“I’m the bad guy! I don’t save the day, I don’t fly off into the sunset, and I don’t get the girl!”
Megamind 2010
Desde pequenos que somos ensinados a diferença entre o Bem e o Mal. Desde pequenos que vemos exemplos de heróis e vilões em todo o lado. E desde sempre que estamos habituados à velha máxima que dita a vitória do herói em todas as circunstâncias, pois o mal não compensa. Tal é uma história que pode ser identificada em todo o lado, incluindo na indústria do Wrestling Profissional.
Até mesmo um mundo tão complexo como o Wrestling depende de uma dinâmica tão antiga, mas ao mesmo tempo tão simples. Histórias não funcionam sem um jogo de opostos e são compradas – geralmente – pela qualidade do herói. Contudo, os melhores heróis são os que possuem os melhores vilões pela frente e isso já foi bastante constatado ao longo da história desta indústria.
Embora existam bastantes variações, dependendo das personalidades em questão, no caso geral existe um vilão e um herói, ambos indiscutíveis nos seus papéis. Confusão de personalidades altera por completo a dinâmica levando a que as histórias nem sempre sejam claras.
O vilão, como o próprio nome indica, ataca – verbalmente ou fisicamente – o herói (directa ou indirectamente) levando a uma série sucessiva de confrontos até ao derradeiro, onde supostamente o herói sai vencedor, vingando-se, provando o vilão errado e dando aos seus apoiantes um momento para celebrar.
E, segundo as palavras de Vince McMahon, é mesmo esse o grande objectivo da WWE: dar aos fãs algo para celebrar. Fornecer-lhes algo que os faça sorrir. Também é verdade que este discurso é mais ouvido quando acontece uma tragédia real, mas no fundo aplica-se sempre. O objectivo é fazer as pessoas sentirem-se bem com as histórias a que estão a assistir e, por momentos, esquecerem-se do que as aflige na vida real.
É a base do entretenimento. Mesmo nos tempos mais remotos e antigos, quando todos acreditavam neste forma versátil de teatro, sempre foi esse o objectivo da indústria: entreter. É o equivalente a entrar numa sala de cinema e desfrutar de uma bela história durante duas horas, sem pensar no que está a acontecer fora daquela sala.
Ora, para contar estas histórias são necessárias personalidades interessantes e cativantes que consigam evocar do público as emoções de que precisam. Estas personalidades precisam de ser promovidas e protegidas, de forma a que as pessoas estejam dispostas a gastar dinheiro para acompanhar as suas histórias que, ultimamente, precisam de ser interessantes e inteligentes. Tal não exige uma grande complexidade ou confusão, pois por vezes as melhores histórias são também as mais simples.
Se bem feita, uma história sem qualquer estrela formada pode terminar com várias delas. Esta é uma das bases para o funcionamento da indústria. Contudo, receio que recentemente a mesma tenha falhado.
Recentemente, fui reler o primeiro artigo publicado sobre a história principal da WWE, envolvendo Daniel Bryan, Randy Orton e toda a restante lista de personagens que acrescentaram, e notei bastante optimismo da minha parte. Também notei na altura que vários fãs não partilhavam do meu optimismo, sentindo logo à partida que algo não iria correr bem devido ao envolvimento de Triple H e à reputação que este possui.
É verdade que muitos sinais poderiam ter sido entendidos como maus presságios, mas recusei-me a prestar-lhes atenção, acreditando que independentemente de todos os sinais, indícios ou desconfianças, o fim iria compensar a sofrida jornada que os fãs têm tido.
Contudo, tal nunca aconteceu. O herói apresentado inicialmente foi descredibilizado, minimizado e afastado da cena do crime como apenas um mero peão com os vilões a vencerem este round. Ao longo de uma história onde o herói foi encurralado e minimizado, uma vitória absoluta era verdadeiramente necessária. A credibilidade do herói dependia da mesma. Todavia, esta nunca chegou.
Os fãs foram levados a gastar imenso dinheiro em pay-per-views na crença que estariam perto de assistir ao momento pelo qual pagavam, sem este nunca chegar. Não estamos a falar de um combate de midcard que causou o amuo de vários fãs caprichosos porque não viram o seu preferido vencer.
Estamos a falar da história principal, da razão principal para comprar os eventos, que durou quatro pay-per-views (Summerslam, Night of Champions, Battleground e Hell in a Cell). Estamos a falar de cerca de cinquenta dólares por cada pay-per-view (mais coisa menos coisa), o que dá cerca de 200 dólares de investimento nesta história.
Há várias conclusões a tirar desta situação, mas a que mais interessa e a que os fãs pagantes – o público-alvo da WWE – tiraram é que Daniel Bryan não é uma aposta segura no main-event. Mais vale comprar os eventos em que John Cena é o centro das atenções, nesses ao menos é garantido que este vence.
