As 10 WrestleManias mais estranhas da história – Top Ten #308

9 – WrestleMania VIII

Década de 90 já ia crescendo. A WWE, ainda WWF, atravessava todo o tipo de diferentes crises. Antes da crise de relevância que os atingiu em meados da década, no qual perdiam para uma companhia rival e o talento começava a escassar, passaram por outras lombas. A entrada para uma nova era moderna revelou-se de transição difícil e escândalos de bombinhas começavam a despertar aqui e ali. Chegaram à WrestleMania VIII de mãos cheias de sarilhos e fizeram todo o evento sentir-se como isso mesmo.

A começar pelo main event que não foi o main event. Tinham um perfeitamente promissor, justificável e bom embate entre Ric Flair e Randy Savage pelo WWE Championship, mas aparentemente isso não podia fechar o evento. Tinha que ser Hogan, porque ainda era o Hogan e, ao que parece, ser um amuado mau perdedor na Royal Rumble ainda lhe permitia ser babyface nesta feud com Sid Justice que fechou a WrestleMania com chave de pirite. Bret Hart e Roddy Piper também rivalizaram pelo título Intercontinental. E é praticamente o que havia, o resto devia encher-se com o que se podia.

Desperdício de potencial entre Undertaker e Jake Roberts que acabou despachado muito rapidamente, os tais dois combates muito bons pelos títulos e uma data de combates porque sim, sem grande construção como o combate de equipas “para os meter todos lá” a envolver uma equipa perdedora com os Nasty Boys, o Mountie e o Repo Man, uma equipa de fazer invejar a “gimmick battle royal” da WrestleMania X-Seven; ou o rápido squash entre Owen Hart e Skinner com tanto significado que faz parecer o Aleister Black vs Bobby Lashley deste ano parecer uma colisão entre John Cena e The Rock. A WrestleMania em que eles não sabiam bem o que fazer e não tinham realmente assim muito com que a fazer. Junte-se-lhe o tal paupérrimo main event que incluía o vendido como o “último combate de Hogan” antes da sua partida para Hollywood. Acontece que a sua saída era por fugir com o cu à seringa por se descobrir que… Afinal ele levava muito o cu à seringa, na verdade. E em vez de uma despedida emocional foi uma à foge-que-te-borras – e ele voltaria numa manobra de pânico no ano seguinte – e com um dos piores e mais botchados finishes que já possam ter conseguido tirar dali.