9 – Com o fogo no corpo
É uma boa maneira de retratar quando um lutador realmente se enche de adrenalina e dispara, rala tudo, sem parar. É expressão popular. É o que nós próprios sentimos quando o entusiasmo nos invade. Isso numa situação normal. Nas mãos de um tolo, bem que pode ser uma coisa perigosamente literal.
Para começar, uma loucura será a do ressurgimento da XPW. Infame companhia que aproveitava as suas origens e conexões sleazy – o dono era um produtor pornográfico que acabava por produzir tudo ali no mesmo sítio – para tirar quaisquer limites ao seu conteúdo, especialmente na violência com muitos momentos infames na história do wrestling hardcore. A ordem das coisas é questionável: um episódio do “Dark Side of the Ring” a falar no quão terrível era a companhia… É o mote principal para que se traga a dita companhia de volta? Pronto, lógicas. O certo é que aí anda e, no Killafornia, decorrido em Abril do passado ano, lá tinham que coroar um King of the Deathmatch.
Não eram novatos que lutavam por isso. Eram experientes e infames que o faziam, como Masada, nada favorecido aos olhos do público por não ter qualquer linha visível a separar o sádico e violento competidor de ensanguentados ringues… Do sádico e violento gajo na sua vida pessoal. Para aumentar ainda mais essa “admiração,” um spot surreal marcou um combate seu. Quem brinca com o fogo, queima-se. Neste caso, literalmente. Numa stunt a envolver fogo, Masada acaba por pegar fogo a si mesmo, ainda custando a extingui-lo e a receber ajuda. Muitos viram aí nesse spot, no seu propósito, na sua precariedade e na sua proximidade com os fãs na plateia, um bom resumo da XPW, a de antes ou a de agora.
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