wrestling files

Sim, passou 1 mês desde o último Wrestling Files mas para dois bons motivos. O primeiro em termos profissionais que me impossibilitaram de ter tempo para escrever um novo artigo, designadamente, por me candidatar a bolsas de investigação dentro da minha área. O segundo porque planeei desde há algum tempo que o próximo Wrestling Files se centraria na Wrestlemania Season babyyyyyyyyyyy. Concretamente, neste artigo, irei fazer uma análise dos próximos dias, dos cartazes, do que funcionou e correu mal, desde o Hall of Fame até à Wrestlemania 34. Muito já se disse sobre o booking desta Wrestlemania Season, mas a verdade é que em termos de cartaz e dos combates que são oferecidos é capaz de ser das melhores épocas de há alguns anos. Mas sem mais demoras, começemos pela cerimónia do Hall of Fame.

hall of fame

164. Este é o número de homenageados no WWE Hall of Fame desde 1993. Concretamente, foram homenageados 105 ateltas individuais, 11 grupos (constituídos na totalidade por 31 atletas), 9 celebridades, três recipientes do Warrior Award e 16 legados. 36 membros foram introduzidos no Hall of Fame, após a sua morte. De realçar que Ric Flair é o único a ser homenageado duas vezes: individualmente em 2008, e como membro dos Four Horsemen em 2012. Em relação à cerimónia de este ano, eis os mais recentes galardoados com esta homenagem:

Warrior Award: Jarrius “JJ” Robertson – Sobrevivente de um transplante duplo de fígado

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Nada a apontar neste galardoado. Esta homenagem não é nada mais do que uma celebração do Ultimate Warrior, facto interessante quando se sabe que este é uma figura controversa fora das câmaras e quando comparamos com a Women’s Wrestlemania Battle Royal que não tem o nome de Fabulous Moolah associado, devido às histórias de escravidão que esta promovia. Neste sentido, será, sem muitas dúvidas da minha parte, introduzido por Dana Warrior, víuva do Ultimate Warrior, à semelhança dos últimos anos. Mais, este prémio apenas coloca a WWE como uma multinacional de relevo nas causas humanitárias, auxiliando a sua promoção em campanhas como a “Make a Wish Foundation” ou a “Connor’s Cure”. Não existe nada de errado nisso, não é um ponto de relevo na “história do wrestling”, mas é uma boa forma (e jogada de marketing convenhamos) da WWE presentear fãs que, de uma forma ou outra, se excedem em lutas pessoais, de foro físico, psicológico e de saúde.

Celebrity Recipient: Kid Rock

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Kid Rock. Atuou no Monday Night RAW em 2000, na Wrestlemania 25 em 2009 (Donald Trump I see you), e no Tribute to the Troops em 2012. Fora isso, construiu os temas de entrada de Undertaker (American Bad Ass) e de Stacy Keibler (Legs) e deu voz a algumas músicas de PPV (ou Network Specials, como preferirem, hoje em dia). Mais uma vez, nada a apontar aqui. De todos os prémios, a questão da WWE homenagear uma celebridade para mim só se resume num aspeto: vendas e audiências e publicidade “gratuita”. Não sei até que ponto isto fará sentido nos dias de hoje – dada a existência da WWE Network – nem tão pouco se Kid Rock, hoje em dia, atrai tantos espectadores assim… Vale o que vale, é o que é, e a WWE precisa de encher um pouco a cerimónia. Não se admirem se daqui a alguns anos não temos um Hugh Jackman na cerimónia, ou um Stephen Amell.

Tag Team Inductees: The Dudley Boyz (Bubba Ray e D-Von Dudley)

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18 vezes campeões de Tag Team (8 enquanto campeões mundiais da WWF; 8 enquanto campeões da ECW; uma vez campeões de tag team da WWE, e uma vez campeões de tag team da WCW). Se há equipa na história do wrestling que merece ser homenageada no WWE Hall of Fame são os Dudley Boyz. Mais, serão introduzidos por Edge e Christian. E agora desculpem-me os novatos, mas fã de wrestling que é fã de wrestling tem de conhecer as histórias televisivas, os combates, promos e segmentos entre estas duas equipas, e arrisco-me a dizer, algumas das suas histórias de bastidores. Será curioso uma vez que D-Von continua associado à WWE, mas Bubba Ray é uma figura de destaque na Ring of Honor. Antes de serem homenageados em qualquer outro lado, não nos esquecemos do papel que estes senhores do Tag Team mundial tiveram na Attitude Era na WWE, o papel que tiveram na ECW, e os feitos enormes que conseguiram – basta analisar o recorde de títulos de Tag Team ganhos enquanto parelha.

