4 – Lana
… Só mesmo alguém muito próxima dele. A senhora de fato, sempre muito elegante mas vistosa, que falava Russo e Inglês bem banhado desse sotaque de Leste, que o acompanhava e tinha algum controlo sobre ele, quando o ordenava a esmagar. Havia algo de sinistro e intimidante na jovem Lana, até porque tinha um papel muito à antiga – era apenas uma valet e não wrestler.
Tinha o conhecimento da língua e até tinha a pinta. Mas por acaso não era nada Russa. Filha de pai, ou pais viajados, que lhe permitiu o conhecimento da língua, mas em termos de sangue… Até consta que seja mais Portuguesa que Russa. Vejam lá, até dava uma personagem engraçada também, qual Aldo Montoya. No fundo, era uma loiraça da Florida. Nem só no fundo, na superfície também. Não ia ser aquela Russa malvada para sempre e nem me refiro àquele mau e esquecido momento em que tentaram uma Face Turn – porque até estava bastante over – e juntá-la a Dolph Ziggler com quem tinha uma química miserável, até que a vida real se colocasse à frente, o casamento com Rusev se fizesse público e eles lá tivessem que emendar a coisa sem que ambos ficassem assim em águas tão a ferver. É que depois disso já a iam tornar wrestler e até lançá-la para o Total Divas. Difícil manter a personagem.
Já era a loiraça da Florida com interesses muito ocidentais para ainda parecer aquela senhora que servia Vladimir Putin. A sua vistosa presença nas redes sociais e em TikToks não iam fazer muito pela sua velha imagem. E então o infame angle com Rusev e Bobby Lashley é que veio lançar a última pá de terra para cima da Lana de fato justinho de trocar os olhos – tinha que falar muito e era difícil manter o sotaque falso. Acabou por cair de vez, mesmo que inicialmente ainda o tentasse. Houvesse terapia da fala tão eficaz como a da menina. Pronto, agora era sacudir o que restasse do passado, ter alguém a mandar a posta humorística em relação ao sotaque – Kevin Owens fê-lo num especial “Starrcade” – e avança-se com Lana como uma miúda comum, de beleza bastante apurada. Em ringue, que era ao que se dedicava agora. Ultimamente em parceria com Naomi, não era notável por ser a melhor performer em ringue mas foi sempre bastante esforçada e trabalhava com qualquer coisa que lhe dessem, fosse a dar-lhe uma má imagem promíscua e infiel ou a ser arremessada por uma mesa dentro todas as semanas, entregava-se sempre de corpo e alma. Como todos os outros colegas, uma pena também que tenha sido dispensada com tão pouca cerimónia e com tanta promessa de mais. Aterrará muito bem, com certeza, quer a fazer-se passar por Russa ou não.
3 Comentários
O Cena no topo é claramente a decisão mais acertada e flagrante. O “Cena Sucks” foi talvez o 1º e o maior sinal de revolta (para além dos indicadores que os ratings estavam a baixar) do público-alvo da WWE. Na verdade, a maior estrela, a cara da companhia, simplesmente não era para o “target” principal, mas sim para targets secundários (as crianças e as adolescentes/jovens adultas).
No entanto, é de tirar o chapéu, em termos de marketing naquilo que foi a criação da personagem John Cena e o que isso elevou o nome da WWE, para uma marca global que gera milhões de lucro.
bom top
Muito bom!