7 – Dark Side of “Dark Side of the Ring”
O “Dark Side of the Ring” ali na discrição do seu canal de cabo, era uma série documental de ir passando despercebida mas que até acabou por conquistar muito público, especialmente com o passar do tempo. Que há muito esqueleto no armário de todo o wrestling, sabemos nós, mesmo como fãs, mas lá vamos ver o raio da série que ainda desenterra mais algumas coisas chocantes que mexem com as emoções de qualquer um.
Após três temporadas, como tudo, corre sempre aquele risco do “jump the shark” como tudo em TV. Mesmo com cinismos à parte. E começa a brincar-se com o dramatismo das recriações, a nascer memes e a questionar-se as recentes motivações – a quantidade de lutadores da AEW a comentar e episódios a enterrar a WWE, que já estamos fartos de saber que já fez muita coisa desprezível, por exemplo. Controvérsias também. Como aconteceu no infame episódio a abordar a “Plane Ride from Hell” que bem sabemos que foi horrível e justifica perfeitamente o asco com que Jim Ross falou do assunto. Uma prova de que o “boys will be boys” não é uma coisa e de que essa tal vida de wrestler antiga não era a grande coisa que pensavam que era e mais vale serem os santinhos baunilha que acusam muitos de ser agora. No episódio comentou-se os actos execráveis de Ric Flair sobre uma hospedeira a bordo. E agora façamos a separação da arte do artista.
O legado pode ficar intocado, Flair é uma lenda do ringue e tudo o que lá fez será sempre incontornável na história e podemos admirar tudo o que lá tenha feito. Não invalida que reconheçamos que sempre soubemos que ele, como homem, não é lá grande coisa. E faz coisas nojentas. Quem é que não soube fazer essa separação e quis defender demasiado o seu ídolo? Tommy Dreamer, o que saiu mais queimado com este episódio. Se o seu comentário, a meio, a desvalorizar todo o “flashing” e avanços de Flair como uma brincadeira que alguém tomou a mal já eram suficientemente maus, só pioraram no final quando, cheio de cólera e desprezo, queixou-se de quem se ofende com tudo, incluindo aparentes brincadeiras inofensivas. Sim, colocou no mesmo saco os exageros do politicamente correcto que realmente se sentem hoje em dia e abusos sexuais directos. A coisa correu-lhe mal. Não sejas fanboy, Dreamer, afina, e que a coisa te corra melhor para o futuro, que não sou de intrigas. Mas como vocês se calhar até são, querem uma? Foram bem abordados os comportamentos de Ric Flair, Scott Hall, Brock Lesnar e Curt Hennig mas Goldust, de quem há talvez os piores relatos, safou-se com uma menção ao seu karaoke embriagado. Onde está ele empregado?
1 Comentário
O Ano mau começou as demissões continuam, lamentável.