Isto leva às subidas das vendas sempre que John Cena é o main-event, descendo sempre que outra estrela o é. Não querendo minimizar o poder de John Cena entre a multidão, facto é que este aspecto influencia bastante os fãs, pois a WWE está indirectamente a educá-los em quem devem apostar e porquê.
É um ciclo vicioso. A WWE condena e receia apostar nas estrelas mais jovens com a noção disparatada que estas não “vendem”, quando na realidade parte da razão para isto acontecer é o facto deles as rotularem como tal.
Que espécie de credibilidade possui Daniel Bryan após uma longa jornada pelo Título da WWE, quando tudo o que tem para contar são dois reinados – um de cinco minutos e o outro de uma noite?
Os fãs apoiam os desfavorecidos e os que – aparentemente – não possuem hipótese de ganhar, mas não apoiam os condenados à partida. Na altura de fazer as contas do mês e pensar em quem gastar o dinheiro, não é neste tipo de fracos heróis que os fãs decidem investir. Não será certamente em alguém que se tornou completamente dispensável numa história que começou por ser sobre si.
A credibilidade de Daniel Bryan foi sendo lentamente arrasada ao longo desta história, daí esta suposta vitória no Hell in a Cell ser tão importante. Aliás, já havia quem dissesse que nem uma vitória o iria salvar, quanto mais uma derrota.
Tal como referi, numa história que começou por ser sobre a sua demanda pelo Título e na tarefa de provar que merecia ser campeão, Daniel Bryan foi-se tornando um peão. Foi possível notar isto através do gradual envolvimento de outras personagens como Big Show e Shawn Michaels. Aliás, até as personagens actuais, como Triple H e Stephanie McMahon, não ajudaram.
O destaque dado a estas personagens secundárias foi demasiado e tornou-as principais. Um combate no Hell in a Cell que, supostamente, deveria ser decidido entre Randy Orton e Daniel Bryan, com a adição especial de um árbitro, acabou por ser promovido na última edição da Raw antes do evento por seis pessoas – o dobro das que iriam estar no combate.
As pessoas deixaram de perguntar o que iria Randy Orton fazer de seguida para atormentar Daniel Bryan, ou se Bryan iria finalmente vencer para perguntarem que lado iria Shawn Michaels escolher, como Big Show iria interferir e o que iria Triple H fazer para impedir Bryan de vencer.
No derradeiro combate desta história sobre Daniel Bryan, este último não passava de um mero peão, apenas um aspecto que em nada afectava o resultado final. E o mesmo se pode dizer para Randy Orton, cujo heel-turn que todos há muito queriam ver se tornou secundário.
Este tipo de histórias e decisões criativas gera o tipo de ódio e raiva dos fãs que a WWE não quer. Isto não é o caso onde os fãs estão chateados e alguém, com um tom condescendente, afirma que é esse o objectivo, visto que isto é tudo uma acção dos vilões. Este é o momento onde os fãs estão chateados ao ponto de reconsiderar a sua dedicação e investimento, seja nas personagens em questão, seja no produto no geral.
E é exactamente por isto que apenas existe uma galinha dos ovos de ouro – John Cena. Se casos destes não tivessem acontecido repetidamente ao longo dos anos, a WWE poderia ter vários jogadores principais a darem lucro, quando no fim do dia, só tem um, aquele que os fãs estão habituados a ver ganhar.
Uma história que começou por ser tão simples e que podia terminado com mais um sério jogador principal, acabou por ser uma confusão de pessoas e histórias, sem qualquer necessidade que isso acontecesse.
A história secundária que envolvia o gigante de 41 anos com problemas financeiros tornou-se na história principal. Big Show, esta jovem estrela que irá tornar-se num grande sucesso no futuro, conseguiu vingar-se mais vezes dos vilões em poucas semanas do que Daniel Bryan conseguiu em meses, sendo que o máximo que fez foi rir-se na cara de Triple H e estragar um carro.
Numa verdadeira troca de papéis, é Big Show agora o herói principal. É em Big Show que a WWE espera que os fãs invistam, não na estrela em ascensão pela qual estes têm gritado e apostado há mais de um ano.
Porém, como é natural, os fãs não vão investir em Big Show, pois sabem que perfeitamente que este não é uma estrela em ascensão com o potencial de animar o produto e que o mais provável é que antes do fim do ano este já seja novamente um vilão.
Todo o ímpeto, balanço e potencial que Bryan tinha foi-lhe roubado e usado para ajudar outras entidades que nada tinham a ganhar com isso. Pelo meio, Daniel Bryan perdeu a sua própria identidade. A história que era sobre ele deixou de precisar dele, os cânticos que este revolucionou e que lhe estavam associados já não precisam dele para serem feitos e a sua demanda pelo Título terminou sem de facto ter provado alguma coisa.
