10 Superstars com Múltiplas Gimmicks – Top Ten #369

8 – Viscera

Paz à sua alma, mas é facto que Nelson Frazier Jr. nunca conseguiu ficar totalmente over e nem era só pelas personagens, que foram tentando muitas e algumas até tinham a sua popularidade, era mesmo porque o seu tamanho, peso e tentativa de ser vendido como atlético apesar disso tornavam-nos muito inseguro em ringue e a contagem de lesões causadas por ele não lhe era muito favorável.

A sua passagem pela WWE podia ter divisões em eras distintas, mas na verdade ele ia remodelando-se sempre. Mas se saísse, voltava com roupagem nova, isso era certo. Estreou em 1993 como parte dos Men on a Mission, o grandalhão Mabel, e era apenas parte de um grupo colorido e divertido que queria colocar o povo a dançar com o rap de Oscar, manager da equipa. Má manobra a do push a solo e teve-o, com a sua primeira ligeira alteração de personagem já aí, com a Heel Turn e vitória no King of the Ring. Tornou-se o que se tornam todos os que o ganham: King Mabel. E nessa altura teve um atroz push ao main event, à cena do WWE Championship e tornou-se Heel de topo, enfrentando o Campeão Diesel no SummerSlam de 1995, naquele que ainda é considerado por muitos como um dos piores main events de PPV de sempre. Saiu da companhia em 1996, nem com um terço do ímpeto que lhe tinham dado antes.

Lá gostavam mesmo dele e trouxeram-no de volta dois anos depois, com a sua primeira grande remodelação. Agora já se chamava Viscera e era uma personagem assustadora, com aquele volume mas também com o seu aspecto sinistro, de roupão preto, lentes de contacto a aclarar-lhe os olhos e uma mohawk oxigenada, de intimidar. Claro que integrou os Ministry of Darkness. Passagem novamente curta, nova saída… Nova recontratação, já em 2004, novamente como alguém totalmente diferente. Ainda se chamava Viscera mas agora já era o “World’s Largest Love Machine,” uma personagem cómica, com semelhanças ao “Sexual Chocolate” de Mark Henry, um sensualão apesar do seu aspecto físico, e obcecado com Lilian Garcia. Possivelmente a sua fase mais popular mas reverteria a jobber num instante. Grande reforma final de personagem dá-se quando queriam aproveitá-lo como Heel monstruoso e chamaram-lhe Big Daddy V, para monstro de topo da ECW, sua nova brand. Teve push, foi direccionado ao título – na posse de CM Punk – mas as suas performances ficaram longe de impressionar alguém e o público não ia lá muito com este Viscera sério que não tinha mais na bagagem além de maus combates. Foi a sua últimas personagem na WWE, antes de sair e rumar a independentes, NWA e Japão nos cinco anos seguintes, até se dar o mais infeliz e trágico quando faleceu com um talvez não tão surpreendente ataque cardíaco. Não era um wrestler consensual mas tinha sempre o seu apelo, à sua maneira. Que era sempre diferente.