressos, a finalmente compensar: Drew McIntyre, aquele dos 3MB que a malta gostava bastante e que nunca tinha aquele derradeiro push… Acabava de se tornar WWE Champion no main event da WrestleMania, ao derrotar Brock Lesnar.
O combate em si foi paupérrimo e foi um trabalho muito rápido de menos de cinco minutos. Longe de ser um clássico, foi tudo para o grande momento celebratório de Drew e ainda se consta que Lesnar não estava com muita vontade de trabalhar a WrestleMania naqueles preparos, sem público e no Performance Center, portanto quis despachar aquilo rápido e colocar Drew over, algo que ele parece ter feito de bom grado, pelo que as suas ajudas no build-up deram a entender. Drew celebrou o seu grande momento e doeu ver que não havia milhares de fãs a celebrar com ele, enquanto era banhado de confettis e fogo-de-artifício. Mas na história ficará e Drew será sempre a cara da “era pandémica.” Situação semelhante a de Braun Strowman, que derrotou Goldberg pelo Universal Championship, num quasi-combate de dois minutos. Mas o que ainda mancha mais esse momento, além da falta de público, foi a 0 construção – substituição de Roman Reigns à pressa – e pobre reinado que se seguiu. Um pouco mais esquecível que Drew.
4 Comentários
O primeiro lugar demonstra bem o que o wrestling mudou, um “simples” powerslam levou o público ao rubro e é um dos momentos mais icónicos de sempre.
Hoje um lutador saltar de uma escada para cima de uma mesa enrolada em arame farpado é só mais uma move que talvez nem acabe com o combate.
Não sei se é melhor ou pior, mas sem dúvida diferente.
O storytelling de antigamente era bem melhor.
Como sempre, excelente.
Muito bom!