Big Show não foi a única personalidade a ser usada indevidamente e a causar mais danos do que deveria. O envolvimento de Shawn Michaels tem provado ser um presente envenenado até ao momento. Uma figura reconhecida que deveria ter ajudado a manter o main-event legítimo e dar confiança aos fãs de que o momento porque tanto esperaram – e pagaram – iria de facto acontecer, fez exactamente o oposto.
O facto de Shawn Michaels ter atacado Daniel Bryan abre uma porta pela qual a WWE, presumivelmente, não pode passar. Qual é o objectivo de ter Shawn Michaels a atacar Daniel Bryan e a mostrar trejeitos de vilão na Raw, se Daniel Bryan não se poderá vingar através de um combate?
Essa é a solução lógica no Wrestling. Se há um problema entre duas estrelas, resolve-se no ringue. Mas neste caso, Shawn Michaels está reformado e crê-se que seja a sério. Se a solução lógica e natural não pode ser usada, porque razão é que a WWE se encurralou desta forma?
Mais uma vez, Daniel Bryan volta sem obter vingança dos vilões que se puseram no seu caminho. É certo que lhe aplicou o YES Lock na Raw seguinte ao Hell in a Cell e que Shawn Michaels desistiu, mas em que é que isso reconforta os fãs depois da WWE ter humilhado e desvalorizado o seu investimento emocional e monetário nesta história?
Daniel Bryan ainda não se vingou de Triple H – o finisher que aplicou nele no Hell in a Cell não pode contar como uma vingança de um herói dadas as circunstância; nem de Shawn Michaels, nem tão pouco de Randy Orton, que possui o Título neste momento. Aliás, um Título que este nem devia ter perdido para começar, pois se era este o resultado final, dispensavam-se os meses em que o Título teve sem dono.
Um evento supostamente derradeiro em que os mais interessados não passavam de jogadores secundários para o árbitro e o COO da companhia – mensagem transmitida até pelas entradas – terminou com mais problemas que soluções.
A conclusão que se tira disto tudo é que, muito provavelmente, a WWE nunca planeou dar um reinado a Daniel Bryan e este – juntamente com a sua popularidade – foi apenas usada para promover Triple H (o semi-reformado), Shawn Michaels (o supostamente reformado) e Big Show (o que deveria estar reformado). Nem Randy Orton foi valorizado e embora este não precise, sempre fazia mais sentido que os referidos anteriormente.
Infelizmente, gostava de dizer que Daniel Bryan foi o único atacado que não teve qualquer hipótese de se defender, contudo não foi. Edge, RVD e Chris Jericho foram também recentemente atacados – verbalmente – pelo vilão principal desta história e não se avista uma vingança no horizonte.
Edge não pode voltar a lutar, RVD é um midcarder de férias e Chris Jericho, o nome que possuía mais potencial para obter esta vingança, está neste momento ausente da WWE. Entre si, estes três lutadores possuem inúmeros Títulos no seu repertório, incluindo Títulos principais.
Ora, o que é que diz dos Títulos principais e destes indivíduos quando nem isso lhes chega para serem a cara da companhia e bem-sucedidos? Especialmente se nem lhes é dada a oportunidade de provar o contrário.
É esse o problema que se tem verificado ao longo desta história, a maioria das vezes com Daniel Bryan, mas agora com estes três indivíduos e, indirectamente, com o roster inteiro. Os vilões atacam, mas não são provados errados. Eles arrasam com os heróis sem dar oportunidade de obter uma resposta.
Quando Triple H atacou a família Rhodes por estes serem um grupo de palhaços, mas estes acabaram por ganhar os Títulos de Tag Team e reterem-nos com performances fantásticas que ficam para recordar, a história funcionou e estas afirmações mordazes fizeram sentido. Porque, independentemente do que Triple H disser, os Rhodes provaram-no errado e fizeram com que os fãs celebrassem com eles e esquecessem estas afirmações.
Ora, tudo isto torna-se irrelevante se RVD ou Chris Jericho obterem a sua oportunidade de provar Triple H errado, eventualmente, contudo não é isso que está a acontecer.
Não é suposto os vilões terem razão. Não é suposto os heróis serem criticados sem, eventualmente, responderem. Não é nisso que se baseia uma história cuja conclusão é suposto ser dada a troco de dinheiro.
E se estas afirmações não forem provadas erradas, o que é que isto tudo diz do produto no geral? Que todos os que não são Hulk Hogan, Steve Austin, The Rock e John Cena são absolutamente irrelevantes na indústria? Que ganhar o Título principal da companhia mais de uma dezena de vezes não quer dizer nada? Ou pior, que os Títulos não significam nada? Que mesmo sendo campeão múltiplas vezes, nunca se é bem-sucedido?