Mark Henry

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Este é outro nome que é mais do que merecido ser homenageado no WWE Hall of Fame. É impressionante é verificar que Mark Henry é apenas Campeão Mundial por 1 vez, Campeão da ECW por uma vez, e Campeão Europeu por 1 vez. Apenas mais um caso que os títulos não fazem o atleta. A entrega, e a história olímpica de Mark Henry é mais do que notória. A sua capacidade em ringue pode não ser a mais técnica, mas fazia mais do que juz ao título de “World’s Strongest Men”. As histórias clássicas como “Sexual Chocolate”, com Mae Young encontram-se mais do que nos anais do wrestling profissional. Mark Henry será introduzido por Big Show, um outro atleta que mais cedo ou mais tarde irá estar a ser homenageado na mesma cerimónia. Aliás, até consideraria um possível candidato para o próximo ano, se, e apenas se, não existissem já notícias que apontam para uma renovação de contrato de Paul Wight. Não acredito que Mark Henry se ausentará da WWE, acredito sim que terá uma posição de passagem de testemunho para novos atletas, nos bastidores.

Hillbilly Jim

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Será introduzido por Jimmy Hart, o que só por si será mais do que um belo momento televisivo. Hillibilly Jim maioritariamente é conhecido pelos seus mais de 30 anos ao serviço da WWE, em diversos papeís, sendo mais reconhecido desde os anos 90 por participações esporádicas e como manager de alguns atletas de WWE. A sua primeira Wrestlemania foi na Wrestlemania 2. Maioritariamente Hillibilly Jim era um atleta de substituição de atletas que não apareciam nos shows da WWE, ou que tinham saído da companhia. Um destes casos deu-se na rivalidade entre Andre the Giant e John Studd, tendo derrotado o primeiro no que foi considerado uma vitória “chocante”, em 1989. Outra curiosidade foi o facto de ser o responsável pela criação do “Mine”, associado a George “The Animal” Steele.

“Double J” Jeff Jarrett

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Uma das maiores surpresas, senão a maior surpresa da cerimónia deste ano. Inclusive acredito que é o momento que todos anseiam, mais até do que ver o atual cabeça de cartaz. Jeff Jarrett é um antigo Campeão Mundial da WCW por 4 vezes, e antigo Campeão Intercontinental por 6 vezes. Mas fundamentalmente é reconhecido neste Hall of Fame por promover shows (ou seja, por ter criado, liderado e expandido a TNA) que deram a AJ Styles, Bobby Roode e Eric Young a sua primeira grande exposição mediática (se omitirmos o trajeto destes nas independentes). Introduzido por Road Dogg, marquem as minhas palavras, este será o grande momento da edição deste ano do WWE Hall of Fame, sem qualquer sombra de dúvida. Razões para tal? Simples, a WWE reconhecer o antigo presidente da sua “rival”, é quase dar uma chapada de luva branca e um ar de superioridade face à empresa em questão, em si; e, simultaneamente, continuar a passar a mensagem que os seus atletas são os melhores no mundo inteiro, e este foi o homem – que nós agora homenageamos e que está aqui, neste momento e não aí, nem em qualquer outro lugar – que os lançou no início, e que nós agora mostramos ainda mais e melhor. Simples. Eficaz.

