9 – Uma traição de maiores implicações
Apesar de tudo, foi um enorme momento. Ainda temos gravada a imagem do exacto segundo em que o coração de Chris Jericho se parte ao encontrar o próprio nome na lista de Kevin Owens. Hoje em dia ele já deve estar numa catrafada de listas, mas na altura todos tiveram pena dele.
Ou seja, o angle foi óptimo e memorável. Grande segmento da “Festa da Amizade” a acabar naquela nota. Feud promissora entre duas grandes estrelas. Acabou por se perder no enorme card da Wrestlemania 33, numa altura em que ainda não sabiam administrar a fartura e não tinham as coisas divididas. Ficou um enorme evento cansativo de sete horas. E isto ficou lá para o meio.
Conseguiram meter o United States Championship em jogo para o tornar qualquer coisa mais significativo – e se calhar até mais valia deixarem a feud ser pessoal – mas o plano era bem maior. Lembram-se, ao começar o ano e abrir a época dos part-timers aparecerem para trabalhar no grande evento, e Goldberg apareceu para tirar o Universal Championship a Kevin Owens?
Pronto. Isso são pânicos à Vince que achava que não tinha um main event se não tivesse o “star power” de Goldberg e Brock Lesnar e colocou o cinto a ser disputado por esses dois. Independentemente de quão bem tenha corrido esse confonto e de quão fogosa estava a plateia, fica um sabor azedo na boca ao sabermos que inicialmente o plano era não haver qualquer título na disputa entre esses dois e ser Owens o Universal Champion a defender o título na Wrestlemania, contra Jericho.
O combate acabou por ficar mais ofuscado, aparentemente Vince ficou desiludido com as performances – estariam desanimados? – e até já foi revelado pelo próprio Jericho que esse empurrão para o fundo do card em prol de part-timers foi uma das principais razões que o fizeram querer sair novamente da WWE. Portanto, uma mudança aparentemente tão mínima… E tanta coisa que poderia ter sido diferente, até a longo prazo!
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