6 – Estreia destrutiva
Basta a coisa ser um pouco mais violenta que já dá. Afinal de contas, o conceito de dois ou mais indivíduos resolverem os seus problemas à pancada num ringue, para incapacitar o adversário o suficiente para uma contagem que faça dele vencedor… Por muito cuidada que seja essa porrada, não deixa de ser um conceito violento. O prato do PG fica logo quase cheio só com isso, portanto sobra pouco espaço para muito mais. Até para mais dessa mesma violência.
E foi importantíssima para termos realmente uma estreia que impactasse. Faltavam Heels que realmente intimidassem. Quem tentaram? Vladimir Kozlov? Intimidou tanto que, não tardou nada e estava a dançar e a ser sidekick do Santino. O Great Khali? O Brodus Clay? O Lord Tensai? Intimidaram tanto que, não tardou nada e estavam a dançar e… Pronto, já devem estar a perceber, há aqui uma espécie de padrão, não vale a pena acrescentar muito mais. Tinha que vir um grupo de gajos partir tudo. Literalmente. Deixar o cenário de pantanas. Distribuir coça sem discriminar. Interromper um main event entre duas estrelas de topo, CM Punk e John Cena, para que realmente se sinta o impacto. Tem que haver algum medo no ar. Até resultou. Com Wade Barrett, vencedor da primeira temporada do antigo NXT, que levou todos os outros concorrentes para apoderar-se do Raw como um promissor grupo: os Nexus.
Portanto foram mais violentos. Óptimo. Infelizmente foram longe demais e o preço a pagar até foi um despedimentozito. Eles levavam mesmo uma lista de coisas que não podiam fazer. Coisas mínimas como cuspir num dos agredidos. E pronto, fizeram-nas todas. Mas um cavalheiro teve mesmo que passar das marcas. Acontece que Bryan Danielson era rapaz bastante habituado a violência, a andanças mais agressivas, ao sangue e à dor. E, por muito que tentassem vender a ideia de que era um nerd sem noção, o Daniel Bryan ainda tinha os velhos hábitos entranhados. E lá foi ao Justin Roberts e auxiliou-se da gravata do próprio para o estrangular. Longe demais. Bryan conta na sua biografia que a chamada de Vince não foi o que muitos pensam, que talvez achassem que ele o despediu com gosto, pomposidade e a passar-lhe um raspanete por passar das marcas. Era um Vince a lamentar-se imenso a dizer que *tinha* que o despedir. Que compreendesse. Por causa dos patrocinadores. De onde realmente vinha a pressão toda. Felizmente foi contratado pouco depois e provavelmente o plano foi sempre esse. Mas ficará para sempre uma estreia marcante esta dos Nexus. Já que, infelizmente… Há pouco mais a assinalar de tão promissor grupo…
1 Comentário
Bom artigo para se ler