Ivory

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Campeã Feminina por 3 vezes, e Campeã GLOW por 1 vez. Depois de introduzir Jacqueline o ano passado, este ano recebe ela própria a homenagem de ser a mais recente atleta feminina a incorporar a lista de Hall of Famers. Se Ivory é das atletas mais soantes da WWE? Não. Se tem um legado que possa ser digno de uma homenagem a este calibre? Sim. Mas sejamos sinceros, a longo prazo terá a WWE assim tanto leque de possibilidades para homenagear os seus “melhores” atletas? Cumpre os propósitos, e será introduzida por Molly Holly. Excelentes notícias. Se o padrão se mantiver, no próximo ano será Molly Holly a ser homenageada. Porque é que não sinto um grande “furor” à volta de Ivory, este ano? Porque todos os fãs torcem para que Chyna seja finalmente homenageada. Veremos, se algum dia isso ocorrerá… (e não, não acredito que Chris Benoit será homenageado, por razões mais do que óbvias).

Goldberg

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Campeão Mundial da WCW, da WWE e Universal por uma vez; campeão dos Estados Unidos pela WCW e detentor de uma streak de invencibilidade de 173-0 (discutível, como todos sabem). Goldberg é o cabeça de cartaz desta cerimónia e será apresentado por Paul Heyman. Curiosamente há um ano atrás Goldberg foi main-event da Wrestlemania, e Paul Heyman estava exatamente do outro lado do ringue. Não há dúvidas que é merecido, não há dúvidas que merece ser cabeça de cartaz, e que Paul Heyman é um homem mais do que ideal para o apresentar. Não espero grandes confrontos e chamar Brock Lesnar ao barulho na apresentação, até porque Heyman sempre separou muito bem os assuntos na forma como é apresentado na WWE. Depois do ano de 2017 de Goldberg, é mais do que o fomentar de um lugar merecido no WWE Hall of Fame.

Ora, posteriormente à abertura das hostilidades com uma cerimónia formal e de histórias nostálgicas, e momentos de recordação, a WWE apresenta o NXT Takeover: New Orleans.

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Sem margem para dúvidas, a maioria do cartaz é do calibre extraordinário que nos tem sido apresentado. E mais uma vez, digo que na generalidade este evento será superior ao produto apresentado na noite seguinte – Wrestlemania 34 propriamente dita – apesar de, confesso, esperar que a diferença de qualidade não seja tão demarcada, como há dois anos, por exemplo. Com isto não significa que o combate da temporada não ocorra esta noite.

The Undisputed Era © vs. The Authors of Pain vs. Roderick Strong e Pete Dunne

Triple Threat Tag Team Match for the NXT Tag Team Championship e Dusty Rhodes Tag Team Classic Trophy

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Honestamente a divisão de Tag Team do NXT sofre mais uma vez um dos seus pontos “não tão altos”, o que não significa que seja um mau momento, até porque o calibre dos indivíduos em questão é inquestionável. Todavia, existem aqui algumas considerações que não se deveriam estar a efetivar neste momento. The Authors of Pain já deveriam ter subido ao main-roster (RAW), e Strong e Dunne nem uma equipa estável são, o que em termos de parelhas fazem perder um pouco a mística que este combate poderia ter. Antevejo uma vitória dos Undisputed Era, por razões óbvias, naquele que será o primeiro de dois combates de Adam Cole esta noite (Bobby Fish está lesionado). A adição das finais de Dusty Rhodes Tag Team Classic a este combate, só me leva a crer que os “inquestionáveis” vençam o combate, para os levar a novos rumos no NXT. Se acho necessária esta adição? Não. Aliás acho que este torneio veio um pouco em marés desnecessárias neste ano. Strong está no 205 Live; Dunne na divisão UK; Authors of Pain já deviam ter subido, logo não devem ganhar os títulos. Por mais não seja, por exclusão de partes…

Ember Moon © vs. Shayna Baszler

NXT Women’s Championship

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Provavelmente das rivalidades menos interessantes da divisão feminina da WWE, o que não é de admirar uma vez que esta é uma fase “pós-Asuka”. Para mim a questão aqui foi uma falta de aproveitamente do Mae Young Classic por parte da WWE, para superar a falta de Asuka no NXT. Por isso é que esta rivalidade simplesmente soa a estranho. Faz-me lembrar um pouco o tentarem fazer de Shayna algo que ela ainda não é, e de forma demasiado rápida. Sim, eu sei que Shayna teve no Mae Young Classic, mas gente ela nem ganhou o torneio, e acabou por ter mais destaque que Kairi Sane, que apenas teve uma oportunidade pelo título num combate não-singular (se a memória não me falha). Aqui o resultado não me parece tão claro quanto o anterior. Vai tudo depender se Ember Moon sobre já ao main-roster ou não. Se subir, acredito que Shayna ganhe. Se não subir, a história muda de figura. De qualquer forma, creio que Shayna poderá sair vitoriosa no sentido em que as possíveis rivalidades que se seguirão parecem-me mais interessantes com esta ao barulho: Candice LaRae vs. Shayna Baszler; Kairi Sane vs. Shayna Baszler…

