E com mais uma semana a entrar, trago-vos mais um Top Ten. Um grande Top Ten. Não que eu esteja para aqui a achar que o que eu faço é uma grande coisa, aqui é mesmo no sentido literal da coisa. Aqui fala-se de gente grande, gente muito grande!

No passado Raw, muito hype se construiu à volta daquele encontro de titãs, um combate entre Big Show e Braun Strowman. Até tiveram que reforçar o ringue, não fosse o chifrudo tecê-las. E grandalhões como estes já existiram aos montes pela história da WWE e do wrestling. E quando se juntam no mesmo ringue, só se antecipa o caos. Talvez as qualidades dos encontros de alguém com tanta massa corporal varie, mas olhemos só para a significativa quantidade de peso que se encontra encima de um ringue e do medo que pode proporcionar a algum desgraçado que pese mais ou menos tanto quanto o punho de cada um destes cavalheiros. Vamos lá recordar dez encontros de gigantes, sempre com destruição à vista!

10 – Big Show vs Akebono

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Já devem esperar que há um certo nome que aparecerá aqui muitas vezes, algo que não é de estranhar. E não, não é o de Akebono que aqui era um mero lutador de sumo convidado. Curiosamente, Akebono já se retirou do sumo e tem-se dedicado ao wrestling no Japão. Deve ter ficado com o bichinho depois desta. Big Show, não só é o gigante propício a estes frente-a-frente entre monstros, como também é propício a trazer gente de fora na Wrestlemania. Ele era Floyd Mayweather, ele será Shaquille O’Neal – contará esse para alguma listagem destas? Ele também foi Akebono e foi mesmo para um combate de sumo na Wrestlemania XXI. Porque Big Show parecia ter a constituição física para a coisa. Mas não o jeito, dada a rapidez com que perdeu. Não deixa de ter sido uma perda de tempo, por muito rápido que fosse, para a maioria que não pagava o bilhete para ver sumo. Akebono viria até mesmo a aliar-se a Big Show em house shows posteriores e, como já disse, gostou da brincadeira e agora dedica-se ao wrestling. Sumo, esse já não é coisa que se continue a ver pela WWE, vejam lá a lógica disso…

9 – Big Show vs Braun Strowman

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Aqui está o tão antecipado main event do passado Monday Night Raw que colocou Big Show como potencial estrela capaz de parar alguém como Strowman. Também serviria para estabelecer Strowman como ainda mais monstruoso, parando alguém do tamanho e peso de Big Show, independentemente do gigante já ter jobbado para um mundo inteiro e metade de outro. O que também é curioso é que nem sequer é a primeira vez que se encontram. Ainda Strowman era parte da Wyatt Family e andavam eles às turras com uns grandalhões como Big Show, Kane e Ryback, e já tinham experimentado este encontro one-on-one. Mas este tinha mais hype, mesmo que nem tantos estivessem a morrer por ver gigantes em batalha. Felizmente correu tudo para o melhor, a plateia reagiu bem, o combate até foi decente e serviu para Strowman mostrar mais umas coisitas do seu atletismo, o tal levantar lento do véu do talento escondido que já há muito diziam Braun Strowman ser. Mesmo que fosse uma banhada, lembrem-se: se o Vince quer ver uma batalha de gigantes, toda a gente quer ver uma batalha de gigantes!

8 – Andre the Giant vs Big John Studd

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

O WWE Hall of Famer Big John Studd era um lendário gigante, que nos deixou cedo demais, aos 47 anos. Venceu uma Royal Rumble, no tempo em que se podia dizer que alguém do seu tamanho tinha a vantagem, ao contrário dos dias de hoje em que os gigantes estão em desvantagem por serem um alvo imediato de ataques colectivos. Há anos que ando a dizê-lo e na passada Royal Rumble pude fazer uma vénia ao Corey Graves por finalmente também o apontar. Mas todos os 2 metros e 8 centímetros de Big John Studd favoreceram-no na Royal Rumble de 1989. Quem poderia fazê-lo parecer um minorca? Pois, talvez o gigante dos gigantes, das maiores lendas do ringue. “O” gigante. Andre the Giant. E não foi só uma vez que se encontraram. A primeira que destaco é uma muito peculiar na primeira Wrestlemania da história, em 1985. Um “Body Slam Challenge” por 15,000 dólares, com a estipulação acrescentada de que Andre teria que se retirar do wrestling caso Studd conseguisse um Body Slam nele ou Andre falhasse um Body Slam em Studd. Acontece que Andre dominou, conseguiu o Slam e a Terra tremeu. Tremeria mais em 1989, no Boston Garden quando se tornassem a encontrar num combate regular que não dava para ser feito num ringue qualquer…

