9 – Tito Santana
Nem que tenha sido uma ponderação de cinco minutos, mas já foi considerado dar o grande cinto a este eterno midcarder subvalorizado. De facto, até podia nem ser o pacote mais completo no que diz respeito ao pacote que compõe uma estrela que represente uma companhia como a WWE, mas tinha o talento. Estavam eles prontos para compensar o workrate? Depende.
Vince sempre teve apreciação pelos seus dotes em ringue, sempre deixou isso bem claro. Até consta que a razão que ele tenha apresentado ao próprio Santana para o ter no pré-show da Wrestlemania IX, antes de ir para o ar, foi por saber que podia dar-lhe qualquer coisa e qualquer adversário, que ele sabia que seria um bom combate. O que, para mim, até soa a uma razão bem boa para o colocar no card mas pronto. O velho lá sabe, até porque naquela altura ainda não era velho.
Mas então o que podia proporcionar o push a Tito Santana que lhe colocasse o WWE Championship à volta da cintura? Geografia. Praticamente. À entrada da década de 90, já a WWE começava a encabeçar um monopólio, ameaçado apenas por concorrência directa forte. Mas longe iam os tempos dos territórios. E começava a pensar-se em globalizar. Então Vince olhou para Sul e para o mercado Latino e Sul-Americano. Como o fazer? Colocando um representante dessa mesma origem. Ainda não abundavam os Superstars hispânicos como hoje em dia, mas tinham um bom.
Estava aí a chance para a grandeza de Tito Santana, que estava apontado para derrotar Ric Flair e ficar-lhe com o título, ainda em 1992. Mas, ou as portagens eram muito caras ou deu-lhe a preguiça e Vince mudou de ideias e de direcção: voltou-se para Norte, que o Canadá também era estrangeiro. E o Campeão da WWE passou a ser Bret Hart. Muitíssimo bem atribuído, mas não haveria mais chance para o merecido Hall of Famer mas ainda assim subvalorizado Tito Santana, que lá se contentou com uma gimmick de “toreador.” E em ganhar o título Mundial na ECW, vá, já foi qualquer coisa!
1 Comentário
Belo artigo.