Não há qualquer razão lógica que justifique este tipo de afirmações quando estas não possuem um propósito. Dizer só para dizer algo polémico e irritar os “marks da internet” só dá prejuízo e isso está provado! Está aos olhos de todos! Os fãs não apostam e não investem em heróis fracos que não conseguem obter a sua vingança. Logo, criar heróis deste género e desvalorizar os Títulos usados para os imortalizar é absolutamente inútil.
É certo que RVD, Chris Jericho e Edge não sofreram absolutamente nada a partir destas afirmações. Todavia, também é certo que é com estas atitudes que a WWE, subtilmente, vai educando os fãs e condenando o produto a um dos milhares ciclos viciosos em que se encontra, como foi explicado anteriormente.
É curioso que os mencionados são pessoas com quem a WWE está aborrecida ou pessoas que, segundo as más línguas, nunca tiveram uma relação perfeita com Triple H.
Nesse mesmo segmento, este não foi o único tiro disparado. Ao que parece, Triple H não luta com Daniel Bryan, pois este só luta com as “verdadeiras estrelas” como Undertaker, Brock Lesnar e The Rock. Portanto, John Cena, CM Punk e Randy Orton não são verdadeiras estrelas, pois estes perdem tempo com Daniel Bryan e as verdadeiras estrelas não fariam isso.
Portanto, porque razão deveriam os fãs comprar o Hell in a Cell (visto que isto foi dito na véspera do Hell in a Cell) se nenhuma das “verdadeiras estrelas” iria lutar? Aliás, porque razão é que os fãs deveriam gastar dinheiro com a WWE ao longo do resto do ano, quando as “verdadeiras estrelas” só aparecem ao longo de dois ou três meses?
Porque é que a WWE simplesmente não pára, fecha as portas e reabre quando The Rock, Undertker, Brock Lesnar e Triple H podem arranjar um tempinho no seu horário para lutar?
Esta afirmação foi feita relativamente a Daniel Bryan e este perdeu no pay-per-view. Daniel Bryan não é o campeão da WWE e não provou que Triple H estava errado. Portanto, se Triple H tem razão, porque é que nós, fãs, estamos a perder tempo com a WWE actualmente? Afinal, as pessoas que neste momento lutam vários dias por semana para dar continuidade à companhia são apenas lutadores secundários, muito pouco importantes quando comparados com as “verdadeiras estrelas”.
Repito, não se diz este tipo de coisas apenas por dizer. Estas afirmações são extremamente depreciativas e quando são feitas sem propósito ou finalidade, só possuem o dom de prejudicar e magoar o produto actual e os seus envolvidos. Não é esse o trabalho de um vilão. Um vilão é suposto irritar os fãs ao ponto de os fazer querer pagar para o verem a sofrerem, não ao ponto de humilhar aquilo a que se dedicam tanto.
Não houve vingança, não houve finalidade, nem propósito. Triple H disse, em televisão frente a milhões de telespectadores, que tudo o que é apresentado por eles não vale nada, pois não é feito por verdadeiras estrelas e Bryan – o herói de serviço – não é uma delas. E, pelo que pode ver até ao momento, pelos vistos tem razão.
O mais provável é que Triple H seja castigado, eventualmente, às mãos de Big Show, mas isso não vai valer nada, porque esta história nunca foi sobre Big Show. Isto não foi um heel a fazer um excelente trabalho, isto foi um heel a menosprezar e minimizar aquilo em que não se encontra envolvido e a humilhar os fãs. Este não é o tipo de heat que a WWE deveria querer.
Esta história tornou-se numa odisseia de humilhação aos heróis. Nem após vencer John Cena de forma limpa, sendo esta a estrela da companhia, tal faz de Daniel Bryan uma estrela. E nada se vai resolver até que uma “verdadeira estrela” decida lutar com ele, o que também não me parece estar no futuro próximo deste.
Aparentemente, Daniel Bryan entrou numa rivalidade com a Wyatt Family, enquanto a WWE retrocede mais de dois anos na história para regressar à altura em que John Cena e Randy Orton são os campeões principais. É como se tudo o que envolveu a pipebomb de CM Punk não tivesse acontecido. A WWE teve agora em mãos uma estrela em ascensão, absolutamente orgânica e natural, e não aproveitou.
Afinal, para quê dar aos fãs mais razões para gastarem dinheiro com a companhia? Para quê criar mais “John Cena”? Não é como se o objectivo da indústria fosse gerar dinheiro, não é verdade?
Mais uma vez, a WWE condena-se a este ciclo vicioso, ensinando os fãs a não apostar e investir em mais nada além deste indivíduo já estabelecido. Depois, não admira que quando este ausente as audiências baixem, assim como as vendas.