7 – The Undertaker vs Giant González

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

O Argentino Giant González tem que ser um dos gigantes mais aterradores que já vimos pisar um ringue. Por acaso calha que também deve ser dos piores wrestlers que alguém já tenha visto a chegar-se perto de excelência em ringue, como aconteceu em 1993. Um gigante daqueles não podia chegar, em 1993, para derrubar um Bret Hart ou um Shawn Michaels ou, entalem-se, um 1-2-3 Kid. Tinha que ir atrás de alguém de peso. Literalmente, estou ciente do peso que há nos nomes que disse. Yokozuna não era, diferentes planos. Quem mais, então? Ora essa, Undertaker. O temido e um dos nossos gigantes preferidos foi atacado e teve que levar com Giant González na Wrestlemania IX, num combate facilmente recordado como um dos piores de sempre. Nem alguém do arcaboiço de Undertaker salvou este desastre. Tudo foi horrível, o desenvolvimento, a “rapidez” de González, o brilhantismo do seu selling, o final. Clorofórmio! Já nem é primeira vez que exclamo a minha indignação perante esse acontecimento, dessa forma, com uma mera exclamação. Clorofórmio! O combate consta na “streak” de Undertaker praticamente “by default”, em que assumimos que González foi desqualificado por uso de uma arma ilegal – Clorofórmio! Não é que tal fosse mesmo anunciado. E já Undertaker antes tinha fugido do ringue e andou fora dele por mais que o tempo de contagem, mas ninguém notou isso também. Se calhar o mais próximo do resultado disto é um “no contest”, mas lá se ajeita para continuar a fazer parte da streak. A melhor maneira para que isto não estorve? Fingindo que não aconteceu!

6 – Big Show vs Mark Henry

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Uma feud duradoura à volta do World Heavyweight Championship que pertencia a Mark Henry, em 2011. A rivalidade teve várias passagens e até Daniel Bryan andou lá no meio, não propriamente a comparar medidas e pesos. Antes do conflito a três, chegámos a ver Big Show e Mark Henry em combates que nem sempre empolgavam o público. Tinham que baseá-lo muito em spots como Big Show a fazer Elbow Drops da corda superior. Destaco o encontro de titãs do Vengeance de 2011 em que Show nos causou um déjà-vu. Subiu à corda superior, com Mark Henry e lá vem Superplex que… Destrói o ringue. Tão simples quanto isso. O melhor que pode acontecer quando bestas destas sobem ao ringue? O ringue descer. A plateia passou-se e os desgraçados do John Cena e do Alberto Del Rio tiveram que combater ali naquele entulho de ringue. Não, não foi a primeira vez que vimos esse fenómeno, nem a primeira vez que Big Show o protagonizou. Mas é sempre bonito de se ver. Ah e já adivinharam qual é o tal nome que muito aparece por aqui? Não?

5 – Earthquake vs Andre the Giant

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Bem, um já aqui foi mencionado e acho que já não precisava de apresentações. Andre the Giant é o mais icónico de todos os gigantes dentro ou fora de um ringue. Já Earthquake, não tinha esse nome propriamente por ser um entusiasta de sismologia. Era mesmo por fazer tremer a terra a cada passo que os seus aterradores 2 metros e mais de 200kg davam dentro de um ringue e faziam ranger dentes a cada vez que se suspeitava que era daquela vez que o ringue não aguentava. Ia ser aquele seu splash que ia deitar a arena toda abaixo. E foi esse splash que causou muitos problemas a Andre the Giant, direccionado especificamente a uma perna. Desencadeou uma rivalidade, uma das últimas da carreira e vida de Andre, praticamente a sua última na WWF, e veio a culminar num famoso combate no Madison Square Garden, lar familiar para Andre, em 1991. E sim, aquela arena conseguiu aguentar aquele peso. Se fosse alguma, realmente que fosse essa!

4 – Vader vs Yokozuna

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

E o que pode ser mais assustador que alguém do tamanho e peso destes dois lendários lutadores? Talvez saber que não só eram daquelas dimensões como também eram ridiculamente atléticos! Demasiado para aquelas constituições físicas. Vemos gigantes com dificuldade em movimentar as pernas, quer seja pelo peso que têm que suportar como pelo gigantismo das mesmas que as limita. Já Yokozuna, levantava uma para um Superkick com a facilidade de um Dolph Ziggler. E é muito bonito ver os Cruiserweights do 205 a fazer Moonsaults mas também já é algo natural. Ver uma besta como o Vader a fazer isso é que é o tipo de pesadelo que não pode ser reconfortado pelos pais porque esses têm mais medo ainda! Foi em 1996 que Vader e o Japonês mais Samoano a constar no Hall of Fame se encontraram e quiseram forçar actividade sísmica em território Norte-Americano. E claro, com estes dois, não podia ser só uma lenta colisão de corpos volumosos a empurrar-se um ao outro. E é aí que está o medo/piada…

