2 – Burn baby, burn
Disse que voltávamos a este. A feud entre Adam Page e Swerve Strickland ficará gravada, para sempre, nos livros de história da AEW pela quantidade de limites que ultrapassou. Deveras impressionante. Foi em ringue, durante os combates, daqueles capazes de causar nervosismo aos espectadores que não sabem o que eles vão fazer a seguir, e nos segmentos.
Para tornar a feud verdadeiramente pessoal, houve aquele perturbador momento de Strickland a invadir a casa de Page e a falar, naquele tom ameaçador, voltado para o berço do rebento do Hangman. Isso não se faz, é aquela linha que não se ultrapassa e nem acho que seja preciso ser pai para se entender isso. Portanto o combate que ia resolver o atrito não ia ser bonito e foi aquele Texas Death Match onde o perdedor saiu estrangulado, já depois de se ter posto a beber o sangue do adversário. Era nos termos em que estávamos, mas queriam retomar a rivalidade. De papéis trocados. Swerve, o invasor, a virar herói? No wrestling dá. Mas também tinha que ser vítima de alguma coisa.
Nesta storyline de obsessão nada saudável e de um perigoso estado mental de Adam Page, quando tivemos um momento de celebração para Swerve, por ter adquirido a casa da sua infância, tinha que haver algo por trás disso. Tínhamos que desconfiar, algo se ia passar. Nada de especial. Apenas Adam Page a pegar fogo àquilo e queimar a casa toda. Por acaso até foi antes dos incêndios de Los Angeles para não ferir susceptibilidades – e aqui no nosso cantinho Ibérico também é tragédia demasiado regular – mas não deixou de ser uma imagem arrepiante, a de Adam Page aparentemente muito relaxado, em frente a uma casa completamente a arder. Dificilmente se faz tão bem uma intensa rivalidade em que ninguém tem razão e todos são vilões que vão longe demais.
Isso do fogo posto é um crime terrível e, com a história a repetir-se todos os Verões e com suspeitas de haver sempre alguns casos destes, até é daquele tipo de crime que desejamos que tenha uma penalização mais pesada. Aqui? Aqui é angle. Assim simples. Mind games, enviar uma mensagem. Até podia ter feito pose que ainda era deitar mais achas para a fogueira – pun extremamente intended. Como o Randy quando pegou fogo à cabana do Bray Wyatt… Pois… Que cambada de piromaníacos que para aqui vai. E nós a pensar que era só o Kane!
3 Comentários
Muito bom.
Estava à espera de ver “Criou-se a PG Era” neste artigo
Inserir Katie Vick no meme de “ah sh*t here we go again” no top ten da próxima semana