Olá a todos e sejam muito bem-vindos a mais uma edição do “The Bottom Line”. Na edição desta semana, irei apresentar um novo capitulo da minha fase como mark, que assistia Wrestling todas as semanas na televisão por cabo. O “Wrestling Nostalgia” voltou, depois de uma boa recepção por parte dos leitores do WPT, no último artigo. Para quem não percebeu ainda, o meu objectivo é partilhar com vocês algumas das minhas histórias como wrestling “mark”, que durou desde o momento onde comecei a ver wrestling (Novembro de 2004), até ao momento onde comecei a ter acesso á Internet com regularidade (Finais de 2009). Irei dar a entender como eu via wrestlers, certos programas e wrestling em geral durante esta fase, comparando o que eu pensava na altura, com o que eu penso agora.

O capitulo de hoje, retrata a primeira vez que vi o programa SmackDown. O programa em questão data de 17 de Março de 2005, a 2 semanas da Wrestlemania 21. Como tomei conhecimento da SmackDown perguntam vocês? Bem, certo dia, estava a ver a Raw e eles fazem o Recap do que aconteceu num programa de nome “SmackDown”. Eu não sabia o que aquilo era, mas sabia que era mais wrestling. E eu queria ver. Vi um homem gordo e careca (Big Show) a ser atacado pelo que parecia um gang (JBL, Orlando Jordan, The Basham Brothers). Eu queria a SmackDown e queria agora. Descobri, depois de alguma pesquisa (zapping), que a SmackDown também dava na Sic Radical, desta vez aos Domingos, por volta das 20/20:30 horas, se não estou enganado. Então o programa de hoje é uma análise dessa primeira SmackDown que muitas das vezes neste ano se iria tornar no meu programa preferido, as vezes, acima da Raw. Vamos então á análise!

The Bottom Line #74 - Wrestling Nostalgia (3)

A SmackDown começa da melhor maneira, com um combate de Kurt Angle. Kurt, nesta altura, estava numa grande rivalidade com Shawn Michaels da Raw e ambos iam se enfrentar pela primeira vez na Mania 21. Nesta programa, Angle desafiava o antigo companheiro de Tag Team de HBK, Marty Jannety, que tinha feito um regresso na última Raw. A ideia de Angle era obrigar Marty a desistir e assim mandar uma mensagem ao seu adversário. Marty entra no ringue, tendo uma boa reacção do público. Muita das vezes, a WWE utiliza sons de público gravados anteriormente, para utilizar em programas gravados, de modo a dar a parecer que um wrestler está a receber melhor reacção do que é normal. Porém, esta boa ovação para Jannety parece ser genuíno. Ambos têm um combate muito bom e existe muitas reviravoltas. O combate dura mais de 15 minutos e Angle consegue obrigar Marty a desistir e ganha o combate. Nesta altura, ainda não tinha opinião formulada sobre Angle, para além de ter um Look diferente de muitos wrestlers.

The Bottom Line #74 - Wrestling Nostalgia (3)

De seguida temos um segmento de Backstage, com o GM da SmackDown Theodore Long. Claro que não é a primeira vez que tinha contacto com Teddy, pois já o virá numa edição da Raw, exactamente aquela que fiz análise no meu último artigo. Neste segmento, Teddy fala do que aconteceu na última SmackDown, onde John Cena, o nº1 Contender ao título da WWE, atacou-o, depois de não lhe ser dada uma oportunidade de por as mãos no Campeão da WWE, JBL, que lhe custou o título dos EUA para Orlando Jordan. Ele diz que não irá deixar que um wrestler mande mais na SmackDown do que ele. JBL entra no escritório de Long e interrompe o seu discurso. O campeão da WWE diz que John Cena precisa de ser suspenso pelo que fez. Teddy toma a decisão de que se John Cena puser as mãos em JBL até á Wrestlemania, ele irá perder a sua oportunidade pelo título. Porém, se JBL fizer o mesmo, então John Cena poderá ataca-lo. Teddy anuncia ainda que o Main Event da SmackDown de hoje será um 6-Man Tag Team Match entre os Basham Brothers (membros da Stable de JBL) e o campeão da WWE vs John Cena e os campeões de Tag Team da WWE, Rey Mysterio e Eddie Guerrero. JBL não está satisfeito com a decisão, mas não pode fazer nada.

