10 Momentos da Attitude Era que eles querem que esqueçam… – Top Ten #492

1 – Pillman’s got a gun

Eles até nem pareciam fazer assim tanta questão de recordar o “Loose Cannon” mas já parecem bem mais abertos a isso desde o momento em que apresentam o crescente e promissor Lexis King, seu inconfundível rebento, como uma figura bastante central do NXT. Curiosamente, a sua apresentação foi assim: foi reconhecido o seu parentesco e logo a seguir a missão de se emancipar desse mesmo parentesco.

Mas já se sabe bem que Brian Pillman era um performer fora da caixa. O que lhe faltasse em tamanho – à óptica dos tempos – ele compensava com todo o resto, fosse talento no ringue, carisma e aquela capacidade de pensar de maneira diferente e de não ter medo de agitar umas águas e causar controvérsia. Disse umas coisas e largou umas palavras em TV às quais o povo ainda não estava habituado e podia haver algum temor por parte de promotores em tê-lo no seu plantel, especialmente se o vissem como um indivíduo instável. Isso era se também não existisse dinheiro nisso. A Attitude Era foi a altura perfeita para Brian Pillman realmente ser um “Loose Cannon” e fazer jus a essa alcunha, atingindo o pico num angle com o seu antigo parceiro Steve Austin, no qual este lhe invade a casa, possesso, e é confrontado por um Pillman perdido da cabeça e armado… Literalmente com uma pistola. Fica-se sem imagem e ouve-se o tiro. Oh diacho.

Tal como o “pee-pee” do Val Venis, também Austin se safou e o que se ouviu mas não se viu foi um daqueles safanços por um triz e ficaram todos vivos – de momento. Lá terão olhado para o surrealismo do cenário, de ter um lutador a ameaçar outro com uma arma e a disparar, e pensar se é esse tipo de violência que pretendiam promover em wrestling, que se julgava que fosse mais headlocks e powerslams e essas cenas. Muitos ainda aplaudem o angle pelo seu risco mas é por lá que talvez o conforto não seja o mesmo, especialmente com a partida de Pillman a tornar a personagem um pouco mais difícil de apoiar em retrospectiva. Foi um angle curioso mas o que eles devem mesmo querer afastar completamente – e esse sim devem – foi a exploração que se deu a seguir: a entrevista à recém-viúva após a morte prematura de Pillman. O desconforto da jovem, o constrangimento de toda a situação… Só piora ao vermos como ela está agora. A decadência é notável e encontra-se destroçada física e mentalmente, com certeza sempre a descer desde o trágico acontecimento e, sem dúvida, com maus vícios à mistura. Esse é que foi o mais baixo dos pontos baixos.


E haverá muita coisa, foi uma altura doida e a própria década de 90 teve muito deboche que muitos dos que a viveram ainda coçam a cabeça a pensar se fizeram mesmo aquilo. Há sempre um bom e um mau e uma contextualização para não se crucificar o mau – por aqui é que é mesmo uma indústria edgy e singrou neste tipo de entretenimento com coisas destas. Portanto fãs destes momentos, é compreensível, isto é tudo uma loucura, não iriam ser atraídos por coisas banais. É isso, mais qualquer coisa, e acréscimos de momentos da mesma categoria que podem usar para participar e dar uso à caixa de comentários. Não se acanhem.

É o costume, vão enriquecendo isto enquanto se espera pela próxima edição que se mantém nesta onda. É ainda a ver com a Attitude Era. Antes na verdade. Mas a ver com ela na verdade. Muito simples: toda a gente aponta as sementes e as influências e quem é que era ou fez Attitude Era antes de haver uma Attitude Era. Se calhar até dá para fazer um conjunto disso em vez de atribuir a uma só entidade. Então vamos ver se dá para fazer isso na próxima semana: dez presságios de Attitude Era. Podem vir de muitas alturas. Comecem a especular! Até lá fiquem bem, um bom feriado para o povo deste lado do Atlântico, viva a liberdade e até à próxima!

1 Comentário

  1. JOAOPEDROOOOOOOOOOOOOOOOOO7 meses

    Só concordo com os primeiros 2. Desde a Terri, discordo de todos e todos foram bastante engraçados e muito bons. Claro, a parte da cadelinha era escussada, mas a Trish já veio falar disso a bem e a parte da viúva, sim, foi mau, mas não se sabia se ia ser mau ou não, antes de se fazer.
    O que mais discordo foi o segmento dos DX. Não acho que queiram esquecer. Acho que foi mesmo muito bom e uma das melhores promos da história. Nunca esqueceremos o The Crock