Adam Cole vs. EC3 vs. Killian Dain vs. Lars Sullivan vs. Ricochet vs. Velveteen Dream 

Ladder Match for the NXT North American Championship

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Este combate, por si só, já era suficiente para tornar este Takeover um must-watch. Velveteen Dream para mim é das mais surpreendentes surpresas que saiu do NXT (e do Tough Enough), e bem utilizado (por mais algum tempo no NXT) pode ser das gimmicks que saíram da WWE. Killian Dain e Lars Sullivan marcam pela força que normalmente está sempre presente no formato de “escada” da WWE, para além da agilidade do primeiro e da monstruosidade que o segundo. Ricochet… bem, esperem por ver, obviamente, mas traz-me um belo sorriso à cara ver a plataforma que Ricochet finalmente tem para se apresentar a um público distinto. Adam Cole é Adam Cole, e prevejo que até ao final deste ano este se torne NXT Champion, apesar de, tal como já defendi no passado, Cole não precisar de possuir o título principal da brand para se afirmar. Contudo, reconheço que em termos de booking, falta darem-lhe um grande salto para ganhar o ímpeto que possuía nas independentes. Por fim, EC3 é o típico produto da WWE que conseguiu vingar na TNA/independentes e com tanto destaque – á semelhança de Drew McIntyre, e no futuro Cody Rhodes – que a WWE não tinha outra forma se não o re-contratar. Ora, aqui tudo será válido, mas aposto numa vitória de EC3 ou Adam Cole. Provavelmente este é o segundo combate com melhor booking de todo o card do NXT.

Andrade “Cien” Almas © (w/ Zelina Veja) vs. Aleister Black

NXT Championship Match

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Aqui só vejo uma solução: Aleister Black sair com o Título do NXT. O local é o ideal para a mudança; a recompensa pelo brilhante trabalho que tem executado desde que se estreou na WWE é mais do que merecida; Almas tem feito um trabalho razoável, melhor nos últimos tempos do que no início, mas precisa urgentemente de ser realizada uma mudança de Título com perigo de se estagnar um pouco as histórias “principais” do NXT. Quanto ao booking, Zelina Vega salva as fracas mic skills de Almas, e Black é simplesmente fantástico a vender a personagem e no “jogo psicológico”. Não haveria muito mais que se pudesse fazer, sendo que também não seria necessário.

Johnny Gargano vs. Tommaso Ciampa

Unsanctioned Match

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Por mim este seria o main-event do Takeover. Sem qualquer dúvida este combate vai ser o combate do fim-de-semana e desta season, e é um sério candidato a combate do ano da WWE. O booking foi feito a um nível como normalmente eu não vejo na WWE, com uma história que já está mais do que “batida” na companhia: melhores amigos…melhores inimigos. De qualquer forma, a isto alia-se uma brutal capacidade dentro do ringue de Gargano e de Ciampa. Quanto a apostas, o justo e bonitinho seria Gargano ganhar, para se vingar de Ciampa. O que eu queria ver era Ciampa ganhar, para Gargano subir ao main-roster e ingressar no 205 Live, como cara da brand. Mas meus caros, preparem-se porque este combate vai trazer saltos da cadeira, suor, emoção, tristeza, esperança, e choro. Não me admirava de um “breaking kayfabe” no final.

E as emoções não ficam por aqui, 24 horas voltadas, e ocorrerá a trigésima-quarta edição da Wrestlemania, diretamente do Mercedes-Benz Superdome em New Orleans, Louisiana.