3 – Big Show vs The Great Khali

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Claro que estas duas junções de massa tinham que se enfrentar no ringue, por muito díspares que sejam os seus dotes em ringue. Tinha que haver um certo “heat” entre os dois gigantes mais gigantes de todos os gigantes que mal cabiam naquele balneário e lá teve que acontecer o combate que pouquíssimos queriam ver. Foi mesmo promovido como um combate de PPV, no Backlash de 2008, onde durou quase 10 minutos. Não recomendo. Mas querem uma curiosidade? Esse “heat” entre eles não era só em ringue e até existem histórias dos gigantes se pegar ao soco a sério, no balneário. A partir do tal “heat” entre gigantes e também da velha lapada no peito que ambos aplicam e que afinal faz diferença a Show, que considera uma manobra roubada e detesta isso, especialmente quando o Indiano a aplica mesmo à sua frente num combate tag. Se a imagem de dois mastodontes como estes à porrada num balneário vos assusta… Foi hilariante, na verdade. Foi contado por Chris Jericho num dos seus livros e devem procurar a história e lê-la para verem realmente o quão engraçada é. Isso sim recomendo!

2 – Big Show vs Brock Lesnar

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Pronto, deixando as brincadeiras de lado, quem é que não estava à espera que este Top Ten fosse parecido a alguma bootleg de um DVD de compilação de combates do Big Show? Sim, aparece aqui muitas vezes e um dos seus mais notáveis encontros tinha que constar no pódio. Big Show e Brock Lesnar até deu numa grande rivalidade em 2002, onde vimos a Face Turn de Lesnar e Paul Heyman a trocá-lo pelo “World’s Largest Athlete”. Foi boa mas nem é pela rivalidade em si. Big Show também foi mais uma das vítimas de Lesnar após o seu regresso, já em inícios de 2014, em que Show parecia uma ameaça legítima para Lesnar, até ser destruído em três tempos no Royal Rumble. Afinal o que vale aqui mesmo, é história feita e que nos puxa a rever. Estão a ver aquele spot excelente com o Mark Henry? O entusiasmo que tem que estar um pouquinho reduzido porque não era novo? Pois, não era novo porque já o povo tinha enlouquecido com um SuperDuperSuperplex com Big Show e Brock Lesnar a rebentar um ringue. O Tazz que nos represente, nas suas palavras. E o Big Show, que já esteja habituado e isso de deitar coisas abaixo…

1 – ECW Monster Mash Battle Royal (Kane vs Mark Henry vs The Great Khali vs Big Daddy V)

Top Ten #173 – Confrontos de Gigantes

Para a primeira posição até pode nem ser o melhor combate, o mais significativo, o que mais irradia star power, o mais histórico, ou simplesmente aquele que seja mais importante e memorável. Mas deve ser a maior junção de massa humana que me lembro de ter visto num só combate, propositado, ao qual até lhe deram um nome giro, que a ECW já brand da WWE fez em 2007. Se já se imaginam coisas aterradoras com apenas qualquer par dos que aqui estejam – lembram-se do pobre CM Punk numa Royal Rumble? – quanto mais colocar logo quatro de uma vez. Eles bem gostam de vender a ideia de ringues a cair ou ringues reforçados quando dois gigantes se enfrentam e nós engolimos a meio termo, que ainda há uma noção de que aqueles ringues são resistentes, ou não aguentavam com Battle Royals de vinte ou mais gajos. Mas por acaso, mesmo só com quatro como estes, há que ter algum receio de que alguma manobra mais arriscada mande o ringue abaixo e seja registado na escala de Richter. Não me lembro bem do combate, esclareçam-me: houve o velho e repetido spot da torre, no canto, como fazem nos outros combates colectivos todos?

E são uns bons quilinhos que deixo nesta lista, acho que já chega senão até esta plataforma vai abaixo, de alguma forma. Espero que tenham gostado de ler mais qualquer coisa do que costumam gostar quando gigantes se encontram no ringue. Deixem-nos lá, também têm o direito. Comentem à vossa vontade estes combates, os que ainda recordam, outros escandalosos que aqui não constem, visto que é uma lista difícil de ser completa. Tudo o que envolver malta que não consegue chegar a lado nenhum discretamente, porque portas e janelas abrem-se sozinhas. Penso voltar na próxima semana, se me receberem e já não devo trazer uma bagagem de toneladas às costas. Fiquem bem e bom Carnaval a todos!

4 Comentários

  1. BRRM8 anos

    Fui ler a tal história que o Jericho contou sobre a luta entre o Show e o Khali e não me desiludi ahahahah

    Mais um ótimo Top Ten.

  2. Acrescentava o Yokozuna Vs. Mabel.Foram 509kg em cima do ringue

  3. Bom artigo. Ficou só a faltar aquele clássico do Kane com o Great Khali na Mania 23.

  4. HUnt8 anos

    Já q fez uma Battle royal poderia ter posto tmb a “battle of titas” ano passado no fastlane, Kane, Show e Ryback vs WYatts