5 – Neville (PAC)
Pronto, entra aqui um caso recente mas nem acho que seja como mero representativo daqueles como os que apresentei na introdução. Este é mesmo por achar que tem argumentos bem mais fortes. Um dos originais e primeiros a assinar com a AEW quando ainda se discutia apenas o potencial desta e ainda não estava tudo rendido e pasmado com o seu actual sucesso. Pac deixava a WWE para trás e ingressava numa outra aventura. Mas se não houvesse AEW, não era para trás que ele ia voltar.
Muitos terão opiniões mistas sobre o trajecto de Pac, como Neville, na WWE. Porque realmente foi um percurso misto. Foi um bom NXT Champion mas era demasiado bonzinho e, como alguém da sua estatura e estilo em ringue, era automaticamente underdoggish, quando quem já o conhecia de antes sabia que ele não era bem isso. Subiu para o plantel principal onde era popular, mas era um midcarder de pouco uso, daqueles que os comentadores dizem que é “fun to watch” – atentem a essa linguagem, significa que é alguém que não vai assim tão longe. Ainda por cima com uma gimmick de que se devia aproximar de uma referência ao Mighty Mouse. E sem Andy Kauffman. Finalmente acabou por recuperar algum do “Bastard” com a Heel Turn e ao tornar-se Cruiserweight Champion. Dependerá do valor que dão a essa divisão – tinha fogo na altura – mas acaba por ser a sua melhor fase na WWE.
Mas que não o satisfazia. O que afasta completamente Neville/Pac de qualquer regresso é mesmo a forma como se ausentou. Não foi um despedimento em massa que o incluiu. Não acabou contrato e simplesmente não renovou e partiu para novas aventuras, como muitos casos recentes, mantendo a situação o mais pacífica possível. Foi o infame “walk out.” Quando perdeu o cinto para o menino da posição 10 – e ele veio dizer que não foi isso em particular que o fez desistir, até nem tinha nada contra o “lad” – também decidiu ir-se embora, levou as trouxas consigo e nem esperou que o deixassem sair. Será das saídas mais amargas que, se calhar, nem nos aperceberíamos de haver assim tanta insatisfação se não fosse a forma como a saída foi feita. Agora já é o “Bastard” completamente à vontade e, fora situações de ficar “trancado” em casa, parece que vai passando bem pela nova casa.
2 Comentários
Excelente texto!
Muito bom!