Esta é uma situação que a própria WWE cria, e tem criado ao longo dos anos, sendo que Daniel Bryan foi apenas o mais recente exemplo.
É certo que Daniel Bryan não foi completamente arrasado como performer, afinal não é qualquer um que é main-event de quatro pay-per-views de seguida e vários outros programas semanais ao longo do ano, com combates de longa duração e tempo para se mostrar aos fãs, sendo inclusivé o centro e razão da história principal.
Daniel Bryan não sofreu o mesmo tipo de tratamento que Zack Ryder sofreu, onde tudo o que era especial nele lhe foi roubado apenas para este ser arrasado repetidamente em televisão até desaparecer de vez do mapa.
A WWE apenas tirou a Daniel Bryan toda a credibilidade que este podia ter como main-eventer, levando-o agora a começar de novo. Uma história tão simples de contar teve que ser complicada ao máximo pela companhia ao ponto de cansar e exasperar os fãs. Os mesmos fãs que há dois meses estavam ansiosos de a ver.
Não havia como falhar esta história e, mesmo assim, a companhia falhou. Talvez não tenham falhado, apenas nunca tenham planeado promover Daniel Bryan, mas nesse caso era absolutamente dispensável usá-lo desta forma. Estragar um brinquedo novo apenas pelo prazer de estragar quando nunca se planeava aproveitá-lo a sério é uma mentalidade ridícula.
Agora, resta saber se os fãs irão conseguir voltar a confiar em Daniel Bryan e a apostar nele como main-eventer quando este voltar a estar nesta posição. Tal poderá só voltar a acontecer daqui a muito tempo, pois este agora precisa de restaurar a sua credibilidade.
Não deixa de ser frustrante que a WWE teve que arruinar a promoção da única estrela da companhia que conseguia obter apoio consensual de todos os elementos da audiência, não apenas dos adultos e adolescentes do sexo masculino (como CM Punk) ou apenas dos membros do sexo feminino e crianças (como John Cena). Daniel Bryan era apoiado por todos. E isso era algo que a WWE podia ter usado a seu proveito, mas escolheu não o fazer.
Neste momento, fizemos uma viagem ao passado. Triple H e Big são o grande destaque da história principal, Randy Orton e John Cena são os campeões e o roster extremamente talentoso e capaz que a WWE possui vê o seu potencial a ser desperdiçado. Como são bons os velhos tempos, não é verdade
Valha-nos a divisão de Tag Team. Enfim, termina assim mais uma edição deste espaço. Desejo uma excelente semana a todos e até à próxima edição!
20 Comentários
Nossa, muito bom artigo, Parabéns concordo com tudo que disse !
Excelente texto , concordo com tudo o que você disse.
Uma história que começou com o Daniel Bryan como principal personagem e de uma hora pra outra o chorao do Big Show passa a ser mais relevante. É brincadeira …
Desculpa, mas quem lê o teu artigo pensa que o Bryan já nao é aposta…
E quem te disse que esta história principal acabou? Acabou a “Primeira temporada”, agora está para vir a “segunda temporada”, que de certeza esta segunda temporada irá envolver novas personagens (CM Punk cof cof)…
Tal como muitos dizem, a wwe é como uma série de televisão, ou seja, a sua história principal anda a ser contada aos poucos, esta primeira temporada foi bryan a tentar vencer o exercito negro (corporation, shield, hhh, orton), e como uma boa série de tv, a segunda temporada dessa mesma serie contará com novos personagens a entrar na história, sendo bryan o heroi principal, com o “seu grupo” que o ajudará a chegar até ao fim e conquistar o seu grande objetivo, ser o campeão. Poderemos ter o bryan como heroi, CM Punk como anti heroi, e orton como o vilão.
Eu gostei muito do artigo, já com o conteúdo eu não concordo totalmente Marta. Vejamos nada nos foi dito que o Bryan não vai acabar por se vingar do Triple H, pode não ser com um combate, mas o Bryan não está perdido. Talvez tivesses a ideia que ele saia desta história como Main-Eventer e como WWE Champion, mas eu sempre tive a noção que isso não iria acontecer, pelo menos não nesta primeira fase da “contenda”.
Sim porque, eu vejo isto apenas como uma primeira fase de uma história que após 4 PPV´s seguidos precisava de um intervalo, e o Surivor Series e o TLC vao ser exctamente isso: uma pausa. Porque no Rumble o Bryan volta á carga nesta história, e não me surpreendia nada se ele vencesse o Rumble e se sagrasse campeão da WWE na Wrestlemania contra Orton e Punk num Triple Threat.
Quanto a Triple H e Show isto vai continuar durante algum tempo, e a história só acabará na Wrestlemania, por isso é muito cedo para fazermos este tipo de visão quase resignada que a odisseia não valorizou o Bryan, quando ainda temos a segunda parte pela frente.