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Da última vez que a WWE aqui esteve, com uma Wrestlemania: Daniel Bryan derrotou Triple H, Batista e Randy Orton para se tornar Campeão da WWE (no que colocou o Yes Movement no que é hoje); o Título das Divas foi defendido no card principal pela primeira vez numa Wrestlemania; e os Títulos de Tag Team foram defendidos no pre-show. Ah! E o Undertaker perdeu para Brock Lesnar, terminando a sua invencibilidade na Wrestlemania e colocando o 1 em 21-1. Ainda acham que esta Wrestlemania não terá os seus momentos? Para começar o booking não considero o mais adequado, aliás considero que existiram falhas graves, mas o cartaz é dos melhores que alguma vez me lembro de ver numa Wrestlemania. Comecemos então a reta final deste artigo.

Andre The Giant Memorial Battle Royal / Wrestlemania Women’s Battle Royal

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Uma súmula de tópicos apenas. Parem de dar importância aos nomes que atribuíam a Battle Royal. Há anos que a WWE tem uma battle royal no pre-show de uma Wrestlemania, apenas recentemente houve um interesse de prestar um tributo a lendas da empresa e do wrestling profissional. Isto não significa que os seus vencedores têm que receber – sine qua non – um push do tamanho do universo. É o que é. A WWE vende como quer o combate. Quanto a vencedores, quer do combate masculino quer do combate feminino (outro recorde e esbatimento de diferenças entre sexos), é um pouco deitar à sorte. Acredito que Dolph Ziggler poderá ganhar a Battle Royal masculina; enquanto Becky Lynch poderá ganhar a feminina. De acrescentar que um dos meus problemas com esta Wrestlemania e o seu booking, é Sasha Banks não defrontar Bailey. Percebo o motivo – um cartaz já repleto de combates chamativos, e portanto há que fazer render o peixe – mas já estão a extender de tamanha forma a rivalidade entre as duas com “separa…não separa…chateiam-se…afinal não…oops agora é de vez” que correm o risco de perder a chama que ambas têm quando se defrontam. Para além disso, este combate na Wrestlemania resultaria bastante melhor do que no próximo PPV. Por fim, de destacar os infortúnios de um lamentável booking às Riott Squad (que não souberam aproveitar, a partir do momento que lhes deram a primeira derrota) e às Absolution (por Paige se lesionar e as outras duas ainda estarem “verdes”).

Cedric Alexander vs. Mustafa Ali

WWE Cruiserweight Championship Match

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Que Triple H fez um bom trabalho no NXT, é conhecimento mundial. Que tem elaborado um trabalho extraordinário no 205 Live é mais do que visível. Aliás basta assistir a um dos mais recentes programas que a diferença é mais do que notória. Este combate será o culminar desta mudança no sentido em que presumo que ambos os atletas estejam no seu melhor e demonstrem em que é que esta divisão é distinta de outras, e mesmo da antiga divisão de Cruiserweight da WWE. A minha aposta, pelo booking dado, e pela recetividade ainda no Cruiserweight Classic vai para Cedric Alexander.

Randy Orton © vs. Bobby Roode vs. Jinder Mahal vs. Rusev 

Fatal 4-Way for the United States Championship

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Em termos de booking, não é nada que já não tenhamos visto na WWE. A mudança de título no Fastlane para mim foi algo surpreendente e creio que, de certa forma, tenha “magoado” ligeiramente Roode que necessitava de um reinado um pouco mais longo, e arrisco me a dizer de um heel turn claro, recentemente. Roode funciona bem como heel e esse facto é inegável, e basta a assistir ao seu percurso para perceber isso. Quanto a este combate, Rusev foi claramente acrescentado à ultima da hora, e atendendo aos mais recentes rumores de que terá pedido dispensa à WWE, esta decidiu mantê-lo depois de verificar as vendas de merchandising, e recompensa-lo desta forma. Precisamente por este motivo, creio que seria interessante colocar Rusev como Campeão, e seria um belo momento de Wrestlemania… Ou não calhasse, no RUSEV DAAAAY!

