1 – John Cena
Considero que seja realmente quem mais e melhor representa este conceito. O primeiro e mais imediato a ocorrer. O que é que originava todo o “Cena sucks” além de uma divertida resposta aos cânticos de apoio da miudagem? A saturação da sua supremacia e estatuto de super-homem. Que não era a gimmick dele, ele não era nenhum super-herói de capa, abençoado seja o Hurricane por fazer essa tão bem. Ele nem isso tinha.
Tornou-se simplesmente grande demais para isso. Mas tinha uma que lhe deu essa sua popularidade e ascensão. E que mostrou que o gajo até sabia tratar bem um microfone. Não o fez à maneira Rocky, mas fê-lo… Lançando umas rimas. Tínhamos um Marky Mark, um Vanilla Ice na casa. Equipado a rigor com a sua roupa larga, não era um miúdo de rua qualquer porque até tinha um doutorado na matéria, as subvalorizadas Thuganomics, que não vejo a apelar e a puxar assim tantos jovens para o ensino superior, infelizmente. Tinha a sua corrente, como símbolo do “Chain Gang,” da qual usufruía nesses longínquos e surreais tempos em que era um vilão. Até um disco gravou, caraças, aí para vos fazer buscar ao fundo da gaveta a vossa cópia do “You Can’t See Me,” que ainda escondem de muita gente!
Sempre equipado de boné e camisola larga. Essa parte ficou. O boné é parte essencial da indumentária e sempre renovável, não falhando performance em que ele não voe para a plateia para ser agarrado por algum fã – ou não propriamente, que os Anti-Cena devem garrear tanto ou mais que os miúdos. E a camisola, sempre de cor bem garrida, sempre berrante, por vezes a fazer fugir a vista. Os velhos jorts também o distinguem de outros performers em ringue. E tem a imagem, mas já não tem mais nada. Largou as rimas e todo o hip hop em geral, tornando-se simplesmente… o Cena. Quando revisita o seu diploma na ciência das Thuganomics é um acto nostálgico e a puxar pelo markanço, coisa à qual nem este escriba se escapa. Porque está no passado e foi-se desvanecendo até o Cena se tornar apenas aquele Cena que vemos… Ou não vemos, que na verdade não conseguimos.
São estes os dez para este conceito que se revelou mais difícil e fininho que o que esperava, quando o seleccionei. Fica agora a menção honrosa de alguém ponderado e que acabou por ficar fora mas que, a vosso critério, pode encaixar perfeitamente. Na sua vez entrou Sting e é curioso que na sua entrada tenha referido que foi como se tivesse feito uma espécie de duelo entre eles, dado que isso é um dos sonhos que ficaram por concretizar. Esse alguém é Undertaker. Claro que a personagem mudou e muito do factor sobrenatural desvaneceu se compararmos o Undertaker de início com o “Phenom” mais recente. Porém era suposto ser o “Dead Man” na mesma, ainda invocava muita coisa medonha e ainda era suposto ser O gajo que pode andar aí a brincar aos mortos-vivos. Mesmo que seja um pouco mais humano. Até se humanizou totalmente, aí mesmo numa mudança radical de gimmick para que, quando revertesse, se salientasse a sua relação com as trevas. Considero que a gimmick ficou mais leve, mas manteve-se lá.
De resto, podem comentar como quiserem, os casos aqui presentes e outros exemplos que considerem. O tema é tremido mas espero que ainda dê para falatório. Que trago mais na próxima semana, passando de um tema tão específico para outro que se volta para a popularidade de certas personagens mais berrantes. Quando gimmicks mais flashy perdem popularidade com o tempo. E vamos ver dez deles.
Portanto é bom ver que passei de um tema tão específico e frágil para… Outro potencialmente igual. Vamos ver como corre, estejam cá para ver, com fé! Que é o que devem manter, além do positivismo e do cuidado, nestes dias, enquanto continuamos esta longa jornada de recuperação. Mas estamos cá todos para ela e vamos ver isto para trás de nós um dia. Até lá muita força, até à próxima!
3 Comentários
O Cena no topo é claramente a decisão mais acertada e flagrante. O “Cena Sucks” foi talvez o 1º e o maior sinal de revolta (para além dos indicadores que os ratings estavam a baixar) do público-alvo da WWE. Na verdade, a maior estrela, a cara da companhia, simplesmente não era para o “target” principal, mas sim para targets secundários (as crianças e as adolescentes/jovens adultas).
No entanto, é de tirar o chapéu, em termos de marketing naquilo que foi a criação da personagem John Cena e o que isso elevou o nome da WWE, para uma marca global que gera milhões de lucro.
bom top
Muito bom!