Um artigo fenomenal. Arrebatador! De todos os teus artigos, duvido que alguma vez tenhas tido um desabafo destes.
Para ser sincero, concordo contigo, mas apenas até certo ponto. Vamos por partes:
“Big Show, esta jovem estrela que irá tornar-se num grande sucesso no futuro (…)”. Ó Salgado, isso não se diz! Então o homem ainda tem tanto para dar, e tu vens com essa conversa?! Prezo em ver que andas a receber aulas de ironia, e espero que a continues a usar nos teus artigos ( quando se justificar, como é óbvio).
“A conclusão que se tira disto tudo é que, muito provavelmente, a WWE nunca planeou dar um reinado a Daniel Bryan e este – juntamente com a sua popularidade – foi apenas usada para promover Triple H (o semi-reformado), Shawn Michaels (o supostamente reformado) e Big Show (o que deveria estar reformado).” Ouch!
Eu já não suporto ver o Big Show no meu ecrã. Como é possível este homem ser o centro das atenções? Como é possível ser ele a acabar as Raw’s? Agora até apanhou a mania de fazer o “taunt” dos “YES!” – concordo contigo, já não é um exclusivo do Bryan, infelizmente… -, o que é ridículo. Não dá mais, estou cansado de o ver! E sim, provavelmente ainda vai ser “heel” daqui a uns meses, só para variar um bocadinho e acrescentar uma imensidão ( de nada) ao produto. Chega de Big Show, chega!
O Triple H, a meu ver, não foi assim tão promovido quanto isso. É verdade que tem tido bastante tempo de antena, mas isso talvez se explique com o facto de ele ter o Randy Orton como o seu pupilo, ou seja, como o Orton – supostamente – não tem grandes “mic-skills”, tem que ser o HHH as “promos” mais importantes por ele, digamos assim… Ainda assim, é inegável que o Triple H podia ter menos destaque.
Em relação ao Shawn Michaels, 100% de acordo. Confesso que não estava nada à espera que ele decidisse o resultado do combate no HIAC. Sempre pensei que ia ser imparcial. Não gostei nada do final do combate. O segmento na Raw foi muito bom, é verdade, e até me deixou em êxtase, mas era escusado. Se o PPV não tivesse tido aquele final, escusávamos de ver aquele segmento. Espero que o “HBK” saia desta história e que, caso volte, tenha uma melhor utilização.
No que ao Daniel Bryan diz respeito, é aqui que deixo de concordar contigo, pelo menos a 100%. É verdade que ele perdeu algum ímpeto com esta história. Contudo, a credibilidade dele não foi reduzida a nada. Aliás, acho que nem foi descredibilizado. Se virmos bem, as derrotas dele foram sempre sujas, e esta última então nem se fala.
Posso estar a ser ingénuo – e nada me garante que isto se concretize – mas eu estou quase certo que o Daniel Bryan ainda vai ter a sua desforra. Esta “feud” com a Wyatt Family pode ser apenas um intervalo na sua história.
A meu ver, o vencedor do Royal Rumble 2014 estará entre o CM Punk e o Daniel Bryan. O Punk está afastado da rota do título há quase um ano, o que o torna como um dos principais candidatos. Basicamente, está na mesma situação em que o Sheamus se encontrava em 2012 e o The Rock 2000, por exemplo.
Quanto ao Bryan, pode ser o grande prémio por tudo aquele que tem passado. Enfim, seja como for, não acho que ele tenha sido assim tão arrasado mas, repito, se calhar estou a ser ingénuo e tu realista, como ( quase) sempre.
Um artigo simplesmente fantástico, Salgado. Faz-nos um favor: continua assim.
Alguém tem de dizer ao Big Show que ele não é o Stone Cold Steve Austin, nem que estamos em 1998
Excelente artigo, mas discordo de alguns aspectos.
Desde o Battleground, que a minha motivação para com a “feud” Bryan/Regime se foi apagando. Primeiro, porque, segundo o meu ponto de vista, cortaram logo uma grande parte do interesse desta “storyline” no momento que em que fizeram o Bryan vencer o Orton e, posteriormente, o Título da WWE ser-lhe retirado (Título esse ganho duas vezes, quando o segundo reinado mais valia não ter sido contabilizado). Ou seja, mesmo com o Título a ser-lhe retirado e a ficar vago, os fãs presenciaram pouco tempo depois aquilo que deveria ser feito no final da “feud”, isto é, ver o Bryan superar tudo e todos, sagrando-se Campeão da WWE. Aliás, na altura expressei o meu desagrado com o caminho que a “feud” estava a tomar, ao qual alguns me responderam que eu estava a exagerar nas minhas críticas…
Outro pormenor que referes e muito bem é que Bryan deixou de ser o principal foco da sua “feud”, para ver esse lugar ser ocupado pelo Big Show, lutador esse que vinha tendo (e continua a ter) cada vez mais destaque, desnecessariamente.