O próximo segmento do programa é um combate entre Booker T e Luther Reigns. A minha primeira reacção a Booker T, quando o vi pela primeira vez á cerca de 10 anos, foi positiva. Tornou-se logo um dos meus preferidos para ver na SmackDown, muito pelo seu finisher pouco Ortodoxo. Booker está a enfrentar Luther Reigns, que teve um push no Roster principal no ano anterior, mas que neste momento estava a começar a tornar-se um jobber. Antes do combate começar, Heidenrech entra no recinto, com vaias do público. Heidenrech era uma personagem estranha, que era um psicopata e que se exprimia através de poemas (muito mãos diga-se). Heidenrech vê o combate da mesa de comentadores e não diz uma palavra, apenas imite grunhidos. Booker vence Luther depois de um combate curto e fraco. Booker celebra com um beijo á sua noiva Sharmel que está no público e vai-se embora. Heidenrech pega no microfone e afirma que está mudado e que finalmente irá exprimir o seu verdadeiro eu, atráves de um poema. Depois de um mau poema, Heidenrech agradece a Booker T e vai-se embora. Acho que isto foi o começo do Face turn de Heidenrech, mas é um segmento muito estranho.

De seguida temos uma assinatura de contracto entre Randy Orton (Raw) e Undertaker (SmackDown). Ambos vão se enfrentar na Mania 21. Engraçado ver o primeiro capítulo desta rivalidade, que iria continuar até ao final deste ano. Eric Bishoff também está neste segmento, com Teddy Long. Eric faz a típica promo Heel, que promove a Raw, antes de apresentar Randy Orton. Randy recebe vaias do público. Orton tinha acabado de se tornar Heel, depois de atacar a sua Ex-namorada Stacy Keibler e aplicar um RKO em Jake The Snake Roberts. De seguida aparece o Undertaker e eu sei bem o que achava desta personagem, a primeira vez que a vi. Era algo que nunca tinha visto, era aterradora e tinha uma presença incrível. Era desconhecida e poucas respostas dava. O público adorava-o e isso deixava claro que eu também o tinha que apoiar. Undertaker, sem pronunciar uma palavra, assina o contracto e entrega-o a Orton. Orton diz que tem grande respeito pelo Undertaker, mas que na Wrestlemania a sua Streak já era. Ele é diferente de todos os outros, pois ele é o Legend Killer. Orton dá uma bofetada em Taker e o “Deadman” irrita-se e começa a provocar interferência nos ecrãs e luzes (tenho saudades quando eles faziam isto). Orton foge para terminar o segmento. Acho que foi um bom segmento, mas a promo de Randy podia ter sido melhor, pois repetiu demasiadas vezes aquilo que estava a tentar dizer.

The Bottom Line #74 - Wrestling Nostalgia (3)

Agora temos um combate na divisão de Cruseiweight, entre Paul London e Billy Kidman. Fico contente por estar a ver um combate do Paul London, pois na minha opinião, não havia melhor Cruseiweight que ele neste ano. Kidman tem uma grande reacção como Heel, o que me leva a suspeitar que não tenham posto sons a mais. O combate foi curto e não foi nada de especial. O que valeu a pena foi ver o finisher de Paul London, um 450 Splash, que acabou o combate. Nesta altura ainda não tinha opinião formulada sobre London, mas adorava o seu finisher.