The Usos © vs. The New Day vs. Bludgeon Brothers

Triple Threat Tag Team Match for the SmackDown Tag Team Championship

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Se a divisão de Tag Team da RAW está pelas ruas da amargura (daí defender que os Authors of Pain deveriam subir à RAW), a divisão de Tag Team da SmackDown está estagnada. Ou seja, Gable e Benjamin não funcionam perfeitamente na prática, apesar de na teoria ser algo perfeito (American Alpha nunca se deveriam ter separado, disse isto na altura e repito agora); e os Usos e os New Day abafam qualquer competição devido à estrondosa química que possuem. A exceção mais recente é efetivamente a lufada de ar fresco que o “repackage” dos ex-Wyatt Family, atuais Bludgeon Brothers tiveram e representam. Por este motivo, aposto numa vitória destes para bem da divisão de Tag Team da SmackDown. A propósito disto, defendo que o draft a ocorrer seja significativo na divisão de Tag Team geral, que necessita urgentemente de algumas mudanças.

Alexa Bliss © vs. Nia Jax

RAW Women’s Championship

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Alexa Bliss tem feito um trabalho irrepreensível enquanto Campeã Feminina e arrisco-me a dizer que é das melhores atletas femininas em termos de mic-skills dos últimos anos. O trabalho em ringue cumpre os propósitos da personagem. Já Nia Jax, para mim tem o destaque que Kharma/Awesome Kong teria há uns anos, mas infelizmente – tal como Gail Kim – surgiram na WWE na era errada. Obviamente que Kharma terá um outro nível de capacidade in-ring, mas considero que Nia Jax tem evoluído imenso. Por esse facto, e mais uma vez e apesar de o booking deste combate não ser algo novo (Piggy James???), creio que Nia Jax poderá levar a melhor neste combate. Ainda assim, não ficaria surpreendido se Carmella podesse surpreender e fazer o cash-in do Money in the Bank neste combate. Duvido que o faça no Título do SmackDown porque Charlotte não deverá vencer, e Asuka será Campeã pelo menos até ao Summerslam. Daí que duas coisas podem ocorrer: Carmella faz o cash-in aqui e vence o Título; Carmella faz o cash-in em Asuka e perde em segundos. Acredito mais na primeira parte.

Daniel Bryan and Shane McMahon vs. Kevin Owens and Sami Zayn

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Em termos de booking geral da Wrestlemania, este é possivelmente um dos combates com uma história melhor construída. Ainda assim, temos a velha fórmula de “autoridade” e dos McMahons ao barulho. Não é negativo, é o que é, a empresa é deles. O destaque deste combate não vai para a estipulação de Owens e Zayn serem efetivamente despedidos ou não do SmackDown, mas sim para o regresso de Bryan após 3 anos de ausência em combates. E essa é que é a verdade. Acredito em duas coisas: ou Owens e Zayn ganham depois de McMahon e Bryan não se entenderem, por algum motivo, ou Bryan e McMahon ganham e Owens e Zayn serão transferidos para o RAW. Mais uma vez, acredito na primeira parte o que permitiria no Summerslam um combate entre Daniel Bryan e Shane McMahon.

The Miz © vs. Seth Rollins vs Finn Balor 

Triple Threat Intercontinental Championship

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Originalmente esperava que este combate fosse um Fatal 4-Way. O meu maior problema com este combate em específico é o facto de em termos teóricos ser um belo combate, e não tenho dúvidas que o será. A questão é que o próprio booking soou muito a “Ok, não sabemos o que fazemos com vocês os dois – Balor e Rollins – vamos meter-vos aqui”. Balor vem sendo descredibilizado após não ter lutado novamente pelo Título Universal que nunca perdeu; juntou-se a Gallows e Anderson; e agora está não se sabe bem como. Rollins não tem estado mal, e cumpre os propósitos, sendo sem sombra de dúvida a cara da empresa a médio-longo prazo. The Miz é possivelmente o melhor talker da atualidade da empresa. Infelizmente, não tenho dúvidas que perderá o título para um dos outros dois atletas. A minha aposta vai em Seth Rollins mas se o Finn aparecer como “Demon King” não terei muitas dúvidas que ganhará. É um bocado ridículo chegar a este ponto de uma “gimmick” poder determinar o final do combate, mas hei se o Undertaker durante 21 vezes fez isto, porque não? Atenção que também não ficaria surpreendido se surgisse um quarto elemento, como Elias. E isto leva-me ao próximo combate.