Bem vistas as coisas, as “bocas” do Triple H aos “wrestlers” que já lá não se encontram foram desnecessárias, bem como os constantes rebaixamentos ao Bryan.
Agora, confesso que não consigo olhar para o Bryan como um “mid-carder”. Sei que esta passada “feud” acabou por não construí-lo como um “main-eventer”, mas é assim que eu o vejo. Simplesmente não consigo vê-lo de outro modo. Depois, discordo quando afirmas que o Bryan não possui qualquer credibilidade neste momento. Um homem que derrotou o Cena, derrotou Orton um bom número de vezes, não poderá passar, de um momento para o outro, a alguém que não tem qualquer relevância aos olhos dos fãs. O Bryan fez algo que muitos daqueles a quem os fãs gostam de chamar “verdadeiras estrelas” não tiveram oportunidade de fazer, ou seja, vencer o Cena limpinho e tirar-lhe o Título da WWE.
Pessoalmente, vejo a situação do Bryan como “uma paragem numa área de serviço para beber o cafézinho, fazer um xixizinho e retomar a sua viagem”, ou seja, agora estará ocupado numa outra “feud” e, mais tarde, retomará a sua viagem em direção ao “main-event” de uma foram definitiva. O CM Punk também teve um reinado de um mês e pouco, fez uma paragem enquanto teve a sua rivalidade com Triple H e depois retomou a sua viagem, naquela que iria conduzi-lo ao seu reinados de 434 dias como Campeão da WWE. Posto isto, acho que não é uma situação tããão alarmante.
Exactamente Micael, esta é a pausa que até eu e tu falamos muitas vezes que ia acontecer. A pausa podia ser com o triple H, mas vai ser com os Wyatt, mas que era previsível que ia acontecer era. Se isto decorrer como eu estou a pensar depois da Mania o artigo da Salgado será de louvor ao que foi a YesMania!
Ótimo artigo, porém concordo com os comentários de cima, este não é o fim da história envolvendo Bryan/Orton/HHH, acredito que a WWE esta a dar uma pausa pois durante 4 PPV´s seguido esta foi o centro das atenções, acho que o Big Show servirá nesse momento somente para credibilizar o Orton como campeão e o poder da Authority e HHH. Na altura da Royal Rumble já voltaremos com o Bryan ao Main-Event ou quem sabe com o Punk a vencer a Royal Rumble e termos na Wrestlemania 30 Orton vs Punk vs Bryan ou quem sabe até Bryan vs Punk como obviamente o Bryan como vencedor e tendo seu WrestleMania moment. Tudo irá depender do vencedor da RR Match mais eu não tenho dúvidas que o Bryan terá destaque na Mania e sairá valorizado da mesma.
É com grande satisfação que tevejo voltar á excelente forma que já todos esperamos de ti. Gostei bastante do artigo embora, tal como já outros disseram, haja vários pontos que ainda não podem ser dados como adquiridos.
Porém, o grande facto que devemos reter de toda esta feud, quer se queira quer não, (embora seja apenas a minha opinião) é que mesmo que a WWE esteja a fazer apenas um intervalo, mesmo que planeiem continuar a saga de D-Bry, a verdade é que…depois de tudo o que se passou, que impacto é que poderá ter, comparado com aquele que podia ter tido agora, quando ele tava red hot? Acho que msm q planeiem voltar a dar-lhe destaque e até mesmo o titulo da WWE, dificilmente terá o mesmo interesse e impacto que existia para a feud original. Talvez para as criancinhas esse impacto se mantenha, mas para aqueles que já têm o cérebro plenamente desenvolvido, nada de bom poderá sair daqui. Não tão bom como podia ter sido.
E claro….há sempre a possibilidade de nunca terem planeado dar-lhe mesmo o titulo, bem como todo o estatuto que imaginamos que lhe iam dar. Pq se planeavam, são mais incompetentes do que eu pensava.
Mais um bom trabalho Marta, continua assim, que é o que já todos esperamos.
akujy has left the building…
Também estou de acordo com algumas pessoas daqui. Eu concordo contigo em certos aspectos, mas acho que em parte estas a exagerar um pouco. Acho que o Bryan não foi descredibilizado e acredito que esta feud entre o Bryan e a Wyatt Family é apenas um pequeno intervalo entre o Bryan e os protagonistas da história principal. O que vou dizer agora pode muito bem não acontecer, mas se tivesse que apostar num vencedor do Rumble neste momento, era o Bryan. E acredito também que é com essa vitória que o Bryan vai chegar á WM e conseguir finalmente ganhar o título e conseguir a tão esperada vingança.
