10 Clássicos Subvalorizados do SummerSlam – Top Ten #553

3 – Rob Van Dam vs Chris Benoit, SummerSlam 2002

Como disse na entrada 4, não foi a única gema meia escondida no card do SummerSlam de 2002. E antes de falarmos brevemente deste, até damos outros exemplos, como uma espécie de menção honrosa, que também se podem considerar. Um encontro entre Rey Mysterio e Kurt Angle, e um curioso confronto entre Chris Jericho e Ric Flair.

Mais ou menos ali a meio do card havia uma muito interessante colisão de midcarders que combinavam dois estilos muito diferentes, mas que até se encontravam muito bem. Dois veteranos da ECW, portanto já sabiam como fazer essa colisão e criar química. E também seria de esperar que, por isso mesmo, tivesse espaço por onde se tornar um pouco mais agressivo. Um mais voador, outro mais técnico. Ambos doidos. Para dar mais natureza de “workhorse” a este combate, era pelo título Intercontinental que, na altura, estava na posse de Benoit.

Deixaram-nos à vontadinha para fazer o que quiserem. Até no sentido de tempo. À excepção da longa, intensa, violenta e psicológica briga entre Triple H e Shawn Michaels, este foi o combate mais longo do card, superando mesmo o main event. Pode servir como prova de confiança. Tiveram todo o tempo para construir um combate à maneira deles e à maneira do público. E, sem estipulações, também seriam capazes de demonstrar que não seria só com regras mais extremas – isso é mais o RVD, apesar das origens, Benoit era um lutador mais puro, a agressividade estava mesmo nos punhos e nos holds – que montavam show. Rob Van Dam vence e sai do SummerSlam como o novo Campeão Intercontinental.

RVD tem esse estatuto de ser tão estonteante em ringue que parece que queremos ver combinações dele com muita gente. Até porque já é segunda vez que aqui aparece, com algo de “dream match” a pairar sobre ele. Portanto, ele até acabou por cumpri-los praticamente todos. Este embate entre veteranos da ECW, noutra casa diferente, foi uma prova de como o midcard pode singrar se seleccionarem o elenco certo e simplesmente os deixarem fazer as coisas. Não é só uma questão de época, dá para fazer isso em qualquer altura. Não fosse este card tão recheado e tinham roubado o show. Assim simples.

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