8 – Drake Younger
Drake Wuertz chegou à WWE como uma lenda do wrestling “ultraviolento” e saiu de lá como alguém que já tinha perdido a cabeça. Quiçá como consequência de anos e anos do wrestling mais extremo e violento que existe. O que terá surpreendido muitos colegas e amigos que se lembram de um Drake bem mais bondoso quando competia activamente e até tinha problemas com substâncias. Por vezes é assim.
Como lenda do deathmatch, CZW Hall of Famer, não foi para a WWE fazer isso, claro que não. Mesmo que, curiosamente, até o tenham reconhecido num artigo da WWE.com. Porque era curioso, era a forma de dizerem “Olhem as loucuras que este nosso árbitro fazia!” Era esse o seu emprego. De multi-Campeão na CZW, maluco capaz de aguentar das mais dolorosas torturas em ringue, mas também com suficientes dotes em ringue para se safar sem isso, competir noutros sítios como a PWG e, mesmo na CZW, vencer o torneio Best of the Best… Na WWE era um árbitro. Não me recordo se ele já teve que vender algum “ref bump” de forma muito dramática, o que seria hilariante, dada a resistância que já lhe conhecemos.
A sua estadia, de camisola listada, na WWE teve um fim problemático quando a sua saúde mental começou a dar sinais de deterioriação por manifestações de atitudes radicais manifestadas através de politiquices bacocas, obcecadas e perigosas. Como tem que ser hoje em dia com tantos. E sim, refiro-me aos dois lados do espectro. Foi para o mais fácil, o conservador e não é caso para dizer que estava simplesmente a ser discriminado pelas suas tendências políticas. Era desordeiro e aquilo interferia com o trabalho: faltava a gravações de TV para marcar presença em reuniões anti-máscara nos tempos pandémicos; começou a demonstrar hostilidade para com alguns colegas e a manifestar desagrado com situações como a de Triple H a apelar a paz e igualdade dentro daquele balneário com ambientes tão tensos lá fora; autodenominou-se como um “extremista por Cristo,” ironizando quando o chamavam de radical; acabou rendido à QAnon e utilizou o seu e-mail profissional para propósitos pessoais; enganou colegas e amigos pedindo doações afirmando ser para dificuldades que a sua família estava a passar e utilizou-as para financiar uma candidatura política sua. Acho que o problema aqui seja um pouco mais que ser só conservador. E reconhece-se a tristeza ao ver que, especialmente para quem já o conhecia de antes, foi uma espiral descendente. A manifestar-se depois de deixar um estilo de vida mais perigoso e quando estava com um emprego mais jeitoso. Voltou brevemente aos ringues mais violentos após saída da WWE e oficializou a sua reforma há meros dias.
1 Comentário
Confesso que tive que voltar ao início da publicação para perceber. Só contando com ex wrestlers que não foram para a WWE para lutar, tudo bem, mas pensava que ia ser um mais abrangente (e acho que até podia dar um tema interessante), estilo um top 10 de figuras non-wrestlers da WWE.