Apesar de não concordar contigo em alguns pontos, tenho que confessar que foi um artigo excelente. Continua 🙂
Um artigo bastante interessante.
Ao fim desta feud, acho que tanto o Bryan como o Orton, não saíram favorecidos. No entanto, penso que o Orton irá brilhar neste fim de ano e em 2014 o Punk e o Bryan vem á carga pelo titulo, oferecendo-nos combates de 5 estrelas. Eu discordo que o impacto do Bryan não seja tão forte, pois se acontecer no WM, será sempre um grande momento no maior palco de todos.
Em relação a outros aspectos, concordo com o booking desta 1ª parte da storyline foi um pouco confusa e o envolvimento do Big Show veio a borrar a pintura da feud. Também o envolvimento de HBK no combate foi péssimo, pois agora o Bryan acaba por não poder lutar com o mesmo, dada a situação profissional deste.
Concluindo, o feud podia ter valorizado o Bryan quando tudo terminasse, contudo com alguns egos a virem ao de cima, o Bryan perdeu algum fulgor. Espera que ele consiga recuperar e que volte mais determinado que nunca, juntamente com o Punk.
Pelos vistos sou a unica pessoa que nao concorda com este artigo pelo menos na parte do Daniel Bryan sair descredebilizado, olhem de que maneira olharem, o Randy Orton apesar de ter ficado com o titulo foi quem mais saiu descredibilizado em todos os combates e segmentos o Bryan era imparavel contra este, principalmente nos combates a unica ideia que foi passada do campeão é que é um fraco campeão, passaram constantemente a ideia que o Orton não consegue simplesmente vencer o Bryan limpo e isto foi uma constante, para alem de que a meu ver o Orton parecia que nem estava na rivalidade, mais pareceu que era Bryan vs Triple H, eu pelo menos vi sempre o Orton como um Lacaio que segura o titulo e isso está errado para um atleta como o Randy.
Concordo plenamente, basicamente é isso, o Orton ficou muito pior nessa rivalidade, mesmo com o título na mão.
http://www.youtube.com/watch?v=zmeGTFUa2Wo
Excelente artigo Salgado.
Parece que os egos da WWE falaram mais alto do que dar a oportunidade de Daniel Bryan ter um grande reinado como WWE Champion. Teremos que ver Orton possivelmente a enfrentar Big Show e a inclusão deste e de Shawn Michaels, só veio a prejudicar a rivalidade e eu que acreditava que estes iriam ajudar, mas estava enganado.
O cenário da WWE poderá ser modificado, dependendo do vencedor da Royal Rumble Match, que poderá ser Bryan ou Punk. Se fou algum outro superstar, será uma grande surpresa.
Tomara que estejamos enganados e ao final, quem sabe na Wrestlemania tenhamos Daniel Bryan como campeão. Mas a rivalidade Bryan x Orton, depois foi para o regime e a WWE acabou dando mais valor ao Regime do que alavancar de vez Daniel Bryan, que deverá ficar alguns meses afastado da rota do cinturão.
Geralmente concordo com tudo o que é aqui dito, mas desta vez acho sinceramente que estamos a sobre-analisar. É certo que as reviravoltas cansaram um bocado. Mas eu não pedri o mínimo interesse em ver o Daniel Bryan, nem deixei ainda de acreditar que ele pode ganhar combates importantes a qualquer momento. O HBK frustrou-me e irritou-me e eu curti isso, porque não esperava. Acho que “entreter” é muitas vezes confundido com satisfazer. Entreter é transmitir emoções e de há dois meses para cá que as estou sempre a ter, semana após semana. E continuo interessado porque não faço ideia nenhuma de para onde isto vai, uma vez que não acredito que o Daniel Bryan vá ser desperdiçado. Além disso, o Punk também foi atacado pelos Wyatts… E Punk e Bryan do mesmo lado seria algo que me fascina.
Por fim, acho sinceramente que se o Bryan tivesse ganho e sido campeão durante muito tempo já se ia tornar, como disseste, noutro John Cena. Ia ser uma personagem chata que ganha a tudo e todos sempre porque é um super homem. E não é isso que eu gosto de ver no Bryan!
De qualquer forma, concordo com muito do que foi dito e é um grande artigo ^^
”Potanto John Cena , Cm Punk , Randy Orton nao sao estrelas” ? wtf tas a gozar? nao perderem tempo porque se envolvem com o daniel bryan? enfim
És mesmo burro ou estás só a fingir ( sem ofensa, claro)? É que os teus comentários são cada vez mais ridículos ( sem ofensa, como é óbvio).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ironia
lol? Acho que esse site e mais indicado a ti