10 dos Momentos Mais Estranhos de 2023 – Top Ten #480

8 – All Elite Edge

A cena toda do CM Punk é um bom arco, usando assim gíria de entretenimento escrito. O seu percurso na AEW foi errático e de final conturbado e acabou por condizer com o estado mental em que se podia encontrar e com toda a revolta interna que tem vivido nos últimos anos. Uma espécie de “anti-amadurecimento” causado pelo escárnio e por uma personalidade e atitude difíceis.

Voltar à WWE, voltar a ouvir-se a “Cult of Personality” dos lendários Living Colour, mesmo que numa nova versão regravada, seria uma questão de tempo e tudo bateu certo. Momento enorme, de facto também surreal. Estranho não? Muito sinceramente, vejo mais surrealismo improvável em ver o Edge, pós-reforma e pós-Hall of Fame, aparecer noutro sítio e a competir numa casa concorrente. E, já que se fala em música, a levar a mesma e intocada “Metalingus” dos Alter Bridge consigo. Parece bem mais estranho ouvir essa música noutro sítio e ter que habituar a chamá-lo pelo seu verdadeiro nome, mesmo que já o conhecessemos. Ainda por cima o nome pelo qual o tratávamos era monossilábico, logo tão simples.

Fora um breve início na WCW, onde era mais um jobber de aprimoramento do que uma estrela ascendente, Adam Copeland foi sempre Edge e fez toda a sua carreira, de décadas, na WWE. Foi lá que se retirou, que virou lenda, onde regressou. Um sinónimo de três eras ou mais, um dos grandes fiéis da companhia. Dificilmente alguém o imaginaria noutro sítio qualquer. Mas assim que o contrato expira, não há interesse em fazer mais com ele, mas ele contudo ainda vê algumas coisas a fazer antes de se retirar, desta vez nos seus termos… Um acordo mútuo de que seria altura de virar a página manda-o para a tal concorrência, sem qualquer animosidade. Como deve ser. Passado o surrealismo de ter Edge, ou Adam Copeland, noutro sítio qualquer, tem o booking esperado. Reactivar velhas memórias, – ao rivalizar com Christian Cage – sacar de uns dream matches ou combinações – como aliar-se a Sting e outros grandes combates que nem sabíamos que queríamos, como agora com Minoru Suzuki – ou elevar malta jovem – como as suas “open challenges” que já obrigaram miúdos como Griff Garrison ou Lee Moriarty a “nadar” como também já obrigara Grayson Waller. Estranheza passada… Está tudo certo, afinal.

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