A 27 de março de 1988, Ric Flair fez basicamente Sting uma estrela, graças a um main-event no primeiro Clash of the Champions Special. Embora o combate de 45 minutos terminasse num empate e os juízes tivessem ficado divididos a respeito de quem deveria ganhar, o nome de Sting associado a um popular midcard foi transformado num dos mais populares babyface da WCW. Facto curioso  é que a juiz que escolheu Flair como o vencedor foi uma mulher chamada Patty Mullen, que era uma ex-Penthouse Pet. Obviamente os gritos de Flair ficaram também como imagem de marca.

Impacto! #22 – Ric Flair vs Sting duas décadas depois!

O que dá realmente que pensar é que o combate ocorreu há mais de 23 anos e a TNA decidiu que agora é o tempo certo para Sting mais uma vez enfrentar o “Nature Boy” num PPV. Porque a TNA pensa que os seus fãs gostariam de ver Sting e Flair lutar outra vez em 2011 é um completo mistério. O que talvez seja ainda mais estranho é que a obsessão em tentar recriar a WCW da década de 1990 não foi retro o suficiente e a TNA recua mais uma década e entramos nos anos 80. Andará o departamento criativo da TNA inspirado pela caderneta de cromos no Nuno Markl?

Estranhamente a ideia de que Sting vs Flair deverá acontecer num PPV, foi uma ideia que a TNA quis fazer desde que Ric Flair fez sua estreia na TNA em Janeiro de 2010. Embora este duelo tenha sido bem sucedido em 1988 e, eventualmente, a WCW usou esse combate para tomar a decisão de ter Sting como o homem principal da empresa, em 1990, quando este derrotou Flair pelo título Mundial, no Great American Bash, a TNA deve ter um desejo de que 20 anos depois a história se repita. Infelizmente, porém Sting não foi um sucesso imediato em 1990 e discretamente o titulo voltou para Flair em janeiro de 1991, quando a WCW decidiu que não podia esperar por mais nenhum PPV para devolver o título a Flair.

Esses dois combates em 1988 e 1990 são a única evidência real de que estes dois têm boa química juntos e poderiam atrair ratings e compras de PPV. Mas 20 anos depois ainda fará sentido?

Aqui no PTW, foi feita a referência que Sting e Flair têm uma longa história (rivalidade entenda-se). Falso. Apesar de terem tido uma disputa pontual na década de 1990, as estrelas da WCW eram mantidos afastados. Sting desenvolveu a sua personagem inspirado no The Crow e Flair manteve-se com os Horseman e mais tarde revelou-se um heel a solo. Ambos combateram a New World Order, mas os seus caminhos raramente se cruzaram. No entanto, eles permaneceram como as figuras principais da WCW e no episódio final do Nitro voltaram a lutar num combate francamente mau e Sting ganhou.

A qualidade do combate era irrelevante dado o cariz emocional, sendo esta a despedida da WCW.

A TNA tem na minha opinião, sido sempre visto como mais importante do que ele realmente é para a TNA. Se a WCW deve muito a Sting, já a TNA não viu grande crescimento com a presença deste. O seu gimmick não se alterou e perdeu sentido sem a presença da NWO. Contudo, e para efeitos de espectáculo, é sempre melhor ter Sting que não o ter.  Não dúvido que acrescente name-value á TNA e que venda merchandising. Como ele está agora nos seus 50 anos, o seu desempenho é bastante limitado, podendo ainda colocar performances dignas quando está a trabalhar com a pessoa certa, mas é óbvio que nos seus combates, ele precisa de ser “carregado”.

O seu trabalho no microfone é melhor do que provavelmente sempre foi e pessoalmente o seu novo Joker, está perfeito. No último show antes de Hardcore Justice 2011, Sting atenuou o gimmick num esforço final para atrair público para o PPV. Sintomático.

O uso e o papel de Ric Flair na TNA também é sintomático e parece mostrar que este não vale o dinheiro que estão a pagar-lhe.

Ele não tem sido visto na TV durante várias semanas, deixou de ser manager dos Fortune e nos Immortal é irrelevante. Na tentativa de cortar custos, ele não foi usado por muito tempo, sequer nos House shows. As suas promos são ainda dignas de se tirar notas, embora tendem a ser mais incoerentes e menos focadas do que nos seus dias de glória. Muitas vezes ele parece sair apenas para se divertir e contradiz storylines. Ele realmente não deveria voltar ao ringue e mais uma vez aponto a razão humana acima de tudo. Um homem com quase 70 anos não deve ser submetido a um combste de wrestling. O nome de Flair e o seu legado devem ser preservados e Flair seria muito útil a catapultar talentos novos na TNA.

Contudo, no próximo embate entre Sting e Flair, a verdade é que se eles conseguiram ter um bom combate, o crédito vai para Flair.

O mais assustador de todos os pensamentos, é que o Sting vs Ric Flair no No Surrender é simplesmente um trampolim para o grande evento da TNA este ano. O combate em questão é Sting vs Hulk Hogan, um combate que, considerando o estado actual de Hogan, poderia ser tão bom quanto Hogan-Warrior 2 do Halloween Havoc em 1998. A TNA (e meia dúzia de fãs) não parecem estar conscientes de que tentar oferecer-se como uma promoção de lendas, apostando na nostalgia é uma péssima ideia.

Parece haver muito pouco para a TNA gerar algo de positivo de tudo isto.

