6 – Afinal o puto é mesmo uma estrela
Muitas vezes o segredo é mesmo esse: o que eles querem tentar fazer de uma forma, à força? Esqueçam-na e deixem acontecer que descobrem como devia ser sempre feito. Resultou com um certo cavalheiro que já vai contando três anos de reinado e anda a acontecer com um miúdo, que já é um homem graúdo, mas que tem esse efeito em nós porque já o conhecemos desde que era um menininho com o pai e outro homem a lutar pela sua custódia num combate de escada. Coisas que todos os miúdos passam na infância.
Razões para crescer traumatizado e chegar a adulto já tolo. Assistimos a uma surpreendente transformação de Dominik Mysterio assim que desistiram da pobre ideia inicial: fazer dele o próximo Rey Mysterio. Os dotes em ringue não eram iguais, o carisma não se igualava, não parecia haver muita malta com vontade de o elevar a esse nível. Estava aquém e não conectava. Então deixem-se lá disso e deixem-no virar Heel, virar-se ao pai e, se a malta não o leva assim tão a sério, que fique um pouco patético. Acaba por conseguir as duas vertentes de um bom Heel: tem momentos sérios de causar total asco pelas atitudes que tem para com a família, tem momentos cómicos em que é aquele desgraçado a tentar fazer-se passar por mauzão. A rivalidade com o pai foi sempre bem construída, ao ponto de, no Smackdown, uma semana após se dar um gigante pop por dois homens se abraçar, houve outra manifestação por um homem dar uma murraça ao filho. Wrestling é estranho.
Grande performance na Wrestlemania. Passares de tocha nem sempre são directos. Nesta storyline havia um rigozijo a alcançar-se portanto o vencedor foi o ideal. Mas Dominik ficou estabelecido. A sua melhor performance em ringue. Entrada brutal e indicada. Ainda mexe com as emoções do público que lhe dá o heat com que muitos ainda sonham. A brincar, a brincar, e já é um dos Heels de topo. Não mintam, listem lá quais vão sendo os melhores momentos televisivos da WWE…
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