Bom dia! Boa tarde! Boa noite! É o que vocês quiserem! Mais uma segunda feira, mais um artigo para o Wrestling PT. Espero que a semana anterior tenha corrido às mil maravilhas, e que esta semana corra melhor. Uma coisa vos digo, será uma maravilha com certeza.

No artigo desta semana, vou fazer uma espécie de reflexão sobre o mundo do Pro Wrestling. Algo que nós todos deveríamos fazer. Pelo menos eu penso que sim. Faz sempre bem um momento de reflexão. Ajuda-nos a ponderar e a ver este mundo com outros olhos.

Como sabem, no meu primeiro artigo, falei sobre a decepção que sinto para com o estado do Pro Wrestling. Umas vezes sinto felicidade, outras vezes sinto tristeza pelo material que mostram. Mas não vou falar novamente sobre isso. Já está falado. Não há razão para tocar mais nesse assunto.

Desta vez, vou falar sobre o factor beleza que existe neste mundo. Não! Não tem nada a ver com as mulheres ou com os homens. Isso é algo superficial. Neste universo, o que realmente interessa é a habilidade e carisma, embora muitas vezes não pareça.

O Pro Wrestling tem muito que se lhe diga. Muitas vezes só olhamos para o que está à nossa frente. Chega a ser injusto dizer isto, mas é o que mais acontece. Tem a ver com a maneira como o nosso cérebro processa a informação que nos está a ser apresentada. Processamos a primeira camada, que é a imagem. Contudo, existem outras, às vezes mais importantes que a imagem.

Após a primeira camada ser processada, é preciso processar o resto. As emoções, os sons, o público e os wrestlers. Eu questiono-me várias vezes, se o público que assiste, principalmente os fãs, pensam da mesma forma que eu.

É claro que, o público casual, que entra em contacto com o produto, nem sempre tem as reacções esperadas. Aliás, muitos às vezes nem reagem. Não entendem o que se passa, nem percebem o porquê de os verdadeiros fãs reagirem como reagem. Afinal de contas, não passam de momentos pré-concebidos.

O mais engraçado, ou até mesmo a magia disto tudo, é que nós fãs já sabemos o que é suposto acontecer. No entanto, reagimos de forma, até um pouco histérica, quando acontece o que já sabíamos. Porquê? Porque esses mesmos acontecimentos acabam por mexer com os nossos sentimentos. Nós reagimos de uma forma como se fosse algo do outro mundo.

O som que se faz ouvir nas arenas, também é algo que adiciona emoção, mas também drama ao combate. Consegue criar uma certa tensão no ar, faz com que os wrestlers reajam, criando um ambiente mais espectacular.

Quem é que não se lembra do combate do Hulk Hogan vs Ultimate Warrior? The Rock vs Stone Cold Steve Austin? Triple H vs Shawn Michaels? Bret Hart vs The British Buldog? Legion of Doom vs The Nasty Boys? The Undertaker vs Mankind? A lista continua e continua. Existe uma panóplia de combates que desencadearam uma reacção do público que não se consegue explicar por palavras. Só mesmo sentindo é que conseguimos perceber.

E o público? Poderia dizer várias coisas, mas não iria chegar. O que mais me chama a atenção são as reacções. As caras que eles fazem, as lágrimas que lhes percorre a cara. Um público que vive e que exterioriza o que sente faz muita diferença durante um combate. Acrescente muita carga emocional. É poderoso ver um mar de pessoas a aplaudir um espectáculo, que é preciso ver para crer.

Não existe Pro Wrestling sem os seus maravilhosos wrestlers. É claro, uns melhores que os outros, uns mais amados que os outros. Mas não nos podemos esquecer que eles são apenas seres humanos a representar algo que só existia na nossa imaginação. A representação de um herói ou de um vilão.

Eu acho interessante a maneira como os wrestlers conseguem, de certa forma, controlar as suas emoções. Não é fácil uma pessoa ser vaiada por milhões. É preciso ter uma boa manipulação de emoções. Eu sei de casos em que alguns wrestlers não sabiam gerir isso. Alguns caíram como se fosse um abismo. Às vezes quando nós amamos algo, e não nos sabemos distanciar, acaba por ser difícil lidar com as emoções que lhes são transmitidas. É uma das grandes razões por lhes tirar o chapéu, por admirá-los.

Eu sei que este mundo não é fácil de se lidar. Existem muitos altos e baixos. É muito raro existir o equilíbrio certo na vida de um wrestler. Muitos caem e não se conseguem levantar. Felizmente, a maior parte consegue levantar-se. Mas a que custo? É algo que me pergunto várias vezes. Falhar aos anos de um filho, estar longe da família, andar de um estado para outro, viajar de país para país. Eles têm de suportar muito. Eu acredito que muitos devem chorar quando se encontram sozinhos, no seu quarto de hotel. Ninguém é feito de ferro. Quando amamos, fica difícil gerir essas emoções.

Mesmo perante todas as adversidades, todos os altos e baixos, todo o sofrimento, todo o suor e sangue derramado, os wrestlers conseguem mostrar-nos que, realmente, conseguem ser heróis e vilões. É incrível a maneira como eles conseguem despertar uma energia, não visível, mas que se sente. Como uma aura espiritual que consegue trespassar os nossos corpos e transportar-nos para uma espécie de um outro mundo. Algo que só nós fãs, conseguimos sentir. É a partir daí que nasce a nossa paixão por este mundo, este universo, que acompanha muitos de nós desde novos.

Poderia dizer tanta coisa que ficou por dizer, provavelmente poderia fazer um livro sobre isso. É algo que não é muito fácil de se explicar. Só mesmo sentindo. A imagem, as emoções, os sons, o público, os wrestlers, tudo isto faz parte de um universo maior do que se pensa. Nem sempre é preciso haver uma explicação para tudo sabem? É preciso haver sentimento e amor pelo que se ama. O mundo do Pro Wrestling vai para além daquilo que vemos. É como a imensidão de um oceano. E isso meus caros, é magia. Isso, é a beleza do Pro Wrestling.


O que têm a dizer sobre este tema? Também encontram dificuldade em explicar? Ou acham que o que eu disse não passa de uma visão iludida?

1 Comentário

  1. 5 anos

    Respondendo à 2° pergunta, sim sinto algumas vezes isso. Porque certos combates como os que escreveste, às vezes só as entradas dos lutadores, são simplesmente especiais e ficam para sempre na memória.