Cesaro and Sheamus © vs. Braun Strowman and TBD

RAW Tag Team Championship

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A divisão de Tag Team da RAW, como já referi, está numa das piores fases às custas da separação forçada dos Hardys; das lesões dos Revival; de mau booking recorrente de Anderson e Gallows; de equipas sem credibilidade como Slater e Rhyno (sejamos sinceros o facto de terem ganho os Títulos de Tag Team no SmackDown não acrescentou em nada). Daí defender que o draft precisa de ser bem definido para esta divisão. Pois bem, Strowman deveria estar no combate entre Reigns e Lesnar, era mais do que merecido mas a falta de melhor e por decisão certa de Vince McMahon, lá o meteram aqui. Não tenho dúvidas que Strowman ganhará os títulos de Tag team com um dos seguintes parceiros: Elias ou Samoa Joe. Em termos de booking, qualquer um faria sentido apesar de achar que Elias – dada a recente história entre ambos – será o mais provável. Assim, um deles acredito que seja acrescentado ao combate anterior, enquanto o outro será o parceiro mistério de Strowman. Teremos sem dúvida novos campeões de Tag Team.

AJ Styles © vs. Shinsuke Nakamura

WWE Championship

wwe championship

Dream Match in the making. Sem qualquer sombra de dúvida este é um combate há muito desejado pelos fãs de wrestling, já ocorreu noutra companhia, mas na WWE e com a mística da Wrestlemania, será sem dúvida um dos combates do fim e semana. Kayfabe ou não, a WWE jogou bem a cartada da lesão de Styles, e os jogos psicológicos entre ambos nas últimas semanas no SmackDown Live. Não é necessário exageros em termos de booking porque ambos os atletas falam por si, os seus percursos falam por si, e sejamos sinceros, até escusavam de aparecer que nós iriamos querer ver este combate de qualquer forma. Acredito que este será o momento de Nakamura, aliás este precisa de ser o momento dele, no maior palco do wrestling profissional. Teremos uma mudança de título, sem qualquer dúvida. Aliás fico surpreendido se Styles sair de New Orleans ainda Campeão da WWE.

Kurt Angle and Ronda Rousey vs. Triple H and Stephanie McMahon

Mixed Tag Team Match

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Ora bem, Mixed Tag Team Match… Mixed Feelings about this one. O combate ideal, dados os acontecimentos na Wrestlemania 31, seria The Rock em vez de Kurt Angle, mas a falta de melhor, pois bem… Não me queixo disso. Queixo-me de mais uma vez neste cartaz, este combate ser um pouco “apressado”, e “mal construído”. Acresce que ninguém sabe muito bem como Rousey se irá comportar, o que por si só cria uma sensação mista em relação ao combate. A WWE necessita de proteger Rousey ao máximo, não se pode dar ao luxo de a expor demasiado, e tudo tem de ser extremamente calculado. Não há dúvidas, como defendi no último Wrestling Files, que ela é uma excelente atleta e tem tudo para dar certo, mas não como tem sido apresentada. Posto isso, Angle e Rousey deverão ganhar – o último RAW aponta nesse sentido – até porque a WWE nunca iria dar uma primeira derrota a Rousey na Wrestlemania. Isso seria um extremo erro de booking, independentemente da forma como perderia.

John Cena vs. Undertaker

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Não, não foi anunciado. Sim, vai acontecer. Toda a gente o sabe. E aí sim, e ao contrário do que muitos dizem, acho que foi uma boa jogada por parte de Vince McMahon. A expectativa de este combate se realizar alimenta mais visualizações na Wrestlemania, do que propriamente a confirmação prévia de que iria acontecer. Principalmente atendendo a que em termos teóricos todo o cartaz é bom. Problemas com isto: a indecisão da WWE se Undertaker se reforma ou não. Quantos mais anos vamos andar nisto? Principalmente com o booking da última Wrestlemania, Undertaker deveria não regressar mais. Ainda assim, este é um outro dream match, apenas tenho de confessar que surge 4 ou 5 anos mais tarde do que o que deveria. Quanto a vencedores, acredito que Undertaker ganhe, e que este seja efetivamente o último combate do mesmo. Só assim, na minha cabeça pelo menos, faça sentido um regresso à Wrestlemania depois de deixar chapéu, botas, luvas e capa em ringue, e tenha descido aos infernos o ano passado.