No entanto, a empresa realmente precisa de olhar para o futuro e com cada mês que passa eles parecem estar mais inclinados a olhar para o passado e se esperam que a magia de Março de 1988 irá funcionar novamente, não vai. Para mim, este é mais um passo para o buraco em que a TNA terá que bater para acordar e, por exemplo, olhar com mais atenção para as sugestões de pessoas como Paul Heyman, Mick Foley, Kevin Nash, JBL e o próprio pai de Jeff Jarrett.

Até para a semana!

16 Comentários

  1. Bom artigo!

    Sinceramente é um combate que a mim não me da muita emoção é verdade que temos dois grandes nomes do wrestling mundial frente a frente mas eles já não são propriamente novos.

    Para mim atras deste combate há algo mais já vi que este combate pode ser o fim da carreira de Sting o que não gostava que acontecesse e espero que não aconteça mesmo.

    É verdade que este combate não me motiva muito mas a única curiosidade é se este combate consegue ser bom eu espero que seja bom e que me surpreenda mas tenho que esperar para ver.

    Quanto ao teu último paragrafo estou de acordo eles tem lá grandes talentos jovens que precisam de ser catapultados que merecem o ME. Os bookers andam a dormir completamente mas como disse JBL não sei como Vince Russo ainda tem trabalho.

    E tambem como referiste esses talentos podem ser catapultados com ajuda de Ric Flair em vez de andar por ai em combates com a idade que tem o papel de manager ficava-lhe muito melhor.

    • Ainda para mais não acredito que se possa esperar diferente deste combate a não ser uma vitória do Sting. O Hogan vs Sting no BFG é falado desde alguns meses…

  2. mais valem eles terem contracto de lendas do que estas palhacadas jovens com futuro muitas vezes nao lutam por causa da “meia idade”

    • Depende do que implica esse contrato de lendas. Para mim seria bom para vender merchadising, assinar uns autografos e mostrar o nome para chamar a atenção. De resto, reservava algumas aparições esporádicas para Flair, mas sempre fora do ringue.

      • mas olha no ultimo show nao foi isso que vi sobre o rick ele ja se aposentou nao vai mais lutar OK mas entao o sting bom lutador mas ja tem muita idade podia ser um manager ou algo parecido

        • Chazz_Princeton13 anos

          Sting a manager? LOL

          Tem uma certa idade e então? Ele luta no nível de qualquer outro

          • Chazzz_Princeton-luta e depois se tiver uma lesao com aquela idade pode ser gravicimo e assim nao esta a dar espaço a novos talentos que querem combater.

            Jorge Rebelo-nao foi so ringues da wwe pk ele ja tinha dito que ja nao tinha condiçoes para lutar mais e o flair vs sting pode acontecer MAS os immortal podem atacar sting logo no inicio ja pensaste?

            • Sinceramente não me acredito que não tenha interferencias, um combate com Ric Flair tem que ter interferencias até mesmo pelo sua condição física.

              Hulk Hogan é capaz de interferir ou até quem sabe ser o arbitro do combate.

            • Chazz_Princeton13 anos

              Jagb, pode não estar a dar espaço aos jovens, mas é UM espaço no card que o Sting ocupa, e enquanto ele tiver algo para dar, enquanto ele não estiver a fazer figuras tristes no ringue, acho muito bem que continue. Lesões naquela idade são gravíssimas (não é “gravicimas”)? Claro que são! Lesões são gravíssimas em qualquer idade, amigo.

        • Jagb não sei qual foi o último show que viste, mas que me lembre a última vez que o Ric falou em reforma foi quando ele deveria ter deixado os ringues ainda na wwe.

          Fica atento à TNA e em breve terás oportunidades de ver Flair vs Sting.

  3. 13 anos

    gotei muito do artigo
    eu nem sabia que melheres podia ser arbitas

    • Não foi uma árbitra, mas sim um elemento do Juri. Como o combate em 88 não poderia terminado empatado, houve um júri de 5 elementos a assistir ao combate junto ao ringue e seriam chamados a votar no vencedor (em caso de empate). Para além da Srª Mullen, fui pesquisar e também fazia parte do eddie Juri uns tais de – Gary Juster e Sandy Scott da NWA, Jason Harvey e Eddie Haskell (actores).

  4. BRUNO COSTA13 anos

    QUE ANDAM ESTES DOIS AINDA AQUI A FAZER,,,,,SO GOSTAVA DE VER O RETORNO DE DUAS LENDAS JA RETIRADAS… THE EDGE E PARA MIM O MELHOR …O MR WRESTLEMANIA hbk..ISSO SIM E QUE ERA BRUTAL

    • Enganaste-te na secção, isto não é a wwe.

    • Chazz_Princeton13 anos

      Porque é que escreves com o Caps? Isso é irritante.

      The Edge? LOL.

      Aprende uma coisa. O Edge NÃO VAI voltar, tem uma lesão no pescoço e voltar ao ringue é um GRANDE risco para a saúde dele.

      O HBK NÃO VAI voltar, ele disse, e se há alguém em quem podemos acreditar quando diz que não volta, é o Shawn Michaels.

      E como o Jorge Rebelo disse, isto não é a WWE… não sei para que falas do Edge e do Michaels assim do nada…

  5. johnymeister13 anos

    Vá lá malta o que se passa com vocês, é certo que tanto o Sting como o Flair já não são a mesma coisa que eram antes, mas mesmo assim é sempre bom ver duas grandes lendas do wrestling em ringue.