10 Feuds inspiradas em rivalidades reais – Top Ten #378

4 – Ric Flair vs Mick Foley

Um caso antigo e conhecido também. Levaram-no ao ringue anos depois de estar resolvido. Mas eram duas lendas do ringue, não iam desperdiçar a oportunidade de capitalizar numa rivalidade tão apelativa, especialmente quando tinha heat real que dava para aplicar.

Como esta rivalidade é antiga, o método também tem que ser antigo. Não havia cá twitters. Logo não dava para mandar tweets com bocas e indirectas para este ou para aquele. Vemos isso hoje em dia, constantemente. Na altura não dava, tinha que ser do modo rupestre. Livros. É, com muitas páginas e não um limite de caracteres, uma chatice de se ler. Ou então não, porque eram as biografias de Superstars e Foley e Flair tinham vidas muito interessantes a contar – Flair até terá muito para não contar. Sim, lá havia farpas. Foley inicialmente acusava Flair de ser um terrível booker, que o dispensou de imediato, no início da década de 90, quando se iniciara na WCW. Flair responderia, na sua própria prosa, a dizer que Foley até podia ser muito popular mas era como um “glorified stuntman” que se atirava de coisas e não sabia lutar ou era sequer um bom worker. Foley respondeu num evento da Ring of Honor onde deu uma promo a dizer que não era nenhum Ric Flair e a justificar porquê, no final agradecido por não o ser – entre as coisas que o diferenciaria de Flair estavam dizer alguma coisa de diferente de vez em quando, não se atirar de cara para o chão, não comparar os próprios genitais a um divertimento da Disneyland (!) ou, simplesmente, por saber quando dar a oportunidade a outros quando já estivesse velho demais para a brincadeira.

Já dá para ver que eram amigalhaços. Num confronto no backstage, já em 2004, em que Foley recusou apertar a mão de Flair, contam todos os olhos que lá estavam que Flair, sentindo-se desrespeitado, lá puxou atrás e lhe mandou um banano, que acertou. As coisas aqueceram e tiveram que ser separados. Flair, naquele que será o estado histérico que conseguimos tão facilmente imaginar, desafiou-o a lutar no ringue já montado, na arena ainda vazia. Foley recusou e mais picardias foram trocadas. Por entre essas, saiu também um juramento de que nunca trabalhariam juntos. Mas lá emendaram a sua relação o suficiente para trabalharem mesmo juntos no Verão de 2006, recorrendo a este heat verdadeiro, citando todas as situações que aqui já listei e mais algumas, e culminando no SummerSlam num tremendo “I Quit” sangrento, que me impressionou na altura, como um dos combates mais violentos que vira. Há uma certa aura de “Montreal Screwjob” à volta desta feud, no sentido em que muitos dos seus colegas acreditam que fosse tudo um work, especialmente o conflito no backstage. Ambos afirmam que não, era tudo real. Também afirmam ter resolvido os problemas e, hoje em dia, já serem bons amigos. Pelo menos já se comportam como tal em público!

2 Comentários

  1. ??3 anos

    Excelente post, muito cativante que me prendeu do inicio ao fim.