Charlotte Flair © vs. Asuka

SmackDown Women’s Championship

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Provavelmente este será o melhor combate feminino do fim de semana de Wrestlemania. O vencedor está pré-determinado à partida – Asuka – mas o combate entre Charlotte e Asuka, se a memória não me trai, é a primeira vez que se concretiza (em termos singulares, e sendo certo que se defrontaram no último Mixed Match Challenge – excelente estratégia de booking da WWE devo acrescentar). Charlotte brilha como nunca na Wrestlemania, Asuka é uma força da natureza, portanto este combate só solidificará o papel que a divisão feminina da WWE tem tido nos últimos anos. Quem diria… De momento para ir à casa de banho (acho esta expressão reprovável, mas toda a comunidade sabe a que me refiro) para um dos momentos mais aguardados nos shows semanais. Charlotte não sairá mal do combate, já tem mais do que cumprido o seu propósito, e poderá entrar em novos caminhos depois de uma série de desforras (pelo menos no próximo PPV).

Brock Lesnar © vs. Roman Reigns

Universal Championship Match

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E por fim, o main-event mais lógico, mas que sinceramente não o deveria ser – Styles vs. Nakamura deveria ocupar esta posição. Não é segredo para ninguém as poucas aparições contratuais de Lesnar ao longo do último ano, nem o facto de ser o atual campeão Universal há 370 dias (a contar no próximo Domingo). Não tenho um problema com nenhum destes factos sinceramente atendendo ao atleta em si. Aliás Asuka deveria ter o mesmo tratamento que este em relação aos shows semanais, para não se perder a mística à sua volta e criada e bem no NXT. Tenho um problema com o facto de ser Campeão Universal – o principal Título do RAW – e não ser algo visível nem por segmentos durante semanas. Mais valia Lesnar ter ganho o título num Royal Rumble, e deixavam outros atletas brincar com o mesmo desde a Wrestlemania até ao momento. Problema nisto? Alguém tinha de ganhar o título de Lesnar há uns meses uma vez que este destronara Goldberg há um ano atrás, e isso seria algo demasiado precoce. A presença de Lesnar na WWE em principio terminará novamente – com um rumorado regresso de Brock à UFC – e a história em si foi bem cumprida: um monstro que regressou para destruir tudo e todos durante  6 anos. O vencedor aqui, por este motivo, é óbvio: Roman Reigns irá sobreviver a um, ou dois, ou três F5. Curiosamente, e a não ser que algo me tenha falhado, o enfoque central da história não foi serem estes dois atletas – Lesnar e Reigns – os responsáveis pelas duas derrotas de Undertaker na Wrestlemania, mas sim “qual dos dois é mais homem”. A sério? Enfim. Devido ao resultado final, e apesar de considerar que efetivamente este será o main-event da noite, poderá haver surpresas neste sentido. Portanto, ou John Cena vs. Undertaker ou AJ Styles vs. Shinsuke Nakamura pelo Título da WWE poderão ser alternativas válidas para fechar o “grandest stage of them all”.

E vocês, que acham?

– Qual o momento que mais anseiam na cerimónia Hall of Fame?

– Qual o combate de NXT Takeover: New Orleans que mais esperam ver? O que é que não concordam em termos de booking realizado para este show?

– Qual o momento que mais esperam da Wrestlemania 34? O que é que mudariam no maior show do ano?

A mística está de volta. Os maiores cinco dias do wrestling profissional iniciam-se hoje, Sexta-Feira, dia 6 de Abril de 2018. Meus caros, bem vindos ao Wrestlemania Weekend!!!!

2 Comentários

  1. Tobias6 anos

    Por mim entre Roman x Lesnar e Nakamura x Styles, Roman x Lesnar sim, teve uma feud bem feita, diferente do outro que nem teve ao menos uma feud decente. Por mim, só tiraria o Main Event deles pra colocar Asuka x Charlotte.