O próximo segmento é de Carlito, que se encontra lesionado no braço e sendo assim é obrigado a ocupar-se com outras tarefas. Nesta semana, Carlito é obrigado a ter que vender cachorros quentes (Hot Dogs) aos fãs que estão no recinto. Porém, este acaba por roubar dinheiro a um miúdo, atira-lhe Ketchup e cuspe na cara do irmão da criança. Segmento fantástico e que me fez rir bastante.

Michael Cole agora está no ringue e apresenta Big Show. Show esta numa das fases como “Faces” e irá enfrentar o campeão de Sumo Akebono, num combate se Sumo, na Wrestlemania. Uma péssima ideia, mas a WWE decidiu assim fazê-lo. É mostrado um video do Akebono e Big Show fala do seu adversário. Ele diz que o respeito e que é o seu maior adversário até então, mas que na Mania irá mostrar que ele é o verdadeiro gigante. Foi uma promo curta mas eficaz o que é bom. Nesta altura, era fã do Show, muito pela sua aparência e tamanho.

No backstage, JBL parece preocupado com o combate que vai ter, mas Orlando Jordan, um dos seus amigos e membros da Stable acalma-o e lembra JBL que ele é o campeão. Noutro segmento, Michelle McCool e Dawn Marie têm uma Rixa inútil, onde vários membros de Staff aparecem para acalmar as coisas. De seguida regressamos a JBL, que encontra John Cena e que começa a provoca-lo de várias maneiras, para que Cena o atinja e perca a sua oportunidade pelo título. Cena não o faz e diz que JBL é estúpido e que no combate de Tag Team se vai arrepender.

Agora temos o Main Event. JBL vem acompanhado da sua Stable, The Cabinet. Os campeões de Tag Team estão muito “over”, tendo ganho os títulos recentemente. Lembro-me de gostar de imediato do Mysterio, pois usava uma mascara e tinha um estilo muito diferente. John Cena entra no ringue furioso e assim que a campainha toca, ele atinge JBL com um murro. O combate dura 10 minutos e é bom. No final, Mysterio consegue a vitória para a sua equipa. Após o combate, Cena parece que vai atingir JBL com uma cadeira, mas lembra-se que se o fizer ele não irá ter a sua oportunidade pelo título. Assim acaba uma boa SmackDown, que teve um grande Opener, bons segmentos e um bom Main Event. É claro que existiram pontos menos bons, como a rixa entre Marie/ McCool, combate de Booker/Reigns e Kidman vs London. Mas não deixou de ser um bom programa.

The Bottom Line #74 - Wrestling Nostalgia (3)

Lembro-me de acabar de ver esta SmackDown e estar satisfeito. Agora, não só podia ver a Raw, como podia ver também a SmackDown. E mal podia esperar para ver a Mania, por todos os combates que estavam prometidos, tanto na Raw como na SmackDown. Assim, esperei até dia 1 de Abril de 2005 e liguei a Sic Radical a um Domingo. Porém, a Wrestlemania não deu. O quê! Não deu! Como era possível!?

A verdade é que descobrir que a Sic Radical não passava os PPVs e que assim não poderia ver a Mania. Fiquei muito triste, mas não me impediu de tentar nos próximos PPVs de ver se passava. Espero que tenham gostado do artigo desta semana. Digam se gostaram ou não. Se gostaram, adorava saber a vossa opinião sobre esta Raw. Se não gostaram, mas gostavam de dar sugestões no que melhorar, estejam á vontade. Até á próxima!

19 Comentários

  1. reigns one versus all9 anos

    Excelente artigo,Ruben.
    Mais um artigo espetacular onde por momentos parecia que estava a ver este smackdown que tu contaste de uma forma muito boa.
    Podes continuar assim,tou a gostar imenso deste tipo de artigo.
    Em termos de smackdown,comecei a ver daquele tempo do edge campeão e da rivalidade com o undertaker,naquela altura dos drafts entre smackdown e RAW.
    Lembro-me nessa altura do rey mistério a um bom nível,do espetacular John Morrison, os velhos tempos do undertaker.
    Eu na minha opinião a primeira vez que vi o undertaker vi que ele diferente dos outros e talvez por isso e por outros grandes wrestler vejo wrestling com grande regularidade ate aos dias de hoje.

    Bom trabalho Ruben Rosa!!!

  2. Muito bom, mas creio que poderia expressar um pouco mais seu lado Mark da época, se possível é claro hahaha. Como eu queria que um brasileiro fizesse isso, relativo aos anos dourados da WWE no SBT, luta livre na TV hahaha

    Ótimo artigo

    • É mais dificil eu expressar, pois nesta altura em particular eu ainda não tinha opinião formulada sobre todos os wrestlers que via. Mas isso vai mudar não te preocupes

  3. Também foram os meus primeiros tempos de SD!
    Grandes tempos, para mim a melhor fase do wrestling que já alguma vez virei.

  4. benny179 anos

    Excelente artigo Rúben.
    A tua nostalgia tornou-se contagiosa, eu também comecei a assistir nessa altura e este deja vu agora foi excelente. Foi a chamada Ruthless Agression Era. Para o pessoal que queira assistir a esta era, havia um canal no Youtube que tinha todos os episodios de 2002 a 2007 e outro com os de 2008 até agora, é questão de procurarem

  5. Excelente artigo como costume, gosto bastante desta rubrica.

    Eu comecei a ver quase ao mesmo tempo que tu e nas mesmas condições e portanto identifico-me com o que dizes.

    Bom trabalho Rúben Rosa.

    • Já agora, dava mesmo aos domingos a este horário certo? E já era os 90 minutos?

      • Não me recordo a 100% mas sei que era aos Domingos, sim, as RAWs às sextas e as Smackdowns aos Domingos, depois houve uma fase em que trocou, no entanto, não tendo a certeza absoluta da duração, acho que já era mesmo 90 minutos.

  6. leandritozito9 anos

    eu tenho 13 anos e comecei a ver wrestling quase ao mesmo tempo AHHAHAHAHAH

    • Deixa ver se eu percebi, então começaste a ver Wrestling com 2 anos?? talvez olhasses para a TV, sim, mas até aos 8 anos é quase impossível perceber alguma coisa daquilo.

  7. Tiago Fernandes9 anos

    Eu fui ao feira nova e comprei um livro do smackdown fiquei bue feliz na altura sdds

  8. Silveira99 anos

    Excelente artigo como sempre.

    Como já tinha dito no primeiro artigo comecei a ver uns tres anos mais tarde que tu mas os meus sentimentos eram parecidos aos teus.
    Lembro me de ter comprado duas revistas da WWE e uma caderneta de cromos,o meu favorito era o Edge e nunca me saiu nada dele,lembro me como ficava chateado.
    E ainda tenho algumas action figures.

    Continua o bom trabalho.

    • Tinha um amigo que tinha a caderneta de cromos referente ao ano de 2004. Eu só tive uma em 2008 e vinha com o Record. Nunca tive Action figures por acaso, mas também nunca foi muito fã

      Obrigado pelo comentârio

      • Eu tive uma caderneta (ainda tenho guardada) com o Batista e o Cena na capa, deve ser de 2005, tem lá o HHH e acho que está completo, eheh, também tenho tazos, videojogos, pulseiras, etc, até tinha Action Figures mas vendi-as.

  9. JL Paes9 anos

    Espero que os artigos sobre nostalgia permaneçam por um bom tempo, até porque falam de uma época que eu nem sabia que existia a WWE.
    Já contei aqui que comecei a ver em 2008 no SBT e, antes de passar nesse canal de TV aberta daqui do Brasil, minha última lembrança de luta livre era do Telecath dos Gigantes do Ringue. Lembro inclusive que a lenda da luta livre brasileira, Michel Serdan, comentava a WWE na época, e claro, existia aquele slogan: WWE, luta livre na TV! hahahaha

    Parabéns Rúben, mais um grande artigo, eu estou gostando muito mesmo deles.